sábado, junho 02, 2007

Erros ortográficos penalizados à parte para melhor identificar lacunas


Gabinete de Avaliação Educacional justifica a ausência de penalização de erros ortográficos na parte das provas de aferição dedicada à interpretação de texto com a necessidade de avaliar separadamente diferentes competências da língua.
Em declarações à agência Lusa, o director do Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE), Carlos Pinto Ferreira, explicou que a prova de Língua Portuguesa do 4.º e 6.º anos testa a compreensão de texto, o conhecimento da língua e a expressão escrita, competências avaliadas em separado para permitir aos serviços da tutela identificar as lacunas dos alunos em cada uma."Não faz sentido penalizar a incorrecção ortográfica na primeira parte, quando o que se pretende perceber é se o aluno compreendeu ou não o texto. Se uma dessas perguntas tiver zero porque tem um erro não conseguimos avaliar se o aluno percebeu o texto", disse o responsável, adiantando que "obviamente" os erros ortográficos, a incorrecção gramatical e a má construção frásica são avaliados e penalizados nas restantes partes da prova.Segundo Carlos Pinto Ferreira, trata-se de uma "técnica de avaliação" que permitirá ao Ministério da Educação elaborar relatórios para cada escola, nos quais serão identificadas as principais dificuldades dos alunos em cada uma das competências e delineadas estratégias diferentes para as combater."Com esta técnica, poderemos vir a concluir que os alunos percebem os textos e a competência de interpretação está a ser bem adquirida, mas que há lacunas graves ao nível da escrita", exemplificou, lembrando que o objectivo das provas de aferição não é avaliar os alunos, mas fazer um diagnóstico do sistema de ensino.Em declarações ao Público, Paulo Feytor Pinto, presidente da Associação de Professores de Português (APP), aceitou a explicação do director do Gave. "É importante separar a avaliação da leitura da avaliação da escrita, para perceber qual das competências está a faltar. Mas para o fazer mais valia optar pelo modelo de escolha múltipla." O presidente da APP considera que esta seria a melhor forma de evitar algo que, apesar das explicações, pode causar estranheza. "Instintivamente, diria que é difícil aceitar e quase põe em causa a autoridade de um professor que aceita que na prova de Português se façam erros ortográficos." Cerca de 250 mil alunos do 4.º e 6.º anos realizaram na semana passada provas de aferição a Língua Portuguesa e Matemática, sendo os resultados, pela primeira vez, devolvidos às escolas e afixados em pauta, a 21 de Junho. Em Outubro, os serviços do Ministério da Educação entregarão cerca de 30 mil relatórios por turma e por escola, a partir dos quais serão definidos planos de acção com medidas para melhorar o desempenho a Língua Portuguesa e Matemática.

Mais de 800 escolas encerraram em todo o país


Segundo dados parciais divulgados pelo Governo, mais de 800 escolas encerraram hoje em todo o país devido à greve geral convocada pela CGTP.
Segundo o Ministério das Finanças, que está a centralizar os números de adesão ao protesto, dos 10 928 estabelecimentos de ensino públicos, 825 (7,5%) estavam de portas fechadas às 13h00.Relativamente aos trabalhadores do sector da Educação, o Executivo fez um levantamento, até às 13h00 de hoje, junto de 72 020 auxiliares e docentes, dos quais 10 123 (14%) faltaram ao serviço. No entanto, só o número total de professores ronda os 150 mil, pelo que os dados do levantamento são ainda parciais.Também cerca das 13h00, a Federação Nacional dos Professores (FENPROF), afecta à CGTP, divulgou dados igualmente parciais sobre o encerramento de escolas, tendo nessa altura admitido que o número de estabelecimentos fechados podia ascender a mil.Das 199 escolas fechadas que foram identificadas pela Fenprof, 60% são do pré-escolar e do 1.º ciclo, estabelecimentos que funcionam com menor número de funcionários e docentes, sendo, por isso, os mais afectados pelo protesto dos trabalhadores.Só na Grande Lisboa, encerraram 65 escolas, entre as quais as secundárias Gil Vicente, Padre António Vieira, Passos Manuel e Pedro Nunes, enquanto na região Centro a paralisação levou ao fecho de 60 estabelecimentos.A região Sul foi a terceira mais afectada, com 47 escolas sem aulas, seguida do Norte, com 17, e das regiões autónomas da Madeira e dos Açores, ambas com cinco.Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral da federação, Mário Nogueira, ressalvou, contudo, que estes dados são ainda parciais, estando o levantamento a ser constantemente actualizado."A nível nacional, calculamos que o número de escolas encerradas seja superior a mil. Há milhares de alunos sem aulas e centenas de milhar com vários 'furos'", afirmou. De acordo com a FENPROF, "é praticamente impossível adiantar hoje as percentagens de adesão à greve", sobretudo nas escolas encerradas.A dificuldade no apuramento destes dados, segundo a Federação, deve-se ao facto de uma escola poder funcionar com uma percentagem muito elevada de grevistas entre os professores, desde que a maioria dos auxiliares se apresente ao serviço. Pelo contrário, um estabelecimento pode fechar portas se faltarem alguns funcionários, cuja ausência põe em causa as condições de segurança, mesmo que seja baixa a adesão entre os docentes.Já entre os estabelecimentos que se mantêm abertos, as percentagens de adesão que têm estado a ser recolhidas pela federação variam entre os 10% e os 90%.Contactada igualmente pela Lusa, a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), afecta à UGT, afirmou não estar a fazer qualquer levantamento sobre a paralisação de hoje por não estar envolvida no protesto.

FENPROF exige pagamento de horas a docentes que corrigem provas


Lusa 2007-06-01
A Federação reivindica o pagamento de horas extraordinárias aos docentes envolvidos na correcção das provas de aferição, tarefa que representa um acréscimo de trabalho que diz ultrapassar o "estabelecido por lei".
Em comunicado, a Federação Nacional dos Professores (FENPROF) afirma que vai distribuir em todas as escolas do Ensino Básico uma minuta de reclamação para os professores requererem o pagamento das horas.Caso o pedido seja negado pelo Ministério da Educação (ME), a FENPROF adianta que os seus serviços jurídicos estarão à disposição dos docentes que queiram interpor um recurso hierárquico ou até uma acção judicial.No primeiro dia da realização das provas do 4.º e 6.º anos, a 22 de Maio, o secretário de Estado Adjunto da Educação afirmou que a correcção dos testes não será paga, uma vez que a tarefa "faz parte do trabalho dos professores".A maior estrutura sindical do sector alega, contudo, que os cerca de quatro mil professores classificadores têm de corrigir em poucos dias dezenas de provas, "uma tarefa exigente no plano profissional, que o ME pretende que seja acrescida ao trabalho intenso de final do ano".Apesar de a tutela ter dispensado estes docentes da componente não lectiva (trabalho realizado nas escolas, fora do horário de aulas), a Federação afirma que isso "não compensa o acréscimo de horas de trabalho, que ultrapassa largamente o estabelecido em lei".Na semana passada, cerca de 250 mil alunos do 4.º e do 6.º anos testaram conhecimentos a Língua Portuguesa e Matemática, realizando provas de aferição que não contam para nota, mas ajudam a tutela a aferir se estão a ser adquiridas as competências básicas às duas disciplinas.

quinta-feira, maio 31, 2007

Mais de 800 escolas encerraram em todo o país


Segundo dados parciais divulgados pelo Governo, mais de 800 escolas encerraram hoje em todo o país devido à greve geral convocada pela CGTP.
Segundo o Ministério das Finanças, que está a centralizar os números de adesão ao protesto, dos 10 928 estabelecimentos de ensino públicos, 825 (7,5%) estavam de portas fechadas às 13h00.Relativamente aos trabalhadores do sector da Educação, o Executivo fez um levantamento, até às 13h00 de hoje, junto de 72 020 auxiliares e docentes, dos quais 10 123 (14%) faltaram ao serviço. No entanto, só o número total de professores ronda os 150 mil, pelo que os dados do levantamento são ainda parciais.Também cerca das 13h00, a Federação Nacional dos Professores (FENPROF), afecta à CGTP, divulgou dados igualmente parciais sobre o encerramento de escolas, tendo nessa altura admitido que o número de estabelecimentos fechados podia ascender a mil.Das 199 escolas fechadas que foram identificadas pela Fenprof, 60% são do pré-escolar e do 1.º ciclo, estabelecimentos que funcionam com menor número de funcionários e docentes, sendo, por isso, os mais afectados pelo protesto dos trabalhadores.Só na Grande Lisboa, encerraram 65 escolas, entre as quais as secundárias Gil Vicente, Padre António Vieira, Passos Manuel e Pedro Nunes, enquanto na região Centro a paralisação levou ao fecho de 60 estabelecimentos.A região Sul foi a terceira mais afectada, com 47 escolas sem aulas, seguida do Norte, com 17, e das regiões autónomas da Madeira e dos Açores, ambas com cinco.Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral da federação, Mário Nogueira, ressalvou, contudo, que estes dados são ainda parciais, estando o levantamento a ser constantemente actualizado."A nível nacional, calculamos que o número de escolas encerradas seja superior a mil. Há milhares de alunos sem aulas e centenas de milhar com vários 'furos'", afirmou. De acordo com a FENPROF, "é praticamente impossível adiantar hoje as percentagens de adesão à greve", sobretudo nas escolas encerradas.A dificuldade no apuramento destes dados, segundo a Federação, deve-se ao facto de uma escola poder funcionar com uma percentagem muito elevada de grevistas entre os professores, desde que a maioria dos auxiliares se apresente ao serviço. Pelo contrário, um estabelecimento pode fechar portas se faltarem alguns funcionários, cuja ausência põe em causa as condições de segurança, mesmo que seja baixa a adesão entre os docentes.Já entre os estabelecimentos que se mantêm abertos, as percentagens de adesão que têm estado a ser recolhidas pela federação variam entre os 10% e os 90%.Contactada igualmente pela Lusa, a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), afecta à UGT, afirmou não estar a fazer qualquer levantamento sobre a paralisação de hoje por não estar envolvida no protesto.

PROFESSORES NA GREVE GERAL

ADESÃO NA REGIÃO CENTRO:Mais de 10.000 docentes em greve

A adesão dos professores e dos funcionários das escolas na Greve Geral regista uma boa adesão, sendo muitos os exemplos de escolas encerradas de todos os níveis de educação e ensino.

O ataque desferido pelo governo contra a administração pública, com a constante alteração dos quadros legais que definem as políticas de carreiras e quadros de pessoal, tem suscitado uma grande reacção de protesto de docentes e não docentes.

O crescente descontentamento com este governo leva a que hoje os trabalhadores exijam uma inevitável mudança de políticas. Os trabalhadores estão apreensivos em relação ao seu futuro e, no caso da Educação e do Ensino, a ameaça dos supranumerários, da crescente precarização do emprego e do desemprego não afecta só os jovens professores, mas também os docentes de todas as idades e regiões do país, ampliada que é pelo encerramento e fusão de estabelecimentos de educação e ensino.

Mas outros aspectos afectam e justificam a adesão dos professores e educadores: o bloqueamento e congelamento das progressões e promoções na carreira, o roubo do tempo de serviço, a estratificação e fragmentação do desenvolvimento de carreira de docentes, o aumento da carga horário e de trabalho dos professores, as ilegalidades cometidas com os concursos nos dois últimos anos, a perda de poder de compra, a redução real dos salários e a degradação social e desvalorização profissional dos docentes portugueses, perpetrada pelo ministério de Lurdes Rodrigues, bem como o agravamento das condições de aposentação com o aumento do tempo de serviço, da idade e dos descontos, entre muitos aspectos.

Apesar do medo que se tentou instalar na administração pública com a identificação individual dos trabalhadores em greve, com ameaça de processo disciplinar sobre os conselhos executivos que não cumprissem as instruções do governo, a adesão dos docentes revela determinação e compreensão do que pode estar em causa já no início do próximo ano lectivo.

EIS ALGUNS EXEMPLOS DE ADESÕES À GREVE GERAL

Escolas fechadas na região

Aveiro - EB 2/3 João Afonso - Aveiro, EB 2/3 Castro Matoso – Oliveirinha, Jardim de Infância de Palhaça - Oliveira Bairro, EB 2 de Albergaria -a-Velha, EB 1 Mouquim (Alb.-a-Velha)

Castelo Branco - EB1 Telhado, EB1 Atalaia do Campo, EB1 Orca, EB1 Póvoa da Atalaia, JI Capinha, JI S. Miguel d'Acha, JI Ladoeiro, EB1 S. Miguel d'Acha; Escola Profissional Agrícola da Qtª da Lageosa, EB1 Malpique, JI Monte do Bispo

Coimbra – EB 1 N.º 16 Norton de Matos – Coimbra, EB 2, 3 Alice Gouveia – Coimbra, Escola Secundária de Oliveira do Hospital, EB 2, 3 DE Soure, JI Ingote, JI Condeixa-a-Nova, JI de Trouxemil, JI de Bairro de Sta Apolónia, JI de Vil de Matos, JI de VN de Poiares, JI de Canedo – Pampilhosa, JI de Taveiro

Guarda - Conservatório de Música da Guarda, JI da Meda-Prova, JI de Meda, JI de Meda – Poço do Canto, EB 1 de Casas de Soeiro - Celorico da Beira

Leiria – Esc. Sec. Calazans Duarte (Marinha Grande), EB 2,3 Sec. S. Martinho do Porto (Alcobaça), EB1 Marrazes (manhã), EB1 Courelas (Leiria), EB 1 Pousos Estrada Nacional (Leiria), JI Pousos (Leiria), Jardins de Infância do concelho da Nazaré, EB 2,3 Pataias (Alcobaça), EB 2,3 Nery Capucho (M. Grande), EB1 S. Martinho do Porto (Alcobaça), EB1 Alfeizerão (Alcobaça), EB1 Casal Velho (Alcobaça), EB1 Casal Pardo (Alcobaça), EB1 Feteira (Alcobaça), JI Casal Pardo (Alcobaça), EB1 Mélvoa (Alcobaça), JI Boavista (Marinha Grande), JI Barrocal (Pombal), JI Ramalhais (Pombal), EB1 Garcia (Marinha Grande), EB1 Pilado (Marinha Grande)


Viseu - EB 2, 3 de Repeses – Viseu, Secundária de Mortágua, Secundária de Castro Daire, EB1 de Mouzelos e Paradinha, EB 1 de Paizes, Parada, Sto Amaro, Carregal do Sal, EB 1 de Canbres, de Reigoso – Oliveira de Frades, JI de S. João de Lourosa – Viseu, de Lamegon.º 3, de Torredeita, de Touro – VN de Paiva


Outros dados de adesão

EB 2, 3 da Pedrulha - Coimbra-66%
EB 2, 3 Inês de Castro - 70%
Concelho Nazaré - Pré-escolar - 100%
Escola Secundária D. Dinis - Coimbra - 41%
EB 2, 3 CIDADE DE CASTELO BRANCO - 50%
Escola Secundária de Arganil - Arganil - 53%
Agrupamento de Branca - Albergaria-a-Velha - 33%
EBI Centro de Portugal - 50%
Secundária Cristina Torres - 49%
Infantário dos HUC (Casa de pessoal)- 74%
EB 2, 3 Silva Gaio - 35%

Professores de Português criticam revisão curricular


Lusa 2007-05-28
A Associação de Professores de Português considera que a revisão curricular do Ensino Secundário assenta "num modelo pouco flexível", que "dificilmente" dará resposta à heterogeneidade de alunos e às "tendências actuais".
"Tal como a estrutura curricular em vigor, a nova estrutura também assenta, anacronicamente, num modelo pouco flexível de gestão do currículo, típico da deficiente tradição organizacional portuguesa. Dificilmente um modelo tão rígido dará conta da heterogeneidade crescente dos alunos do Secundário", afirma a Associação de Professores de Português (APP), em comunicado.O Governo aprovou quinta-feira, na generalidade, a revisão dos currículos dos cursos cientifico-humanísticos do Ensino Secundário, com o intuito de reforçar o ensino prático e experimental já a partir do próximo ano lectivo.Em comunicado, a APP defende que apenas sejam obrigatórias as disciplinas de formação geral, cabendo aos alunos a escolha das disciplinas de formação específica, consoante a oferta da escola."Dentro da mesma tradição própria da moribunda era industrial, propõe-se uma especialização disciplinar que nada tem a ver com as tendências actuais e de que é paradigmática a existência de três disciplinas exclusivamente dedicadas aos estudos literários, para além das disciplinas de Português e Línguas Estrangeiras", acrescenta a associação, referindo-se às cadeiras de Literatura Portuguesa, Literaturas de Língua Portuguesa e Clássicos da Literatura.A Associação de Professores de Português lamenta ainda que o trabalho prático e experimental não esteja previsto para a aula de Português, exemplificando com os tempos lectivos extracurriculares criados em várias escolas para o desenvolvimento de oficinas de escrita ou oficinas gramaticais.Por outro lado, a APP congratula-se com a continuação da possibilidade dada aos estudantes do Secundário de iniciarem o estudo de uma terceira língua estrangeira e com a criação a partir do próximo ano lectivo do curso de Línguas e Humanidades, por junção dos de Ciências Humanas e Sociais e de Línguas e Literaturas.Para reforçar a componente prática e experimental no Ensino Secundário, o decreto-lei aprovado quinta-feira na generalidade prevê o aumento da carga horária, onde serão introduzidos, em média, mais dois ou três blocos de aulas de 90 minutos.De acordo com esta revisão do currículo, a área de Ciências é a que terá o maior aumento, com mais 45 minutos semanais de aulas nas disciplinas específicas de Física e Química A e Biologia e Geologia do 10º e 11º anos, o mesmo acontecendo nas cadeiras de Biologia, Física, Química e Geologia do 12º.Os estudantes do curso de Artes Visuais e de Línguas e Humanidades vão igualmente ver reforçado o número de aulas, com mais 45 minutos a Desenho A e a Língua Estrangeira, respectivamente. Outras das alterações que a Ministra da Educação considerou "relevante" é a passagem da disciplina de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) do décimo ano para os sétimo e oitavo anos.

Professores têm 10 dias para ver 500 mil provas de aferição


Os apertados prazos impostos pelo Ministério da Educação para a correcção das provas de aferição de Português e Matemática do 4.º e 6.º ano, realizadas esta semana, estão a deixar os professores seleccionados para a tarefa à beira de um ataque de nervos. É que, de acordo com as orientações da tutela, os docentes terão de lançar as notas, já em formato informático, até ao dia 8 de Junho, pois o Ministério assumiu o compromisso de entregar, até 21 desse mês, os resultados às escolas. E há quem ainda nem tenha recebido os testes.Segundo apurou o DN, apesar de as escolas já terem enviado há bastante tempo a lista de professores que poderiam fazer as correcções, os mais de 8000 selecionados só foram informados da escolha após as provas de Português e Matemática, que se realizaram, respectivamente, terça e quinta-feira. Os docentes de Português receberam ontem os enunciados, enquanto os de Matemática só os terão nas mãos segunda-feira. Em causa estão quase 250 mil provas para cada uma das disciplinas, o que perfaz perto de 500 mil testes, cabendo a cada professor a análise de até 60 exames. Terão dez dias úteis para realizarem a tarefa atempadamente. Uma missão dificultada pelo facto de se estar em plena recta final do ano lectivo e de os professores continuarem a leccionar.Maria do Rosário Eça, uma das docentes seleccionadas, de uma escola lisboeta, disse ao DN que há professores que não aceitam estas condições e que vão exigir medidas que salvaguardem a sua situação. Uma hipótese seria pedir um alargamento do prazo, "porque a correcção não pode ser feita em condições dentro deste prazo". Em alternativa, explicou, "seria necessária uma dispensa de dois ou três dias às actividades lectivas, de forma a libertar um pouco os professores para que estes consigam corrigir as provas".Em declarações ao DN, o secretário-geral da Fenprof criticou duramente a postura do Ministério: "Este Governo já perdeu toda a vergonha que tinha e acha que os professores são pau para toda a obra e têm de fazer tudo o que o Governo quiser a qualquer momento". Mário Nogueira desaconselhou os professores a recusarem a correcção das provas, porque isso "constituiria um crime de desobediência", mas disse que "a Fenprof apoiará todos os que quiserem exigir em tribunal o pagamento de um subsídio extraordinário".Também o presidente da Associação dos Professores de Português, Paulo Feytor Pinto, considerou que esta altura do ano é muito complicada para que os professores possam conciliar as aulas com a correcção destas provas: "É-nos muito difícil lidar com uma tutela que exige rigor e depois nos obriga a fazer uma coisa sem pré-aviso", acusou.Questionado pelo DN, o assessor de imprensa, Rui Nunes, não comentou a hipótese de a tutela alargar os prazos para correcção das provas ou de serem concedidos dias de dispensa ao serviço. "O Ministério não recebeu até agora qualquer queixa. Se houver problemas, serão resolvidos nas unidades de aferição", disse.

Publicado regulamento do concurso para professores

legislação que regula o primeiro concurso de acesso à categoria de professor titular, a que podem candidatar-se 60 mil docentes, foi publicada em Diário da República e entra em vigor hoje.
Segundo o diploma, que mantém a assiduidade como um dos critérios, o concurso vai decorrer em duas fases autónomas de acordo com os índices remuneratórios dos docentes, sendo o número de vagas fixado posteriormente através de despacho da ministra da Educação. A regulamentação do concurso prevê a selecção dos docentes através da análise curricular onde são ponderadas as habilitações académicas, com a valorização da formação académica acrescida como os graus de mestre (15 pontos) e doutor (30 pontos).São ainda consideradas a experiência profissional e a avaliação de desempenho com a valorização do exercício de actividades lectivas, o desempenho de cargos de coordenação, direcção e supervisão de outros docentes e a assiduidade.Na versão final do documento as faltas dadas por motivo de doença, assistência a filhos menores ou morte de familiar deixam de ser contabilizadas em termos de assiduidade, mas uma fonte sindical pela Lusa referiu que o documento não é específico quanto a estes casos.O diploma na questão da assiduidade, entre outros, o menor número de faltas nos cinco anos anteriores, não contabilizando as "faltas, licenças e dispensas legalmente consideradas, durante o mesmo período, como prestação efectiva de serviço.Na versão inicial, o diploma penalizava, entre outros, os casos de ausências por motivos de doença, acompanhamento de filhos doentes ou morte de familiar, por exemplo, o que foi fortemente contestado pelos sindicatos durante o processo de negociação do regulamento do concurso.A avaliação do currículo dos candidatos, que o diploma do Ministério da Educação (ME) limita aos últimos sete anos lectivos, é também um dos principais aspectos contestados pelos sindicatos, que alegam que os professores em condições de concorrer têm, em média, 21 anos de serviço.Para a tutela, a criação da categoria de titular "não se destina principalmente ao desenvolvimento da carreira dos professores e educadores, nem a satisfazer, em primeiro lugar, expectativas de progressão ou promoção, por mais legítimas que sejam", mas apenas a dotar as escolas de um corpo de docentes que estejam em melhores condições para exercer funções de coordenação a partir do próximo ano lectivo. O processo de negociação suplementar relativo à regulamentação do primeiro concurso de acesso à categoria de professor titular terminou em Março com a oposição dos os sindicatos do sector. A Federação Nacional de Educação (FNE), uma das estruturas sindicais que contestou este concurso, tinha prometido recorrer aos tribunais assim que o diploma fosse publicado. Uma fonte da FNE confirmou à Lusa que o assunto está a ser estudado, aguardando a publicação do anúncio de abertura do concurso para uma decisão final sobre a questão.

Ministro saúda presença «esmagadora» de professores


O ministro do Trabalho, Vieira da Silva, saudou hoje no Porto a comparência «esmagadora» de professores nas escolas, permitindo a realização da quase totalidade dos exames nacionais do 9º e 12º anos. Já os sindicatos da região centro classificam a greve como um «êxito», apontando uma adesão acima dos 60 por cento.
( 21:32 / 20 de Junho 05 )
«Os professores deram uma prova que, de facto, os argumentos apresentados pelo Governo eram perfeitamente válidos», afirmou Vieira da Silva no final da tomada de posse do delegado regional do Norte do Instituto de Emprego e Formação Profissional.O ministro garantiu que «nunca esteve em causa o direito à greve» e que a definição pelo Ministério da Educação de serviços mínimos de professores foi «obviamente legal».Sindicatos apontam para 60% de adesãoO primeiro dia de greve regional de professores teve hoje mais de 66 por cento de adesão na região abrangida (Centro), segundo os sindicatos.Mas o Ministério da Educação disse que apenas não fizeram exame nacional 191 alunos do 9º ano em cinco escolas. A greve conjunta das federações nacionais de Professores (Fenprof) e da Educação (FNE) foi decretada para docentes, educadores de infância e trabalhadores não docentes das escolas abrangidas pelas direcções regionais de Educação do Centro (hoje), Lisboa (terça-feira), Norte (quarta-feira) e Alentejo e Algarve (quinta-feira).Segundo Paulo Sucena, da Fenprof, a greve foi convocada em sinal de «revolta contra as medidas do Governo que afectam todos os educadores de infância e professores».Para os sindicatos, a definição de serviços mínimos para a educação é ilegal, uma vez que a realização de exames nacionais não é «uma necessidade social inadiável», mas o ministro do Trabalho garantiu a legalidade da decisão do Ministério da Educação.