sábado, novembro 01, 2008

Mais de 200 professores pediram suspensão imediata da avaliação


Mais de duas centenas de professores exigiram a suspensão imediata da avaliação de docentes das escolas públicas, durante uma concentração que teve lugar ao final da tarde, no Largo da Misericórdia, em Setúbal.

«Estou aqui para mostrar indignação pelo que está a acontecer com o ensino em Portugal, em defesa da escola pública e dignificação da carreira dos docentes em Portugal», disse à Lusa Margarida Martins, professora na Escola de Aranguez, em Setúbal.

«Estou convencida de que vamos ter a capacidade de explicar às pessoas o que se passa nas escolas e emendar o que está mal: a burocracia e a falta de tempo para pensarmos nos nossos alunos, para que sejam realmente uns bons alunos», acrescentou.

A concentração em Setúbal contou com a presença de professores de diversas escolas da região, e com alguns que vieram de longe, como foi o caso de Constantino Piçarra, professor num agrupamento de escolas de Ourique que foi dos primeiros a suspender o processo de avaliação no ano lectivo em curso.

Em declarações à Lusa, Constantino Piçarra garantiu que os professores estão unidos e mostrou-se confiante de que o governo acabará por ser sensível aos argumentos dos docentes.

«O que estamos a ver nas escolas é uma ampla unidade entre professores mais antigos e mais novos. Essa unidade não resultou da inteligência de sete ou oito manobradores, foi este modelo de avaliação que os uniu», disse.

«Não há nenhum professor que queira estar numa escola sem fazer aquilo que é fundamental e decisivo na sua profissão: ensinar bem, pensar nos problemas dos seus alunos e concertar estratégias de ensino que possam resolver os problemas de um outro aluno», acrescentou.

Para Constantino Piçarra, o modelo de avaliação que o governo pretende implementar também não pode agradar aos encarregados de educação e aos contribuintes.

«Como é que as pessoas que pagam impostos podem aceitar que os professores, em vez de ensinar, estejam entretidos a elaborar grelhas para avaliar os próprios professores, que não as conseguem fazer porque elas intrinsecamente são mal feitas», disse, apelando à suspensão imediata do actual modelo de avaliação.

«Suspenda-se o processo de avaliação e arranjemos um outro modelo que sirva para melhorar a qualidade de ensino, para dignificar a escola pública, para premiar o mérito dos bons professores e para termos alunos mais sabedores e mais capazes de fazer face aos desafios da sociedade global. É isso que nós queremos», conclui.

sexta-feira, outubro 31, 2008

Professores concordam em realizar manifestação nacional única

31 OUT 08 às 19:59
Os movimentos e sindicatos de professores chegaram, esta sexta-feira, a acordo, depois de mais de 24 horas de conversações, para realizar uma manifestação nacional única a 8 de Novembro, em substituição dos dois protestos previstos para 8 e 15 do próximo mês.
Em declarações à TSF, António Avelãs, da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), disse que os professores vão manifestar-se, essencialmente, por causa do sistema de avaliação do desempenho dos docentes e garantiu que a manifestação de dia 8 de Novembro será um protesto de todos os professores.

«A necessidade de suspender a avaliação do desempenho e de retomar, com energia, a luta em torno da revisão do Estatuto da Carreira Docente» são os principais motivos do protesto, disse.

António Avelãs destacou que, «neste momento há um acordo global entre todos os movimentos e sindicatos de professores».