terça-feira, maio 20, 2008

Ensino: CNE propõe fusão do 1.º e 2.º ciclos

A reestruturação da organização escolar, fundindo o 1.º e o 2.º ciclos e alargando o ensino da monodocência até aos 12 anos, são algumas das medidas propostas pelo Conselho Nacional da Educação (CNE) num estudo em que caracteriza a situação das crianças portuguesas dos zero aos 12 anos - mais pobres dos que os adultos, mais vitimizadas do que em qualquer outro país da Europa, são das que menos brincam com os pais, tendo na televisão a principal fonte de entretenimento.
Segundo a edição desta terça-feira do Jornal de Notícias, mais do que o diagnóstico do sistema educativo, é o retrato da criança portuguesa como produto de uma sociedade em que «melhoraram vários indicadores sociais, mas agravaram-se as desigualdades», com evidentes consequências nas aprendizagens e nas assimetrias de acesso ao saber.
Embora considerem «assinaláveis» os progressos registados, os autores do estudo «A educação das crianças dos 0-12 anos» sublinham que há, na sociedade portuguesa, «crianças maltratadas, mal-amadas, mal acolhidas pela escola».
Tendo como pano de fundo factores como a elevada taxa de pobreza infantil (23%, quando na população adulta é de 21%), o desemprego e o baixo nível de escolarização dos pais, assim como a percentagem mais elevada de mulheres trabalhadoras a tempo inteiro da Europa, o CNE critica a falta de apoio às famílias na educação dos filhos e, de acordo com o JN, lança diversas propostas para melhorar a qualidade do ensino ministrado às crianças até aos 12 anos.
A começar logo na faixa etária dos zero aos 3 anos com medidas como a profissionalização das amas, programas de actividades com uma intencionalidade educativa mais explícita ou melhor oferta de ocupação dos tempos livres.
Para minorar as «transições por vezes traumáticas» entre ciclos, são propostas medidas que introduzam uma lógica de continuidade entre o pré-escolar e o 1.º Ciclo, assim como uma fusão dos primeiros dois ciclos.
20-05-2008 7:55:14

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