sexta-feira, novembro 09, 2007

Sindicatos contestam prova de ingresso


Lusa 2007-11-09

As estruturas sindicais do sector da Educação consideram que a prova de ingresso na carreira docente, aprovada ontem pelo Governo, "não faz sentido" e reafirmam que ela põe em causa a acreditação das instituições do Ensino Superior.
O Governo aprovou quinta-feira em Conselho de Ministros um decreto que define as regras da prova de acesso à carreira de professor, prevendo-se a realização de dois exames para todos os candidatos a docentes. De acordo com o dirigente da Federação Nacional de Educação (FNE) João Dias da Silva, os cursos das instituições superiores já conferem aos seus titulares uma acreditação para poderem dar aulas, não se justificando a prova de ingresso."Esta prova perde todo o sentido. Põe em causa as instituições do ensino superior, que certificam os profissionais", referiu.João Dias da Silva disse que "se o Governo tem dúvidas que as instituições do ensino superior estão a acreditar mal os profissionais, então tem que pôr em causa os critérios de avaliação dessas instituições".O dirigente sindical justificou ainda que, de acordo com o novo estatuto da carreira docente, os professores têm de passar por um período probatório, com a duração de um ano, durante o qual são acompanhados por um professor mais experiente.Também o dirigente da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) Mário Nogueira, entende que a "prova não faz sentido" e que só visa "criar a ilusão de que o desemprego nos professores não é aquilo que é". Mário Nogueira explicou que através da prova o Ministério da Educação "pretende reduzir a taxa do desemprego entre os professores"."Se os candidatos não passarem a prova de ingresso, então não são professores e não engrossam a lista dos desempregados", explicou. "Esta prova é um artifício que não tem como objectivo escolher os melhores. Trata-se de um novo requisito habilitacional ilegal e que visa limpar as taxas de desemprego", referiu. Mário Nogueira disse ainda que esta prova vem condicionar a mobilidade nacional, dado que nas carreiras docentes dos Açores e Madeira, a prova não é necessária. "Contudo, se um professor quiser vir dar aulas para o continente, terá de fazer a prova de ingresso", esclareceu. Segundo o dirigente , o Governo devia actuar nas instituições de ensino, por considerar que a "formação dos professores em Portugal está abaixo do desejado".

Provas de aferição relançam debate da nova terminologia

Virgínia Alves
Os resultados das provas de aferição realizadas em Maio pelos alunos dos 4º e 6º anos voltaram a chamar a atenção para a discussão em torno nova Terminologia Linguística para os Ensino Básico e Secundário (TLEBS). As conclusões relativas ao "conhecimento explícito" da Língua Portuguesa (Gramática) demonstrado pelos alunos do 6º ano (só 11% responderam correctamente), recolocaram na agenda a discussão a TLEBS, em discussão pública até 31 de Dezembro. As explicações apontadas para piores resultados na Gramática pelos alunos do 6º ano, quando comparados com os do 4º, são várias, entre elas "a anarquia da terminologia que existe há 30 anos", como refere o presidente da Associação de Professores de Português (APP), Paulo Feytor Pinto. Naturalmente que "do 1º para o 2º ciclo aumenta a quantidade e a complexidade da matéria, mas é também possível encontrar numa mesma turma, do 2º ciclo, vários alunos a utilizarem terminologias diferentes, porque foi assim que lhes foi ensinado", referiu o presidente da APP, associação que sempre se mostrou favorável à aplicação da TLEBS.Recorde-se que a experiência pedagógica da nova TLEBS foi suspensa em Fevereiro por decisão ministerial e após contestação de pais e professores. "Protestaram e conseguiram a sua suspensão, no entanto o documento está para discussão pública há cerca de mês e meio, e até 31 de Dezembro e caiu no esquecimento", sublinhou Paulo Feytor Pinto, temendo que "a 1 de Janeiro, recomecem as críticas" e tudo se mantenha. Álvaro Gomes, professor de português aposentado e autor de uma gramática tem uma opinião diferente. Salientando que não é contra a terminologia apresentada, porque foi feita com bases científicas que não são discutíveis, diz-se "contra que esta seja trabalhada directamente com as crianças e jovens, quando é bastante elaborada e deve ser introduzida de uma forma gradual". Este metodólogo, que assumiu não ter participado na discussão pública do documento da TLEBS, nem estar interessado em fazê-lo, diz que a sua "contribuição" é a gramática que escreveu em 1977, onde está esquematizada "a terminologia sem necessidade de recorrer a palavrões. As explicações elaboradas são feitas em nota para professores e pais". A nova terminologia gramatical, foi aprovada em 2004, substituindo a nomenclatura em vigor desde 1967. Este ano o seu ensino foi generalizado, após revisão do documento de 2004, antes da suspensão aos 3º, 5º e 7º anos, com a ideia de abranger todo o ensino em 2009.SubstantivosO substantivo era concreto ou abstracto e designava-se o número e o género. Com a revisão do TLEBS esta designação desaparece e é alterada para nome.
Advérbios
Os advérbios dividiam-se por advérbios de lugar, de modo, de tempo, de negação, de afirmação e de dúvida. A nova terminologia mantém a classe dos advérbios, mas abrange ainda os de predicado, frase, negação, afirmação, quantidade e grau, inclusão, exclusão e conectivos.
Sintaxe
O que se acrescentava a um sujeito de uma frase, entre vírgulas, (Cavaco Silva, presidente da República, vai ...) era designado por "aposto". Com as alterações propostas essa designação desaparece dando lugar à designação "modificador do nome apositivo".
Frases
Na TLEBS não é feita, ao contrário do que se utilizava até agora, uma distinção entre frase e oração. Na nova terminologia são referidas frases simples e complexas.

Dezenas de alunos em risco de perder apoio

Teresa CardosoTem nove anos. Frequenta o 4.º ano do 1.º ciclo do ensino básico na escola de Rio de Moinhos (Sátão). A deficiência que a acompanha desde a nascença, espinha bífida, nunca pôs em causa o bom aproveitamento escolar. Mas pode impedi--la de continuar os estudos, se, até segunda-feira, o Ministério da Educação (ME) não reforçar as horas de trabalho da tarefeira, a própria mãe, que a ajuda a mover-se e a ultrapassar os constrangimentos de uma incontinência severa. É que, ontem, uma fonte do ministério acendeu uma pequena luz ao fundo do túnel, garantindo que, a confirmarem-se os problemas de falta de pessoal, "eles serão resolvidos". Mas na mesma situação de Ana Inês de Jesus estão, apenas no agrupamento de escolas de Sátão, mais quatro crianças em risco de exclusão por falta de acompanhamento educativo especial. Apenas uma pessoa, mesmo sem formação, que as ajude a andar, comer, ir à casa de banho ou assistir no recreio, passivamente, às brincadeiras dos colegas ditos normais.O primeiro alerta para o corte de horas às tarefeiras que ajudam os alunos com deficiência a continuar nas escolas, foi dado, na última semana, pela associação de pais do agrupamento de escolas Infante D. Henrique, em Viseu. A directora regional de Educação do Centro, Engrácia Castro, desdobrou--se em contactos, e impediu, com a garantia de uma solução, o protesto de pais e encarregados de educação agendado para a próxima semana.Nos últimos dias, um levantamento "não exaustivo" do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) revelou, contudo, que há pelo menos dez agrupamentos e uma escola da região com problemas idênticos (ver infografia). "É escandaloso", protesta o sindicalista Manuel Rodrigues, que acusa o Governo de pôr à frente das pessoas "a obsessão do défice orçamental".O Conselho Executivo da Escola Básica 2/3 de Sátão confirmou, ontem, ao JN, que as horas atribuídas pela DREC às tarefeiras contratadas para limpeza ou acompanhamento de crianças deficientes acabaram. "Já atingimos a ruptura. A partir de segunda-feira, se a situação não for alterada, poderá gerar-se o caos a esse nível", confessou, preocupado, Eduardo Ferreira, presidente do Conselho Executivo.Aquele responsável admite que meia dúzia de escolas do 1.º ciclo de Sátão correm o risco de fechar, obrigando os alunos com deficiência a ficar em casa. "Na nossa escola, a única solução é encerrar serviços, como a cantina ou a reprografia, entre outros, para permitir que os auxiliares educativos garantam as tarefas mínimas ", acrescentou Ângela Bártolo, outra dirigente da EB 2/3 de Sátão. "O ministério está no terreno, em contacto estreito com os conselhos executivos, para ver se há ou não problemas. Se os houver, serão resolvidos, como tem sido prática normal", disse a fonte do ME. Aliás, frisou, "Há muitos outros, um pouco por todo o país, que têm sido resolvidos". Mas os pais e encarregados de educação do agrupamento de Sátão não acreditam e estão a preparar uma posição conjunta.

Escola viola a lei e recusa livros novos a alunos desfavorecidos

Nem todas as escolas estão a cumprir a lei que prevê a atribuição de um subsídio às famílias mais carenciadas para a compra de manuais escolares. A escola básica EB23 Sá Couto, em Espinho, por exemplo, faz uma interpretação muito especial da legislação, reservando-se o direito de só fornecer a respectiva requisição para levantamento nas livrarias quando estão em causa os cadernos de exercícios. Naquela escola , os alunos abrangidos pela acção social que quiserem aceder aos manuais têm de se conformar com os livros velhos, já utilizados por outros alunos em anos anteriores, mesmo que já não se encontrem nas melhores condições. E que isso não esteja previsto na lei.O procedimento daquela escola, revelado ao DN pela mãe de um aluno e confirmado pelo seu conselho executivo, é considerado ilegal pelo gabinete da ministra da Educação. "Esse procedimento não é normal nem legal", refere o ministério em resposta ao DN, acrescentando que "o empréstimo de livros tem caracter suplementar e não substitutivo do subsídio para a aquisição de manuais escolares pelos alunos beneficiários da acção social escolar".A situação motivou já a queixa de uma mãe à Direcção Regional do Norte (DREN). "Devido ao meu baixo nível de rendimentos fiquei colocada no escalão A pela própria pauta da escola, o que me dá acesso a um total de 94 euros este ano lectivo para a compra de livros", disse a encarregada de educação ao DN. Esse direito foi-lhe negado pelos serviços daquela escola, que, em vez disso, a confrontaram com a alternativa de aceitar livros já usados e apenas 28 euros para cadernos de exercícios. "O meu filho, de 9 anos, que pertence ao quadro de honra, quando viu os livros, já gastos, e rasurados, começou a chorar", disse. À reclamação formal daquela encarregada de educação, de 11 de Outubro ainda não chegou resposta.

Governo aprova prova para professores

Governo aprovou esta quinta-feira em Conselho de Ministros um decreto que define as regras da prova de acesso à carreira de professor, estabelecendo a realização de, pelo menos, dois exames para todos os candidatos a docentes, escreve a Lusa.
De acordo com o documento, que regulamenta o Estatuto da Carreira Docente (ECD) no que diz respeito à entrada na profissão, a prova de ingresso inclui um exame comum a todos os candidatos, no qual são avaliados o domínio da língua portuguesa e a capacidade de raciocínio lógico.
Já a segunda componente da prova, igualmente com duas horas de duração, irá avaliar os conhecimentos científicos e tecnológicos específicos da área ou áreas disciplinares associadas à formação académica dos candidatos e que estes querem vir a leccionar.
Além destes dois exames escritos, o acesso à profissão poderá ainda incluir uma oral ou uma prova prática nos domínios das línguas, ciências experimentais, tecnologias de informação e comunicação (TIC) e expressões.
Segundo o diploma, uma classificação inferior a 14 (numa escala de zero a 20) em qualquer uma das provas é automaticamente «eliminatória».
A nota final resulta da média das duas ou três componentes da prova de ingresso, podendo os candidatos pedir a reapreciação dos exames e, em último caso, recorrer para o director-geral dos recursos humanos da Educação.
O processo de elaboração desta prova destinada aos futuros professores é em tudo semelhante ao realizado nos exames nacionais dos alunos do básico e secundário, cabendo ao Gabinete de Avaliação Educacional do ME preparar e produzir as matrizes, os enunciados e os respectivos critérios de classificação dos testes, em ambos os casos.
No entanto, será ainda constituído o Júri Nacional da Prova, um órgão nomeado pelo ME a quem vai competir a apreciação, classificação e reapreciação dos exames.
Os únicos dispensados da realização da prova de ingresso são os docentes que foram contratados em, pelo menos, dois dos últimos quatro anos lectivos imediatamente anteriores a 2007/8, desde que tenham cumprido cinco anos de serviço lectivo e uma avaliação de desempenho igual ou superior a Bom.
Na altura da apresentação da proposta, as estruturas sindicais criticaram a realização da mesma, afirmando que o Governo estava a pÔr em causa a capacidade formativa das instituições de ensino superior.
Para o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, se o ministério considera que há problemas na formação, deve actuar sobre as instituições, identificando os problemas e estipulando as exigências que quer ver cumpridas.
Por sua vez, João Dias da Silva, da FNE, destacou que os professores fazem agora uma formação superior de dois ciclos, no âmbito do Processo de Bolonha, que «integra uma componente de estágio», saindo das escolas «com classificações que já os gradualizam uns em relação aos outros».

Ao ponto a que nós chegámos!!!!


Associações de pais entendem que prova de ingresso para professores é forma de escolher os melhores


A Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) considera que a prova de ingresso na carreira docente vai fazer uma "triagem" nos candidatos a docentes e pôr fim ao "facilitismo" no acesso à profissão.



O Governo aprovou ontem em Conselho de Ministros um decreto que define as regras da prova de acesso à carreira de professor, prevendo-se a realização de dois exames para todos os candidatos a docentes. Em declarações à Lusa, o presidente da Confap, Albino Almeida, reconheceu que a prova não é a melhor maneira para elevar a qualidade dos docentes, mas considera que se trata de "um passo". "As provas de acesso não deviam existir, mas compreende-se porque a formação inicial dos professores não é a melhor", disse. Na opinião de Albino Almeida, a prova "pode" vir a seleccionar os professores e permitir, dessa forma, que apenas os mais vocacionados para o ensino ingressem na carreira. A prova de ingresso na carreira docente vem corrigir uma falha que "consistiu nos últimos anos a um certo facilitismo no acesso à profissão", referiu. "É preciso elevar esta profissão [docente] a uma categoria mais elevada", adiantou. A Confap defende, no entanto, um modelo diferente que se traduza por uma maior exigência no acesso aos cursos superiores. Por sua vez, as estruturas sindicais do sector da Educação consideram que a prova de ingresso na carreira docente "não faz sentido" e reafirmam que ela põe em causa a acreditação das instituições do Ensino Superior.

in Jornal Público de 9/11/07


Ao ponto a que nós chegámos!!!!!! A Confap, que nem sequer representa a maioria de pais do nosso país agora pronuncia-se sobre o método de ingresso de professores no ensino??????


Quando é que acaba esta palhaçada toda!!!!!!!??????


Comentários publicados no jornal O Público


Por RAFA, Lisboa


Este Albino, não é o que apoia sem reservas aquele atentado que é o novo Estatuto do aluno onde se legaliza a "balda generalizada" e se permite que o aluno passe o ano sem pôr os pés nas aulas? E é este baldas, que se permite julgar da competência ou não dos professores e fala em "vocação", como se ela se encontrasse em testes? Não é de admirar se seja tão próximo da Lurdinhas: um e outro são farinha do mesmo saco - leia-se líricos, incompetentes e perigosos.
A confap é um mundo!




Esta Associação sabe de tudo: nunca formou um professor, mas pronuncia-se sobre a formação de professores e tem opinião formada sobre isso! Resultado: uma colecção de disparates! Se os cursos de formação de professores vão ser avaliados (como todos os outros cursos superiores) pela nova estrutura que o outro Ministério (da Ciência...) inventou, então para que serve avaliar aquilo que já estará avaliado? E se a nova Agência de Acreditação validar um dado curso de formação de professores e se os professores daqui formados reprovarem no dito exame de acesso, o que acontecerá? Reprovam-se também os avaliadores da Agência? Reprovam-se as universidades? Reprovam-se os que durante 2 anos trabalharam para formar um professor que sucumbe num exame ministerial feito para avaliar o que já está avaliado? E quem vai elaborar esses exames? Os licenciados do M.E. ou (da CONFAP?), mesmo que os futuros examinados sejam possuidores do grau de mestre? Haja paciência para tanta burrice política, legislativa e ... associativa!


Que lindoooooooo

Por Luís, Porto


Será que também se podem fazer exames de acesso à carreira da paternidade/maternidade????? É que assim também se poderia escolher, fazer a triagem entre os melhores e os piores pais logo à partida.....não sejam.....enfim.....continuemos a trabalhar para as estatísticas, esqueçendo o problema principal A QUALIDADE DO ENSINO....que passa necessáriamente pela qualificação profissional...não por um exame....será que estes candidatos a professor não foram suficientemente avaliados em 4 ou 5 anos de licenciatura???? Sejamos todos pessoas sérias...


Bravo!!
Por Anónimo, Lisboa

Concordo plenamente com esta medida. Ao fazer o meu 10-11º anos, a minha turma teve a infelicidade de encontrar professores que eram completamente incompetentes e que desconheciam por completo a materia que deviam lecionar, tendo o resultado sido uma taxa de chumbo de cerca de 90% nesses dois anos...
Prova de ingresso?

Por maria lima, carcavelos

Às instituições superiores cabe exigir e só licenciar quem estiver dentro de determinados parâmetros. Não devem avaliar alunos por trabalhos de grupo; devem- por muito que lhes custe- fazer exames rigorosos , orais e escritos, como antes do 25 e não deitar cá para fora famosas" pérolas da avaliação contínua"... As associações de pais têm muita culpa no descalabro a que chegámos. Os aspirantes a professor têm é de passar por um ESTÁGIO rigoroso, como no ANTES, porque ser-se bom em exames teóricos não significa rigorosamente nada, ou seja, não significa que se seja bom na sala de aula. Ou será que já estamos a pensar na escola virtual, sem salas de aula? Esta, agradará aos pais? Olhem que deixam de ter onde "largar" os meninos....
Até que enfim...


Por Ribeiro, Setúbal

As coisas com este Governo vão entrando nos eixos. Isto de entrar à balda para o Ensino foi chão que deu uvas. Está certíssima a Ministra. Nem TODOS têm vocação para ensinar. A prova são o ensino que temos. Não são só os alunos os culpados...e anda há anos a dizer isto. Muito bem srª Ministra!


E os pais;médicos;advogados;ministros;deputados

Por Anónimo, Braga

Também terão uma prova de acesso?


Rir para não chorar com a falta de bom-senso generalizada neste país. Por Anónimo, Porto
Quem tinha de prestar ou dar provas, já o fez durante o percurso académico, certo? Que tal começar por fiscalizar as ditas instituições facilitistas de DEformação de Professores, onde imperam o facilistismo na entrada, no durante e na saída? Piagets e Institutos de Ciências Educativas, sei lá! Não obstante, quem garante a isenção destas provas? Quem as realizará será impune ao tão Português Factor C? Quem é que mostra o seu valor numa prova??? Deixem brincar com quem realmente trabalha e respeitem os verdadeiros Professores, definitivamente. Ah: alarguem estas provas a todos os Professores e a outras classes profissionais... ficam as dicas.


Algumas achegas!

Por Anónimo, Drenlândia

1- Isto não insulta os professores recém-formados, mas sim o sistema universitário português, e o próprio ministério do ensino superior. Porquê? Porque um professor recém-licenciado foi aprovado num curso de via de ensino, e tem aprovação no estágio pedagógico criado pelo sistema de ensino universitário e devidamente aprovado pelo governo. 2- Todo o gato-pingado manda bitaites (como dizia o Professor bitaites) sobre educação. Embora concorde com a célebre frase (aplicada aos militares , mas aqui adaptada ao ensino) de que "a educação é demasiado importante para que as decisões sejam deixadas aos professores, lembro que nunca um professor com experiência e conhecimento do que é o ensino público não universitário teve quaisquer responsabilidades no ministério ao nível da definição das políticas. Logo todas as decisões do ministério são tomadas a 100% por pessoas que não são, e nunca foram professores. Logo não culpem os professores pelos males do ensino. Imaginem que nunca nehum médico teve qualquer responsabilidade no Ministério da Saúde. Que nenhum magistrado teve alguma vez algo a ver com a direcção do MIN. Justiça. Pois é isso que acontece aos professores. Logo, se há algum profissional do estado que não pode ser responsabilizado pelo m*rda que existe no seu ministério são os professores..


Rir para não chorar de vergonha deste país!

Por Anónimo, Porto

Quem tinha de prestar ou dar provas, já o fez durante o percurso académico, certo? Que tal começar por fiscalizar as ditas instituições facilitistas de DEformação de Professores, onde imperam o facilistismo na entrada, no durante e na saída? Piagets e Institutos de Ciências Educativas, sei lá! Não obstante, quem garante a isenção destas provas? Quem as realizará será impune ao tão Português Factor C? Quem é que mostra o seu valor numa prova??? Deixem brincar com quem realmente trabalha e respeitem os verdadeiros Professores, definitivamente. Ah: alarguem estas provas a todos os Professores e a outras classes profissionais... ficam as dicas.



será?
Por zeca, faro

o que tem mais conhecimentos não é obrigatoriamente o melhor docente. quem andou na escola sabe disso. penso que mais uma vez se escolheu o caminho errado, não é por aí.


Representante de quem???

Por Anónimo, PORTUGAL

E para se ser Presidente da Associação de Pais? É preciso alguma prova? Quais são as habilitações desse senhor? Qual é o seu currículo? Será um pai exemplar? Um cidadão participativo? Serão os pais que o elegeram uma amostra significativa do universo dos encarregados de educação? Esse senhor não me representa como encarregada de educação. Primeiro porque não o elegi, assim como a grande maioria dos pais dos alunos que frequentam as escolas públicas, segundo porque deve aprender algumas regras de boa educação, bem como informar-se antes de intervir publicamente, uma vez que como pai tem de ser um modelo, em terceiro lugar porque quem está de acordo com um estatuto do aluno como o que foi recentemente aprovado, não pode ser um representante de "verdadeiros" encarregados de educação.

"Só me resta ir dar aulas..." Por Carlos Manuel Almeida da Silva, Carnaxide - Oeiras

Parabéns. O "ensinar", ao invés de ser vivido como uma arte -que é-, tem sido uma actividade "tanque de águas residuais", que vem recebendo os caudais poluídos pela frustração dum sonho negado (por falta de qualificações de ordem vária) e que não as deixou ser rio, que vão comprometer a qualidade futura das "nascente" que lhes surgem pelo caminho. Todos iram beneficiar: alunos, encarregados de educação, os reais professores e o Estado (este a dois níveis, a saber: por passar a ter futuros Homens melhores e mais qualificados e por, no limite, acabarem com muitos cursozecos superiores(?) que existem).


Muito bem!! Por Anónimo, Porto
E deveria haver prova de acesso também para deputados e ministros.
E já agora quem é que seleciona os pais?

Por Anónimo, Portugal
E já agora quem é que seleciona os pais? É evidente o facilitismo com que se chega a tal mister e o grau de irresponsabilidade que grassa na "profissão", com refelexos claros na escola. Além disso isto de novos professores nas escolas é uma absoluta miragem...


Escolha dos "melhores" pelas provas de ingresso Por Eduardo Dinis, Viseu
É pena que se ponha em causa a formação que as instituições de ensino superior ministram aos seus alunos. Por outro lado, também lamento que não exista prova para ingresso na carreira política, e associativa, a não ser a capacidade de omitir e mentir. As associações de pais deveriam encarregar-se de pressionar os pais a participarem na vida escolar dos alunos exigindo os seus direitos, mas não esquecendo as suas responsabilidades como acontece frequentemente, basta ver nas escolas quais os alunos que levantam problemas e qual o nivel de participação dos seus pais/encarregados de educação. Em conclusão, as provas de ingresso servem para satisfazer os objectivos de quem as faz e duvido muito na sua eficácia na escolha dos "melhores". Não é a prova que escolhe é o trabalho diário e contínuo de cada um, em cada escola e em cada turma, e aí sim deve ver-se quem trabalha e quem não trabalha.


Facilitismo de acesso a quê? Por Catarina, Faro

E por acaso provas para os pais poderem ser pais? Não? Cada vez há menos condições para se exercer a profissão de professor. Vivemos no tempo em que ninguém fica retido (a palavra chumbar é muito forte e pode traumatizar). É pena é que familia, sociedade e escola não trabalhem em conjunto no sentido de melhorar a educação. É muito triste assistirmos a uma escalada de falta de educação e nem se podem chamar os meninos à atenção sob pena de se ser repreendido e no entanto a educação e as faltas de respeito aumentam e o insucesso só não aumenta porque há facilitismo para com os alunos. Facilitismo no acesso à profissão? Qual facilitismo? Cada vez é mais dificil entar nela. Facil é fazer os filhos e manda-los para a escola o dia inteiro até ao último minuto. Não se responsabilizem os pais pela educação dos filhos. É mais facil criticar quem tem que o fazer. Eu não sou professora, mas tenho reparado como funcionam mal as relações entre pais, professores, escolas, alunos, filhos.


Arautos do senso comum Por Anónimo, Espairo
As sucessivas intervenções desta associação constituem um belo exemplo de mediocridade, apresentam-se como uma espécie de arautos do mais elementar senso comum a respeito das matérias da educação e revela total parcialidade nos comentários que têm vindo a fazer sobre as mais variadas matérias da política educativa. Realmente, só a grande paciência e desinteresse generalizado dos cidadãos é que atura os devaneios destes protagonistas do ridículo. A parte gravosa desta questão é que corremos o risco de alguém os levar a sério.


E quando é que a Confap se preocupa em "Educar" os pais?????' Por Luisa Lopes, Lisboa

Sou professora numa escola secundária em Chelas onde, diariamente os professores são impedidos de dar uma aula de forma regular por problemas causados pelos alunos, que são da responsabilidade dos peis. Alunos que vão para a aula sem livros e cadernos, que chegam atrasados, que são mal-educados e desrespeitadores, que agridem colegas com violência....etc, etc, etc... Começo a estar cansada de ser atacada como membro de uma classe que tem sido "bobo da corte" para os pais e para o Ministério, sendo na maioria das vezes impedidos de trabalhar por irresponsabilidade da maioria dos pais que se demitiram das suas funções. Talvez fosse mais útil que a Confap se dedicasse a estudar meios que levassem os pais a saber educar os filhos, a torná-los responsáveis e educados e a serem mais participativos. E inadmissível que nas reuniões de pais de uma turma de 20 alunos apareçam quatro e que passem anos consecutivos sem aparecer na escola e sem sequer saberem as notas que os filhos tiveram. Além de professora sou mãe, sei colocar-me dos dois lados e o que estes pais estão a fazer com os filhos é um verdadeiro crime. Um professor não pode dar um estalo a um aluno mesmo que seja para evitar situações piores mas os alunos podem agredir professores. Leio regularmente o boletim da Confap e estranho que as preocupações sejam maioritariamente contra os professores e não contra a irresponsabilidade da maioria DOS PAIS. Lamento também que continuem a pronunciar-se sobre assuntos que não têm que se pronunciar. A realidade actual das escolas não tem a ver com os professores, a sua forma de selecção ou as suas habilitações, têm a ver com os pais e com o Estado. Quando é que alguém vai entender isto??????
Avaliação continua
Por joao, aveiro
O problema da falta de qualidade de muitos professores só pode ser resolvido com a avaliação contínua deste, por todos os envolvidos: ministerio, escola, pais e alunos. Obviamente que os itens de avaliação não podem ser os mesmos para todas estas entidades Cada qual avalia criérios diferentes. Os professores com fraca avaliação têm de ser encaminhados, quando muito, para reformação profissonal adequada. Como os professores têm diversas turmas, muitos alunos, e muitos pais consegue-se ter uma ideia real do valor do professor avaliado. Tudo o resto são medidas avulsas: nem o exame de admissao a professor resolve, nem o canudo por si só é atestado de competência.

insulto à inteligência Por gil vicente, barcelos
apenas pacóvios são capazes de aprovar um diploma tão rasca! sim, porque isto de ser pai tem muito que se lhe diga, muito mais do que professor e temos de ser claros. se há responsabilidade no mau funcionamento do sistema de ensino a responsabilidade é dos pais. sãos pais que votam, são os pais que definem as políticas de ensino e mais ninguém quando escolhem os seus eleitos e sendo estes quem define o funcionamento de toda a orgânica educativa. mais: aplicando tal tacicocínio passamos um atestado de menoridade a todo sistema de ensino. sim, a todo ele. afinal se uma universidade não é capaz de dizer que o joaquim ou a almerinda são capazes de exercer a sa profissão de professores como seremos nós de capazes de acreditar qeu também as universidades podem ser capazes de dizer que os seus primos são capazes de ser médicos, advogados, arquitectos, engenheiros, filósofos ou o que quer que seja?

Será que vai alastrar aos restantes ministérios? Por Anónimo, Vila Real
Enquanto professor, fico espantado com a facilidade que opinam acerca do ensino. Todos opinam, mesmo que nunca tenham leccionado... Esta associação é de opinião, como muitos outros, que os alunos são óptimos, os professores é que são péssimos. Até que o ensino se liberte dos "trastes" efectivos que nada fazem a não ser esperar pelo salário no final do mês... A esses a prova não adianta... Se o mal fosse dos contratados, seria fácil de resolver, mas como os lugares para entrar na carreira são já reduzidos, ponham os efectivos a trabalhar ou coloquem-nos na rua! Falara mal apenas por falar, já chega, dêem opiniões sobre o que conhecem. As associações de pais que omitam opinião acerca das realidades que conhecem. Doutorados em educação pelo simples facto de serem pais... Pode-se eu fazer uma prova para escolher os alunos, tal como fazem os privados, que para serem as melhores escolas, seleccionam os melhores alunos!!!! Os alunos com problemas não têm dinheiro para pagar por colégios de luxo! Tanta vulgaridade vai neste país de pseudo-intelectuais...
Avaliação continua Por joao, aveiro
O problema da falta de qualidade de muitos professores só pode ser resolvido com a avaliação contínua deste, por todos os envolvidos: ministerio, escola, pais e alunos. Obviamente que os itens de avaliação não podem ser os mesmos para todas estas entidades Cada qual avalia criérios diferentes. Os professores com fraca avaliação têm de ser encaminhados, quando muito, para reformação profissonal adequada. Como os professores têm diversas turmas, muitos alunos, e muitos pais consegue-se ter uma ideia real do valor do professor avaliado. Tudo o resto são medidas avulsas: nem o exame de admissao a professor resolve, nem o canudo por si só é atestado de competência.

insulto à inteligência Por gil vicente, barcelos
apenas pacóvios são capazes de aprovar um diploma tão rasca! sim, porque isto de ser pai tem muito que se lhe diga, muito mais do que professor e temos de ser claros. se há responsabilidade no mau funcionamento do sistema de ensino a responsabilidade é dos pais. sãos pais que votam, são os pais que definem as políticas de ensino e mais ninguém quando escolhem os seus eleitos e sendo estes quem define o funcionamento de toda a orgânica educativa. mais: aplicando tal tacicocínio passamos um atestado de menoridade a todo sistema de ensino. sim, a todo ele. afinal se uma universidade não é capaz de dizer que o joaquim ou a almerinda são capazes de exercer a sa profissão de professores como seremos nós de capazes de acreditar qeu também as universidades podem ser capazes de dizer que os seus primos são capazes de ser médicos, advogados, arquitectos, engenheiros, filósofos ou o que quer que seja?

quinta-feira, novembro 08, 2007

Educação: Governo aprova prova de ingresso na carreira docente, candidatos sujeitos a pelo menos dois testes

8 de Novembro de 2007, 19:59
Lisboa, 08 Nov (Lusa) - O Governo aprovou hoje em Conselho de Ministros um decreto que define as regras da prova de acesso à carreira de professor, estabelecendo a realização de, pelo menos, dois exames para todos os candidatos a docentes.
De acordo com o documento, que regulamenta o Estatuto da Carreira Docente (ECD) no que diz respeito à entrada na profissão, a prova de ingresso inclui um exame comum a todos os candidatos, no qual são avaliados o domínio da língua portuguesa e a capacidade de raciocínio lógico.
Já a segunda componente da prova, igualmente com duas horas de duração, irá avaliar os conhecimentos científicos e tecnológicos específicos da área ou áreas disciplinares associadas à formação académica dos candidatos e que estes querem vir a leccionar.
Além destes dois exames escritos, o acesso à profissão poderá ainda incluir uma oral ou uma prova prática nos domínios das línguas, ciências experimentais, tecnologias de informação e comunicação (TIC) e expressões.
Segundo o diploma, uma classificação inferior a 14 (numa escala de zero a 20) em qualquer uma das provas é automaticamente "eliminatória".
A nota final resulta da média das duas ou três componentes da prova de ingresso, podendo os candidatos pedir a reapreciação dos exames e, em último caso, recorrer para o director-geral dos recursos humanos da Educação.
O processo de elaboração desta prova destinada aos futuros professores é em tudo semelhante ao realizado nos exames nacionais dos alunos do básico e secundário, cabendo ao Gabinete de Avaliação Educacional do ME preparar e produzir as matrizes, os enunciados e os respectivos critérios de classificação dos testes, em ambos os casos.
No entanto, será ainda constituído o Júri Nacional da Prova, um órgão nomeado pelo ME a quem vai competir a apreciação, classificação e reapreciação dos exames.
Os únicos dispensados da realização da prova de ingresso são os docentes que foram contratados em, pelo menos, dois dos últimos quatro anos lectivos imediatamente anteriores a 2007/8, desde que tenham cumprido cinco anos de serviço lectivo e uma avaliação de desempenho igual ou superior a Bom.
Na altura da apresentação da proposta, as estruturas sindicais criticaram a realização da mesma, afirmando que o Governo estava a pÔr em causa a capacidade formativa das instituições de ensino superior.
Para o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, se o ministério considera que há problemas na formação, deve actuar sobre as instituições, identificando os problemas e estipulando as exigências que quer ver cumpridas.
Por sua vez, João Dias da Silva, da FNE, destacou que os professores fazem agora uma formação superior de dois ciclos, no âmbito do Processo de Bolonha, que "integra uma componente de estágio", saindo das escolas "com classificações que já os gradualizam uns em relação aos outros".
MLS/JPB/MP.
Lusa/Fim

Duzentos alunos do Seixal manifestam-se contra políticas educativas do Governo

Duas centenas de alunos das escolas secundárias do concelho do Seixal manifestaram-se hoje contra as políticas educativas do Governo, exigindo um ensino de qualidade e gratuito para todos.
O protesto contou com alunos das quatro escolas secundárias do concelho do Seixal - José Afonso, José Cargaleiro, Alfredo dos Reis Silveira e da Amora -, que se reuniram durante a manhã no Parque Urbano das Paivas, no Seixal.Uma das principais bandeiras do protesto foi a luta contra o abandono e o insucesso escolar. De acordo com Mário Borges, um dos organizadores, estes são dois problemas que não poderão ser combatidos "se permitirem que os alunos faltem às aulas e recuperem a sua nota através de um mero exame".Para aquele aluno da Escola Secundária José Afonso, o recuo da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, em relação à medida "prova que esta não era a solução para motivar os alunos a irem às aulas e participarem na comunidade e vida educativa".A luta contra os custos do ensino, os exames nacionais, a organização das aulas de substituição, as turmas sobrelotadas e as más condições das escolas do concelho foram outros pontos focados durante o protesto.A iniciativa contou também com a presença da vereadora da Educação da Câmara Municipal do Seixal, Paula Santos, que manifestou, desta forma, "solidariedade e apoio na luta por uma efectiva igualdade de oportunidades"."Estes são os motivos com os quais nós e até os professores da comunidade educativa nos solidarizamos, visto que estamos todos preocupados com o estado da educação, dos equipamentos e materiais das escolas", afirmou também Paula Santos.A articulação com o Governo central tem sido "uma constante", na tentativa de a autarquia conseguir "um ensino realmente público, gratuito e de qualidade para o concelho do Seixal", disse ainda a vereadora.A presença da vereadora Paula Santos no local motivou "ainda mais" os alunos presentes para a continuação destas iniciativas "de defesa dos direitos dos estudantes", que esperam, assim, apoio institucional na possível deslocação a Lisboa ainda durante este mês.Apesar da pouca adesão, "mesmo assim muito melhor que em anos anteriores", Mário Borges revelou que esta manifestação serviu de "ensaio geral" a uma futura deslocação à Assembleia da República para reivindicar os direitos dos estudantes.

Denunciada falta de pessoal em 11 agrupamentos escolares

PEDRO SOUSA TAVARES
O Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) divulgou uma lista de onze agrupamentos de escolas do distrito de Viseu - cada um integrando vários estabelecimentos - onde diz ter detectado carências ao nível do pessoal auxiliar. Em vários casos, diz a estrutura filiada na Fenprof, está em causa o acompanhamento de alunos com necessidades educativas especiais (NEE).O "levantamento não exaustivo" elaborado por esta estrutura afecta à Fenprof surgiu na sequência do caso da EB 2,3 Infante de Sagres, em que, depois de a associação de pais ter denunciado um corte no número de horas para o acompanhamento a alunos com deficiências, a directora regional de Educação do Centro, Engrácia Castro, prometeu resolver a situação.O SPRC garante que "o problema é de fundo e tem a ver com cortes globais nas horas para acompanhamento de alunos com deficiências e serviços de limpeza", pelos quais responsabiliza "o Governo e o Ministério da Educação", e dá vários exemplos de casos semelhantes ao da Infante de Sagres para os quais ainda não foram anunciadas soluções.Entre eles, aponta a situação do Agrupamento de Escolas de Satão, ao qual terão sido atribuídas apenas 1024 das 1664 horas necessárias para serviços de limpeza e acompanhamento de estudantes. "Dois alunos com spina bífida, um multideficiente, um com autismo e um com paralisia cerebral poderão ficar em casa", avisa o sindicato. Os agrupamentos de Vouzela, Ferreira de Aves e Castro Daire, Oliveira de Frades e Canas de Senhorim são outros casos de carências que, segundo o SPRC, poderão afectar os alunos com NEE.Contactada pelo DN, fonte oficial do Ministério da Educação assegurou que "estão a ser averiguadas todas as situações" denunciadas pelo sindicato.

quarta-feira, novembro 07, 2007

Tribunal obriga CGA a conceder reforma antecipada


O Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto condenou a Caixa Geral de Aposentações (CGA) a conceder a reforma antecipada a uma funcionária de uma escola do Porto. A funcionária reclamava a reforma há cinco anos, mas a CGA recusou sempre o pedido.

( 19:43 / 07 de Novembro 07 )

O tribunal decidiu a favor da funcionária. A Caixa de Aposentações vai ter de pagar a reforma antecipada no valor de 100 por cento do vencimento da funcionária, assim como os respectivos retroactivos.Em causa está um decreto de lei de 1985 que confere a possibilidade de aposentação voluntária a funcionários com mais de 36 anos de serviço, independentemente da idade. O diploma estabelece ainda que não é necessário que o funcionário se sujeite a uma junta médica, ressalvando que para além do período de actividade, a aposentação está dependente da verificação da inexistência de prejuízo para o serviço.Por isso, a escola Garcia da Horta, no Porto, enviou um ofício em que atestava ser esse o caso desta funcionária. No entanto, a Caixa Geral de Aposentações afirmava que o documento não estava fundamentado nos moldes exigido num despacho da ministra das Finanças datado de 2003.No entanto, o tribunal administrativo decidiu que esse mesmo despacho da ministra contém diversas irregularidades, considerando a declaração da escola suficiente para a reforma antecipada.Segundo Armando Mansilha, o advogado da professora, só em retroactivos, a CGA vai ter de pagar mais de 50 mil euros.

Crianças devem aprender várias línguas

Português, francês, inglês e alemão devem ser línguas que a criança deve aprender em simultâneo com o apoio de jogos e programas didácticos, concluiu o investigador Alberto Sousa no seu estudo apresentado, ontem, no âmbito do 1.º congresso internacional sobre arte - Cérebro e Linguagens.O investigador de neuropsicologia da linguagem considera a educação "não como uma transmissão do saber, mas como uma formação do ser, onde todas as programáticas são objectivadas para o desenvolvimento das capacidades da criança". O investigador desenvolveu um método, baseado na neuro-psicolinguística, designado de "Método Multilinguístico de Iniciação à Leitura-Escrita", que sugere uma abordagem em simultâneo de várias línguas de forma faseada. Inicialmente as crianças são estimuladas para o desenvolvimento das capacidades audio-linguísticas, segue-se a apreensão e compreensão do vocabulário e por último a "interacção multilinguística" através de brincadeiras e jogos didácticos. O colégio Minerva de Setúbal pôs em prática as sugestões de Alberto Sousa, realçando o aspecto lúdico em aula, ao utilizar dramatizações, brincadeiras gestuais, jogos com cartões e software interactivo que ajudam na aprendizagem. Segundo Maria Helena Maduro, directora do centro de investigação pedagógica sobre aprendizagem integrada no Colégio Minerva, "a criança, individualmente e sob relação transaccional de carinho do professor, aprende a ler simultaneamente em quatro línguas, praticando uma série de jogos e programas interactivos no computador".

PS aprova possibilidade de faltar às aulas e passar de ano

PEDRO SOUSA TAVARES
Desde que passe nas provas de recuperação, o aluno poderá ultrapassar indefinidamente o limite de faltas sem perder o ano. Só a ausência injustificada a estes testes ou o chumbo nos mesmos - sendo que, dependendo da altura do ano, está prevista uma segunda oportunidade - poderão conduzir os estudantes à exclusão ou reprovação.Por outro lado, todos os alunos que atinjam determinado número de faltas farão as provas, independentemente dos motivos. A diferença estará no limite: o equivalente a duas semanas se todas forem consideradas injustificadas, três semanas para todas as outras, incluindo as ausências por doença.É por estas regras que as escolas se passarão a gerir, se as alterações ao Estatuto do Aluno forem promulgadas pelo Presidente da República, Cavaco Silva.Na proposta que ontem aprovou sozinho, na especialidade, na Comissão de Educação - a sua terceira alteração à versão inicial aprovada pelo Conselho de Ministros - o PS incorporou algumas sugestões do PSD para o polémico artigo 22. Nomeadamente a redução para duas semanas do limite das faltas injustificadas antes das provas. Porém, rejeitou outra proposta social-democrata prevendo a possibilidade de reprovação ou exclusão de quem desse mais dois dias de faltas injustificadas após realizar o teste.Por atender ficou também a exigência da generalidade dos partidos da oposição para que as faltas justificadas não sejam consideradas, em quase pé de igualdade com as restantes, para efeitos de provas e planos de recuperação."Um erro colossal" Consumada a reforma, ficaram as críticas, generalizadas, da oposição. Para Ana Drago, do Bloco de Esquerda, a aprovação pôs fim a um "processo absolutamente caótico", em que o PS "não fazia a mínima ideia do que queria". João Oliveira, do PCP, considerou demonstrado "o objectivo claro de branquear as estatísticas do abandono". Emídio Guerreiro, do PSD, lamentou a "injustiça profunda de equiparar faltas justificadas e injustificas". José Paulo Carvalho, do CDS-PP, avisou que os alunos "serão as vítimas de um erro histórico e colossal".Em defesa da proposta socialista, a deputada do PS, Manuela de Melo, acusou a oposição de se concentrar "num ou dois pontos", ignorando as restantes alterações do diploma: "os senhores deputados esquecem-se do reforço do poder dos professores e das escolas, da prevenção precoce [a partir da segunda falta] ou da desburocratização dos processos".

Sindicato denuncia "situações preocupantes" de falta de pessoal em mais de 10 escolas de Viseu

7 de Novembro de 2007, 19:56
Viseu, 07 Nov (Lusa) - O Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) denunciou hoje "situações preocupantes" de dez agrupamentos e uma escola do distrito de Viseu que têm falta de pessoal para acompanhar alunos com deficiência e fazer as limpezas.
"A falta de pessoal não atinge apenas o agrupamento de Escolas Infante D. Henrique", garante o SPRC em comunicado, aludindo ao caso dos seis alunos com necessidades educativas especiais de três escolas deste agrupamento de Viseu aos quais, segundo disse segunda-feira a directora Regional de Educação do Centro, já está assegurado o acompanhamento, através da conjugação das horas das tarefeiras com a rentabilização do pessoal auxiliar.
Apoiando-se "num levantamento não exaustivo" que fez no distrito de Viseu, o SPRC refere ter detectado "outras situações preocupantes" na Escola Básica 1 do Touro (Vila Nova de Paiva) e nos agrupamentos de Cinfães, Sátão, Oliveira de Frades, S. Pedro do Sul, Castro Daire, Canas de Senhorim (Nelas), Penalva do Castelo, Ferreira d'Aves (Sátão), Lageosa do Dão (Tondela) e Vouzela.
"O problema é de fundo e tem a ver com cortes globais nas horas para acompanhamento de alunos com deficiências e serviços de limpeza. No distrito de Viseu, atingem o Agrupamento de Escolas Infante D. Henrique mas, também, muitas outras escolas e agrupamentos", critica a estrutura sindical.
Neste âmbito, responsabiliza o Ministério da Educação "pela grave situação criada às escolas, ao enveredar por uma política de cortes sistemáticos nos recursos (docentes, não docentes, técnicos, financeiros, etc.), cuja resolução carece de medidas de fundo de investimento na qualidade da escola pública para que ela possa acolher, com condições educativas adequadas, todos os alunos".
No agrupamento de escolas de S. Pedro do Sul, por exemplo, conta que, "das 30 horas semanais para limpeza foram atribuídas 20" e "das 24 horas semanais para acompanhamento de alunos com necessidades educativas especiais foram atribuídas 16 horas".
"Conclusão: chegam apenas até 15 de Novembro de 2007", lamenta o sindicato, considerando que, a manter-se a situação, a partir dessa data "fecham 10 escolas do primeiro ciclo do ensino básico", algumas das quais com alunos com necessidades educativas especiais (como a de Pindelo dos Milagres), "e deixa de haver qualquer acompanhamento para os alunos com necessidades educativas especiais na escola básica 2,3 de S. Pedro do Sul".
Grave é também considerada a situação do agrupamento do Sátão que, segundo o SPRC, "precisaria de 1664 horas (para serviço de limpeza e acompanhamento de alunos), até Dezembro de 2007", mas "foram atribuídas apenas 1024 horas".
"Já gastaram todas as horas autorizadas para o primeiro período lectivo. Correm o risco de ter de fechar seis escolas do primeiro ciclo do ensino básico", afirma, acrescentando que a escola básica 2,3 do Sátão "já não tem horas para limpeza" e que "dois alunos com spina bífida, um multideficiente, um com autismo e um com paralisia cerebral poderão ficar em casa".
Já em Penalva do Castelo, "a maior parte das escolas do primeiro ciclo do ensino básico não tem auxiliares de acção educativa", mas sim tarefeiras, cujas horas "dão apenas para a limpeza", ficando os alunos sem acompanhamento, designadamente nos recreios.
No agrupamento de Vouzela, o SPRC diz ter havido "um corte profundo nas horas necessárias", sendo que a limpeza e o acompanhamento de alunos só está assegurado "até finais de Novembro".
"Se não for resolvida a situação, fica comprometido o funcionamento das Escolas de Caria, Carvalhal de Estanho, Figueiredo das Donas, Paços de Vilharigues e Fornelo do Monte. Dois alunos com paralisia cerebral e um com deficiência mental poderão ficar sem acompanhamento", acrescenta.
Neste âmbito, o SPRC questiona "que soluções pontuais para uma situação tão grave pode ter a Directora Regional da Educação do Centro, se o problema é de natureza política e tem um carácter estrutural".
Contactada pela Agência Lusa, fonte da Direcção Regional Educação do Centro remeteu uma resposta para o Ministério da Educação.
Fonte do ministério, disse à Lusa que os casos apontados pelo SPRC estão "a ser averiguados", prometendo uma reacção para a tarde de quinta-feira.
AMF.
Lusa/fim

Plenário da Frente Comum em frente ao Ministério das Finanças Reiterada a necessidade de realização de Greve em Novembro __________________________________________________
Ana Avoila falava aos jornalistas e aos trabalhadores presentes em frente ao Ministério das Finanças quando, hoje, 7 de Novembro, anunciou a inevitabilidade da realização de greve no final do mês, perante a irredutibilidade do governo em relação à sua proposta de 2,1% de aumentos salariais.
A Frente Comum, como aliás tinha anunciado, apresentou uma contra-proposta negocial, baixando os valores dos iniciais 5,8% para 5%, numa clara manifestação de vontade em chegar a um entendimento que garantisse o início da recuperação do poder de compra perdido, particularmente nos últimos anos, a participação nos ganhos de produtividade e a compensação pela inflação previsível para 2008, superior a 2,5%.
O governo, porém não aceitou rever nenhum dos seus critérios.
Em causa nesta Greve estará, para além da questão salarial, o SIADAP, o regime de mobilidade especial e de aposentação, bem como questões relacionadas com o emprego e estabilidade profissional.
Mário Nogueira denuncia
situação grave de desemprego no sector
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O Secretário-Geral da FENPROF, usando da palavra durante este plenário, salientou especificamente as questões do emprego como centrais do desenvolvimento do país e da administração pública portuguesa e chamou a atenção para o facto de que "na administração pública este é já um problema grave que afecta os próprios trabalhadores, mas, igualmente, os serviços e o seu funcionamento. Para mais adiante registar "mais de 35.000 professores desempregados dos ensinos básico e secundários, situação que poderá, em breve agravar-se, com cerca de 2.000 professores do ensino superior". Mário Nogueira registava que, "para um país, como Portugal, que vive graves problemas na Educação que não se resolvem com menos, mas sim com mais recursos humanos qualificados", esta é, referiu, uma situação inadmissível.
Mas Mário Nogueira foi ainda mais contundente, ao lembrar que em todo o sector do Estado são mais de 100.000 os trabalhadores sem emprego, para depois acrescentar que tal acontece porque "as políticas neo-liberais em curso no nosso país, aquelas que o Governo do PS promove e que o PSD ainda acha curtas, são orientadas para degradar as respostas públicas, que são de todos, criando insatisfações e, assim, facilitar a suia privatização".
"Não somos imobilistas. Não achamos que na administração pública não há nada a fazer e a melhorar", disse já na parte final da sua intervenção, "Mas, neste caso, o que o Governo quer é degradar as suas respostas e o ataque que move aos seus trabalhadores, de que resulta cada vez mais desemprego ou emprego precário", continuou, "é uma das vertentes desse ataque".
Greve pode ser convocada pelas diversas frentes sindicais ______________________________________________
A Frente Comum dirigiu um forte apelo às outras duas frentes sindicais da administração pública, que integram a UGT, para que se juntem a esta luta, aguardando-se, a todo o momento uma resposta positiva da FESAP e do STE.
Departamento de Informação e Comunicação

Auto-avaliação das escolas em análise


Sara R. Oliveira 2007-11-07
Diagnosticar obstáculos, partilhar experiências e construir quadros referenciais de avaliação num seminário que tem lugar no dia 24 na Universidade do Minho.
Discutir políticas de avaliação escolar é um dos principais objectivos do seminário "Auto-avaliação de escola: Conhecer para aprender, aprender para melhorar" que tem lugar a 24 de Novembro no complexo pedagógico 1 da Universidade do Minho, no Campus de Gualtar, Braga. A necessidade de esclarecer e debater perspectivas que os vários intervenientes têm da avaliação de escola, a reflexão sobre os meios que habilitem os actores educativos a desenvolver dispositivos de auto-avaliação, são duas das razões que justificam a realização do encontro. "O acto de avaliar reveste-se de enorme complexidade pois se, por um lado, é sempre um acto inacabado, por outro, é sempre um acto interpretativo, que resulta de diferentes olhares sobre a escola", sublinha a organização do seminário, a cargo dos departamentos de Currículo e Tecnologia Educativa e de Sociologia da Educação e Administração Educacional do Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho. A auto-avaliação como meio de aprendizagem e que tem a tarefa de responder a novos e constantes desafios está assim em destaque no seminário, em que os participantes estão disponíveis para compreender as potencialidades da avaliação escolar como um caminho para o desenvolvimento profissional. Diagnosticar obstáculos, partilhar experiências, construir quadros referenciais que agilizem processos de avaliação, estão também no programa. O seminário pretende abranger um vasto público. Nesse sentido, o convite dirige-se às equipas de auto-avaliação, presidentes dos conselhos executivos e pedagógicos, directores de centros de formação de professores, coordenadores de departamentos curriculares, professores dos ensinos Básico e Secundário, educadores, especialistas na área da Educação e alunos de pós-graduações da vertente educacional. "Políticas de avaliação de escola: regulação ou emancipação?" é o tema do primeiro painel do seminário, que começa às 9h30. "Auto-avaliação de escola: das intenções às acções" junta à mesma mesa vários responsáveis educativos, nomeadamente a presidente do conselho executivo do Agrupamento de Escolas Eugénio de Andrade, Natália Cabral, a partir das 11h15. Na parte da tarde, passa-se da teoria à prática com vários workshops com um objectivo comum: construir quadros referenciais para avaliar, ao nível da escola, dos professores e dos alunos. Na sessão plenária, marcada para as 17h00, faz-se uma síntese do trabalho realizado nas oficinas e os participantes partilham e analisam conclusões.

Bragança capital da lusofonia por 4 dias


Dois académicos de renome vieram a Bragança de 3 a 6 de Outubro para o 6º Colóquio Internacional da Lusofonia. Após o sucesso das anteriores edições, a Câmara Municipal de Bragança, manteve a sua aposta cultural na realização deste importante evento anual. Uma das razões preponderantes para organizar um Colóquio Anual Internacional da Lusofonia assenta no facto de a maior parte destes acontecimentos estar centralizada nas grandes urbes sem permitir que as regiões mais desertificadas e afastadas dos centros de poder, tenham ao seu alcance debates sobre a Língua Portuguesa, suas diversidades e propostas inovadoras de ensino. Para o Colóquio deste ano que, pela primeira vez, teve a duração de 4 dias pretendeu-se chamar à ribalta a problemática do Acordo Ortográfico e a variante brasileira no século XXI. Cerca de cinquenta oradores responderam à chamada e o Colóquio da Lusofonia 2007 debateu o perigo de a variante brasileira se tornar numa língua própria e suas consequências, análise da situação, desenvolvimentos nos últimos anos, projectos e perspectivas presentes e futuras. Este ano, incluiu-se um segundo tema para celebrar o centenário do nascimento de Miguel Torga e estiveram também em debate (como é habitual todos os anos) os problemas da Tradução, instrumento para perpetuar a Língua Portuguesa e manter a sua criatividade nos quatro cantos do mundo. Dentro da subsídio-independência dos organizadores foi possível trazer a Bragança dois académicos de alto gabarito, irremediavelmente ligados aos Acordos Ortográficos e à evolução da Língua Portuguesa: os professores Malaca Casteleiro da Academia de Ciências de Lisboa e de Evanildo Bechara da Academia de Letras do Brasil.Tivemos ainda um vasto leque de actividades paralelas com dois recitais inéditos de música e uma peça de teatro, para além de exposições de fotografia, artesanato e de documentários televisivos.A agência noticiosa oficial de Portugal, a Lusa escreveu a propósito:Um dos mais conceituados linguistas portugueses, Malaca Casteleiro, acusou logo na sessão de abertura Portugal de travar o acordo ortográfico com os países lusófonos por um «medo estúpido» do domínio do Brasil. Aquele linguista, que tem participado das tentativas de acordo da unificação ortográfica nos países de língua oficial portuguesa, fala mesmo numa «briga» entre Portugal e Brasil que «se arrasta há mais de um século e que prejudica a difusão da língua portuguesa».«É maior do que a guerra dos cem anos», ironizou, durante o 6º Congresso da Lusofonia, que começou dia 3 de Outubro na cidade portuguesa de Bragança, e tem como tema central o acordo ortográfico e a variante brasileira da língua portuguesa.Malaca Casteleiro lembrou que Portugal ainda não ratificou a mais recente decisão sobre a escrita comum da língua, que permitiria a entrada em vigor do acordo ortográfico com apenas a ratificação de três países. Apenas o Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe ratificaram essa norma. Desde a reforma ortográfica da implantação da República Portuguesa, em 1911, Portugal e Brasil tentam um acordo.Depois de várias tentativas em 1931, 1943, 1945, 1973 e 1986 para a convenção ortográfica Luso-Brasileira, em 1990 foi negociado e aprovado por todos os países de língua portuguesa, no âmbito político, um acordo que só foi ratificado pelos Parlamentos de Portugal, Brasil e Cabo Verde.Em 2004, foi proposta uma norma que permitia a entrada em vigor do acordo, desde que ratificado por apenas três países, mas a referida norma ainda não foi aprovada por Portugal, tendo apenas o aval de Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. O impasse mantém-se e arrastou-se por todo o século XX, conforme recordou o linguista, lembrando que desde a reforma ortográfica da implantação da República, em 1911 que Portugal e Brasil tentam um acordo.Segundo o linguista português, o Brasil - maior falante da língua portuguesa - «tem muita vontade de implementar o acordo e Portugal não diz nada».«Eu creio que há aqui um medo estúpido de que o Brasil, através da ortografia, reconquiste os países africanos de língua portuguesa e os leve para o seu lado, o que é completamente descabido e ruim para o idioma», afirmou.Casteleiro entende que Portugal está desperdiçando um potencial de quase 200 milhões de falantes para a difusão da língua portuguesa no mundo, através de um país que, além do elevado número de habitantes, «tem uma literatura potentíssima, é uma potência económica e tem uma capacidade de difusão cultural magnífica».Em vez do «receio deste domínio», o linguista entende que Portugal devia aproveitar esta potencialidade e implementar, de uma vez por todas, um projecto antigo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa.Intercâmbio culturalO projecto a que se refere Casteleiro é um intercâmbio de alunos e professores e outras iniciativas culturais, em um programa semelhante ao europeu Erasmus, em que alunos europeus podem estudar um período em outro país da União Europeia.Visão brasileira “Falta de vontade política” é também o que entende o linguista brasileiro Evanildo Bechara, outro dos convidados do Colóquio da Lusofonia em Bragança.Apesar de tudo, Bechara não acredita que haja uma desvinculação da variante brasileira do português, «como a futurologia prevê para o século 21». Esta possibilidade foi levantada no congresso e surpreendeu o especialista. «Não é essa a visão do brasileiro», diz.O especialista defende uma unificação ortográfica da língua, em que cada país falante mantenha as suas variantes. Chegou o momento, disse, de «Portugal e o Brasil discutirem um futuro comum da língua portuguesa».Sustentou ainda que o português «só não corre riscos perante a globalização se os países se conscientizarem da sua importância».«Cada país continuará com os seus particularismos linguísticos, mas na hora de escrever, escreverão de uma só maneira, como acontece com o francês, o espanhol ou o árabe», frisou.Nas relações entre Portugal e Espanha o académico português Malaca Casteleiro defendeu na sessão magna de encerramento do colóquio que a língua portuguesa pode ser a solução para o diferendo com quase dois séculos entre os dois países pela disputa do território de Olivença.«Portugal devia era defender que tivessem dupla nacionalidade e disponibilizar o ensino da língua portuguesa no território», defendeu.A terminar os quatro dias de sessões que contaram com um dia em visita lúdica-cultural a Miranda do Douro, incluindo um passeio de barco na Reserva Natural das Arribas do Douro, foi ainda entregue o primeiro prémio da Lusofonia, no valor de 1500 euros, instituído pela Câmara de Bragança, que apoia o evento.1º Prémio literário da lusofoniaEntre 93 trabalhos oriundos de Portugal, Brasil, Canadá e Espanha, o vencedor foi Pedro Baptista, de Coimbra, com um trabalho de poesia «Nove Ciclos para um Poema», desenvolvido a partir de pequenos trechos de autores dos nove países da lusofonia.A Galiza quer fazer parte da LusofoniaApesar de termos vindo a propalar este desiderato de alguns sectores da Galiza desde a primeira edição dos Colóquios, apenas agora os meios de comunicação se dão conta dela. Este ponto alto deste colóquio foi assim resumido por vários órgãos de comunicação: A região da Galiza quer fazer parte da Lusofonia e participar nos acordos sobre a língua portuguesa, através de uma academia que será formalizada no próximo ano segundo anúncio feito em Bragança no encerramento do VI Congresso da Lusofonia por um dos promotores da iniciativa, Ângelo Cristóvão, secretário da Associação Amizade Portugal-Galiza. Este organismo está envolvido no projecto de criação da Academia Galega da Língua Portuguesa, que foi apresentado formalmente na universidade de Santiago de Compostela, na Galiza, logo após o colóquio.Aquele responsável lembrou que a Galiza já participou como convidada na discussão dos acordos ortográficos em 1986 e 1990, mas não de uma forma institucional e pretende agora dar continuidade a esse trabalho participando como observadores ou mesmo como representantes no Instituto Internacional de Língua Portuguesa e outros organismos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Segundo disse, a nova academia deverá ser oficializada no próximo ano e será constituída por 35 académicos, entre os quais pretende ver também alguns portugueses. O primeiro acto oficial desta Academia acabaria por ocorrer na sequência do Colóquio e foi promovido pela Comissão Promotora da Academia Galega da Língua Portuguesa que organizou uma conferência em Santiago de Compostela com a apresentação dos catedráticos galegos Martinho Montero Santalha, José Luís Rodrigues e Maria do Carmo Henriques, na Faculdade de Filologia. Bechara falou sobre «A Língua Portuguesa na visão dos fundadores da ABL: unidade e diversidade». Dentre suas teses universitárias contam-se títulos da maior relevância, como «As fases históricas da Língua Portuguesa: Tentativa de proposta de Nova Periodização» (1985). Autor de duas dezenas de livros, entre os quais a Moderna gramática da Língua Portuguesa, amplamente utilizada em escolas e meios académicos, é director da equipe de estudantes de Letras da PUC-RJ que, em 1972, levantou o corpus lexical do Vocabulário ortográfico da Língua Portuguesa, sob a direcção geral de António Houaiss. o professor Bechara falou dos problemas do Acordo Ortográfico, e fez um resumo das distintas tentativas de fazer um acordo ortográfico entre o Brasil e Portugal, e pôs sobre a mesa ao seu entender onde está a parte mais problemática do acordo: na pretensão fazer um modelo de acentuação com base na fonologia, em que se pretende que a escrita corresponda à fala; sugeriu como solução ideal a redução dos acentos muito significativamente, mas não como proposta a realizar de imediato. Disse o professor que o português tem em toda a parte uma mesma morfossintaxe, e mais dum noventa por cento de coincidência prosódica, e infelizmente, com menos do dez por cento de discrepância fonológica, fazemos grandes problemas. Ele proporia começar de novo a discutir o acordo ortográfico partindo de bases novas.Por último, salientou a importância de conceber a Lusofonia como uma unidade na diversidade. Anunciou que vai propor à Academia Brasileira de Letras um alargamento a toda a lusofonia, e defendeu a necessidade de essa instituição prestar uma maior atenção à Galiza. A conferência de Casteleiro tinha por título «Contribuição do Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa e do Dicionário Houaiss para a unidade, na diversidade, da Língua Portuguesa». O Professor Malaca Casteleiro é ou foi responsável por Projectos de Investigação de grande importância, de entre os quais se salientam o de «Português Fundamental»; «Estruturas Lexo-Gramaticais do Português Contemporâneo» e o «Dicionário electrónico do Português Contemporâneo». Ainda no âmbito dos projectos de maior impacto e das publicações que lhe estão associadas deve recordar-se a obra que,ansiosamente aguardada, foi publicada em 2000: o «Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea», conhecido como o «Dicionário da Academia», e ainda o «Dicionário Escolar da Língua Portuguesa».O professor Malaca saudou a iniciativa de criação da Academia Galega da Língua Portuguesa, como um facto fundamental para a consideração da Galiza devidamente inserida no âmbito da Lusofonia. Acabou por explicar o que o professor Bechara assinala na sua gramática: «temos que ser poliglotas dentro da própria língua», e saber inserir a diversidade na unidade.o dicionário Houaiss do Instituto António Houaiss, com 218.000 unidades lexicais, recolhe o português dos séculos XVI a XX. Foi Casteleiro que dirigiu a equipa que preparou a edição portuguesa deste dicionário, editada pelo Círculo de Leitores e da que vão vendidos mais de sessenta mil exemplares. Em 16 meses revisaram o dicionário na sua totalidade e até corrigiram alguns erros que nele havia, mudanças serão incorporadas na próxima edição brasileira. Delineou a seguir uma história da Academia de Ciências de Lisboa e a história dos seus dicionários ou tentativas de dicionários, e como o seu processo e génese foi difícil. Como director da equipa realizadora do dicionário, o atento e entusiasmado público ficou deliciosamente informado da intra-história dessa publicação. Lembrando que os dicionários Houaiss e o da Academia partem de perspectivas filosofias distintas, trata-se de duas excelentes obras nada contraditórias entre sim. Anunciou que no futuro vai haver nova edição do dicionário e que os galeguismos poderiam também ser a ele incorporados. Tratou logo o assunto do acordo ortográfico, e os problemas que enfrenta ao ser a ortografia «um campo da soberania política» no mundo lusófono. Manifestou-se bastante pessimista sobre a possibilidade de o acordo vigorar em Portugal no curto prazo, e até deu a entender os problemas isto pode provocar. Casteleiro realizou uma revisão da história dos acordos ortográficos, complementado nalguns aspectos a magnífica exposição do professor Bechara. Passos em frenteNotável também neste 6º Colóquio foi a presença de Carlos Luna a defender as pretensões dos oliventinos e o ensino da língua portuguesa em Olivença, ocupada pelos espanhóis e culturalmente aniquilada desde há mais de 200 anos. Algumas intervenções foram bastante críticas da posição política dos governos, enquanto outras se limitaram a salientar os vários pontos de diferença e as influências diversas que as variantes do Português tiveram ao longo dos séculos. Notável também a elevada categoria das intervenções em homenagem aos 100 anos do nascimento de Miguel Torga, e temas interessantes foram os que debateram as traduções e traições que a língua portuguesa sofre.Resumidamente podemos dizer que a presença dos dois linguistas e gramáticos neste evento veio trazer uma notoriedade na imprensa nacional escrita de Portugal como jamais se observara nas anteriores edições, e servirá para se estabelecerem de mediato protocolos com universidades e politécnicos de Portugal, Brasil e Galiza para passarmos a uma fase mais actuante da nossa intervenção, como membros da sociedade civil numa área que o poder político descura e evita. Apraz-nos dentro da nossa independência e subsídio-independência, constatar esta abordagem por parte de alguns politécnicos e universidades, que vem premiar o esforço abnegado e dedicado duma mão cheia de pessoas que acreditaram na vitalidade dum projecto sem paralelo no âmbito da Lusofonia.Esta noção de Lusofonia abrangente sem distinção de credos, raças, nacionalidades ou outros factores de distinguo, tem-nos permitido congregar esforços e vontades, criando sinergias e desenvolvendo mecanismos em rede, sem paralelo. Falta apenas convencer os PALOP de que não somos nenhuma ameaça nem uma quinta coluna dum novo Império cultural, antes pelo contrário. Tratou-se no 6º colóquio da lusofonia de debater pela primeira vez, em público, o Acordo ortográfico que o governo português parece temer e sobre o qual a sociedade civil além do temor demonstra um enorme desconhecimento concreto. Para o próximo ano, e para cuja presença se comprometeram desde já aqueles dois académicos, irá tratar-se do CRIOULO E A LÍNGUA PORTUGUESA: um enriquecimento biunívoco. Irá manter-se o Prémio Literário da Lusofonia que a Câmara Municipal de Bragança instituiu e verificar-se-á o progresso da DICIOPÉDIA CONTRASTIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA iniciada pelos Encontros Açorianos da Lusofonia realizados pelos Colóquios da Lusofonia (nos Açores em Maio 2007) e que para além das mais de três dezenas de participantes deverá passar a ser incluída no protocolo com universidades e politécnicos que poderão apoiar essa pesquisa duma forma científica, quiçá, mesmo apoiada por instituições vocacionadas para tal…


Como se vivia em Portugal no período da Guerra Colonial

A Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC), do Ministério da Educação, e as associações 25 de Abril e de Professores de História promovem o concurso Como se vivia em Portugal no período da Guerra Colonial.
Esta iniciativa tem âmbito nacional e é dirigida a alunos do ensino básico (1.º, 2.º e 3.º ciclos) e do ensino secundário.
Consiste na realização de trabalhos de natureza diversa que desenvolvam o interesse pela História de Portugal da 2.ª metade do século XX e contribuam para aprofundar o seu conhecimento.
Privilegia-se a pesquisa e a recolha de memórias junto daqueles que viveram este período histórico ou, de algum modo, participaram ou testemunharam a Guerra Colonial.
Os trabalhos são avaliados por um júri, sendo atribuídos prémios aos três melhores trabalhos de cada um dos escalões a concurso.
Os prémios são atribuídos em sessão pública.
Os interessados devem inscrever-se até 30 de Novembro de 2007 e entregar os trabalhos até 11 de Abril de 2008.
Os vencedores serão anunciados em 12 de Maio e os prémios entregues em 07 de Junho do próximo ano.
Informações adicionais:
http://sitio.dgidc.min-edu.pt/cidadania/Documents/FICHA_CANDID_CONC_GCOLONIAL.pdf

– O Ministério da Educação e as associações 25 de Abril e de Professores de História assinaram um protocolo de cooperação em 23 de Abril último

Não deixe de visitar:
"...Afinal os estudantes (que vão à escola e estudam), os escolantes (que vão à escola e não estudam) e os faltantes (os que não vão à escola e não estudam) passam a ser tratados ao mesmo nível, com os mesmos direitos, mas raramente com os mesmos deveres. Assim não há volta a dar..."

David Justino, blog Quarta República

Criança só é notícia quando é vítima ou agressora


Ricardo Paz Barroso"As questões ligadas à violência na criança são tratadas pelos jornalistas como mais um crime, acabando por nunca se dar atenção à políticas públicas que devem prevenir esses acontecimentos", esclareceu, ontem, Cristina Ponte, após a apresentação das conclusões da sua Análise da Cobertura Jornalística sobre a Criança em 2005. Do estudo é possível constatar que a cobertura mediática das crianças em Portugal não vive os seus melhores dias. Apenas surgem nos jornais e televisões porque foram maltratadas, abandonadas ou molestadas sexualmente. Ou então, pela razão inversa foram agressoras ou tiveram um comportamento aberrante para o imaginário sacralizado que a sociedade tem destes pequenos seres, dependentes mas com direitos sociais. Seja como for, das 5421 peças publicadas sobre crianças (até aos 14 anos) pelos quatro principais jornais diários portugueses, em 2005, 40% referem-se ao risco social (maus-tratos; violência sexual; delinquência; trabalho infantil; negligências) a que está exposta a criança. Só depois, com 23% das notícias veiculadas, é que surgem as questões ligadas à Educação (escola, políticas). "A criança, enquanto grupo social com direitos, está muito mal representada na Imprensa", afirmou a autora do estudo ao JN. "Ela acaba muitas das vezes por ser um mero gancho emocional para conseguir audiências", acrescentou, revelando ter constatado que muitas vezes os jornalistas "apenas recolhem o depoimento das crianças para, num tom paternalista, dar um certo colorido, um ar castiço à peça que estão a escrever". Segundo Cristina Ponte, o tratamento jornalístico de matérias relativas a crianças "peca por ficar muito pela rama". E deu o exemplo da maneira como é abordada, pelos jornais, "o anúncio de medidas públicas em relação à infância e adolescência em Portugal ficam apenas pelo anúncio, sem fazer qualquer acompanhamento dessas medidas. Não tentam saber o que está a ser feito, quanto está a custar, que efeitos está a ter". Explicou: "Falta fazer perguntas incómodas. Os jornais actualmente acabam por ser meros porta-vozes das intenções das instituições, não exercendo sentido crítico sobre as matérias que reportam. E todos os jornais acabam por dar o mesmo". Além disso, disse a mesma investigadora, os jornais e televisões não protegem a criança que seja alvo de notícia, sobretudo quando atingem um "efeito de folhetim". Veja-se o "caso Joana" (morta pelo mãe e pelo tio no Algarve), que, afirmou Cristina Ponte, "provocou efeitos traumáticos" em algumas das 500 crianças que responderam a um inquérito no âmbito desta investigação "Houve crianças que confessaram não ter forma de falar do assunto, pois no seu mundo não há espaço para tal. Os pais não falam, assim como na escola não se abordam tais assuntos". Além disso, disse a investigadora, "os jornais estão a desinvestir da reportagem e com isso reduzem-se as hipóteses de uma maior abrangência temática partir de um só acontecimento". "Nem a China consegue limitar o acesso a conteúdos aos seus cidadãos, quanto mais os pais o vão conseguir em relação aos conteúdos que os seus filhos acedem", lembrou David Buckingham, consultor da UNESCO e fundador do Centre for the Study of Children, Youth and Media (Centro de estudos infanto-juvenis e média), que ontem falou da sua visão sobre "Média e os direitos das crianças". É por isso que este investigador britânico apelou à auto-regulação individual, por oposição à do Estado. A questão, para Buckingham, reside na educação, "uma literacia em relação ao média". Mas quando falou de Educação, fez questão de desmistificar "Não é só colocar computadores nas escolas, é preciso também educar alunos, professores e também os pais". A questão do tipo de conteúdos a que a criança acede e as tentativas dos pais em as limitar nesse acesso, fez o britânico concluir que a grande pergunta passa também por saber "como balançar os direitos das crianças com os direitos dos pais". E lembrou que, hoje em dia, "os direitos das crianças são vistos apenas em termos de consumo, quando são também políticos e sociais".

Ferreira Leite contra facilitismo na escola

Manuela Ferreira Leite afirmou ontem, no programa "Falar claro" da Renascença, que o novo estatuto do aluno - hoje aprovado em versão final no Parlamento - deixou a ideia de que foi criado para "melhorar as estatísticas" do abandono escolar, retendo os alunos nas escolas a qualquer custo. "Essa ideia ficou e estragou toda a discussão", disse, acrescentando que "tudo o que seja facilitismo é inaceitável". Vera Jardim, seu colega de programa, também deixou reticências ao diploma, nomeadamente à ideia de que faltas justificadas e injustificadas devem ser tratadas da mesma maneira na avaliação "Não concordo", disse.Também ontem, o presidente do Conselho das Escolas (CE) aconselhou o Governo a repensar o fim desta distinção, considerando que o novo Estatuto do Aluno pode ter um "efeito perverso".Em declarações à agência Lusa, Álvaro Almeida dos Santos, presidente do novo órgão consultivo do Ministério da Educação, considera é uma medida que deve "ser revista e repensada". O responsável alerta que esta indistinção entre faltas justificadas e não justificadas pode levar "o aluno a ter alguma descontinuidade na frequência da escola, sem que a escola tenha uma acção de responsabilização". E que a prova de recuperação pode ser entendida "como um recurso que substitui a frequência das aulas".

Alunos "especiais" vão ter acompanhamento

A directora regional de Educação do Centro, Engrácia Castro, garantiu ontem que os seis alunos com necessidades educativas especiais do agrupamento de escolas Infante D. Henrique, de Viseu, terão o acompanhamento exigido pelos pais. A associação de pais e de encarregados de educação do agrupamento temia que seis crianças com necessidades educativas especiais - da Escola Básica 2/3 Infante D. Henrique, em Repeses, e das escolas do Primeiro Ciclo de Ranhados e de Jugueiros - ficassem sem acompanhamento, por a Direcção Regional de Educação do Centro (DREC) ter feito um corte nas horas das tarefeiras. Engrácia Castro deslocou-se, ontem de manhã, à EB 2/3 Infante D. Henrique (sede do agrupamento) para uma reunião com o Conselho Executivo, e, no final, garantiu aos jornalistas que "o problema está completamente resolvido", através da conjugação das horas das tarefeiras com a rentabilização do pessoal auxiliar. A directora regional explicou que, no caso dos "alunos com necessidades educativas especiais carentes de apoio permanente na escola-sede, que são vários", a solução passa por "horas (de tarefeiras) e pela optimização dos funcionários auxiliares da acção educativa em serviço". "A questão de Ranhados está resolvida também com a rentabilização desses funcionários. A questão de Jugueiros vai estar resolvida também com a rentabilização dos auxiliares de acção educativa da escola-sede e com algumas horas de tarefeiras para os meninos que precisam de apoio permanente", acrescentou. Engrácia Castro disse aos jornalistas ter recebido um ofício da associação de pais a 31 de Outubro, dia em que pediu que fosse feita "a reavaliação da situação no terreno". Com a "reavaliação na mão", Engrácia Castro decidiu deslocar-se a Viseu para analisar a situação "com o presidente do Conselho Executivo, que é o responsável pela distribuição de serviços quer aos professores, ao nível de actividade lectiva e não lectiva, quer ao nível do pessoal não-docente". "Estivemos esta manhã a aferir qual seria a melhor solução, rentabilizando esses funcionários em articulação com as horas de tarefeiras", frisou. A associação de pais tem prevista uma reunião para hoje à tarde, onde estará presente ou Engrácia Castro ou o coordenador da equipa de apoio de Viseu.

Sociedade Portuguesa de Matemática defende consolidação de números e cálculo no 1º ciclo

A Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) defendeu hoje a necessidade de consolidar os domínios básicos dos números e do cálculo no primeiro ciclo, tendo em conta os baixos resultados dos alunos do 6º ano nestas competências nas provas de aferição

De acordo com o relatório nacional do Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) sobre as provas de aferição realizadas em Maio no 1º e 2º ciclos, só quatro em cada dez estudantes do 6º ano obtiveram a cotação máxima nas questões relacionadas com Geometria, Números e Cálculo, uma prestação muito abaixo da alcançada nos domínios de Estatísticas e Probabilidades (73 por cento) e Álgebra e Funções (66,9).
«As provas de aferição têm revelado ao longo dos anos que as matérias básicas de números e cálculos não estão muito consolidadas e os alunos quando chegam ao segundo ciclo ressentem-se disso. Era um resultado esperado», afirmou Nuno Crato, presidente da SPM, em declarações à agência Lusa.
No quarto ano, os alunos revelam melhor desempenho a Álgebra e Funções (70,5 por cento) e Geometria e Medida (70,4) e pior nos restantes domínios mas, ainda assim, com percentagens entre os 60 e 65 por cento a Estatística e Probabilidade e a Números e Cálculo.
Ressalvando que ainda não analisou o relatório do GAVE em profundidade, o responsável adiantou que as comparações possíveis com os anos anteriores são «um pouco limitadas», já que as provas de aferição têm sido «muito diferentes de ano para ano».
«É necessário olhar para o relatório e para as próprias provas para depois se tirarem mais algumas indicações», referiu Nuno Crato.
A Lusa contactou a Associação de Professores de Matemática, mas a sua presidente, Rita Bastos, remeteu para mais tarde qualquer comentário.
Lusa/SOL

terça-feira, novembro 06, 2007

Educação: Falta de auxiliar impede rapaz multideficiente de frequentar escola em Montemor-o-Velho - SPRC

6 de Novembro de 2007, 18:20
Coimbra, 06 Nov (Lusa) - A falta de uma funcionária impede um rapaz multideficiente de frequentar as aulas na Escola Básica 2 de Arazede (EB-2), Montemor-o-Velho, desde o início do ano lectivo, revelou hoje o Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC).
Lurdes Santos, do executivo distrital de Coimbra do SPRC, disse à agência Lusa que a criança, de 10 anos, sofre de epilepsia e diversas deficiências.
"Esta criança precisa de uma tarefeira que a acompanhe a tempo inteiro na escola", acrescentou, frisando que o aluno está em casa, no seio de uma família que inclui outros casos de deficiência.
Lurdes Santos lamentou "que o problema não tenha sido resolvido em dois meses", desde que arrancou o ano escolar.
Hoje, esta professora e uma outra dirigente do SPRC visitaram o menino, que estava em casa com a mãe e uma avó, na aldeia do Viso, concelho de Montemor.
"Por falta de pessoal auxiliar de acção educativa, este aluno, apesar de as aulas já terem começado há quase dois meses, permanece em casa, à espera que o Ministério da Educação decida disponibilizar os meios", refere o sindicato em comunicado.
Na nota, a direcção do SPRC afirma ter apurado que o conselho executivo da EB-2 de Arazede "tomou já medidas para que a situação do Diogo seja resolvida" pelo ministério.
CSS.

Provas de Aferição: Sociedade Portuguesa de Matemática defende consolidação de números e cálculo no 1º ciclo

6 de Novembro de 2007, 19:06
Lisboa, 06 Nov (Lusa) - A Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) defendeu hoje a necessidade de consolidar os domínios básicos dos números e do cálculo no primeiro ciclo, tendo em conta os baixos resultados dos alunos do 6º ano nestas competências nas provas de aferição.
De acordo com o relatório nacional do Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) sobre as provas de aferição realizadas em Maio no 1º e 2º ciclos, só quatro em cada dez estudantes do 6º ano obtiveram a cotação máxima nas questões relacionadas com Geometria, Números e Cálculo, uma prestação muito abaixo da alcançada nos domínios de Estatísticas e Probabilidades (73 por cento) e Álgebra e Funções (66,9).
"As provas de aferição têm revelado ao longo dos anos que as matérias básicas de números e cálculos não estão muito consolidadas e os alunos quando chegam ao segundo ciclo ressentem-se disso. Era um resultado esperado", afirmou Nuno Crato, presidente da SPM, em declarações à agência Lusa.
No quarto ano, os alunos revelam melhor desempenho a Álgebra e Funções (70,5 por cento) e Geometria e Medida (70,4) e pior nos restantes domínios mas, ainda assim, com percentagens entre os 60 e 65 por cento a Estatística e Probabilidade e a Números e Cálculo.
Ressalvando que ainda não analisou o relatório do GAVE em profundidade, o responsável adiantou que as comparações possíveis com os anos anteriores são "um pouco limitadas", já que as provas de aferição têm sido "muito diferentes de ano para ano".
"É necessário olhar para o relatório e para as próprias provas para depois se tirarem mais algumas indicações", referiu Nuno Crato.
A Lusa contactou a Associação de Professores de Matemática, mas a sua presidente, Rita Bastos, remeteu para mais tarde qualquer comentário.
MLS/JPB.
Lusa/Fim

Madeira: Professores protestam contra novo Estatuto

6 de Novembro de 2007, 20:31

Funchal, 06 Nov (LUSA) - Cerca de trezentos docentes afectos ao Sindicato dos Professores da Madeira (SPM) manifestaram-se, hoje, em frente à porta da Assembleia Legislativa Regional da Madeira, contra a proposta do Governo Regional para a alteração do Estatuto da Carreira Docente.

Tentando fazer coincidir a manifestação com a ordem de trabalhos da Assembleia Legislativa Regional, os professores, apoiados pela Coordenadora Regional do SPM, Marília Azevedo, pela dirigente sindical açoriana, Graça Menezes, e pelo secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira, viram contudo os seus planos gorados.

Isto, porque não foi possível a discussão e votação na generalidade do diploma no Parlamento, devido à suspensão dos trabalhos, quando surgiram divergências pessoais entre Baltazar Aguiar (PND) e Jaime Ramos (PSD).

No entanto, a discussão do diploma constava apenas do 13º ponto da ordem de trabalhos, pelo que muito dificilmente seria debatida hoje.

Marília Pereira, na manifestação, defendeu que "esta estrutura sindical deve ser ouvida no processo de negociação de um Estatuto da Carreira Docente que dignifique a carreira docente".

"Aconteceram apenas duas auscultações mas nenhuma negociação", explicou, manifestando ainda o desejo que "o Estatuto da Carreira Docente da Madeira não seja uma cópia do Estatuto da Carreira Docente nacional".

"O que o SPM pretende é um bom Estatuto e não, simplesmente, um Estatuto menos mau".

O secretário-geral da FENPROF manifestou a sua satisfação por este protesto, afirmando "não ter dúvidas da sua importância".

De referir que a outra estrutura regional sindical da Região, o Sindicato Democrático dos Professores da Madeira, não alinhou nesta manifestação, por considerar que muitas das suas propostas "foram incluídas no diploma do Governo Regional".

LAR.

Lusa/fim