sábado, fevereiro 16, 2008

Sócrates reúne-se no sábado com professores socialistas

O secretário-geral do PS, José Sócrates, reúne-se sábado, na sede nacional do seu partido, com professores socialistas de todos os distritos, encontro que tem como objectivo analisar a política de educação do Governo.
Em declarações à agência Lusa, Augusto Santos Silva, membro do Secretariado Nacional do PS, referiu que o encontro se insere no conjunto de reuniões que José Sócrates promove «habitualmente» com estruturas do partido.
«Neste caso, o encontro será com uma das estruturas de base temática do PS: a da educação», referiu o dirigente socialista.
O encontro com professores socialistas acontece depois de na passada quinta-feira, durante uma reunião do Grupo Parlamentar do PS, vários deputados socialistas do sector do ensino terem criticado a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, por causa da proposta do Governo de reforma do ensino artístico.
Antes desta questão do ensino artístico, durante a anterior sessão legislativa, também vários deputados socialistas do sector da educação já tinham entrando em rota de colisão com o executivo, criticando a proposta de revisão do estatuto da carreira docente.
Confrontado com estas críticas internas, Augusto Santos Silva referiu que o PS «é um partido livre e plural», mas considerou que muitas dos episódios ocorridos em reuniões da bancada socialista chegam à comunicação social «de forma distorcida».
«Por outro lado, reparo que é difícil haver [na comunicação social] ecos de reuniões internas do PCP ou do Bloco de Esquerda», acrescentou.
Diário Digital / Lusa
15-02-2008 14:08:00

Reunião de Sócrates com professores é habitual

Maria de Lurdes Rodrigues, ministra da Educação, afirmou esta sexta-feira que a reunião do secretário-geral do PS, José Sócrates, com os professores socialistas de todos os distritos, agendada para amanhã na sede do PS, no Largo do Rato, é "habitual".
Os encontros com professores socialistas no Largo do Rato são habituais. Não será o primeiro nem último” disse a governante, acrescentando que “conta estar presente na reunião”, como já aconteceu noutras ocasiões, e que "também com o Primeiro-ministro é habitual fazerem-se estas reuniões".Segundo Maria de Lurdes Rodrigues, “a política de Educação tem o apoio explícito do Governo. É uma batalha difícil, mas estamos todos sintonizados para levar a cabo esta missão”.O Primeiro-ministro anunciou esta sexta-feira que se reunirá na sede nacional do seu partido com professores socialistas de todos os distritos. Um encontro que tem como objectivo analisar a política de educação do Governo.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Sócrates garante que sistema de avaliação dos professores vai mesmo avançar


O primeiro-ministro, José Sócrates, recusou ontem qualquer cedência em matéria de sistema de avaliação dos professores, garantindo mesmo que não terminará o seu mandato no Governo sem que esse sistema esteja instituído.
"Não passarei por este exercício governamental sem instituir um sistema de avaliação de professores", declarou José Sócrates aos jornalistas no final do debate quinzenal na Assembleia da República.Ao longo do debate, os critérios do novo sistema de avaliação dos professores foram contestados por todas as forças da Oposição, sobretudo pelo presidente do CDS, Paulo Portas. José Sócrates lamentou essas críticas da Oposição e contrapôs que "os portugueses precisam de saber que há mais de 30 anos que não há um sistema de avaliação dos professores". "Essa situação não pode continuar. A existência de um sistema de avaliação é fundamental para o país, desde logo para fazer justiça aos professores", sustentou.Na perspectiva do primeiro-ministro, a entrada em vigor de um sistema de avaliação "é a melhor garantia que se pode dar às famílias, aos alunos e aos professores, porque o mérito será premiado". "Lamento que todos os partidos da Oposição - alguns deles já estiveram no Governo e não fizeram nada - sejam agora os primeiros a contestar, ainda por cima concentrando-se em pequenos detalhes", disse, antes de se referir às medidas que ontem anunciou no Parlamento para reforçar a cobertura da rede de creches e do pré-escolar. Em particular, o primeiro-ministro procurou explicar os motivos que levaram o Governo a concentrar os investimentos em creches e em salas de pré-escolar nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, e não em outros pontos do país. Sócrates disse então que o Governo possui indicadores que provam que nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto os índices de cobertura de creches e pré-escolar são inferiores à média nacional. "Em termos de cobertura da rede de pré-escolar, a média nacional é de 77% e algumas áreas do país já atingem os 100%. Mas, nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, há áreas em que estamos ainda nos 50%", disse. De acordo com Sócrates, "as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto são precisamente as zonas do país onde a concentração de pessoas é maior e os problemas sociais são mais delicados". "Por isso, vamos investir nas áreas metropolitanas mais do que em outros locais no país. Queremos garantir às famílias, em particular às mais jovens, que terão melhores condições para compatibilizar a sua vida familiar com a vida profissional", declarou.O primeiro-ministro referiu ainda que, nos próximos dois anos, o Governo fará um esforço global de investimento na ordem dos cem milhões de euros.Tal como fizera no encerramento do debate, o primeiro-ministro falou aos jornalistas sobre uma reportagem que recentemente viu na televisão e que o terá "impressionado muito". "Impressionou-me muito uma reportagem que vi na televisão sobre pessoas que passaram a noite de fim de ano, em Odivelas, numa fila para inscreverem os seus filhos. Isso não pode acontecer", disse.

Professores de luto na escola


Os professores da Escola Básica Integrada de Eixo, Aveiro, marcaram para esta quinta-feira às 10:00h uma concentração à porta do estabelecimento de ensino, vestidos de preto.António Duarte Morais, do Agrupamento de Escolas de Eixo, escreveu numa carta a todos os professores: «todos os dias irei para a escola vestindo uma T-Shirt preta com a seguinte inscrição em letras brancas na parte da frente: “Estou de luto pela Educação” e na parte detrás da mesma “Estou em luta pela Educação”. Espero que todos os colegas adiram a esta forma de resistência, mas a sua adesão pode eventualmente ser mais subtil e discreta. Cada docente poderá usar apenas um fato preto, ou uma bracelete preta, ou um lenço preto ou qualquer outro adereço. O importante é que o mesmo seja preto e se distinga do resto da indumentária, para que seja evidente para todos os que nos rodeiam que estamos de luto».O "Movimento de Luto" começou há duas semanas, e o mesmo professor do 2º Ciclo do Ensino Básico anuncia que os docentes estão contra uma «catadupa incessante e incontinente de legislação tem sido emanada directamente do Ministério de Educação para ser implementada com uma velocidade estonteante e virtualmente impossível de cumprir, pondo mesmo em risco real o normal funcionamento das actividades lectivas».Num "Manifesto convivencial ou a arte de resistir" escreve ainda: «Pensava eu que o aluno era um ser humano único e irrepetível, um tesouro incomensurável que nunca poderia ser reduzido à dimensão de um objecto, pela sua transcendência e grandeza. Afinal estava enganado!Pensava eu que a relação pedagógica se revestia de um carácter extraordinário, quase miraculoso. Julgava que o professor era muito mais que um mero executante ou manipulador de objectos. Concebia o professor como um ser especial com a mais digna e nobre missão: ajudar a formar pessoas. Confesso que estava errado nos meus pressupostos. No inicio da legislatura, a Sra. Ministra utilizou um argumento absolutamente definidor da sua concepção de Educação. O investimento no ensino cresceu – dizia – nos últimos vinte anos tanto por cento (não me lembro quanto!) e o sucesso escolar não acompanhou esse crescimento; retirava daí o seguinte corolário: os professores são culpados e devemos fazer com que os professores produzam mais sucesso. Para que os professores se tornem mais produtivos devem passar mais tempo nas escolas e em paralelo é necessário que os alunos também passem mais tempo a aprender(...)».