sábado, junho 23, 2007

Professores não vêem novidades em medidas de ministra

Os professores de matemática não vêem qualquer novidade no anúncio da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, em alargar o Plano Nacional de Acção para a Matemática ao 2º Ciclo. A presidente Rita Bastos lembra que algumas medidas deste plano já estavam em acção.
A presidente da Associação de Professores de Matemática não percebe o sentido das palavras da ministra da Educação, que decidiu alargar o Plano Nacional de Acção para a Matemática ao 2º Ciclo, ou seja, ao quinto e sexto ano de escolaridade.Ouvida pela TSF, Rita Bastos explicou que algumas das medidas deste plano já estavam alargadas ao 2º Ciclo, nomeadamente a formação contínua de professores e revisão dos programas da disciplina, que já estava alargada aos três ciclos.«Não vejo novidade nenhuma nisso. A única novidade é os resultados irem agora para as escolas e os professores terem oportunidade de usarem isso como regulador da sua própria acção», esclareceu.A medida da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, foi anunciada na sequência dos maus resultados obtidos nas provas de aferição de matemática do 2º Ciclo, em que cada quatro em dez alunos registaram resultados negativos.Esta quinta-feira, cerca de 175 mil alunos do 3º Ciclo e do secundário fazem os exames nacionais de matemática, 107 mil dos quais do 9º ano, que farão assim estes testes obrigatórios para a conclusão do ensino básico.

sexta-feira, junho 22, 2007

Novo concurso para professores titulares no próximo ano lectivo

A ministra da Educação comprometeu-se hoje a abrir, já no próximo ano lectivo, um novo concurso para professores titulares, a que poderão candidatar-se todos os docentes que este ano não conseguirem aceder à mais alta categoria da carreira.
Em entrevista à Antena 1, Maria de Lurdes Rodrigues disse que "o pacote legislativo relativo à regulamentação do Estatuto da Carreira Docente", que ainda falta, deverá estar concluído no final deste mês, prevendo-se a abertura de um novo concurso em 2007/2008."O meu compromisso com as escolas e com os professores é abrir no próximo ano um novo concurso para professor titular, em data que ainda não é possível antecipar porque os instrumentos ainda não estão produzidos", adiantou a ministra.Cerca de 50 mil docentes do topo da carreira candidataram-se ao primeiro concurso de acesso a professor titular, cuja fase de candidaturas decorreu entre 4 e 11 de Junho.Dos 49.884 professores que concorreram à mais elevada das duas categorias em que se divide a nova carreira, 30.168 são dos 8º e 9º escalões, estando dependentes de vaga para aceder a titular.Como a tutela abriu apenas 18.563 lugares nos agrupamentos de escolas, 11.605 docentes não terão vaga, ficando assim impedidos de subir na carreira.Ao concurso candidataram-se ainda 19.716 professores do 10º escalão (o último da profissão), sendo que estes não estão sujeitos a vaga, bastando-lhes somar 95 pontos no conjunto dos diversos factores em análise.No entanto, muitos destes docentes também poderão não chegar a titular, uma vez que aquela pontuação não é fácil de alcançar, sendo mesmo impossível para um professor que não tenha desempenhado cargos nos últimos sete anos, mesmo que tenha tido uma avaliação positiva e nunca tenha faltado.Alegando a escassez de vagas e a existência de ilegalidades no aviso de abertura do concurso, a plataforma sindical de professores já avisou que iria recorrer à justiça, admitindo entupir os tribunais com milhares de processos interpostos pelos docentes que não conseguirem aceder a titular.Na entrevista de hoje à Antena 1, Maria de Lurdes Rodrigues desvalorizou, no entanto, as críticas das organizações sindicais, considerando que as mesmas não representam a opinião dos docentes."Os sindicatos protestam, mas os professores sabem que nem todos poderão passar. Uma quota de 50 por cento nas categorias do 8º e 9º escalões é muitíssimo generosa e os professores sabem isso", concluiu.

Videovigilância em todas as escolas no próximo ano lectivo

O sistema de videovigilância vai ser generalizado a todas as escolas no próximo ano lectivo, garantiu hoje a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, em entrevista à Antena 1.
Em declarações à rádio, a ministra disse que a instalação de câmaras vai permitir, sobretudo, "proteger as escolas do exterior", uma vez que se têm registado "alguns assaltos" a estabelecimentos de ensino."Para criar melhores condições de trabalho para os professores e para as escolas e um clima de maior confiança para os alunos, o que está previsto é a instalação dos sistemas de vigilância. Já era um compromisso para este ano e estamos a cumpri-lo. [O Ministério da Educação] vai criar condições para que todas as escolas possam dispor desse equipamento", disse.A generalização de circuitos de videovigilância nos estabelecimentos de ensino foi anunciada em Janeiro, na sequência de um encontro entre o Ministério da Educação e o grupo coordenador do Programa Escola Segura.Segundo um relatório da PSP divulgado no final de 2006, a criminalidade nas escolas portuguesas aumentou 15 por cento no passado ano lectivo, tendo sido efectuadas 46 detenções pelos efectivos do Programa Escola Segura, principalmente por roubo, tráfico de droga, agressões e furtos. Em Novembro do ano passado, o Governo anunciou uma reestruturação deste programa, criando uma equipa de missão que, até 2009, vai avaliar a situação de violência nos estabelecimentos de ensino e propor novas políticas de segurança.

Ministério anula uma pergunta da prova de Física e Química

O Ministério da Educação anulou uma pergunta do exame nacional de Física e Química A do ensino secundário devido à existência de um erro.
Em causa está a prova de Física e Química A–715, no item 4.2.1. Na alínea D da versão 1 e na alínea B da versão 2, a figura apresenta "uma incorrecção que inviabiliza a concretização de uma resposta correcta", segundo um comunicado da tutela.Para não prejudicar os alunos na classificação final da prova, o ministério decidiu que a nota de cada um dos estudantes que realizou o exame será multiplicada por 1,0417.Ou seja, no caso de um aluno ter 12 valores na prova, por exemplo, a sua nota final no exame será de 12,5, o que corresponde a 13 valores.Ana Rego, da Sociedade Portuguesa de Química, congratulou-se com a decisão tomada pelo Gabinete de Avaliação Educacional (Gave), salientando a rapidez no processo."Antes do meio-dia já tinha recebido um telefonema do director do Gave a avisar que a questão estava errada e que iria ser anulada", disse.

quinta-feira, junho 21, 2007

Concurso Professor Titular- Informação


No âmbito do procedimento do concurso para acesso à categoria de professor titular, esclarece-se o seguinte:
1. O prazo de candidaturas decorreu entre 4 e 11 de Junho.
2. A comissão de certificação procede à validação dos dados de cada candidatura, no período compreendido entre 12 e 25 de Junho, nos termos dos n.ºs 1 e 2 do art. 15.º do Decreto-Lei n.º 200/2007, de 22/05.
3. De 26 a 28 de Junho, decorre um período de aperfeiçoamento da candidatura.
4. Os candidatos, nesses três dias, têm acesso à sua candidatura, podendo alterar dados, validados ou não validados pela comissão de certificação, tendo em conta os elementos constantes nos respectivos processos individuais.
5. No período de 29 de Junho a 5 de Julho, a comissão procede à certificação desses dados, conforme solicitação dos candidatos.
6. Posteriormente, serão divulgadas as listas dos candidatos admitidos e excluídos.
7. Após análise das participações dos docentes excluídos, o júri elabora a lista final dos admitidos e procede à selecção e ordenação dos candidatos.
8. O Presidente do Conselho Executivo e o Director do Centro de Formação da Associação de Escolas, enquanto elementos do júri, mais próximos dos candidatos e das comissões de certificação, deverão acompanhar todos os procedimentos do concurso.

Com os melhores cumprimentos,
A DGRHE - Direcção Geral dos Recursos Humanos da Educação

EXAMES 2007 - História



Mais críticas ao ministério da Educação
Professores de História arrasam exame
Carolina Reis

As Associação de Professores de História criticamente fortemente os documentos apresentados como fontes e os critérios de correcção do ministério para o Grupo II do exame.
As críticas da APH-Associação de Professores de História à prova ontem realizada em todo o país, constam de um parecer a que o Expresso teve acesso, e visam, sobretudo, o Grupo II da prova. Para os professores de História, os alunos do antigo programa curricular foram prejudicados.
"Não se teve em consideração que este exame, que se destinava não só aos alunos de História A e História B, mas também, aos alunos de História do decreto-lei 286/89, de 29 de Agosto [antigo programa curricular], nunca abordaram esta temática, porque não fazia parte do programa", afirma-se no documento em jeito de conclusão. A “temática” em causa – as dinâmicas de transformação da economia de mercado nas últimas décadas – é a que consta do Grupo II da prova.
Acresce que, na opinião da APH, as fontes utilizadas, como base de resposta às quatro perguntas deste grupo, suscitam algumas dúvidas.
Os professores dão especial importância à primeira pergunta do Grupo II, que se apoia num quadro (documento 1) no qual se misturam países e regiões económicas. "[O quadro] faz referência a países numa coluna onde surgem também pólos de desenvolvimento económico correspondentes a grupos de países."
Além de identificar na coluna intitulada “países” uma região económica (União Europeia), os países identificados como “Quatro ‘Tigres’ Asiáticos” também motivam reparos. Segundo a APH, é utilizada uma “terminologia polémica, visto que a designação para os quatro países considerados como ‘Tigres’ asiáticos aparece em vários autores para designar o grupo dos quatro países correspondentes a uma fase seguinte no desenvolvimento do comércio do sudeste asiático – Malásia, Indonésia, Tailândia e Filipinas”. Ora, segundo o documento em causa, os “Quatro ‘Tigres’ asiáticos” são: “Coreia do Sul, Taiwan, Hong Kong e Singapura”.
Mas as críticas não ficam por aqui. Com base no documento 1 do Grupo II é pedido aos alunos que apresentem “três razões justificativas do crescimento anual dos Quatro ‘Tigres’ asiáticos” quando “a fonte indica o crescimento médio por década” (1982-1992 e 1992-2002), sublinham os professores.
No conjunto das fontes apresentadas para responder à questão quatro do Grupo II, a associação considera que não foi possibilitado "o cruzamento de informação, uma vez que o relacionamento entre si é muito forçado. Torna-se difícil partir deste conjunto de documentos para chegar às conclusões pretendidas na questão". ("Explique, integrando os dados dos documentos 1 a 4, os processos de globalização da economia").
Em relação aos critérios de correcção, a associação afirma que as matrizes continuam a não explicitar as competências de avaliação. A atribuição de 60 pontos é considerada "excessiva" para o primeiro grupo.
Nas propostas de correcção da questão dois do Grupo I é criticado um dos descritores, apresentados como critério de avaliação pelo ministério, a saber, "distanciamento relativamente aos princípios anticoloniais incluídos na Carta das Nações Unidas e na Declaração Universal dos Direitos do Homem". A associação considera que é forçado e não decorre da fonte.
Os professores consideram ainda que uma parte do descritor proposto para correcção da questão quatro do Grupo II não está referida nos documentos para análise no exame. A temática do Grupo II foi considerada pela associação "pouco pertinente devido, por um lado à excessiva contemporaneidade da informação, pouco trabalhada do ponto de vista historiográfico; por outro, tratando-se do último módulo de um programa tão extenso, inibe a reflexão, o debate aprofundado e o correcto treino de competências".

quarta-feira, junho 20, 2007

SOS Professor recebeu 60 agressões a docentes só este ano

Linha telefónica de apoio aos docentes, a SOS Professor registou, só durante o ano lectivo que está prestes a terminar, mais de 60 agressões físicas a professores. Já o programa Escola Segura, registou uma diminuição de 5% no número de casos de agressões escolares, refere a TSF.
Contactada pela rádio, a SOS Professor revelou que, apesar de existir há apenas nove meses, a linha de apoio já recebeu mais de 60 chamadas de professores vítimas de agressões físicas.
De acordo com dados divulgados pelo coordenador do projecto, João Grancho, a Linha SOS Professor registou, durante o período em questão, «160 comunicações de professores de todos os distritos do país», «40% das quais tinham a ver com a agressão física».
Há mais tempo no terreno, o programa da PSP «Escola Segura» defende, no entanto, uma ligeira diminuição no número de casos de agressão, falando em cerca de 1500 ocorrências criminais, entre Setembro e Março.
Este valor, que corresponde a um decréscimo na ordem dos 5% em relação ao mesmo período do ano lectivo anterior, não esconde, no entanto, segundo o coordenador do programa, Luís Elias, a gravidade dos crimes mais habituais, nomeadamente «ofensas à integridade física, furtos e roubos».
«Na sua maioria, como estamos a falar de ocorrências no exterior dos estabelecimentos de ensino, são agressões dirigidas aos alunos» e «cometidas por indivíduos na sua maioria estranhos ao ambiente escolar», frisou Luís Elias.
18-06-2007 12:40:33

Exames: Professores de Português criticam prova do 12º ano

A Associação de Professores de Português (APP) criticou hoje o exame nacional do 12º ano à disciplina, considerando que a prova não avalia a maior parte dos objectivos do programa e descura, em particular, os conhecimentos de Gramática.
Para a APP, a prova realizada hoje, na qual estavam inscritos cerca de 67 mil alunos, acabou por ser pobre a nível das competências avaliadas, incidindo demasiado na interpretação de texto e negligenciando outro tipo de conhecimentos.
«O exame acaba por não avaliar a maior parte dos objectivos do programa. Ficam de fora conhecimentos tão importantes como a oralidade e a Gramática, o que é um aspecto muito negativo», disse à agência Lusa Paulo Feytor Pinto, presidente da associação.
Na opinião do responsável, a avaliação da Gramática foi negligenciada devido à polémica em torno da TLEBS, a nova terminologia linguística que em Abril foi suspensa no ensino básico devido à existência de erros e imprecisões científicas, mas que continuou a vigorar no secundário.
Envolta em polémica, a nova terminologia, aprovada pelo Ministério da Educação em 2004, devia ter começado este ano lectivo a ser aplicada de forma generalizada nas escolas, mas muitos professores acabaram por não ensinar os novos termos, continuando a leccionar a antiga nomenclatura.
Para resolver o problema, o Ministério da Educação emitiu um ofício em Janeiro, ainda antes da TLEBS ser suspensa no básico, para determinar que as perguntas relacionadas com a Gramática no exame do 12º ano deviam ser elaboradas e corrigidas de forma a admitir igualmente as respostas dadas por alunos que aprenderam a nova terminologia e pelos que não a deram.
No entanto, a prova hoje realizada acabou por não incluir perguntas específicas sobre Gramática, uma lacuna que a APP considera ser uma forma «de o Ministério da Educação fugir com o rabo à seringa».
«A forma como o ministério geriu a TLEBS foi muito atabalhoada e foram dadas orientações algo vagas. Por isso, devem ter optado por não fazer uma avaliação efectiva dos conhecimentos da gramática. Compreendemos as razões, mas não concordamos [com a decisão da tutela]», afirmou Paulo Feytor Pinto.
Defensora da realização de provas orais a Português, a par de exames escritos, a APP critica ainda que, todos os anos, os conhecimentos relacionados com a oralidade continuem sem ser testados.
«Basicamente, são avaliados os conhecimentos relacionados com saber ler e saber escrever. Já saber ouvir e saber falar são competências essenciais que não são testadas porque os exames orais dão muito trabalho e são muito dispendiosos», lamenta o responsável da associação.
Diário Digital / Lusa
18-06-2007 15:15:23

Exames: Professores de Português criticam prova do 9º ano

A Associação de Professores de Português (APP) criticou esta terça-feira o exame nacional do 9º ano à disciplina, lamentando que a prova não tenha abordado nenhuma das obras literárias obrigatórias no final do terceiro ciclo.
Cerca de 107 mil alunos do 9º ano realizaram hoje o exame de Língua Portuguesa, uma prova que não testou os seus conhecimentos relativamente a «Os Lusíadas», de Luís Camões, e à obra de Gil Vicente, que ocuparam grande parte das suas aulas durante este ano lectivo.
«Devia ter aparecido pelo menos uma pergunta sobre uma das duas obras literárias», defendeu Paulo Feytor Pinto, presidente da APP, criticando ainda a parte da prova destinada a testar a elaboração de respostas de desenvolvimento, uma «tarefa que foi demasiado facilitada aos estudantes».
O problema, explicou, reside nas instruções dadas para a elaboração das respostas que os docentes de Português consideram «pouco correctas», adiantando que referem «exactamente o que os alunos têm de saber e aquilo que se pretendia avaliar».
Ainda assim, a APP considera que a prova do 9º ano «é melhor» do que o exame nacional do secundário, realizado segunda-feira, que mereceu críticas duras por parte dos professores, por não avaliar a maior parte dos objectivos do programa e descurar, em particular, os conhecimentos de gramática.
«No exame do 9º ano, a gramática não foi deixada de fora, nessa perspectiva, é sem dúvida melhor», disse o presidente da associação.
A par da prova de Matemática, que se realiza quinta-feira, o exame nacional de Língua Portuguesa do 9º ano é obrigatório para a conclusão do ensino básico, sendo as pautas afixadas a 11 de Julho.
Em apenas 90 minutos, os alunos testaram hoje conhecimentos relativos a toda a matéria leccionada ao longo dos três anos do terceiro ciclo.
No ano passado, 46 por cento dos estudantes teve negativa no exame de Língua Portuguesa, uma percentagem de reprovações muito superior à registada em 2005, quando houve 33 por cento de chumbos na prova.
Os dois exames valem 30 por cento da classificação final das duas disciplinas, sendo cotados numa escala de zero a 100, depois convertida em notas de um a cinco.
Diário Digital / Lusa
19-06-2007 15:51:22

Juventude Popular pede demissão da ministra Lurdes Rodrigues

A Juventude Popular (JP) pediu hoje a demissão da ministra da Educação, acusando Maria de Lurdes Rodrigues de autismo, prepotência, injustiça, mentira, falta de rigor, arrogância e incompetência.
«A demissão da ministra é inevitável neste Estado democrático. Queremos mais rigor, consequência nos actos e liberdade», sublinha a comissão política nacional da JP, em comunicado.
A estrutura autónoma do CDS-PP denuncia «sete pecados políticos» cometidos pela ministra da Educação.
Em primeiro lugar, a JP acusa Maria de Lurdes Rodrigues de ter agido com autismo, «sem escutar devidamente os agentes educativos».
Por outro lado, a JP acusa a ministra de prepotência, que considera ter ficado clara no caso do processo disciplinar instaurado ao professor Fernando Charrua por alegadamente ter insultado o primeiro-ministro e na recente expulsão da Associação dos Professores de Matemático no processo de avaliação da área.
«A liberdade de expressão, contemplada na constituição, jamais poderá ser posta em causa e muito menos limitada por representantes do Ministério que assim respondem a uma discordância formal«, salienta o comunicado.
A JP acusa ainda Maria de Lurdes Rodrigues de injustiça, pela decisão de, no ano lectivo 2005/2006, autorizar a repetição dos exames de Física e Química, agora declarada inconstitucional pelo Tribunal Constitucional.
Mentira, falta de rigor, arrogância e incompetência são os outros pecados que a Juventude Popular aponta à ministra da Educação e que considera terem apenas uma conclusão.
«Só podemos chegar à conclusão que a incompetência impera e necessita de ser extirpada (...) Queremos a demissão de Maria de Lurdes Rodrigues!», conclui a JP, estrutura liderada por Pedro Moutinho.
Diário Digital / Lusa
19-06-2007 18:04:00

Quatro em cada 10 alunos do 6º ano com negativa a Matemática

Quatro em cada dez alunos do 6º ano tiveram nota negativa na prova de aferição de Matemática, a que registou os piores resultados, segundo dados divulgados hoje pelo Ministério da Educação (ME).
Nessa prova, 41% dos alunos obteve «Não Satisfaz», dos quais 6,6% tiveram a nota mais baixa, alcançando o nível 1, numa escala até cinco valores, o que equivale a uma classificação entre os zero e os 20%.
Os resultados desta prova levaram o Governo a anunciar esta quarta-feira que o plano de acção lançado há um ano para melhorar o desempenho dos alunos do 3º ciclo à disciplina será alargado, «com carácter obrigatório e urgente», ao 2º ciclo no próximo ano lectivo.
Já na prova do 4º ano os resultados foram mais animadores, uma vez que a percentagem de notas negativas (19,7%) é menos de metade da verificada no segundo ciclo. Enquanto a prova de Matemática do 6º ano é a que regista a maior percentagem de notas mais baixas, a do 4º ano é a que apresenta o maior número de «Muito Bons», com 10% dos alunos a alcançar os cinco valores.
Na Língua Portuguesa, os resultados não evidenciam discrepâncias significativas entre os dois anos de escolaridade, com as notas concentradas mais próximo da média. Entre os alunos do 6º ano, 85% obteve nota positiva, um resultado alcançado por quase 90% dos colegas do 4º ano.
Apesar de divulgar hoje as notas das provas de aferição, por percentagem, o ME recusou adiantar as médias nacionais às duas disciplinas. Nos dados divulgados, a tutela também não especifica o desempenho dos alunos nas diferentes competências que estavam a ser testadas, uma informação que será analisada nos cerca de 30 mil relatórios que o Ministério vai elaborar por turma e por escola.
A partir desses documentos, que serão enviados aos estabelecimentos de ensino no princípio de Outubro, os professores vão poder avaliar as competências em que os alunos demonstram mais dificuldades e orientar, nesse sentido, a sua prática lectiva a partir do próximo ano lectivo.
Cerca de 250 mil alunos dos 4º e 6º anos realizaram no final de Maio as provas de aferição a Língua Portuguesa e Matemática, testes que não contam para nota, mas que, pela primeira vez, foram aplicados universalmente e não apenas a uma amostra dos estudantes.
Diário Digital / Lusa
20-06-2007 20:48:00

Plano de acção de Matemática alargado ao 2º ciclo

O plano de acção criado pelo Ministério da Educação para melhorar os resultados a Matemática no 3º ciclo vai ser alargado ao segundo ciclo, já no próximo ano lectivo, anunciou esta quarta-feira a ministra Maria de Lurdes Rodrigues. Segundo a tutela, os resultados das provas de aferição realizadas no 4º e 6º anos mostram que a prova de Matemática do 2º ciclo foi a que registou o pior desempenho por parte dos alunos.
«Estas provas confirmam as preocupações com o ensino e a qualidade das aprendizagens da disciplina de Matemática e, portanto, a necessidade de alargar ao segundo ciclo, com carácter obrigatório e urgente, o Plano de Acção para a Matemática», anunciou a ministra da Educação, em conferência de imprensa.
Com o objectivo de melhorar as notas dos alunos na disciplina habitualmente mais temida por todos, o ministério lançou há um ano um plano de acção que envolveu cerca de 293 mil alunos do 3º ciclo, em 1070 escolas e agrupamentos. No âmbito deste plano, que conta com um orçamento global de nove milhões de euros até 2009, as escolas apresentaram à tutela projectos de melhoria dos resultados à disciplina, com metas definidas e quantificadas a três anos.
A contratação de peritos de universidades, o recrutamento de mais docentes de Matemática para reforçar o apoio aos alunos e o aumento do número de horas dedicado à disciplina foram algumas das soluções encontradas pelos estabelecimentos de ensino e viabilizadas pelo ministério, que não autorizou, contudo, a diminuição do número de estudantes por turma, uma das principais solicitações das escolas.
Para apresentarem à tutela projectos de melhoria de resultados, as escolas terão de analisar o desempenho dos alunos do 6º ano nas provas de aferição realizadas em Maio, cujas notas são já do conhecimento dos estabelecimentos de ensino desde o início da semana, sendo afixadas quinta-feira.
No princípio de Outubro, o Ministério da Educação vai ainda entregar cerca de 30 mil relatórios por turma e por escola, nos quais serão especificadas as competências em que os alunos demonstram mais dificuldades.
De acordo com a ministra, a elaboração desses documentos vai permitir «avaliar elementos estruturais do sistema de ensino, tais como programas, manuais escolares e formação de professores».

terça-feira, junho 19, 2007

Cursos profissionais reforçados para combater o abandono escolar


O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou hoje, em Torres Novas, um reforço substancial dos cursos profissionalizantes para o ensino básico e secundário, numa aposta que visa combater o insucesso e o abandono escolar.
Na apresentação dos cursos do programa Novas Oportunidades para o próximo ano lectivo, José Sócrates explicou que o objectivo final do Governo é que metade dos alunos opte por este tipo de ensino, cumprindo as recomendações da OCDE nesta matéria.Segundo o primeiro-ministro, o aumento do número total de alunos nas escolas que se verificou no ano passado deve-se ao regresso de muitos jovens ao ensino através destes cursos, um resultado que inverte uma tendência de dez anos em que existiam cada vez menos jovens a estudar nestes escalões. "São mudanças muito difíceis de aceitar", que não foram executadas pelos governos anteriores porque "só produzem resultados a longo prazo", disse José Sócrates, salientando que esta alteração é decisiva para o futuro de Portugal."Nenhum país pode competir na primeira linha da economia global se apenas tiver 30 por cento" da população com o 12º ano, afirmou.Nesse sentido, é responsabilidade do Governo fazer "a promoção desses cursos profissionais e tecnológicos" de modo a que haja "procura" para a oferta agora apresentada."É muito importante que os jovens saibam que têm esta oportunidade", afirmou José Sócrates, instantes depois de ter entregue manuais com a oferta existente a finalistas do 9º anoNos cursos profissionalizantes "a taxa de insucesso e abandono escolar é muito menor" porque os alunos sabem que saem da escola com uma certificação profissional que "os habilita para o mercado de trabalho", sublinhou o primeiro-ministro.Ministra fala em "revolução silenciosa e tranquila"Na cerimónia também esteve presente a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, que considerou o reforço do número de cursos "uma revolução silenciosa e tranquila" nas escolas que estão a adaptar "a sua oferta formativa às expectativas dos jovens e das suas famílias".Trata-se de "um processo lento e por vezes doloroso", para o qual tem contribuído "o empenho e motivação" da comunidade escolar, defendeu. No entanto, para completar este esforço, o Governo tenciona investir nos próximos anos na "modernização dos espaços e equipamentos das escolas" e alargar também "a cobertura da acção social escolar" no secundário."Temos de ter a garantia que nenhum aluno fica de fora [do sistema] por razões sociais e económicas", sustentou a ministra.Para o próximo ano lectivo, o número de cursos profissionais, tecnológicos, de aprendizagem e de educação e formação aumenta para 5000, mais 1700 do que no ano passado e o dobro do que em 2005/06.Segundo o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, em cada escola, "a quase totalidade dos alunos do ensino secundário e básico poderá optar por um curso profissionalizante que o habilita para o mercado de trabalho"."Todos os jovens terão a oportunidade de seguir os estudos [com vista à universidade] ou tirar um curso secundário para obter uma certificação profissional de nível 3", garantiu o secretário de Estado, salientando que estas opções existem "praticamente em todas as escolas do país".


Provas criticadas pela sua facilidade

Associação dos Professores de Português (APP) acusa o Ministério da Educação de "ter escolhido o caminho mais fácil" nos exames nacionais da disciplina - primeira fase -, realizados ontem, onde se inscreveram cerca de 67 mil alunos. Contactado pelo DN, Paulo Feytor Pinto, presidente da APP, diz que a prova -já de si "limitada" em termos de conteúdos, por se destinar a estudantes de dois programas distintos - deixa de fora a análise dos conhecimentos gramaticais obtidos pelos alunos ."Há um grupo de perguntas que se apresenta a si próprio como sendo de apreciação do conteúdo de gramática, mas que na prática quase não incide sobre essa área", considera.Para Paulo Feytor Pinto, o objectivo dessa omissão terá sido "evitar problemas" relacionados com os novos termos gramaticais (TLEBS) - que, apesar de suspensos no ensino básico, já estão presentes nos programas de Português do secundário, pelo que poderiam surgir nas provas. "Digamos que essa estrada [incluindo questões de gramática] era mais sinuosa e parece ter-se optado pelo caminho mais fácil. Só que essa 'estrada' fazia parte do programa".Outro aspecto a contribuir para serem avaliados "muito poucos conteúdos" programáticos é o facto de este ano o Ministério da Educação ter optado por um "exame único" (prova 639) para os alunos dos programas de 1989 e 2001: "A oralidade [prevista no programa mais recente] ficou de fora e mesmo na escrita só é aplicado o que era comum aos dois programas, com limitações, nomeadamente, ao nível dos autores abordados". Contactado pelo DN, o responsável pelo gabinete de comunicação do Ministério, Rui Nunes, não quis comentar estas críticas.15% dos alunos faltaramCerca de 15% dos 67 mil alunos inscritos nas provas de Português de ontem acabaram por não comparecer. De acordo com dados recolhidos pelo Júri Nacional de Exames (JNE), foi na região Açores que a afluência às provas foi maior: 90% dos 1347 inscritos marcaram presença. Já na Madeira, a taxa de participação não ultrapassou os 82%, correspondentes a 1820 alunos. Nas três maiores regiões educativas -Norte, Centro e Lisboa e Vale do Tejo, responsáveis por mais de 60 mil inscritos nos exames de Português, o nível de presenças oscilou entre os 84% e os 85%, com o Algarve nos 83%.Ontem realizaram-se ainda provas de Filosofia (só para alunos auto-propostos, com cerca de 8 mil inscritos) e de Geologia (pouco mais de 3 mil).Ao longo das próximas semanas, cerca de 280 mil estudantes do ensino básico (9.º ano) e secundário participam nos Exames Nacionais que, no caso dos mais velhos, podem também ser utilizados como provas de ingresso no superior.Cerca de 107 mil alunos do 9.º ano fazem esta manhã as provas de Português seguindo-se, na quinta-feira, os temidos exames de Matemática. No Secundário, às 09.00, 11.30 e 15.00 de hoje têm lugar exames de Inglês, Desenho A, Biologia e Geologia, Literatura Portuguesa e História.

domingo, junho 17, 2007

Um dia por Lisboa

UM DIA POR LISBOA
Fazer e Não Fazer
Teatro São Luiz, 19 de Junho


“Ninguém poderá conhecer uma cidade se não a souber interrogar,
interrogando-se a si mesmo”
José Cardoso Pires

Envolta numa ‘crise de destino’, a nossa Lisboa encontra-se num momento de encruzilhada. Todos sentimos como tem sido crescente a distância entre os espaços da política e os espaços da cidade – e os espaços da cidadania. Todos sentimos, também, que estes deveriam andar bem mais próximos.

Na próxima Terça-Feira, dia 19 de Junho, no Jardim de Inverno do Teatro São Luiz, ao Chiado, decorrerá uma sessão contínua (das seis da tarde à meia-noite) de expressão da cidadania. Convidámos vários cidadãos, entre eles alguns peritos, para virem falar sobre o que SE DEVE FAZER, e o que acham que absolutamente NÃO SE DEVE FAZER em Lisboa.

Cada convidado terá um máximo de dez minutos para fazer a sua declaração. Entre cada bloco de quatro ou cinco declarações será feito um ponto de situação/resumo das intervenções, por elementos do grupo coordenador. As intervenções estarão balizadas por cinco grandes temas:
Respirar (Ambiente e Paisagem), Relacionar (Vida Urbana e Quotidiano), Mover (Mobilidade e Estacionamento), Projectar (Urbanismo, Construção e Reabilitação) e Governar (Administração, Transparência e Participação).

Em simultâneo, convidamos todos os cidadãos residentes e utentes de Lisboa para virem também dizer o que FAZER E NÃO FAZER nos “speakers-corner”, cabines com sistema de gravação, que serão instalados no S. Luiz. Os depoimentos de especialistas e de cidadãos serão posteriormente tratados, sistematizados e divulgados. Poderão também ser vistos na PF tv (http://pftv.sapo.pt).
Do grupo que promove e coordena a iniciativa fazem parte nomes como: António Câmara, Alberto Lopes, Elisa Vilares, Isabel Peres Gomes, João Seixas, Jorge Barreto Xavier, José António Pinto Ribeiro, José Calisto, Lia Vasconcelos, Leonor Cintra Gomes, Luísa Schmidt, Nuno Artur Silva, Pedro Almeida Vieira, Pedro Matos e Rui Tavares.

Este grupo de cidadãos de Lisboa, não vinculado a qualquer das actuais candidaturas, pretende provocar discussões abertas, desmistificadoras e – sobretudo – motivadoras, em torno da nossa condição de cidadãos de uma cidade tão fascinante, intrigante, desejada e mal tratada. Assim, promove a sua primeira iniciativa – colectiva – em plena maré do período eleitoral, ciente de que compete a todo o cidadão, o direito e a responsabilidade de pensar e de actuar sobre a sua cidade. Sendo direito e responsabilidade permanentes, outras iniciativas se seguirão, no futuro.

Em breve divulgaremos a lista dos intervenientes.