sexta-feira, junho 29, 2007

Detectado mais um erro no exame nacional de Física e Química A


A Sociedade Portuguesa de Química (SPQ) detectou outro erro no exame nacional de Física e Química A–715, realizado no passado dia 22. Segundo um comentário publicado no site da sociedade, trata-se de "um erro grave ao nível de Química das Soluções", referente à questão 2.5.2.
O site reproduz um email (transcrito no final desta notícia) assinado pela professora e sócia da SPQ Maria Filomena Camões, do Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e enviado ao Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) do Ministério da Educação, a dar conta da existência de um "erro grave" na questão 2.5.2 do exame, referente à componente química da prova.Num comentário da própria SPQ, publicado no seu site, lê-se que a questão 2.5.2 "só pode ser resolvida pelos alunos se estes considerarem que a acidez da água da chuva é resultado da ionização de um ácido forte. Caso se trate de um ácido fraco a concentração de H3O+ calculada a partir de 10-pH é inferior à concentração de H3O+ que será neutralizada pela base. No enunciado não há nada que leve a concluir que se está em presença de um ácido forte e o programa da disciplina prevê titulações ácido fraco- base forte. Para além disso, nada impede que a chuva ácida seja causada por um ácido fraco pelo que a assumpção de que se trata de um ácido forte não é inequívoca".Numa apreciação genérica, a SPQ considera que "o aspecto mais aberrante é constarem desse dito formulário conceitos básicos reduzidos a fórmulas tais como a massa volúmica, o número de partículas, a quantidade de matéria, o volume molar de um gás [ou qualquer outra grandeza molar]. Não se entende que o aluno seja obrigado [bem, na nossa opinião] a saber escrever a expressão de uma constante de equilíbrio e não tenha de saber escrever uma expressão que lhe permita determinar uma massa volúmica!"O PUBLICO.PT está a tentar obter uma reacção do Ministério da Educação. Num primeiro contacto, o GAVE condicionou qualquer esclarecimento a uma autorização do gabinete de imprensa do Ministério da Educação.Primeiro erro detectado no item 4.2.1O primeiro erro detectado na prova refere-se ao item 4.2.1. Na alínea D da versão 1 e na alínea B da versão 2, a figura apresentava "uma incorrecção que inviabiliza a concretização de uma resposta correcta", segundo um comunicado da tutela.O ministério decidiu que a nota de cada um dos estudantes que realizou o exame será multiplicada por 1,0417.Ou seja, no caso de um aluno ter 12 valores na prova, por exemplo, a sua nota final no exame será de 12,5, o que corresponde a 13 valores.
Email enviado ao GAVE From: Filomena Camões [mailto:mfcamoes@fc.ul.pt]Sent: quarta-feira, 27 de Junho de 2007 8:37To: 'gave.me@mail.eunet.pt'Cc: 'spq@spq.pt'Subject: exame quimica prova 715Ao GAVE:Tendo regressado do estrangeiro, onde me desloquei em missão, só agora fui alertada para a questão 2.5 do exame 715; é grande a minha consternação, pois que se trata de erro grave ao nível mais elementar de Química das SoluçõesPasso a esclarecer:2.5.1- A afirmação D (...Kw) é correcta. A grandeza Kw diz respeito à substância água, H2O, é-lhe intrínseca, não tendo nada a ver o facto de a água ser da chuva ou de qualquer outra proveniência, com mais ou menos substâncias adicionadas, pelo que a frase é no mínimo "sem jeito", infeliz, reforçadora de concepções erradas, por demais instaladas.2.5.2- Valores de pH (≈ -lg [H3O+]) não são confirmados com titulações. Só no caso de a solução aquosa ser apenas de ácido(s) forte(s) é que o valor de pH inicial corresponde aos hidrogeniões quantificados pela titulação. Havendo mistura de ácido(s) forte(s) e fraco(s), como o problema sugere (água de chuva ácida mais água que terá eventualmente dissolvido ácidos orgânicos do pinheiro), o pH inicial é definido pelo(s) ácido(s) forte(s), já que a ionização do(s) ácido(s) fraco(s) está reprimida por aquele(s); a titulação de uma solução nestas condições dá a totalidade dos hidrogeniões provenientes 1º, do(s) ácido(s) forte(s) e depois, do(s) ácido(s) fraco(s).Maria Filomena Camões

Ligações úteis

PORTAL DO GOVERNO

PORTAIS NACIONAIS
Eu sou Criança
Debate Nacional sobre Educação
Parque Biológico de Gaia
Oceanário de Lisboa
Projecto Matemática Ensino - Universidade de Aveiro
Ciência Viva

ASSOCIAÇÕES DE PROFESSORES
Associação de Professores de Matemática
Associação de Professores de Português
Associação de Professores de História
Associação de Professores de Filosofia
Associação de Professores de Viseu
Associação de Professores de Ciências Económico-Sociais
Associação de Professores de Expressão e Comunicação Visual
Associação Nacional de Professores de Educação Visual e Tecnológica
Associação Portuguesa de Professores de Biologia e Geologia
Associação de Professores Interculturalidade
Associação Portuguesa de Professores de Inglês
Associação de Professores de Geografia
Associação Nacional de Professores de Informática
Associação Portuguesa dos Professores de Francês
Associação Portuguesa de Professores de Alemão
Associação de Professores de Espanhol

PORTAIS DO MUNDO
Portal europeu de escolas
Portal suíço de educação
Portal americano para crianças, pais e professores
Portal chileno de educação
Portal brasileiro sobre tecnologias educativas
Portal de projectos educativos europeus
Portal francês sobre tecnologias de informação e comunicação
Portal irlandês de educação
Portal polaco de educação
Portal Europeu sobre oportunidades de educação e formação

ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
Comissão Europeia
UNESCO
OCDE
UNICEF
Commonwealth of Learning
Eurydice

MINISTÉRIOS DA EDUCAÇÃO NO MUNDO
Departamento de Educação do Governo dos EUA
Departamento de Educação do Governo do Reino Unido
Ministério da Juventude, Educação e Ciência de França
Ministério da Educação e Assuntos Religiosos da Grécia
Ministério da Educação, Cultura e Desporto de Espanha
Departamento de Educação e Ciência do Governo da Irlanda
Agência Nacional para a Educação do Governo da Suécia
Ministério da Educação da Finlândia
Ministério da Instrução, da Universidade e da Investigação de Itália
Ministério da Educação, da Formação Profissional e dos Desportos do Luxemburgo
Ministério da Educação de Malta
Ministério da Educação do Chile
Ministério da Educação e Pesquisa - Alemanha
Ministério da Educação do Brasil
Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia - Argentina
Ministério da Educação da Nova Zelândia
Departamento de Educação, Ciência e Formação - Austrália
Ministério da Educação do Ontário (Canadá)
Ministério da Educação do Quebeque (Canadá)

Membros do Conselho das Escolas eleitos hoje


Lusa 2007-06-28

O novo órgão consultivo do Ministério da Educação será constituído por representantes de conselhos executivos de escolas de todo o país.
Os 60 presidentes de conselhos executivos que vão compor o Conselho das Escolas, o novo órgão consultivo do Ministério da Educação (ME), são eleitos hoje para assegurar a representação dos estabelecimentos de ensino na definição da política educativa.Criado no âmbito da nova lei orgânica do ME, o conselho deverá elaborar propostas legislativas e emitir pareceres sobre diplomas relativos à educação pré-escolar e aos ensinos básico e secundário, como a reestruturação da rede pública de escolas.O presidente do Conselho das Escolas irá integrar o Conselho Nacional de Educação, um órgão consultivo composto por elementos de vários sectores da comunidade educativa que, até agora, não incluía qualquer representante dos estabelecimentos de ensino públicos.Para as eleições de hoje apresentaram-se 44 listas nos 18 círculos eleitorais, sendo os distritos de Lisboa e Porto os mais representados entre os candidatos.O conselho, que irá reunir-se semestralmente, terá autonomia de orçamento e a sua sede funcionará na escola a que pertence o presidente de conselho executivo que hoje for eleito pelos colegas.A criação desta estrutura foi anunciada pela ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, em Maio do ano passado, prevendo-se, nessa altura, que começasse a funcionar até ao final de 2006, o que não aconteceu.

Nota negativa para Ministério da Educação


Joana Santos 2007-06-28

Autarquias, pais e professores tecem críticas à tutela num balanço do ano lectivo que terminou. Há medidas positivas, mas, no geral, afirmam, é um ano para esquecer.
"O grande saldo negativo deste ano lectivo foi a imposição do Estatuto da Carreira Docente (ECD) que foi contra a vontade de todos os professores", afirma Maria Arminda Bragança, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), salientando que "não pode ser tudo imposto à última hora como tem sido feito".Apesar de concordarem com algumas medidas - as actividades extracurriculares, o alargamento das ofertas de cursos profissionais e as reformas curriculares - a FNE está "contra o modo como as medidas são implantadas e a maneira como o Ministério da Educação impõe as medidas sem ter qualquer preocupação em criar um ambiente de receptividade e colaboração com professores".Por isso mesmo, Maria Arminda Bragança defende que "o balanço não pode ser positivo". Para o próximo ano esperamos que "todas as medidas que têm sido propagandeadas não sejam virtuais e se realizem de modo enriquecedor", acrescentando que é importante que o "ME se abra de facto ao diálogo".Para José Nóbrega Ascenso do SINAPE, "aquilo que se verificou foi uma forte falta de vontade de encontrar consensos e um vontade de entrar em conflitos". Entre os aspectos negativos, o dirigente destaca a aprovação do ECD, o concurso de professor titular e as "preocupações economicistas do ME", afirmando ainda que "este ano lectivo é um dos períodos mais negativos na educação em Portugal com conflitos abertos com todas as entidades, desde as escolas às autarquias".António Avelãs, do Sindicato de Professores da Grande Lisboa, faz também uma apreciação negativa deste ano lectivo. "Os resultados dos exames também são importantes para ser feita uma avaliação mais completa e além disso há medidas que só podem ser avaliadas a longo prazo porque agora podem parecer boas e depois revelarem-se más e vice-versa", ressalva.Ainda assim, o dirigente afirma que actualmente o "ME é uma estrutura descredibilizada, sem apoio de qualquer sector da sociedade. António Avelãs recorda que "o ano começou com guerra entre o Ministério e os professores devido ao Estatuto da Carreira Docente" e sublinha que o balanço é também "muito negativo" pelo concurso de professor titular.Para o dirigente, "o ano termina ainda pior para a ministra" com o caso da DREN e a suspensão do professor Charrua, o afastamento da Associação de Professores de Matemática do programa de melhoria de aprendizagens na disciplina por terem tecido criticas, e a decisão do tribunal face à repetição dos exames de Química.Ainda assim, António Avelãs salienta que há ideias que poderão dar bons frutos - o programa de melhoria de aprendizagem de Matemática, as matérias em torno do programa novas oportunidades e a criação de cursos profissionais - e que espera que tenham sucesso, mas "ainda é cedo para saber se terão resultado"."Há uma apreciação negativa do ME todos os dias face ao trabalho dos professores e no próximo ano vai ser preciso que recue nesta agressão aos professores e desbloqueie o diálogo. O Ministério da Educação tem de perceber que é preciso atender aos problemas com uma atitude diferente daquilo que tem feito", avisa.Recorda que em tempos a ministra disse que perdeu os professores mas ganhou a opinião pública mas hoje, afirma, isto já não é verdade. A título de exemplo, aponta o projecto de actividades de enriquecimento curricular que geraram problemas. "Há já quem pense que se deviam chamar actividades de empobrecimento", conclui.Também o vice-presidente do Conselho Directivo da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) criticou no início desta semana o facto de as actividades de enriquecimento curricular nem sempre corresponderem aos objectivos traçados pelo executivo. Em alguns locais, afirmou António José Ganhão, estas actividades "não constituem uma mais-valia para as famílias, por razões que se prendem com a contratação de professores" ou a "falta de espaços com capacidade para receber os alunos em condições".João Grancho, da Associação Nacional de Professores, critica também este prolongamento de horários. "Está-se perante uma mercantilização. Há professores a serem explorados e a receberem 2 e 3 euros à hora e há inclusivamente crianças com sintomas de stress e cansaço face a esta carga de horários", argumenta.Afirma que se estão a fechar escolas a mais e que apesar de nunca se ter falado tanto em autonomia nunca as escolas foram tão controladas. "Está-se a implantar nas escolas o controlo burocrático digital e as escolas são controladas ao pormenor", explica.João Grancho defende que se deveria transferir quase totalmente a autonomia para as escolas de modo a poderem responsabilizar-se pelos seus alunos e terem recursos para promoverem as compensações necessárias em cada situação.Em relação às provas e exames de avaliação, teme que a pressão em termos de resposta da sociedade leve à tentação de diminuir o grau de exigência e de rigor, e sublinha que, "comparando as provas de aferição e os exames deste ano com o ano passado, está-se a baixar o nível de exigência".Contactada pelo EDUCARE.PT, a Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) remeteu, por razões internas, a sua posição oficial para mais tarde. Contudo, em declarações à TSF no início desta semana Maria José Viseu, representante da Confederação, apontou o "facto de os testes intermédios à disciplina de Matemática no 11.º ano" realizados terem obtido um resultado médio de "cinco valores" como o pior do ano lectivo que agora termina.

Ministra da Educação desvaloriza polémica sobre prova de Física e Química A

A ministra assegurou que "a qualidade dos exames melhorou substancialmente este ano







A ministra da Educação desvalorizou hoje as críticas de cinco federações regionais de associações de pais, que acusaram a tutela de "ligeireza" no caso da pergunta anulada no exame nacional de Física e Química A.
"São apenas cinco federações regionais e existem centenas. Essas federações regionais não são representativas. Infelizmente a Confederação das Associações de Pais vive um período de grande turbulência, mas já se pronunciou noutro sentido", afirmou Maria de Lurdes Rodrigues, à margem do debate parlamentar sobre as alterações ao estatuto do aluno.Na passada sexta-feira, o Ministério da Educação decidiu anular uma questão daquela prova, realizada nesse dia por 28.070 alunos, alegando que uma incorrecção na formulação da pergunta "inviabilizava a concretização de uma resposta correcta".Para não prejudicar os alunos na classificação final da prova, a tutela decidiu que a nota de cada um dos estudantes que realizou o exame será multiplicada por 1,0417, uma solução contestada pelos encarregados de educação de Leiria, Beja, Lisboa, Viseu e Guarda, que consideram que a decisão vai gerar uma "enorme injustiça e desigualdade".Numa carta dirigida à ministra e divulgada ontem, os pais alegam que aquela majoração da nota não irá beneficiar igualmente todos os alunos e exigem a atribuição da cotação máxima relativa à pergunta anulada (oito pontos) a todos os estudantes.O erro detectado no exame nacional de Física e Química A esteve no centro da discussão durante o debate parlamentar sobre as alterações ao estatuto do aluno, tendo o líder do CDS-PP, Paulo Portas, desafiado o Ministério da Educação a abrir um processo de averiguações para apurar responsabilidades. "Vai abrir um processo de averiguações sobre as responsabilidades por estes erros nos exames ou no seu ministério os processo são apenas reservados a quem diz piadas sobre o primeiro-ministro?", questionou, referindo-se ao caso da suspensão de funções na Direcção Regional de Educação do Norte do professor Fernando Charrua.A este propósito, a ministra assegurou que "a qualidade dos exames melhorou substancialmente este ano", garantindo que o sucesso no planeamento e elaboração das provas por parte da tutela é de 99,9 por cento."Realizaram-se 44 exames num total de mil perguntas. O único erro objectivo registou-se numa questão e foi prontamente identificado e corrigido pelo Ministério da Educação. Não aceito críticas nesta matéria", afirmou

Educação: Alterações ao estatuto do aluno dividem deputados da oposição

28 de Junho de 2007, 21:13

Lisboa, 28 Jul (Lusa) - As alterações ao estatuto do aluno propostas pelo Governo para combater a indisciplina dividiram hoje a oposição, com os partidos de esquerda a acusarem o Executivo de "deriva autoritária" e a direita a reclamar medidas mais rígidas e punitivas.
O diploma que altera o Estatuto do Aluno do Ensino Básico e Secundário, aprovado em Abril em Conselho de Ministros, foi discutido hoje na generalidade no Parlamento, tendo sido, no entanto, adiada a sua votação.
As alterações propostas pelo Ministério da Educação (ME) prevêem um reforço da autoridade dos professores e das escolas, passando a ser da responsabilidade dos conselhos executivos a decisão sobre todas as medidas disciplinares, com excepção da transferência e expulsão.
A desburocratização dos procedimentos associados à aplicação das medidas é igualmente prevista no diploma, que contempla ainda um reforço do controlo da assiduidade dos alunos.
Para o PCP, o documento "mais não representa do que o agravamento das medidas de repressão e punição dos estudantes, culpabilizando-os por todas as incapacidades do sistema educativo".
"O Governo disfarça-se de esquerda moderna, mas revela-se um exímio intérprete do papel da mais reaccionária e velha direita", contestou o deputado comunista Miguel Tiago.
Também o Bloco de Esquerda, pela intervenção da deputada Cecília Honório, considerou que as propostas do Executivo "resvalam para o reforço, sem critério, das medidas sancionatórias, deixando desprotegidos os direitos dos alunos".
"A política do Governo [a nível do combate à indisciplina] é 'prevenção zero, punição máxima", criticou a deputada bloquista.
Já o CDS-PP, pelo contrário, defendeu que a escola precisa de mais autoridade e acusou o ME de "negligência" relativamente aos casos de agressões de professores por parte de alunos ou encarregados de educação.
O líder do partido, Paulo Portas, criticou ainda uma das alterações propostas pelo Governo, que prevê a realização de um exame por parte dos alunos que excederem o limite de faltas injustificadas, mas que permite, excepcionalmente, a possibilidade de estes transitarem de ano, mesmo que reprovando na prova.
"O aluno pode exceder o limite de faltas injustificadas, não ter aprovação na prova e ainda assim passar de ano. Com esta proposta, a assiduidade deixa de ser um valor", criticou.
Na resposta, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, devolveu as críticas ao CDS-PP, considerando que para os democratas-cristãos "a prioridade não é prevenir, nem corrigir comportamentos absentistas, mas apenas punir os alunos".
Na Assembleia da República, o Governo mostrou-se disponível para integrar no diploma propostas da oposição quando as alterações ao estatuto do aluno forem discutidas na especialidade, em sede de comissão parlamentar.
Presente no debate, o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, manifestou-se confiante na possibilidade de um consenso relativamente a esta matéria, apesar das grandes divergências existentes no seio da oposição.
"Há sempre aqueles para quem uma medida que reforça a autoridade dos professores é pouco democrática e outros para quem qualquer medida a este nível é sempre insuficiente para garantir a punição desejada", afirmou.
JPB.
Lusa/Fim

quinta-feira, junho 28, 2007

quarta-feira, junho 27, 2007

Exames Nacionais: Quase 30 por cento das provas ficaram por realizar devido às faltas dos alunos

27 de Junho de 2007, 18:44

Lisboa, 27 Jun (Lusa) - Das 356 mil provas que deveriam ter sido realizadas na primeira fase dos exames nacionais do secundário, quase 30 por cento ficaram por fazer devido às faltas dos alunos, segundo dados do Ministério da Educação.
Ao longo da primeira fase dos exames, que decorreu entre 18 e 26 de Junho, registaram-se 97.738 faltas, o que representa 27,3 por cento das 356.717 inscrições.
Em termos absolutos, o exame nacional de Física e Química A foi o recordista a nível das ausências, tendo faltado 17.303 dos 45.373 alunos (38 por cento) que estavam inscritos para o realizar.
Já em percentagem, a prova nacional de Filosofia do 10º e 11º anos foi a que registou o maior número de faltas, com mais de dois em cada três estudantes inscritos a não comparecerem (69 por cento).
Os exames de Filosofia foram os mais adiados para a segunda fase, já que na prova do 12º ano foram igualmente mais os alunos que faltaram (57 por cento) do que os que optaram por testar conhecimentos, logo na primeira fase.
No caso dos exames de Psicologia, Química e Física as ausências foram também muito significativas, com 49 por cento, 46 por cento e 45 por cento de faltas, respectivamente.
Os estudantes do ensino secundário inscrevem-se para a primeira fase dos exames nacionais, mas podem depois optar por realizar algumas provas somente na segunda fase, por uma questão de estratégia de estudo, sem terem qualquer penalização.
Os resultados da primeira fase são divulgados a 06 de Julho, enquanto as pautas relativas à segunda fase, que irá decorrer entre 12 e 17 de Julho, serão afixadas no dia 27 do mesmo mês.
A classificação nos exames nacionais vale 30 por cento da nota final de cada disciplina e oscila entre os 35 e os 50 por cento no caso das notas de ingresso no Ensino Superior.
Este ano, o número de alunos inscritos para a realização dos exames nacionais do ensino secundário desceu quase cinco por cento relativamente a 2006, com menos 7.227 inscrições.
Dos 169.567 que se inscreveram para os exames, quase dois terços fizeram as provas com a intenção de concorrer ao Ensino Superior.
JPB/MLS.
Lusa/Fim

Balanço do ano lectivo


Joana Santos 2007-06-27

Com o ano prestes a terminar, o EDUCARE.PT recorda as principais medidas e acontecimentos que marcaram o ano lectivo.
O ano lectivo começou com a FENPROF a exigir um concurso extraordinário para colocação de professores em 2007. Alguns docentes consideravam ter sido mal colocados, por terem sido ultrapassados por colegas com menor graduação, mas o Ministério da Educação (ME) não avançou com outro concurso. Este foi apenas o primeiro acontecimento que viria a marcar o ano lectivo que agora terminou.Professores em contestaçãoA proposta de revisão do Estatuto da Carreira Docente (ECD) foi contestada por todos os sindicatos do sector, mas acabou por ser promulgada. O novo ECD estipula que a profissão passa a dividir-se em duas categorias (professor e professor titular), com quotas definidas para aceder à segunda e mais elevada. Esta é, aliás, uma das principais mudanças introduzidas pelo documento e também aquela que mais contestação suscitou por parte dos docentes, assim como o exame de ingresso na profissão e a avaliação de desempenho dependente de critérios como a taxa de insucesso e abandono escolar dos alunos.As negociações entre sindicatos e ME relativas à regulamentação do primeiro concurso para professor titular começaram logo em Fevereiro e terminaram um mês depois sem acordo e com a oposição dos sindicatos. Ainda assim, a proposta do Governo seguiu em frente. Candidataram-se à nova categoria cerca de 50 mil docentes do topo da carreira, 30 mil dos quais são do 8.º e 9.º escalões, o que significa que estão dependentes de vaga para aceder a titular. Destes, estima-se que cerca de 11 mil não terão vaga. Mas não são os únicos. Apesar dos professores do 10.º escalão, o último da profissão, não estarem sujeitos à existência de vagas, muitos poderão não chegar a titular, uma vez que não é fácil alcançar os 95 pontos necessários, podendo mesmo ser impossível para um professor que não tenha desempenhado cargos nos últimos sete anos, mesmo que tenha tido uma avaliação positiva e nunca tenha faltado.A plataforma sindical de professores já avisou que iria recorrer à justiça, admitindo "entupir" os tribunais com "milhares" de processos interpostos pelos docentes que não conseguirem aceder a titular. Por seu lado, a ministra da Educação comprometeu-se a abrir no próximo ano lectivo um novo concurso para professor titular, a que poderão candidatar-se todos os docentes que este ano não conseguirem aceder à mais alta categoria da carreira.Este ano ficou também marcado pelo anúncio da intenção de criar a figura de "professor-tutor" no 5.º e 6.º anos, onde um só docente passará a leccionar várias áreas nucleares, como a Matemática e o Português. De acordo com o novo regime de habilitação profissional para a docência, publicado em Fevereiro deste ano, os professores do pré-escolar e do 1.º e 2.º ciclos passarão a ter de fazer uma licenciatura em Educação Básica, com um total de 120 créditos, distribuídos por Português, Matemática, Estudo do Meio e Expressões, seguido de um mestrado de especialização em Educação Pré-Escolar, Ensino do 1.º ciclo, Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º ciclo ou Ensino do 1.º e 2.º ciclos, consoante a sua opção.Escolas debaixo de olhoO ano fica também marcado pelos casos de violência nas escolas. Segundo o Observatório de Segurança Escolar, nas escolas portuguesas registam-se em média duas agressões a professores por dia. O assunto esteve em debate na Assembleia da República e no relatório sobre violência nas escolas, apresentado por um grupo de deputados, propôs-se a criação de uma comissão de segurança em todas as escolas, constituída por representantes de alunos, professores, pais, pessoal auxiliar e forças de segurança. Recomendou-se ainda mais autonomia para as escolas e a integração de acções de prevenção de comportamentos de risco e mediação de conflitos no projecto educativo das escolas, bem como programas de formação para professores.Outra das medidas sugeridas no mesmo relatório foi a requalificação de espaços e equipamentos escolares degradados e a construção de novos que proporcionem ambientes mais seguros e saudáveis.Esta requalificação, pelo menos da rede das escolas secundárias do País, deverá concretizar-se nos próximos nove anos. Com um investimento de cerca de mil milhões de euros, o Governo assumiu que o Programa de Modernização do Parque Escolar do Ensino Secundário é uma prioridade e que começará já em Julho em quatro escolas-piloto. Ao todo serão abrangidas 332 escolas.Depois de ter sido anunciada no ano passado a sua criação, o Conselho de Escolas acabou por entrar em funcionamento este ano. O novo órgão consultivo do Ministério da Educação, que pretende assegurar a participação das escolas na definição das políticas educativas, tem como competências elaborar propostas legislativas e emitir pareceres sobre diplomas relativos à educação pré-escolar e aos ensinos Básico e Secundário, como à reestruturação da rede pública de escolas.Novidades para os alunosEste ano as provas de aferição do 4.º e 6.º anos passaram a ser obrigatórias para todos os alunos. Os resultados não são animadores: 4 em cada 10 alunos do 6.º ano registaram nota negativa na prova de aferição de Matemática, situação que levou o ME a anunciar o alargamento do plano de intervenção a Matemática ao 2.º ciclo do Ensino Básico.Já para o Ensino Secundário, o ME anunciou o reforço da vertente prática e experimental dos cursos científico-humanísticos e a formação científica dos alunos. As modificações entram em vigor já no próximo ano lectivo. Está previsto o aumento da carga horária, com mais dois ou três blocos de aulas de 90 minutos, e a passagem da disciplina de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) do 10.º ano para os 7.º e 8.º anos.Envolta em polémica, a nova terminologia, aprovada pelo Ministério da Educação em 2004, começou neste ano lectivo a ser aplicada de forma generalizada num conjunto alargado de escolas, estando previsto que abrangesse todo o sistema de ensino em 2009. Contudo, a TLEBS foi alvo de fortes críticas por parte de encarregados de educação e professores de Linguística e Literatura, tendo mesmo sido entregue na Assembleia da República uma petição com mais de oito mil assinaturas contra a sua aplicação nas escolas. A tutela acabou por suspender a sua aplicação no Ensino Básico para ser revista cientificamente. A mesma decisão não foi aplicada no Secundário, onde os novos termos continuam a fazer parte da aprendizagem.O lançamento do programa Novas Oportunidades, dirigido aos jovens que abandonaram ou estão em risco de abandonar o sistema de ensino sem completar 9 ou 12 anos de escolaridade e aos adultos activos com baixas qualificações, foi outra das novidades deste ano. Ainda neste âmbito, o Governo anunciou um reforço substancial de cursos profissionalizantes para os ensinos Básico e Secundário.O ano fica ainda marcado pelo debate em torno da importância da Filosofia no Ensino Secundário, que reuniu muitos defensores vindos de diferentes áreas e levou mesmo à criação de uma petição onde se pede o alargamento da oferta da disciplina de Filosofia a todos os cursos científico-humanísticos do 12.º ano e a reintrodução do exame nacional de Filosofia do 10.º/11.º anos. A iniciativa continua a receber apoios e a petição irá manter-se, à espera de que as pretensões sejam atendidas pela tutela.Na recta final destaque ainda para o caso DREN, que levou à suspensão de um docente das suas funções na Direcção Regional de Educação do Norte por alegados insultos ao primeiro-ministro, e também para o afastamento da Associação de Professores de Matemática da Comissão de Acompanhamento do Plano de Matemática após criticar publicamente declarações da ministra da Educação.

Grupo de professores reclama anulação de concurso


Sara R. Oliveira 2007-06-27

Cento e quinze docentes da Escola Secundária Eça de Queirós escreveram à ministra da Educação e ao Presidente da República. Em causa, critérios de avaliação de desempenho no concurso de acesso a professor titular.
A principal preocupação está na metodologia utilizada no processo de candidatura a professor titular. Cento e quinze professores da Escola Secundária Eça de Queirós, em Lisboa, juntaram-se para dar nota do que consideram ser um concurso gerador de "profundas injustiças e redutor da carreira profissional de toda uma vida". Uma carta enviada à ministra da Educação e ao Presidente da República evidencia o descontentamento do grupo de docentes, que defende o aproveitamento das diferentes potencialidades de cada professor. "Temos professores que gostam mais de ensinar, outros de desempenhar determinados cargos. Essa diversidade enriquece a escola", escreve-se na missiva, que também foi enviada ao primeiro-ministro, José Sócrates."O objectivo é a anulação do concurso, pura e simplesmente", explica Maria Eduarda Luz, professora da Eça de Queirós. "Em declarações à TSF, a ministra da Educação comprometeu-se a abrir novo concurso no próximo ano lectivo. Espero que ninguém aceite esta ‘benesse' da ministra", afirma. Os 115 docentes não aceitam os critérios utilizados na avaliação de desempenho dos professores. "Há grandes e tremendas injustiças". "Lamento que os sindicatos continuem a bater na tecla da assiduidade, quando isso não é o mais importante", acrescenta.Foi numa reunião que a ideia da carta surgiu. "Decidimos que não devíamos receber de braços abertos o decreto" que regulamenta o concurso de acesso a professor titular. A exposição acabou por ser assinada por 115 dos 162 professores da Eça de Queirós. O documento, que ainda não obteve resposta da ministra da Educação, foi enviado em meados deste mês. "Será que o insucesso escolar passa pelo mau desempenho das escolas? Não passa por aí", conclui Maria Eduarda Luz."Em muitas escolas, os professores fazem milagres." É desta forma que termina a carta que coloca várias interrogações. "Será que o mérito só conta a partir de 1999?". "Será que a função principal do professor não é ensinar/educar? E o futuro?". "A distinção, estranha, entre professor e professor titular vai desmotivar os professores e trazer graves problemas à organização e consequente funcionamento das escolas", acrescenta-se. Os docentes vincam a sua posição: "Acreditamos que a melhoria do ensino só é possível dignificando a carreira docente, mobilizando os professores, os alunos, os pais e restante comunidade educativa."Os docentes realçam os vários projectos em que a escola está envolvida, sobretudo no âmbito de um trabalho de inclusão social - a Eça de Queirós tem 121 alunos de 41 nacionalidades - e não esquecem o percurso do estabelecimento de ensino para destacar pontos de vista. "A escola tem um passado. Muitos professores deram o seu contributo, exerceram funções de presidente, membros do conselho executivo, delegados de grupo, de departamento, etc. Há professores que, pelo facto de não desempenharem cargos nos últimos anos, agora não atingem os ‘pontos' necessários para se candidatarem a professor titular". Mais uma pergunta que surge: "E os professores do 7.º, 8.º e 9.º escalões que deveriam ter mudado de escalão em 2005 e, embora reunindo todos os requisitos para aceder a professor titular, ficam pelo caminho? E todos os outros, anónimos e excelentes professores?".Na introdução da carta enviada ao Presidente da República, o grupo de docentes salienta que pretende contribuir "para uma reflexão crítica sobre o modo com tal concurso tem vindo a decorrer e sobre as suas insuficiências, no que diz respeito à avaliação qualitativa que faz do percurso profissional dos professores". A missiva dos docentes da Eça de Queirós foi também enviada ao primeiro-ministro, presidente da Assembleia da República (AR), Tribunal Constitucional, Plataforma Sindical dos Professores, Comissão de Educação da AR, grupos parlamentares da AR, Provedor de Justiça, Conselho Nacional de Educação, presidente da Câmara Municipal de Lisboa e presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria dos Olivais.


1.ª fase de exames terminou


A 1.ª fase dos exames nacionais do Ensino Secundário chegou ontem ao fim. Os resultados serão afixados no próximo dia 6 de Julho.
Embora envolta em menor polémica do que no ano passado, a 1.ª fase de exames nacionais do Ensino Secundário ficou marcada por algumas críticas por parte dos professores, sobretudo à prova de Português, em que se contestou o facto de não ter sido avaliada a maior parte do programa e, em particular, os conhecimentos de Gramática.Também na semana passada, uma incorrecção numa pergunta do exame de Física e Química A levou o Ministério da Educação (ME) a anular a questão e a decidir que a classificação final da prova será multiplicada por 1,0417, para que os alunos não fossem prejudicados.A classificação do exame nacional vale 30% da nota final da disciplina e conta entre 35% e 50% para a nota de candidatura às universidades e institutos politécnicos, sendo as pautas afixadas a 06 de Julho.A 1.ª fase dos exames nacionais terminou hoje com a realização das provas de História da Cultura e das Artes e de Aplicações Informáticas B.A 2.ª fase dos exames do Ensino Secundário decorre entre 12 e 17 de Julho, sendo os resultados afixados a 27 do mesmo mês.Os alunos que hoje concluírem todos os exames na 1.ª fase podem candidatar-se ao Ensino Superior entre 09 e 13 de Julho. Os alunos que optam pela 2.ª fase de provas concorrem entre 27 de Julho e 03 de Agosto.Embora ainda não sejam conhecidos os custos dos exames nacionais deste ano, o director do Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE), Carlos Pinto Ferreira, já garantiu que o custo da realização dos exames nacionais diminui relativamente ao ano passado, em que foram gastos 6,5 milhões de euros.Sem querer precisar um valor, o responsável atribuiu esta redução à diminuição do número de provas, que baixou de 56 para 38, e ao facto de os critérios de classificação já não serem distribuídos em papel, mas apenas disponibilizados na Internet.Além do pagamento aos milhares de professores correctores, que recebem por cada prova revista, o Governo tem ainda encargos muito avultados com a operação de segurança que envolve cerca de 500 agentes da PSP e mais de 14 mil militares da GNR.A protecção, entrega e recolha dos exames nacionais fica a cargo da "Operação Athena 2007", que se prolonga durante mais de dois meses.

Sindicato dos Professores do Norte analisa a actuação da ministra da Educação


“Pior ano lectivo desde o 25 de Abril”
A direcção da área sindical do SPN/FENPROF afirma que o ano lectivo que está a terminar fica marcado como o “pior desde o 25 de Abril”. As medidas de política educativa do Governo português desagradam os profissionais da educação, que as apontam como sendo anti-democráticas.
Patrícia SantosEm conferência de imprensa, a direcção da área sindical do SPN aproveitou para fazer um balanço do ano lectivo que está a terminar. Perante as medidas “anti-democráticas” do Governo português, este organismo sublinhou que este ano fica “indelevelmente marcado como o pior desde o 25 de Abril”. Além das alterações no Estatuto de Carreira Docente, o ministério da Educação tem levado a cabo “o abate cego de escolas, a imposição ilegal de fusões/extinções de escolas e/ou agrupamentos e a redução estatística do número de alunos com necessidades educativas especiais”.Segundo os responsáveis, as acções protagonizadas pela ministra atingem “negativamente o exercício profissional docente, o reordenamento da rede escolar do ensino básico e secundário e o cumprimento do currículo do 1º ciclo”. Sem professores valorizados a educação não avançaAlém disso, o Estatuto da Carreira Docente do ministério da Educação, o novo regime de contratação e a modalidade de prestação de serviços, implementados já este ano lectivo, conduziram à “degradação das carreiras, à precarização dos vínculos e, inevitavelmente, ao aumento do desemprego”. Estas alterações desmotivam, por certo, os professores, que não se sentem valorizados numa profissão que abraçaram como sendo sempre uma causa a defender em prol do desenvolvimento do país.Já o encerramento de estabelecimentos de ensino, nomeadamente no que concerne ao 1º ciclo, não é muito perceptível pelo SPN, que entende que estas medidas têm, acima de tudo, um cariz economicista. A novidade da fusão de escolas básicas e secundárias também surpreendeu os sindicatos, que afirmam que estas megas unidades escolares colocarão em causa a gestão de espaços. Prevê-se o ‘abate’ de 4500 até 2010A reorganização da rede escolar englobou o encerramento de mais de 1.500 escolas a nível nacional, prevendo um total de 4.500 até 2010. Nos concelhos de Oliveira de Azeméis, Arouca e Vale de Cambra ainda não é quantificável o número de escolas que a encerrar. No entanto, se o critério a adoptar passar pela criação das turmas de ano e o fim dos desdobramentos, fecharão mais de 20 escolas nos três concelhos. Esta situação torna-se cada vez mais preocupante, visto que não se vislumbram para o próximo ano lectivo “os tão apregoados centros escolares”. Aliás, “Arouca continuará com os seus contentores, Oliveira de Azeméis sem solução para acabar com o regime de desdobramento e Vale de Cambra com uma situação atípica com evidentes prejuízos pedagógicos”. ------------------Dificuldades inerentes ao prolongamento do horário Segundo o SPN, o currículo do 1º ciclo foi empobrecido e ‘disciplinarizado’, através da marcação rígida de horas para Língua Portuguesa, Matemática e Estudo do Meio. A área das expressões – fundamental para o desenvolvimento das crianças – foi transferida para as designadas actividades de enriquecimento curricular, o que lhes atribui um papel menos importante. Além disso, os discentes passaram a ter mais dez horas semanais de aulas, uma vez que “não existe uma clara distinção entre o que é curricular e o que é enriquecimento curricular”. É de referir que estes prolongamentos são conseguidos através de mão-de-obra barata, qualificada e paga em regime de jorna.Educação serve para formar pessoasPara a direcção do SPN, a ideia do programa ‘Novas Oportunidades’ é em si benéfica. Através desta iniciativa, o governo pretende melhorar as qualificações de, aproximadamente, um milhão de habitantes até 2010. Porém, “começa a ser assustador verificar que um aluno vai conseguir adquirir equivalências escolares em poucos meses”, disse o sindicalista, lembrando que os centros escolares vão receber mediante os indivíduos que vão qualificar, ou seja, “é possível que se verifique uma verdadeira promiscuidade”. E, convém salientar, que ainda não há um estudo feito no que concerne às reais necessidades do mercado de trabalho. Desta forma, aumentar a qualificação não implica que as ofertas de emprego aumentem.

Esta é o máximo

Rir é mesmo o melhor remédio



























Por incumprimento legal Professores queixam-se da tutela



A falta de cumprimento da Lei da Negociação Colectiva para a definição do calendário escolar do próximo ano lectivo é o motivo de uma queixa institucional que a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) vão apresentar à Provedoria de Justiça.






Segundo a Federação, o despacho da ministra Maria de Lurdes Rodrigues não foi previamente apresentado aos sindicatos, a fim de ser dado um parecer, segundo a regulamentação legal. A Fenprof considera esta atitude “inédita em mais de 30 anos de democracia” e revela o “profundo desrespeito” do presente executivo do Ministério da Educação para com os professores e suas organizações representativas.A estrutura sindical, afecta à CGTP vai ainda apresentar um protesto formal junto da ministra da Educação, acusada de “falta de cultura democrática”.





Maria de Lurdes Rodrigues não estabelece prazos




A ministra da Educação considera que os grandes temas do futuro próximo são a reorganização dos ciclos do ensino e a discussão sobre a manutenção ou antecipação da idade para a entrada na escola. A proposta coloca a questão da obrigatoriedade do pré-escolar.




O gabinete de Maria de Lurdes Rodrigues esclareceu que o alargamento do percurso escolar, através da antecipação da entrada na escola e do aumento da escolaridade obrigatória até ao 12º ano, é um dos objectivos do Governo, mas que se recusa para já a fixar um prazo para a implementação destas medidas.A Fenprof discorda da antecipação da entrada na escola, pois “as orientações curriculares estabelecidas desde 1999 é que estão correctas, por se adequarem ao desenvolvimento da criança”. Quanto à FNE, concorda com a proposta da ministra


domingo, junho 24, 2007

CONCURSO PARA ACESSO A "TITULAR"


MANUAL DE RECLAMAÇÕES
Já é possível ter acesso às minutas no âmbito do concurso a professor titular, a que os docentes poderão recorrer, após a sua notificação pelo júri.
O SPRC recomenda aos seus sócios que contactem sempre o Gabinete Jurídico ou os serviços de atendimento do Sindicato.
Acesso ao Manual - <http://www.sprc.pt/paginas/Legislacao/legislacao.html>
LEIA SEMPRE AS INSTRUÇÕES COM CUIDADO E SIGA-AS AO PORMENOR.
O Departamento de Informação e Comunicação

Professores de Português criticam prova do 9.º ano

A Associação de Professores de Português (APP) criticou ontem o exame nacional do 9.º ano à disciplina, lamentando que a prova não tenha abordado nenhuma das obras literárias obrigatórias no final do terceiro ciclo.Cerca de 107 mil alunos do 9.º ano realizaram ontem o exame de Língua Portuguesa, uma prova que não testou os seus conhecimentos relativamente a "Os Lusíadas", de Luís Camões, e à obra de Gil Vicente, que ocuparam grande parte das suas aulas durante este ano lectivo."Os professores gastam muito tempo a dar "Os Lusíadas" e Gil Vicente, que depois não saíram no exame. Devia ter aparecido pelo menos uma pergunta sobre uma das duas obras literárias", defendeu Paulo Feytor Pinto, presidente da APP.Em declarações à agência Lusa, o responsável da associação criticou ainda a parte da prova destinada a testar a elaboração de respostas de desenvolvimento, considerando que a tarefa foi demasiado facilitada aos estudantes. O problema, explicou, reside nas instruções dadas para a elaboração das respostas que os docentes de Português consideram "pouco correctas".

Mais críticas ao ministério da Educação

Professores de História arrasam exame
Carolina Reis

A Associação de Professores de História criticou fortemente os documentos apresentados como fontes e os critérios de correcção do ministério para o Grupo II do exame.

As críticas da APH-Associação de Professores de História à prova ontem realizada em todo o país, constam de um parecer a que o Expresso teve acesso, e visam, sobretudo, o Grupo II da prova. Para os professores de História, os alunos do antigo programa curricular foram prejudicados.
"Não se teve em consideração que este exame, que se destinava não só aos alunos de História A e História B, mas também, aos alunos de História do decreto-lei 286/89, de 29 de Agosto [antigo programa curricular], nunca abordaram esta temática, porque não fazia parte do programa", afirma-se no documento em jeito de conclusão. A “temática” em causa – as dinâmicas de transformação da economia de mercado nas últimas décadas – é a que consta do Grupo II da prova.
Acresce que, na opinião da APH, as fontes utilizadas, como base de resposta às quatro perguntas deste grupo, suscitam algumas dúvidas.
Os professores dão especial importância à primeira pergunta do Grupo II, que se apoia num quadro (documento 1) no qual se misturam países e regiões económicas. "[O quadro] faz referência a países numa coluna onde surgem também pólos de desenvolvimento económico correspondentes a grupos de países."
Além de identificar na coluna intitulada “países” uma região económica (União Europeia), os países identificados como “Quatro ‘Tigres’ Asiáticos” também motivam reparos. Segundo a APH, é utilizada uma “terminologia polémica, visto que a designação para os quatro países considerados como ‘Tigres’ asiáticos aparece em vários autores para designar o grupo dos quatro países correspondentes a uma fase seguinte no desenvolvimento do comércio do sudeste asiático – Malásia, Indonésia, Tailândia e Filipinas”. Ora, segundo o documento em causa, os “Quatro ‘Tigres’ asiáticos” são: “Coreia do Sul, Taiwan, Hong Kong e Singapura”.
Mas as críticas não ficam por aqui. Com base no documento 1 do Grupo II é pedido aos alunos que apresentem “três razões justificativas do crescimento anual dos Quatro ‘Tigres’ asiáticos” quando “a fonte indica o crescimento médio por década” (1982-1992 e 1992-2002), sublinham os professores.
No conjunto das fontes apresentadas para responder à questão quatro do Grupo II, a associação considera que não foi possibilitado "o cruzamento de informação, uma vez que o relacionamento entre si é muito forçado. Torna-se difícil partir deste conjunto de documentos para chegar às conclusões pretendidas na questão". ("Explique, integrando os dados dos documentos 1 a 4, os processos de globalização da economia").
Em relação aos critérios de correcção, a associação afirma que as matrizes continuam a não explicitar as competências de avaliação. A atribuição de 60 pontos é considerada "excessiva" para o primeiro grupo.
Nas propostas de correcção da questão dois do Grupo I é criticado um dos descritores, apresentados como critério de avaliação pelo ministério, a saber, "distanciamento relativamente aos princípios anticoloniais incluídos na Carta das Nações Unidas e na Declaração Universal dos Direitos do Homem". A associação considera que é forçado e não decorre da fonte.
Os professores consideram ainda que uma parte do descritor proposto para correcção da questão quatro do Grupo II não está referida nos documentos para análise no exame. A temática do Grupo II foi considerada pela associação "pouco pertinente devido, por um lado à excessiva contemporaneidade da informação, pouco trabalhada do ponto de vista historiográfico; por outro, tratando-se do último módulo de um programa tão extenso, inibe a reflexão, o debate aprofundado e o correcto treino de competências".

Ministra admite antecipar idade de entrada na escola




Alfredo Maia e Helena Norte




A ministra da Educação considera que os grandes temas do futuro próximo são a reorganização dos ciclos do ensino e a discussão sobre a manutenção ou antecipação da idade para a entrada na escola, recolocando na ordem do dia a obrigatoriedade do pré-escolar. Embora Maria de Lurdes Rodrigues, citada pela agência Lusa, não tivesse precisado, numa reunião com militantes socialistas em Viseu, se se referia à antecipação da idade de entrada no 1.º Ciclo ou à obrigatoriedade da frequência do pré-escolar aos cinco anos, a segunda possibilidade é que colhe maior consenso de fontes ouvidas pelo "Jornal de Notícias". A ideia de alargar o percurso escolar, antecipando a entrada no sistema de ensino e aumentando a escolaridade obrigatória até ao 12.º ano, é um dos objectivos do Governo, esclareceu ao JN o gabinete de Maria de Lurdes Rodrigues. A obrigatoriedade da frequência do pré-escolar insere-se naquele objectivo, mas o ministério recusa, para já, fixar um horizonte para as medidas "Talvez daqui a seis meses, talvez daqui a seis anos", diz a mesma fonte.Há pelo menos seis anos que a Federação Nacional de Professores (Fenprof) defende a obrigatoriedade da entrada no sistema de ensino, ao nível do pré-escolar, no grupo etário dos cinco anos, como factor de diminuição das desigualdades no 1.º Ciclo, recordou ao JN o seu secretário-geral, Mário Nogueira, esperando ser este o objectivo da governante. A medida responsabiliza o Estado e implica o alargamento da rede de equipamentos, acentua.Também a Federação Nacional da Educação (FNE) defende a mesma obrigatoriedade aos 5 anos, por considerar que promove um percurso escolar de sucesso, e um regime facultativo para os 3 e 4 anos, explicitou ao JN o secretário-geral da organização, João Dias da Silva.Quanto à eventualidade de a ministra estar a pensar na antecipação da idade de entrada no 1.º Ciclo, a Fenprof discorda. "As orientações curriculares estabelecidas desde 1999 para o grupo dos 5 anos é que estão correctas, por se adequarem ao desenvolvimento da criança", afirma Mário Nogueira."É habitualmente aceite que é aos 6 anos, aproximadamente, que a criança está preparada para o cumprimento de regras e objectivos e para realizar tarefas de aprendizagem da educação formal", observa a investigadora em psicologia do desenvolvimento da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, Orlanda Cruz, defendendo o alargamento e maior qualidade da rede pré-escolar. O jardim-de-infância é importante para o estímulo e de-senvolvimento de competências e das relações interpares, diz. Enquanto a Fenprof não encontra "nada que justifique a reorganização dos ciclos do Básico e do Secundário" a que Maria de Lurdes Rodrigues se referiu, a FNE admite uma mudança, desde que precedida de "um consenso gerado através de um debate nacional".Em discussão está a possibilidade de fusão dos dois primeiros ciclos do Ensino Básico, o que implica que, nos primeiros seis anos, as crianças tenham apenas um professor. No regime actual, o 1.º Ciclo é leccionado por um professor, à excepção dos conteúdos de Inglês, Educação Musical e Educação Física, enquanto no 2.º cada disciplina é ministrada por um docente específico.João Dias da Silva considera que as alterações só poderão ser implementadas após mudanças no sistema de formação de professores, que os habilitem a leccionar matérias de seis anos.

Ensino do português nos EUA

O Presidente da República, Cavaco Silva, admitiu que os emigrantes têm razão nas queixas sobre o ensino do português nos Estados Unidos, ao fazer um balanço da visita que termina este sábado àquele País.
"O ponto em que eu penso que têm razão é o do ensino da língua portuguesa", referiu Cavaco Silva questionado sobre as queixas que ouviu do Conselho das Comunidades Portuguesas, que recebeu na passada quinta-feira em Boston. À saída dessa reunião, os representantes do Conselho, entre várias críticas ao Governo, estranharam a "coincidência" da assinatura de um novo protocolo com o Estado de Massachusetts para a continuação do ensino da língua portuguesa nas escolas locais apenas na véspera desta visita, quando o protocolo anterior caducara há cerca de um ano. Confrontado com estas críticas, o secretário de Estado das Comunidades, António Braga, que acompanhou a vista de Cavaco Silva aos EUA, respondeu que a assinatura nesta ocasião fora coincidência e justificou os atrasos com a transferência de competências do ensino do português no estrangeiro do Ministério da Educação para o Ministério dos Negócios Estrangeiros. Ensino da língua portuguesa no estrangeiro "Ao longo do tempo as coisas não têm ido bem e em resultado de reajustamentos em matéria de competências no ensino do português no estrangeiro, ocorreram alguns atrasos, mas antes de partir para esta viagem assegurei-me que eram corrigidos, por isso foi possível assinar o acordo com o Estado de Massachusetts", explicou Cavaco Silva. "Houve contactos, como é obvio, entre o meu gabinete e dois ministérios, mas o próprio Governo estava empenhado em que este assunto fosse resolvido antes da minha viagem, talvez para evitar muitas perguntas dos senhores jornalistas", adiantou o Presidente, questionado sobre a sua intervenção neste caso. "Temos de fazer mais e melhor quanto ao ensino da língua portuguesa", insistiu. Portugal "um País de oportunidades"Sobre a visita de quatro dias aos Estados Unidos, três dos quais dedicados a contactos com a comunidade portuguesa, Cavaco Silva disse que tentou "mobilizar portugueses, luso-descendentes e amigos de Portugal para olharem o País, que é diferente do que conheceram há 20 ou 30 anos, e vê-lo como um País de oportunidades". O Presidente revelou que se reuniu quinta-feira última com um grupo que se chamará "Grupo dos Amigos de Portugal em Massachusetts", constituído por americanos que se comprometem a divulgar Portugalnos EUA. Portugal e os EUA "Tive oportunidade de falar com professores do MIT e da Escola Médica de Harvard que têm neste momento protocolos de cooperação com universidades portuguesas e ouvi os mais rasgados elogios a cientistas e professores que estão envolvidos na apresentação no próximo ano de um programa conjunto de pós-graduação com o MIT envolvendo universidades portuguesas", disse. "E o mesmo vai ser feito, penso, entre a Escola Médica de Harvard e as universidades portuguesas", adiantou. Presidente não visitou a Casa Branca Numa viagem em que passou ao lado da Casa Branca, Cavaco Silva justificou que George W. Bush, o presidente norte-americano - "que era a única pessoa com quem eu eventualmente podia encontrar-me" - não tinha o dia 20 disponível e esse era o dia em que o Chefe de Estado português tinha de estar em Washington para inaugurar a exposição "Encompassing the Globe". "Decidi que viria independentemente de quaisquer contactos ao mais alto nível com a administração norte-americana", disse. O Presidente da República almoçou este sábado com membros da comunidade portuguesa de Newark antes de partir para Lisboa.
Lusa