sábado, fevereiro 03, 2007

A escola que temos

A escola que temos não exige a muitos jovens qualquer aproveitamento útil ou qualquer respeito da disciplina. Passa o tempo a pôr-lhes pó de talco e a mudar-lhes as fraldas até aos 17 anos.

Entretanto mostra-lhes com toda a solicitude que eles não precisam de aprender nada, enquanto a televisão e outros entretenimentos tratam de submetê-los a um processo contínuo de imbecilização.

Se, na adolescência, se habituam a drogar-se, a roubar, a agredir ou a cometer outros crimes, o sistema trata-os com a benignidade que a brandura dos nossos costumes considera adequadas à sua idade e lava-lhes ternurentamente o rabinho com água de colónia.

Ficam cientes de que podem fazer tudo o que lhes der na real gana na mais gloriosa das impunidades.

Não são enquadrados por autoridade de nenhuma espécie na família, nem na escola, nem na sociedade, e assim atingem a maioridade.

Deixou de haver serviço militar obrigatório, o que também concorre para que cheguem à idade adulta sem qualquer espécie de aprendizagem disciplinada ou de noção cívica.

Vão para a universidade mal sabendo ler e escrever e muitas vezes sem sequer conhecerem as quatro operações. Saem dela sem proveito palpável.

Entretanto, habituam-se a passar a noite em discotecas e noutros proficientes locais de aquisição interdisciplinar do conhecimento, até às cinco ou seis da manhã.

Como não aprenderam nada digno desse nome e não têm referências identitárias, nem capacidade de elaboração intelectual, nem competência profissional, a sua contribuição visível para o progresso do país consiste no suculento gáudio de colocarem Portugal no fim de todas as tabelas.

Capricham em mostrar que o "bom selvagem" afinal existe e é português.

A sua capacidade mais desenvolvida orienta-se para coisas como o Rock in Rio ou o futebol. Estas são as modalidades de participação colectiva ao seu alcance e não requerem grande esforço (do qual, aliás, estão dispensados com proficiência desde a instrução primária).

Contam com o extremoso apoio dos pais, absolutamente incapazes de se co-responsabilizarem por uma educação decente, mas sempre prontos a gritar aqui-d'el-rei! contra a escola, o Estado, as empresas, o gato do vizinho, seja o que for, em nome dos intangíveis rebentos.

Mas o futuro é risonho e é por tudo o que antecede que podemos compreender o insubstituível papel de duas figuras como José Mourinho e Luiz Felipe Scolari.

Mourinho tem uma imagem de autoridade friamente exercida, de disciplina, de rigor, de exigência, de experiência, de racionalidade, de sentido do risco. Este conjunto de atributos faz ganhar jogos de futebol e forma um bloco duro e cristalino a enredomar a figura do treinador do Chelsea e o seu perfil de condottiere implacável, rápido e vitorioso. Aos portugueses não interessa a dureza do seu trabalho, mas o facto de "ser uma máquina" capaz de apostar e ganhar, como se jogasse à roleta russa.

Scolari tem uma imagem de autoridade, mas temperada pela emoção, de eficácia, mas temperada pelo nacional-porreirismo, de experiência, mas temperada pela capacidade de improviso, de exigência, mas temperada pela compreensão afável, de sentido do risco, mas temperado por um realismo muito terra-a-terra. É uma espécie de tio, de parente próximo que veio do Brasil e nos trata bem nas suas rábulas familiares, embora saiba o que quer nos seus objectivos profissionais.

Ora, depois de uns séculos de vida ligada à terra e de mais uns séculos de vida ligada ao mar, chegou a fase de as novas gerações portuguesas viverem ligadas ao ar, não por via da aviação, claro está, mas porque é no ar mais poluído que trazem e utilizam a cabeça e é dele que colhem a identidade, a comprazer-se entre a irresponsabilidade e o espectáculo.

E por isso mesmo, Mourinho e Scolari são os novos heróis emblemáticos da nacionalidade, os condutores de homens que arrostam com os grandes e terríficos perigos e praticam ou organizam as grandes façanhas do peito ilustre lusitano. São eles quem faz aquilo que se gosta de ver feito, desde que não se tenha de fazê-lo pessoalmente porque dá muito trabalho.
Pensam pelo país, resolvem pelo país, actuam pelo país, ganham pelo país.

Daí as explosões de regozijo, as multidões em delírio, as vivências mais profundas, insubordinadas e estridentes, as caras lambuzadas de tinta verde e vermelha dos jovens portugueses. Afinal foi só para o Carnaval que a escola os preparou. Mas não para o dia seguinte.

Vasco Graça Moura
Escritor

Estatuto da Carreira Docente- Aprovado- Veja aqui as alterações introduzidas

Decreto-lei que altera o ECD e o regime jurídico da formação contínua [PDF]



http://www.min-edu.pt/np3/391.html

Professores caldenses são hoje homenageados


A Câmara das Caldas assinala hoje, 2 de Fevereiro, a partir das 18h30, na ETEO (Escola Técnica e Empresarial do Oeste), o Dia do Professor. Com esta iniciativa pretende homenagear os docentes do primeiro ciclo do ensino básico e educadores de infância que exercem, ou exerceram, a sua actividade no concelho, em especial aqueles que no último ano se aposentaram.Após a recepção dos convidados, haverá um momento de animação cultural, seguindo-se, pelas 19h30, a homenagem aos professores aposentados. A noite termina com um jantar com animação musical no restaurante “A Lareira”.

Exame de Português vai incluir termos da TLEBS - Andam a gozar com quem?



Lusa 2007-02-02

O exame nacional de Português B do 12.º ano vai incluir perguntas relativas à Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário, apesar de a tutela já ter reconhecido erros e ter anunciado a sua suspensão em 2007/2008.

De acordo com as orientações definidas em Dezembro pelo Gabinete de Avaliação Educacional do Ministério da Educação (ME) para o exame nacional de Português B do 12.º ano, a prova deverá conter questões sobre termos como "coesão lexical por reiteração", "dêixis" e "quantificador relativo", introduzidos pela nova Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário (TLEBS).Em declarações à Lusa, o primeiro subscritor da petição que reuniu mais de oito mil assinaturas contra a implementação nas escolas da nova terminologia manifestou "perplexidade" com o facto de este exame nacional conter "matéria que já foi provado ser errada do ponto de vista científico". "A TLEBS é um conteúdo experimental não validado cientificamente e, ainda assim, consta da prova-modelo do exame", criticou José Nunes.Também para o professor catedrático de Linguística na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa João Andrade Peres, não faz sentido incluir na prova termos exclusivos da TLEBS, uma vez que "muitos alunos do Secundário não deram esses tópicos e, por isso, poderão não saber responder a estas perguntas"."Na prática, a terminologia não foi generalizada em todas as escolas e, por isso, as perguntas têm de poder ser respondidas também por alunos que não têm esses conhecimentos", explicou, em declarações à Lusa.Num ofício datado de 19 de Janeiro, a própria Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular esclarece que "as perguntas que tenham relação com o domínio da gramática serão corrigidas de modo a acolher de igual modo as respostas dadas por alunos que tenham tido como professores aqueles que utilizaram a nova terminologia e os que utilizaram outros termos".Por isso, o professor catedrático sublinha que "a prova-modelo é inconsistente com as orientações dadas em Janeiro pelo ofício do Ministério". Além disso, João Andrade Peres critica a inclusão de termos que afirma estarem errados cientificamente, como a expressão "quantificador relativo" para designar, por exemplo, a palavra "cujo" ou "cuja", anteriormente consideradas "pronomes relativos"."Esse termo é errado cientificamente e os linguistas reconhecem consensualmente que a sua utilização não faz qualquer sentido. É errado o termo quantificador porque palavras como 'cuja' não quantificam nada", explicou.Contactado pela Lusa, o assessor do Ministério da Educação explicou apenas que a tutela se compromete a garantir que "os alunos expostos à nova terminologia e os que tiveram a antiga vão conseguir responder correctamente aos itens apresentados no exame".Na semana passada, o secretário de Estado-adjunto da Educação anunciou à agência Lusa que a experiência pedagógica associada à TLEBS vai ser suspensa no próximo ano lectivo, considerando "necessário que [a mesma] seja revista do ponto de vista científico e adaptada do ponto de vista pedagógico".Na altura, Jorge Pedreira reconheceu que "a TLEBS que tem sido experimentada nas escolas tem inconsistências", não tendo havido "coordenação suficiente" no processo

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Manifestação de professores em frente ao Governo Civil de Viseu


Cerca de duas centenas de professores e educadores desempregados e contratados a prazo concentraram-se, no dia 24 de Janeiro, em frente ao Governo Civil de Viseu. A manifestação realizou-se no final de um plenário convocado pelo Sindicato de Professores da Região Centro (SPRC), da FENPROF, que decorreu no Auditório Mirita Casimiro, em Viseu. Nesta reunião, para além de aprovada uma moção que posteriormente foi entre no Governo Civil, foi também eleita uma Comissão de Luta que, no âmbito do SPRC – FENPROF, “apoiará a acção sindical pelo emprego com direitos”, começa por adiantar uma nota de imprensa do organismo. Na moção, entregue ao representante do Governo em Viseu, intitulada “Melhor Educação exige mais professores e educadores e estabilidade profissional” começa por ler-se que o direito das crianças e jovens a uma Escola Pública de Qualidade, o combate eficaz ao insucesso escolar e a equiparação em termos de escolaridade e formação aos níveis dos restantes países europeus “exigem um sério investimento na Educação que passa, necessariamente, pela dotação dos estabelecimentos de educação e ensino com um número suficiente de professores e educadores”. Por outro lado, a estabilidade do corpo docente “constitui um factor de capital importância não só para a sua realização profissional” bem como “para uma equilibrada gestão de recursos humanos por parte das escolas, condição indispensável ao desenvolvimento sustentado dos seus projectos educativos”. Porém, “o Ministério da Educação continua a insistir nas suas políticas restritivas diminuindo o número de docentes necessários ao País e não solucionando os problemas reais das escolas, dos professores e das crianças e jovens que as frequentam”. De acordo com a moção aprovada em plenário, “o resultado do processo de colocações no ano lectivo em curso é bem demonstrativo desta política, com cerca de 30 mil professores e educadores não colocados e vários milhares em situação de enorme precariedade, com horários reduzidos e, em muitos casos, temporários. Esta situação é inaceitável e tremendamente injusta para este conjunto de docentes”, sublinha a moção. Segundo enfatiza ainda o documento, “recentemente o Governo aprovou o decreto-lei que aprova um novo regime de contratação de professores que prevê a celebração de contratos individuais de trabalho que precarizam ainda mais o emprego de milhares de profissionais da educação”. Neste contexto, os professores e educadores contratados a prazo e desempregados, presentes na reunião realizada em Viseu “repudiam a insensibilidade dos responsáveis governamentais perante a realidade brutal do desemprego e da instabilidade docente, afirmam a necessidade de um Ensino com qualidade que exige mais professores e educadores” e apresentam algumas exigências. A primeira enunciada na moção é “a redução do número de alunos por turma e a redução do número de turmas por professor, no sentido de proporcionar condições adequadas à melhoria da qualidade do ensino”. Depois, é referido o “redimensionamento das turmas do 1º Ciclo do Ensino Básico por forma a que sejam constituídas por dezanove alunos, devendo as turmas que integrem crianças com necessidades educativas especiais ou com mais de dois anos de escolaridade ser constituídas, no máximo, por doze ou quinze alunos respectivamente”. No documento, os professores desempregados e contratados a prazo exigem ainda “o alargamento da rede pública de educação pré-escolar de modo a que todas as crianças a ela tenham acesso”; “o desenvolvimento de medidas que permitam combater eficazmente o analfabetismo que em Portugal atinge valores alarmantes” e “a redefinição das regras de cálculo do crédito global de horas a fim de responder às necessidades das escolas e agrupamentos”. “A abertura de vagas, de acordo com as reais necessidades das escolas devendo, para esse efeito, ser alterados os critérios para a determinação dos lugares do quadro, tendo em conta o conjunto de respostas educativas que se exigem nas escolas; bem como “a tomada de medidas que permitam a vinculação dos professores e educadores contratados através da sua integração num quadro” são outras das exigências dos docentes reunidos em Viseu. A moção encerra com a afirmação da disponibilidade dos professores e educadores presentes no plenário “para participar nas diversas iniciativas e acções de luta que vierem a ser definidas pelo SPRC e pela FENPROF em defesa do direito ao emprego e de uma profissão mais estável e valorizada, designadamente na Manifestação de 28 de Março, convocada pela CGTP” – Confederação Geral de Trabalhadores Portugueses.

01-Fev-2007


Carta duma professora
Autor: R. Mateus
Data: 14-01-2007

No número 1784 do Jornal Expresso, publicado no passado dia 6 de Janeiro, o colunista Miguel Sousa Tavares desferiu um violentíssimo ataque contra os professores (que não queriam fazer horas de substituição), assim como contra os médicos (que passavam atestados falsos) e contra os juízes (que, na relação laboral, pendiam para os mais fracos e até tinham condenado o Ministério da Educação a pagar horas extraordinárias pelas aulas de substituição).
Em qualquer país civilizado, quem é atacado tem o direito de se defender. De modo que a professora Dalila Cabrita Mateus, sentindo-se atingida, enviou ao Director do Expresso, uma carta aberta ao jornalista Miguel Sousa Tavares. Contudo, como é timbre dum jornal de referência que aprecia o contraditório, de modo a poder esclarecer devidamente os seus leitores, o Expresso não publicou a carta enviada. Aqui vai, pois, a tal Carta Aberta, que circula pela Net. Para que seja divulgada mais amplamente, pois, felizmente, ainda existe em Portugal liberdade de expressão.
«Não é a primeira vez que tenho a oportunidade de ler textos escritos pelo jornalista Miguel Sousa Tavares. Anoto que escreve sobre tudo e mais alguma coisa, mesmo quando depois se verifica que conhece mal os problemas que aborda. É o caso, por exemplo, dos temas relacionados com a educação, com as escolas e com os professores. E pensava eu que o código deontológico dos jornalistas obrigava a realizar um trabalho prévio de pesquisa, a ouvir as partes envolvidas, para depois escrever sobre a temática de forma séria e isenta. O senhor jornalista e a ministra que defende não devem saber o que é ter uma turma de 28 a 30 alunos, estando atenta aos que conversam com os colegas, aos que estão distraídos, ao que se levanta de repente para esmurrar o colega, aos que não passam os apontamentos escritos no quadro, ao que, de repente, resolve sair da sala de aula. Não sabe o trabalho que dá disciplinar uma turma. E o professor tem várias turmas. O senhor jornalista não sabe (embora a ministra deva saber) o enorme trabalho burocrático que recai sobre os professores, a acrescer à planificação e preparação das aulas.
O senhor jornalista não sabe (embora devesse saber) o que é ensinar obedecendo a programas baseados em doutrinas pedagógicas pimba, que têm como denominador comum o ódio visceral à História ou à Literatura, às Ciências ou à Filosofia, que substituíram conteúdos por competências, que transformaram a escola em lugar de recreio, tudo certificado por um Ministério em que impera a ignorância e a incompetência. O senhor jornalista falta à verdade quando alude ao «flagelo do absentismo dos professores, sem paralelo em nenhum outro sector de actividade, público ou privado». Tal falsidade já foi desmentida com números e por mais de uma vez. Além do que, em nenhuma outra profissão, um simples atraso de 10 minutos significa uma falta imediata.
O senhor jornalista não sabe (embora a ministra tenha obrigação de saber) o que é chegar a uma turma que se não conhece, para substituir uma professora que está a ser operada e ouvir os alunos gritarem contra aquela «filha da puta» que, segundo eles, pouco ou nada veio acrescentar ao trabalho pedagógico que vinha a ser desenvolvido. O senhor jornalista não imagina o que é leccionar turmas em que um aluno tem fome, outro é portador de hepatite, um terceiro chega tarde porque a mãe não o acordou (embora receba o rendimento mínimo nacional para pôr o filho a pé e colocá-lo na escola), um quarto é portador de uma arma branca com que está a ameaçar os colegas. Não imagina (ou não quer imaginar) o que é leccionar quando a miséria cresce nas famílias, pois «em casa em que não há pão, todos ralham e ninguém tem razão».
O senhor jornalista não tem sequer a sensibilidade para se por no lugar dos professores e professoras insultados e até agredidos, em resultado de um clima de indisciplina que cresceu com as aulas de substituição, nos moldes em que estão a ser concretizadas. O senhor jornalista não percebe a sensação que se tem em perder tempo, fazendo uma coisa que pedagogicamente não serve para nada, a não ser para fazer crescer a indisciplina, para cansar e dificultar cada vez mais o estudo sério do professor. Quando, no caso da signatária, até podia continuar a ocupar esse tempo com a investigação em áreas e temas que interessam ao país.
O senhor jornalista recria um novo conceito de justiça. Não castiga o delinquente, mas faz o justo pagar pelo pecador, neste caso o geral dos professores penalizados pela falta dum colega.
Aliás, o senhor jornalista insulta os professores, todos os professores, uma casta corporativa com privilégios que ninguém conhece e que não quer trabalhar, fazendo as tais aulas de substituição.
O senhor jornalista insulta, ainda, todos os médicos acusando-os de passar atestados, em regra falsos. E tal como o Ministério, num estranho regresso ao passado, o senhor jornalista passa por cima da lei, neste caso o antigo Estatuto da Carreira Docente, que mandava pagar as aulas de substituição. Aparentemente, o propósito do jornalista Miguel Sousa Tavares não era discutir com seriedade. Era sim (do alto da sua arrogância e prosápia) provocar os professores, os médicos e até os juízes, três castas corporativas. Tudo com o propósito de levar a água ao moinho da política neoliberal do governo, neste caso do Ministério da Educação.
Dalila Cabrita Mateus, professora, doutora em História Moderna e Contemporânea».
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Resposta a
Carta duma professora
- R. Mateus - 14-01-2007
Mensagem
"CARTA DUMA PROFESSORA"
Autor: josé Maria Ribeiro da Silva Lessa
Data: 14-01-2007

Senhora Doutora Dalila Cabrita Mateus.
Não li o artigo de Miguel Sousa Tavares, mas a acreditar(e não tenho razões para o não fazer)no texto que escreveu, tenho que lhe prestar a minha homenagem pela forma sincera mas educada como reage a noticia. Não e com berros e palavrões que defendemos os nossos direitos.
Fui nos anos 50 e 60 aluno dos vários degraus de ensino vigentes na altura, tive que trabalhar de dia e estudar á noite para conseguir fazer o 12º ano.
Para a minha geração os Professores eram os nossos ídolos, cabe aqui referir o nome da minha Professora Primária D. Iolanda, que nunca esqueci e que em 1976 reencontrei e pasme-se...reconhecia-a pela voz.
Passava eu na Rua Fernandes Tomás e entre muito ruído passei ombro a ombro por duas Senhoras que conversavam, uma das vozes foi-me familiar e olhei para trás, na incerteza de cometer uma gafe tive o cuidado de perguntar a uma delas se o seu nome éra Iolanda, respondeu sim muito admirada tanto mais que não me reconhecendo e perante o brilho nos meus olhos me perguntou, Não Me Digas Que Foste Meu Aluno, a resposta foi afirmativa e contagiante que acabamos os três a chorar, abraçados.
Foi assim que eduquei os meus filhos, dizia-lhes inclusive que nunca os castigaria por perder um ano mas que seria severo com eles se um dia um Professor me chama-se a informar do seu mau comportamento.
Outros tempos infelizmente para todos nós.
A minha total solidariedade para todos os Professores pelos tempos que vivem e para a Senhora os meus cumprimentos e a gratidão pela forma elevada com reage a uma noticia que a ofende e ofende a classe a que pertence e como quem não se sente não é filho de boa gente...
Cumprimentos e muitos anos de vida para a Senhora e toda a família e sempre que tiver que reagir a noticias de que não reconheça idoneidade jornalística ao autor, não se cale.
José Lessa

Prémio Estatístico Júnior 2007


Joana Santos 2007-01-31

O concurso organizado pela Sociedade Portuguesa de Estatística dirige-se aos alunos do 3.º ciclo e do Secundário. As candidaturas devem ser enviadas até 15 de Maio.

O Prémio Estatístico Júnior surgiu em 2005, na comemoração do 25.º aniversário da Sociedade Portuguesa de Estatística (SPE). Russell Alpizar, da Direcção da SPE, explica que o principal objectivo desta iniciativa é estimular e desenvolver o interesse dos alunos pela área da probabilidade e estatística. Uma matéria que faz parte dos programas de Matemática do 3.º ciclo e do Ensino Secundário e que «normalmente levanta problemas de aprendizagem».

Dirigido aos alunos do 3º ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário, são aceites candidaturas individuais ou em grupo, com um máximo de 3 alunos, com ou sem o acompanhamento de um professor, a quem cabe o papel de orientador.

A temática do trabalho deve estar relacionada com a teoria da probabilidade e/ou estatística e os candidatos têm de apresentar um trabalho constituído por um texto escrito, em português, com um máximo de 10 páginas A4 dactilografadas, e um póster, em formato A2, que resuma os principais aspectos do trabalho.

Os autores dos três melhores trabalhos serão presenteados com produtos pedagógicos. Aos grupos proponentes dos trabalhos classificados em 1.º lugar será também oferecida uma ampliação do correspondente póster que será colocado na Sessão de Pósteres do XV Congresso Anual da SPE.

O professor-orientador do trabalho classificado em 1.º lugar receberá uma anuidade grátis como sócio da SPE, ajudas de custo para participação no XV Congresso Anual da SPE e produtos pedagógicos.

O concurso está aberto até 15 de Maio de 2007 e os interessados deverão preencher e enviar um boletim de candidatura, acompanhado do trabalho concorrente, para a Sociedade Portuguesa de Estatística, dirigido ao Presidente da SPE.

A apreciação dos trabalhos submetidos a concurso é da competência de um júri, cuja constituição e nomeação é da responsabilidade da Direcção da SPE.

Em 2005 foram premiados trabalhos da Escola EB 2,3 de Mexilhoeira Grande (1.º lugar do Ensino Básico); da Escola Frei Manuel de Santa Inês de Rio de Mouro (2.º e 3.º lugar do Ensino Básico; da Escola Secundária da Chamusca (2.º lugar do Ensino Secundário) e da Escola Secundária do Entroncamento (3.º lugar do Ensino Secundário).

Mais informações:
http://www.spestatistica.pt/

“Não há equivalência automática”




Ministério da Ciência e Ensino Superior e a Direcção-Geral do Ensino Superior garantem que não há equivalência automática a Mestrado das licenciaturas concluídas antes do Processo de Bolonha.
Face às notícias avançadas por alguns meios de comunicação durante o fim-de-semana relativamente à equivalência de licenciaturas de cinco anos anteriores ao Processo de Bolonha a grau de Mestrado, a Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES) garante que "não há qualquer equivalência automática". O que está previsto é que estudantes com licenciaturas de cinco anos, uma vez inscritos num mestrado, "possam pedir a creditação de cadeiras na mesma área, tal como também é possível creditar a experiência profissional", esclarece fonte da DGES. Também o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) esclarece que bacharéis e licenciados formados antes da reorganização definida pelo Processo de Bolonha que pretendam continuar os estudos e obter outros graus académicos devem solicitar a respectiva inscrição às universidades ou institutos politécnicos que pretendam frequentar. Caberá depois a cada estabelecimento de Ensino Superior avaliar a formação anterior do estudante, em função de cada pedido, e decidir aquilo que pode ser creditado e, consequentemente, qual a formação que o estudante terá ainda de realizar com vista à obtenção do novo grau académico.O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior salienta ainda que "esta creditação tem em consideração o nível dos créditos e a área científica onde foram obtidos" e esclarece que cabe a cada instituição de Ensino Superior fixar os diferentes critérios e condições para a creditação de formação anteriormente realizada.Reagindo também às notícias que davam conta de uma equivalência automática, em comunicado a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa esclarece que os estudantes com licenciaturas de cincos anos concluídas antes da entrada em vigor do Processo de Bolonha não serão automaticamente promovidas a grau de Mestrado. Maria Carla Kullberg, do conselho directivo da FCUL, remete mesmo para o Decreto-lei n.º 74/2006, de 24 de Março, que estipula "não haver lugar a promoções automáticas de grau licenciado (adquirido antes da vigência do DL n.º 74/2006, com 5 anos de duração) a grau mestre". A responsável lembra que o artigo 45.º é muito claro a este respeito, ao estabelecer que é da responsabilidade exclusiva das instituições "fixarem os procedimentos a adoptar para a creditação de formação realizada e adquirida pelos estudantes" noutros ciclos de estudos superiores, em estabelecimentos nacionais ou estrangeiros.O que está em causa, defende, "é ser possível a creditação de formação anteriormente adquirida e este conceito não tem nada a ver com equivalências", sublinhando que «são coisas distintas e com enquadramento jurídico e implicações diferentes».A FCUL já tem em prática no corrente ano lectivo os procedimentos que asseguram a creditação de formação para efeitos de prosseguimento de estudos, situação que deverá alargar-se, até 2010, a todos os estabelecimentos de Ensino Superior.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Professores de Português para estrangeiros recebem formação


O Município de Óbidos e o Agrupamento de Escolas Josefa de Óbidos realizaram, em parceria com o ACIME, um breve curso de formação destinado a professores de português para estrangeiros.
A acção formativa, composta por três módulos (Mitos e Factos, Acolhimento e Educação Intercultural), decorreu nos sábados de 20 e 27 de Janeiro, nas instalações do Núcleo de Educação e Formação de Adultos de Óbidos (Ex-Delegação Escolar de Óbidos), com formadores do ACIME.
De acordo com a Câmara de Óbidos, acolhimento e integração são dois processos indissociáveis no processo de imigração, sendo neste contexto que têm surgido os “Cursos de Português 2ª Língua”. Para esta autarquia, são fundamentais iniciativas que promovam a aprendizagem da língua portuguesa como instrumento fundamental de cidadania, de relação com os outros e com as instituições.

Sindicato professores acusa Governo "falta de paridade" no tratamento

31-01-2007 20:37:00
por Lusa

O Sindicato Democrático dos Professores dos Açores (SDPA) acusou hoje o Governo Regional de "falta de paridade" no tratamento entre estruturas sindicais, no âmbito das negociações da proposta de Estatuto da Carreira Docente para as ilhas.
Em conferência de imprensa, o presidente do SDPA alegou que existe um c onjunto de alterações ao documento, decorrente de uma "série de reuniões extraor dinárias" entre a secretaria regional da Educação e Ciência e uma outra associaç ão sindical, que não especificou, que perverteram "todo o processo negocial defi nido".
Numa reunião com a secretaria do sector, a 04 de Dezembro, o SDPA defen deu que a abertura do processo negocial "apenas poderia iniciar-se em Fevereiro de 2007, em condições de igualdade entre todas as forças sindicais, e que apenas apresentaria um parecer sobre a proposta após auscultar os professores", argume ntou Fernando Fernandes.
O dirigente sindical, que assegurou que o SDPA já reuniu em sessões ple nárias com "sete centenas de professores" durante este mês, sustentou que "houve um tratamento díspar entre todas as forças sindicais", que se deveriam ter sent ado à mesma mesa, com base numa mesma proposta.
Mas "já existiram um conjunto de alterações, daí que temos um documento sucessivamente alterado e que não é o inicialmente proposto", criticou o presid ente do SDPA, para quem existe, assim, por parte da tutela "um favorecimento" de algumas forças sindicais.
A estrutura sindical fará sexta-feira "a sua primeira reunião, de facto , negocial" com a secretaria regional da Educação e Ciência, indicou Fernando Fe rnandes.
Nesse encontro, o SDPA apresentará "uma primeira análise" da proposta d e estatuto específico para a região, na "defesa de uma carreira consentânea com a real prática docente e de uma avaliação do desempenho justa e transparente".
Na conferência de imprensa, o sindicato reiterou as críticas à propost a do Governo Regional, por considerá-la "altamente penalizadora" para os docente s, apresentando uma visão "negativista e funcionarista da carreira e da profissã o".
Para o sindicato, a proposta apresentada "restringe os direitos profis sionais, amplia exponencialmente os deveres, perfis de desempenho, conteúdos fun cionais e indicadores de avaliação" dos professores.
O Sindicato salientou, porém, que o documento não estabelece diferentes categorias profissionais, nem quotas para a progressão na carreira, mas apresen ta um modelo de avaliação muito extenso.
Além disso, Fernando Fernandes frisou ainda que a proposta propõe uma c arreira com a duração de mais de 35 anos para acesso ao topo (mais de 38 anos pa ra a grande maioria dos professores dos Açores), contra os 26 actuais.
O SDPA "pugnará pela estruturação de uma carreira docente que obedeça a os parâmetros dos restantes países europeus" (cuja duração média é de 24 anos), menos longa que a actualmente proposta, disse.
O Sindicato lamentou que a proposta mantenha a avaliação dos professore s pelos pais e que contenha como factores de avaliação dos docentes o rendimento e abandono escolar dos alunos.
Fernando Fernandes considerou, ainda, ser "prematuro fazer-se, desde já , uma escolha" entre o Estatuto da Carreira Docente Nacional, já publicado, e a proposta específica para os Açores.
Segundo disse, havendo uma proposta da secretaria regional da Educação e Ciência, "o que há a fazer é negociá-la, sem constrangimentos de pretensas esc olhas".

Número de professores portugueses nas escolas de Bissau aumento para 39

O número de professores portugueses que leccionam ao abrigo da cooperação no sector educativo entre Portugal e a Guiné-Bissau aumentou para 39 e a esperança é que essa tendência se acentue, disse hoje a responsável pelo programa.
"Ao todo já são 39 e estão espalhados pelos vários liceus da capital guineense a dar aulas de português, filosofia, biologia e matemática", afirmou Helena Costa, coordenadora do Programa de Apoio ao Sistema Educativo da Guiné-Bissau (PASEG).A instabilidade política e as dificuldades de alojamento têm atrasado o projecto, mas as autoridades guineenses têm feito um esforço para arranjar soluções, diz Helena Costa."No ano passado eram 18. Este ano foi alugado um bloco de apartamentos, feitas obras de reabilitação" e contrataram-se mais 21 professores, acrescentou Helena Costa.O PASEG começou a funcionar em 2001, depois dos projectos de cooperação portuguesa com a Guiné-Bissau terem sido interrompidos devido ao conflito de 1998/99, que derrubou o Presidente da República, João Bernardo "Nino" Vieira, agora novamente no poder depois de vencer as presidenciais de 2005.Com o fim do conflito, Portugal enviou uma missão à Guiné-Bissau para analisar as condições e reiniciar os projectos de cooperação. Nessa altura, as autoridades guineenses privilegiaram a cooperação no sector educativo, nomeadamente o apoio ao ensino secundário com especial incidência no português."O ensino secundário é o grande esquecido, o parente pobre da cooperação, porque os apoios são preferencialmente dados ao ensino básico, como também se compreende", afirmou Helena Costa.Além das aulas normais, os professores portugueses têm outras actividades, como as Oficinas em Língua Portuguesa, espaços criados nos liceus de Bissau e dar apoio aos professores guineenses."Além de professores têm de ser agentes de cooperação, representar Portugal e trabalhar para o desenvolvimento do país", sublinhou a coordenadora do projecto.Para breve está o lançamento do programa de alfabetização de mulheres e jovens. "Não é fácil alfabetizar pessoas numa língua que não é a materna", disse, referindo-se às pessoas que não sabem ler, nem escrever, e só falam crioulo. Para esta missão foi construído e editado um manual próprio feito por especialistas portugueses. "Neste manual as palavras-chaves são comuns ao crioulo e ao português", explicou."É a prova dos nove. A prova real. Vamos saber finalmente se é possível alfabetizar pessoas que não têm o português como língua materna na Guiné-Bissau".


O recém-criado Departamento do Instituto Confúcio na Universidade de Lisboa destina-se a promover a língua e cultura chinesas em Portugal.
O protocolo foi assinado na China pelo reitor da Universidade de Lisboa, António Nóvoa, e pela directora-geral do Conselho Internacional do Ensino Chinês, Xu Lin. O Instituto Confúcio pretende desenvolver o intercâmbio e o diálogo entre Portugal e a China nos domínios da educação, cultura, política e negócios.Esta oportunidade surge de um convite e interesse formal por parte da China em estabelecer uma parceria com a Universidade de Lisboa. Para Amélia Loução, vice-reitora da Universidade, receber o Instituto Confúcio é motivo «de um grande orgulho porque foram eles que nos convidaram e desafiaram» para este projecto. Além disso, acrescenta, «ter um pólo com estas características é extremamente importante, porque permite abrir parcerias entre os dois países» não só ao nível da educação, mas também da cultura e dos negócios.Com este protocolo, o Instituto Confúcio compromete-se a promover e leccionar chinês, desenvolver programas de formação para professores da língua chinesa e actuar como um centro de serviços para instrutores que leccionem chinês em escolas secundárias públicas e privadas. Outro dos objectivos é estabelecer laços entre empresários portugueses e chineses e promover o conhecimento e a compreensão da cultura chinesa. Está ainda previsto, a atribuição de bolsas de estudo e o desenvolvimento de programas de investigação. O alargamento de actividades a outras universidades e instituições do Ensino Superior em Lisboa, nomeadamente a Universidade Técnica, a Universidade Nova e o Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, não vai ser esquecido, mas estudantes, professores e investigadores destas instituições terão desde logo acesso às actividades do Instituto Confúcio da Universidade de Lisboa.O Gabinete do Conselho Internacional do Ensino do Chinês irá atribuir cerca de 77 mil euros para o arranque do Instituto Confúcio, bem como livros e material de ensino audiovisual para a biblioteca do Instituto, programas de ensino e material de aulas e com o financiamento de projectos especiais recomendados.À Universidade de Lisboa cabe a responsabilidade de proporcionar estruturas de funcionamento, como espaços para gabinetes, biblioteca e salas de aula. Para já, Amélia Loução adianta que não há ainda uma data prevista para o inicío das actividades sendo necessário tratar de alguns detalhes.O Instituto Confúcio terá um conselho consultivo, que será responsável por definir e acordar a estratégia, o planeamento e o orçamento anual.O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, e José Sócrates assistiram à assinatura do acordo entre o Conselho Internacional do Ensino do Chinês e a Universidade de Lisboa para a constituição daquele que será o segundo Instituto Confúcio para o ensino da língua chinesa em Portugal - o primeiro está instalado na Universidade do Minho.Segundo estimativas do Ministério da Educação chinês, cerca de 40 milhões de pessoas em todo o mundo estão a aprender chinês e este número deverá aumentar para 100 milhões em 2010. O Instituto Confúcio assegura a difusão da língua e cultura chinesas além-fronteiras, tendo já cerca de 100 centros espalhados por diferentes países e regiões. No final da década espera chegar aos 500 centros.

Chumbos e desistências no 12.º ano aumentaram

Joana Santos 2007-02-01
Relatório revela que o número de alunos que não conclui o 12.º ano por chumbo ou desistência aumentou quase 20% nos últimos 10 anos.
Segundo dados apresentados pelo Ministério da Educação, a taxa de retenção e abandono escolar no 12.º ano tem vindo a aumentar desde a introdução dos exames nacionais.O relatório "30 anos de Estatística da Educação" revela que a percentagem de alunos que não concluíram o 12.º ano por chumbo ou desistência passou de 29,6% para 49,4%. Este aumento verifica-se desde 1995/96 - o primeiro ano em que foram introduzidos os exames nacionais obrigatórios para conclusão do Ensino Secundário e ingresso no Ensino Superior.Em 1997, o número de chumbos aumentou mais de 11%, estabilizando, a partir daí, em valores próximos dos 50%. Na prática, metade dos alunos inscritos não consegue concluir o 12.º ano.Na apresentação do estudo, o sociólogo Rui Santos concluiu que o Ensino Secundário se ressentiu "com uma quebra drástica da taxa de conclusão por causa do efeito das retenções provocadas pela introdução dos exames no 12.º ano".A Ministra da Educação esteve presente na apresentação deste relatório e apesar de não ter dúvidas do efeito das provas nas estatísticas do Ensino Secundário, Maria de Lurdes Rodrigues rejeita a ideia de suspender os exames. Para a ministra da Educação, "o caminho [a seguir] é intervir ao nível dos currículos, uma vez que os exames são instrumentos essenciais de avaliação externa".Considerando todo o Ensino Secundário, a taxa de retenção e desistência também teve um acréscimo passando de 21,3% para 32,1% durante o período analisado.No 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico registaram-se ligeiros aumentos - de 0,9% e 3,1%, respectivamente - na retenção dos alunos e só no 1.º ciclo é que houve uma redução, passando de 13,1% para 11,8%.Face ao estudo e aos números divulgados, a FENPROF defende que "estes resultados são fruto das sucessivas reformas na Educação". Já a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação argumenta que para melhores resultados é necessário "apostar numa escola mais articulada, logo desde a educação pré-escolar".De acordo com o estudo estatístico divulgado, as escolas públicas apresentam taxas de retenção e desistência superiores às registadas nas privadas, em todos os ciclos de ensino. No caso do Ensino Básico, esta diferença é mais significativa, chegando mesmo a duplicar (12,5% no ensino público contra 5,5% no privado).Em relação à taxa de escolarização - a relação percentual entre o número de alunos matriculados num determinado ciclo de estudos, em idade normal de frequência desse ciclo, e a população residente dos mesmos níveis etários - do Ensino Secundário situava-se no ano lectivo 2004/05 nos 59,8% (em 1977 não chegava aos 10%) o que em termos práticos significa que só seis em cada dez jovens com idade para frequentar o Secundário estavam matriculados. Sem contar com o Ensino Superior, este é o valor mais baixo de taxa de escolarização entre os diferentes níveis de ensino.A educação pré-escolar registou no último ano analisado uma taxa de escolarização de 77,4%, enquanto o 1.º ciclo do Ensino Básico verificou uma taxa de 100% desde 1980. O 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico registavam em 2004/05 uma taxa de 86,4% e 82,5%, respectivamente.Já no Ensino Superior, a taxa de escolarização está na ordem dos 27%, mas até 1988/90 este valor situou-se sempre abaixo dos 10%.As raparigas têm vindo a aumentar a sua presença nos diferentes níveis de ensino, nos últimos 30 anos, e são já maioria no Ensino Superior (55,7%) e no Secundário (52,6%). Em termos de resultados finais, o sexo feminino também se destaca uma vez que, de acordo com os resultados do estudo, os rapazes chumbam mais em todos os anos de escolaridade.O estudo "30 Anos de Estatística da Educação" é da responsabilidade do Gabinete de Informação e Avaliação do Sistema Educativo e traça pela primeira vez a evolução dos resultados no ensino público desde Abril de 1974.

Candidatura de Mérito 2007, no âmbito do Programa Rede de Bibliotecas Escolares

Candidatura de Mérito 2007, no âmbito do Programa Rede de Bibliotecas Escolares

O Programa Rede de Bibliotecas Escolares, lançado em 1996, tem apoiado a criação, actualização e dinamização de bibliotecas escolares dos diferentes níveis de ensino. Ao longo deste percurso temos constatado que em muitas bibliotecas da RBE, o nível de trabalho realizado ultrapassou a fase de instalação e de organização, estando em desenvolvimento projectos que evidenciam já uma apropriação dos recursos disponíveis da biblioteca pela comunidade educativa, favorecendo práticas cada vez mais centradas no uso da informação e no conhecimento.
Com o objectivo de incentivar o trabalho destas bibliotecas escolares, propomo-nos identificar, seleccionar e apoiar as experiências mais consistentes, e divulgar as práticas melhor concretizadas. Assim, à semelhança dos anos anteriores, lançamos a Candidatura de Mérito 2007, à qual se podem candidatar escolas já integradas na RBE com projectos propostos pela biblioteca escolar autonomamente ou com parceiros da própria escola, de outras escolas/agrupamentos ou de outras instituições, como Bibliotecas Municipais/Autarquias, Centros de Formação, Escolas Superiores de Educação, Universidades, Associações Culturais, etc.
As candidaturas poderão ser apresentadas por escolas do ensino básico e secundário:
§ em Agrupamento, através da respectiva escola sede;
§ não constituídas em Agrupamento, dos 2º e/ou 3º ciclos do Ensino Básico, Integradas ou do Ensino Secundário.
Independentemente do número de escolas/agrupamentos e outras instituições porventura envolvidas no projecto, a proposta de candidatura terá que ser formalizada e assumida por uma escola, sendo o responsável da respectiva biblioteca escolar obrigatoriamente o coordenador geral do projecto.
De acordo com a filosofia de candidatura os projectos deverão, obrigatoriamente, apoiar-se em práticas da biblioteca escolar já em desenvolvimento na escola, podendo situar-se em domínios tão diversos como:
§ Organização, gestão e difusão da informação - Exemplos: desenvolvimento de sistemas de gestão de biblioteca em rede abrangendo uma escola, um agrupamento ou um conjunto de escolas/agrupamentos; criação de sítios ou portais para as bibliotecas escolares; produção de materiais de valor acrescentado para a disseminação da informação, etc.
§ Desenvolvimento das literacias – Exemplos: programas para a formação de utilizadores, promoção da leitura, literacia da informação e uso das TIC; elaboração de documentos de apoio: orientadores de leitura, guiões de pesquisa, fichas com propostas de exploração de materiais, etc.
§ Práticas pedagógicas centradas numa utilização transversal da biblioteca – Exemplos: Planos de colaboração orientados para o desenvolvimento de conhecimentos e competências a nível curricular disciplinar ou transdisciplinar; propostas de apoio às actividades de enriquecimento curricular, concepção de instrumentos de suporte ao serviço de referência; produtos de marketing, etc.
As candidaturas serão seleccionadas de acordo com a qualidade geral do projecto, o seu carácter inovador, a sua contribuição para o desenvolvimento consistente das bibliotecas escolares envolvidas e o seu potencial impacto na comunidade escolar e educativa.
Os projectos seleccionados terão acompanhamento técnico por este Gabinete e o financiamento adequado à sua execução, que deverá ser planeada e desenvolvida a dois anos.
São requisitos de admissão dos projectos:
§ qualificação dos recursos humanos afectos ao projecto:
- Coordenador(es) da(s) BE(s) envolvida(s) com formação em bibliotecas
escolares e experiência mínima de dois anos;
- Equipa de projecto com perfil diversificado;
- Cumprimento na(s) BE(s) do crédito horário, de acordo com o ponto 2 do artigo 8º do Despacho nº 13 599/2006 (2ª série), e auxiliar de acção educativa a tempo inteiro (nas EBI, EB23 e ES);
- Existência de recurso(s) humano(s) partilhado(s) (nas EB1/JI).
§ indicadores do bom funcionamento e gestão da(s) biblioteca(s) envolvidas:
- Catálogo(s) automatizado(s);
- Outras práticas de difusão da informação: boletins informativos, listagens bibliográficas, blogs, sítios web,…;
- Verba(s) para actualização anual de fundos documentais.
Às escolas seleccionadas cumpre:
· Aceitar o acompanhamento e avaliação do projecto por este Gabinete;
· Produzir e apresentar materiais no âmbito do projecto, de acordo com as condições a definir pelo Gabinete RBE;
· Difundir as práticas desenvolvidas.

Prazo:
O formulário de candidatura, disponível em www.rbe.min-edu.pt, deverá ser preenchido e, após impresso, enviado até 28 de Fevereiro para o Gabinete da RBE, através do seguinte endereço:
Ministério da Educação
Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares
Candidatura de Mérito 2007
Trav. Terras de Sant’Ana, 15
1250-269 LISBOA
Outra documentação poderá eventualmente ser solicitada em função da primeira triagem a realizar por este Gabinete.

terça-feira, janeiro 30, 2007

Especial Escolas no Campeonato da Língua


O Campeonato Nacional da Língua Portuguesa apresenta este ano um Especial Escolas, dirigido especificamente aos estudantes.
Teresa Sousa 2007-01-30

A terceira edição do Campeonato Nacional da Língua Portuguesa conta, este ano, com um Especial Escolas. Entre Fevereiro e Abril decorre a fase de testes para apuramento dos participantes na final do dia 28 de Abril. À semelhança dos anos anteriores, o Campeonato Nacional da Língua Portuguesa, iniciativa que tem o patrocínio do Expresso, BPI, Jornal das Letras, SIC e SIC Notícias, pretende promover entre os portugueses de todas as idades a competição e gosto pela língua portuguesa. Nesta terceira edição, o evento irá ter uma vertente especialmente dirigida às escolas, com o apoio da Porto Editora. Para participarem, os alunos terão que se inscrever, acompanhados por um professor, até ao dia 16 de Fevereiro. Para isso, têm apenas que aceder a www.linguaportuguesa.aeiou.pt, registar-se e aguardar o envio dos testes de selecção. Terão acesso à final, a disputar no Centro Cultural de Belém, 50 concorrentes do Especial Escolas. Nos anos anteriores participaram no Campeonato Nacional da Língua Portuguesa 155 mil concorrentes.

Tribunais voltam a dar razão aos professores

2007-01-29 19:56-TVI
Aulas de Substituição
É a terceira sentença favorável aos docentes, que reivindicam o pagamento do trabalho com base no artigo 83 do Estatuto do Professor
É a terceira vez que os tribunais dão razão aos professores que exigem o pagamento de horas extraordinárias pelas aulas de substituição. Em causa está o artigo 83 do Estatuto do Professor, que esteve em vigor até 19 de Janeiro deste ano, e que estabelece o que deve ser entendido como trabalho extraordinário.
A decisão do tribunal não deixa dúvidas, as aulas de substituição devem ser pagas como horas extraordinárias. O Sindicato dos Professores do Norte apoiou juridicamente 8 processos relacionados com a questão das horas extraordinárias, mas, de acordo com a estrutura sindical, os processos, a nível nacional, devem chegar às centenas. Até ao momento, os tribunais foram sempre favoráveis à pretensão dos professores.
A instauração das aulas de substituição provocou grande polémica nos alunos e na classe docente, levando mesmo à realização de várias manifestações.

Experiência com TLEBS só será suspensa em 2007/2008


Lusa 2007-01-29


O secretário de Estado adjunto da Educação precisou que a experiência pedagógica associada à nova Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário só será suspensa no próximo ano lectivo.
Em declarações à Lusa, Jorge Pedreira esclareceu que a portaria que será publicada em Fevereiro só terá efeitos práticos em 2007/2008, ano em que "não vai realizar-se a experiência pedagógica com os alunos, já que não há condições técnicas para isso."Na quinta-feira, o mesmo secretário de Estado tinha afirmado à Lusa que no próximo mês seria emitida "uma nova portaria a suspender a experiência pedagógica da Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário (TLEBS)", sem nunca referir que a suspensão só entraria em vigor no próximo ano lectivo.Segundo o primeiro subscritor da petição que reuniu mais de oito mil assinaturas contra a aplicação nas escolas dos novos termos gramaticais, o mesmo terá dito Jorge Pedreira na reunião que quinta-feira realizou com os responsáveis daquela iniciativa."O secretário de Estado garantiu-me que iam parar a experiência já este ano lectivo, através de uma portaria que vai sair dentro de poucos dias", disse à Lusa José Nunes, autor da petição que será discutida no Parlamento.No entanto, o governante esclareceu hoje que "este ano [lectivo] tudo se mantém na mesma" relativamente à experiência que tem estado a decorrer nas escolas."A portaria é publicada em Fevereiro, mas a suspensão da experiência pedagógica só tem efeitos no próximo ano lectivo", afirmou.Deste modo, o Ministério da Educação assegura não existir qualquer contradição entre Jorge Pedreira e o secretário de Estado da Educação, Válter Lemos, que na semana passada afirmou ao Diário de Notícias que "seria pouco responsável, a meio do ano lectivo", suspender a referida experiência. Além de precisar a data de entrada em vigor da suspensão, Jorge Pedreira esclareceu igualmente que o trabalho de revisão científica e adaptação pedagógica não estará concluído em Maio, como afirmou quinta-feira à Lusa, mas apenas no início do próximo ano lectivo, o que inviabiliza a realização de qualquer experiência em 2007/2008, mesmo que num "grupo restrito de escolas".Envolta em polémica, a nova terminologia, aprovada pelo Ministério da Educação em 2004, começou este ano a ser experimentada num conjunto alargado de estabelecimentos de ensino, que a tutela não quer precisar, estando previsto que abrangesse todo o sistema de ensino em 2009.A nova terminologia foi alvo de fortes críticas por parte de encarregados de educação e especialistas, incluindo professores de Linguística e Literatura, que contestam a complexidade dos novos conceitos.A título de exemplo, a Confederação Nacional das Associações de Pais apontou casos de palavras como "paciência", actualmente classificada como "nome comum abstracto" e que passa a designar-se por "nome não contável e não massivo", ou "peixe-espada", que passa de "palavra composta por justaposição" a "composto morfo-sintáctico coordenado".
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Projecto Escola na Natureza



Joana Santos 2007-01-29

Já pensou em ter formação na área do ambiente e da sustentabilidade fora de uma sala de aula e em plena área protegida? Durante dois dias e uma noite o Projecto Escola na Natureza pode ser uma proposta aliciante para alunos e professores.
Esta acção, destinada a todos os alunos do 8.º ano do Ensino Básico, surge de um protocolo estabelecido entre o Instituto da Conservação da Natureza e a Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, e visa facultar aos estudantes formação na área do ambiente e sustentabilidade.A formação decorre em áreas protegidas nacionais onde os alunos permanecem durante dois dias e uma noite e onde realizam diversas actividades didácticas elaboradas por técnicos do ICN e das direcções regionais de Educação. Nesta acção reforça-se não só a importância nacional das áreas protegidas como também o papel do cidadão na preservação dos valores naturais e culturais destas áreas, bem como da qualidade ambiental.As inscrições são efectuadas no portal do Ministério da Educação, http://www.dgidc.min-edu.pt/ e serão posteriormente validadas pela respectiva área protegida, uma vez que as vagas existentes em cada uma deles são limitadas.Durante este ano lectivo o projecto desenvolve-se em sete áreas protegidas. Para o Parque Nacional da Peneda-Gerês, o Parque Natural de Sintra-Cascais, e para a Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha já não se aceitam inscrições, mas ainda é possível fazer inscrições para outras áreas protegidas.Até 31 de Janeiro as inscrições ainda estão abertas para a Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto, onde as acções só vão começar em Março, prolongando-se até Junho. No Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros esta iniciativa decorre durante todo o mês de Maio e os interessados podem inscrever-se até ao dia 1 de Março. No Parque Natural da Ria Formosa e no Parque Natural da Serra de S. Mamede as próximas acções decorrem entre os meses de Fevereiro e Maio, têm uma lotação de 30 pessoas e, em ambos os casos, as inscrições deverão ser feitas no máximo um mês antes da data pretendida. O alojamento dos participantes é garantido por cada uma das áreas protegidas mas o transporte dos alunos é da responsabilidade das escolas participantes. A alimentação ficará a cargo de cada um dos alunos. Para estes dois dias de escola em plena Natureza os alunos devem ir prevenidos. Para que não lhes falte nada durante este período, o Instituto de Conservação da Natureza aconselha-os a levar chapéu, roupa e sapatos confortáveis - para os dois dias, e uma noite -, material de higiene pessoal, toalhas, recipiente para transporte de água para beber - uma garrafa ou um cantil, por exemplo - e um saco-cama.O projecto está agora numa fase de expansão mas teve um período experimental de dois anos. No final do ano lectivo de 2004/2005 a fase piloto decorreu com sucesso nos parques naturais da Ria Formosa e da Serra de S. Mamede. A médio prazo os responsáveis pelo projecto esperam poder envolver todas as áreas protegidas nacionais de modo a poderem oferecer este programa a todos os alunos do 8.º ano de escolaridade e garantirem que, antes de concluírem a escolaridade obrigatória, todos os estudantes têm acesso a esta formação em contacto directo com a Natureza.
Mais informações:http://www.icn.pt/

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Cerca de 40 escolas «adoptam» três dezenas de museus

Um total de 41 escolas portuguesas teve os seus projectos aprovados pela Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular, pelo que vão ser «adoptados» 34 museus, revela este sábado o site daquela entidade.
Os resultados do concurso «A minha escola adopta um museu», ao qual concorreram 153 projectos (cinco dos quais não aprovados), visa estimular o conhecimento, protecção e valorização do património cultural através do contacto entre escolas e museus da Rede Portuguesa de Museus.
A iniciativa é promovida pela Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular, do Ministério da Educação, e pelo Instituto Português de Museus, do Ministério da Cultura e consiste na elaboração de trabalhos criativos a partir de testemunhos dos acervos dos museus.
Os trabalhos apresentados a concurso serão objecto de avaliação por um júri e de apresentação final em exposição num museu do Instituto Português de Museus.
De acordo com a informação disponível no site da Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular, o estabelecimento de ensino com mais projectos aprovados é o Externato da Quinta do Borel, com 22 projectos, seguido pela Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Dr. Alberto Iria, com 15.
No que diz respeito aos museus «adoptados», a lista é liderada pela Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, com 21 projectos aprovados, seguida pelo Museu Arqueológico e Lapidar Infante Dom Henrique, com 16.
Diário Digital / Lusa
27-01-2007 12:30:00

Docentes indignados com o novo Estatuto


Sindicato dos Professores da Madeira (SPM) e o Sindicato Democrático dos Professores (SDP) têm ido até às escolas reunir com os professores para explicar com detalhe o novo Estatuto da Carreira Docente, que entrou em vigor no passado sábado. De acordo com a presidente do SPM, Marília Azevedo estamos a informar os professores «como é que se poderão posicionar face ao novo Estatuto, tentando às vezes acalmar angústias, muitas incertezas e muitas dúvidas dos professores que continuam muito indignados e muito frustrados com este estatuto». Jaime Freitas, do SDM, disse que desde o início de Janeiro está a realizar reuniões a grupos reduzidos de professores e educadores «para permitir que haja uma abordagem do estatuto do ponto de vista mais prático e de casos concretos». Para este sindicalista, o sentimento geral é que «este é um Estatuto claramente imposto pela ministra da Educação. Os professores nas escolas sentem que foram perfeitamente ignorados, naqueles que são os seus anseios, já que foram claramente desprestigiados e desvalorizados». Contestando a legalidade e a constitucionalidade do decreto legislativo que já está em vigor, Jaime Freitas afirmou que esta é uma situação que não vai pôr em causa a aplicação da lei, porque acima de tudo «somos profissionais». Mesmo assim, o SDP está agora à espera da regulamentação de 24 matérias, para intervir. «Vamos participar na perspectiva de defender ou tentar minorar os efeitos negativos que este estatuto vai ter, quer ao nível dos docentes quer ao nível da educação», referiu Jaime Freitas. O mesmo acontece com o SPM. Marília Azevedo comentou que neste momento está a fazer o que compete ao sindicato que é informar os professores sobre a alteração da legislação. Agora vai esperar pela regulamentação das matérias específicas para defender os interesses dos docentes. Está ainda por regulamentar a avaliação de desempenho, as quotas de avaliação, os concursos, a formação dos professores, o período probatório e os exames de ingresso. Cerca de 180 mil professores abrangidos O novo Estatuto da Carreira Docente (ECD) foi publicado no dia 19 de Janeiro em Diário da República, tendo entrado em vigor no dia seguinte. As profundas alterações introduzidas atingem cerca de 180 mil professores e que provocaram meses de polémica. A divisão da carreira em duas categorias (professor e professor titular), com quotas estabelecidas para subir de escalão e aceder à segunda e mais elevada, é uma das principais mudanças trazidas pelo documento, alvo de grande contestação por parte de todos os sindicatos do sector. O exame de ingresso na carreira e a avaliação de desempenho dependente de critérios como a observação de aulas e as taxas de insucesso e abandono escolar dos alunos são outras das questões que provocaram revolta nos professores. Aprovado em Conselho de Ministros em Novembro e promulgado pelo Presidente da República na segunda semana de Janeiro, o novo estatuto da carreira motivou a realização de duas greves e duas grandes manifestações nacionais, a última das quais a 5 de Outubro, Dia Mundial do Professor, que reuniu em Lisboa mais de 20 mil docentes. Já na sexta-feira passada, os 14 sindicatos de professores decretaram o dia 19 de Janeiro como de “Luto Nacional” devido à publicação em Diário da República (DR) do novo estatuto da carreira, que classificam como "um instrumento de ataque aos docentes". “Enquanto este ECD estiver em vigor, vamos promover a 19 de Janeiro, ano após ano, grandes manifestações e acções de luta, de protesto e de repúdio. Há uma enorme revolta e indignação dos professores contra esta ministra e este Governo”, disse à agência Lusa Mário Nogueira, porta-voz da plataforma sindical. Criar carreira regional O Sindicato dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades estão a reunir-se com os diversos grupos parlamentares da Assembleia Legislativa da Madeira de modo a averiguar se estão de acordo com a criação de um Estatuto da Carreira Docente de âmbito regional. No entender de Cristina Viana, uma das representantes do referido sindicato na Região, o estatuto da carreira docente que agora entrou em vigor tem aspectos que deveriam ser eliminados, tais como a prova de avaliação de conhecimentos e competências para aceder à carreira; a subdivisão da carreira; o facto de os resultados dos alunos e as taxas de abandono escolar penalizarem a progressão do professor e a idade de reforma passar a 65 anos. Como a realidade madeirense é diferente, este sindicato quer uma carreira de âmbito regional, tal como já acontece nos Açores, desde 1998.
Marília Dantas

domingo, janeiro 28, 2007

Plano Nacional de Leitura: é para ler em que língua?

Meus amigos:

Isto do (não) falar em Português, pelos vistos, não tem a ver só com a Música. Quem estiver interessado, vá ao endereço www.planonacioanaldeleitura.gov.pt e logo verá como as coisas são. Só para abrir o apetite: da lista de cerca de 60 livros recomendados para o Jardim de Infância - alguém tem dúvidas que é ali que a educação formal começa? - apenas dois (2 - disse bem) são de autores portugueses (Elvira Ferreira - uma ilustre desconhecida e António Torrado - um bem conhecido e emérito produtor de literatura para a Infância.
Ou seja: desta lista, subscrita pelo Ministério da Educação, Ministério da Cultura e Presidência do Conselho de Ministros, foram afastados autores portugueses cuja qualidade pedagógica e literária é sobejamente conhecida (Alice Vieira, José Jorge Letria, José Leite de Vasconcelos, Luísa Dacosta, Manuel António Pina, Maria Alberta Menéres, Matilde Rosa Araújo, Sophia de Mello Breyner Andresen, Teófilo Braga, Luísa Ducla Soares... entre outros). Isto para já não falar da grande ausência das Histórias, Contos e Lendas Tradicionais, das Lengas-lengas, da Poesia...
Não sei quem fez esta lista. Não sei quais têm sido as reacções dos Educadores - as minhas tentativas de registo num dos Foruns foram todas frustradas - dos autores e de outros interessados, mas isto, para mim, é uma daquelas coisas que, em bom Português, se pode chamar de POUCA VERGONHA a que se acrescenta, como no Rei Leão MAS COM PODER!!!
Poderia dizer que já nada me espanta, mas não é verdade. Isso poderia querer dizer que "então não há nada a fazer" e isso eu não quero. O que realmente pretendo é continuar a manter a quota parte de ingenuidade que permite ter aquele tipo de esperança activa em dias melhores que me leva a escrever e a divulgar este protesto.

Um abraço a todos

Teresa Muge

Campeonato Nacional da Língua Portuguesa


Pelo terceiro ano consecutivo, o Campeonato Nacional da Língua Portuguesa propõe uma incursão entusiasmante pelo mundo da Língua, incentivando os participantes a testarem os seus conhecimentos de Português num ambiente lúdico, mas nem por isso menos competitivo. As duas edições anteriores contaram com a participação de uma media de 15.000 concorrentes que motivaram um aceso despique. Com o patrocínio do BPI, O Expresso, o Jornal de Letras, SIC e a SIC Notícias juntam-se uma vez mais para lançarem o repto da boa utilização daquele que é o nosso instrumento principal de relacionamento social e uma das ferramentas mais decisivas para nos identificarmos enquanto povo e nação. O Júri deste Campeonato, presidido por Francisco Pinto Balsemão (Presidente do Grupo Impresa) e vice-presidido por Artur Santos Silva (Presidente do Conselho de Administração do BPI), é composto por uma Comissão de Honra, uma Comissão Consultiva e uma Comissão Técnico-científica. De Fevereiro a Abril – primeiro através dos vários testes que seleccionam os 200 concorrentes que vão poder participar na Grande Final no dia 28 de Abril, depois nesse momento que se vem revelando quase mágico para muitos dos intervenientes – os portugueses (e todos quantos desejarem, desde que dominem suficientemente a Língua Portuguesa), de quaisquer idades, vão poder comprovar os seus conhecimentos da língua pátria, confraternizar e polemizar tendo como pólos de atenção as perguntas com que serão confrontados. Com o objectivo de atrair mais participantes, decidimos nesta edição incluir a possibilidade das respostas aos testes do Campeonato serem dadas através da Internet num sítio web criado especificamente para o efeito em http://www.linguaportuguesa.aeiou.pt/. Criamos também uma nova mecânica de jogadas que poderão processar-se ao longo de três etapas, e pela primeira vez desenvolveremos um Campeonato especial ESCOLAS.

ESPECIAL ESCOLAS
Na edição de 2007 e com o apoio da Porto Editora haverá uma competição, «Especial Escolas», em que poderão concorrer todos os alunos desde que inscritos através de um professor. Para terem acesso ao teste «Especial Escolas», os professores interessados em participar com os seus alunos devem efectuar o seu registo até ao dia 16 de Fevereiro em http://www.linguaportuguesa.aeiou.pt/. Os professores depois de registados receberão uma palavra-chave que lhes possibilitará descarregar, gratuitamente, o teste para os seus alunos.Os professores depois de registados receberão uma palavra-chave que lhes possibilitará descarregar, gratuitamente, o teste para os seus alunos. Terão acesso à Grande Final 50 concorrentes de entre os participantes neste concurso especialmente destinado a estudantes inscritos através dos professores.
De agora até esse aguardado dia 28 de Abril, quando tudo se consumar nas instalações do Centro Cultural de Belém, as artimanhas da gramática e a riqueza do nosso vocabulário animarão o Campeonato Nacional da Língua Portuguesa!
A Organização.

Governo suspende TLEBS


Lusa 2007-01-26


O secretário de Estado adjunto da Educação anunciou que em Fevereiro será publicada a portaria que suspende a aplicação da nova Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário nas escolas.
"Em Fevereiro vamos emitir uma nova portaria a suspender a experiência pedagógica da Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário (TLEBS) porque é necessário que ela seja revista do ponto de vista científico e adaptada do ponto de vista pedagógico", afirmou Jorge Pedreira, em declarações à agência Lusa.Considerando que o polémico debate em torno da nova terminologia "foi muito pouco rigoroso e demonstrou grande desconhecimento da matéria por parte de algumas pessoas", o responsável reconhece, contudo, que "a TLEBS que tem sido experimentada nas escolas tem inconsistências", não tendo havido "coordenação suficiente" no processo.Apesar de suspender, para já, a aplicação da TLEBS, o Governo não desiste da nova terminologia e quer retomá-la já no próximo ano lectivo, depois do processo de revisão científica, que deverá estar concluído até Maio."A intenção é aplicar a TLEBS, já revista e adaptada, no próximo ano lectivo, mas não se pode sacrificar o rigor e a qualidade desse trabalho de revisão porque queremos que haja um consenso em torno desta matéria", explicou.Por isso, o secretário de Estado adjunto admite que, "provavelmente, não há condições para avançar para uma generalização já no próximo ano lectivo", mas apenas para aplicar a TLEBS "como experiência-piloto, num grupo restrito de escolas".Envolta em polémica, a nova terminologia, aprovada pelo Ministério da Educação em 2004, começou este ano a ser leccionada de forma generalizada num conjunto alargado de escolas, estando previsto que abrangesse todo o sistema de ensino em 2009.Para já, o objectivo mantém-se, mas Jorge Pedreira admite que o cumprimento desta meta possa ter ficado comprometido devido à suspensão do processo."A decisão política tem de se adaptar à viabilidade técnica. Se houver condições técnicas para avançar [para a generalização a todo o sistema de ensino em 2009], avançaremos", afirmou.A nova terminologia foi alvo de fortes críticas por parte de encarregados de educação e professores de linguística e literatura, que contestam a complexidade dos novos conceitos, tendo ontem sido entregue no Parlamento uma petição com mais de oito mil assinaturas

No último ano lectivo encerraram 1697 escolas



No último ano lectivo encerraram 1697 escolas, duas das quais secundárias. A lista oficial (e final) das escolas fechadas no Verão foi publicada ontem no Diário da República, numa portaria conjunta dos ministérios das Finanças e da Educação, datada de 18 de Dezembro.

Às 1564 escolas suspensas ou extintas, juntam-se 133 escolas que foram integradas noutras já existentes, ‘levando’ consigo os lugares de quadro de professores. Em relação ao total de escolas do 1.º Ciclo com menos de 20 alunos (um dos critérios utilizado pelo Ministério da Educação), foram fechados 40 por cento dos estabelecimentos. Segundo o Gabinete de Informação e Avaliação do Sistema Educativo do Ministério da Educação, em 2005/06 havia 2849 escolas primárias, 1289 jardins-de-infância e 30 EB1/JI com menos de duas dezenas de crianças. A região Norte foi a mais atingida pelo fecho de escolas primárias – só em Trás-os-Montes fecharam 506, cerca de um terço do total. Por exemplo, nos concelhos de Vila Pouca de Aguiar, Valpaços, Chaves, Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Vila Real, Bragança e Castro Daire foram encerradas 305 escolas primárias – mais do que no conjunto dos oito distritos a sul do Mondego.Duas das escolas extintas são as secundárias Oliveira Martins (Porto) e D. João de Castro (Lisboa), dois encerramentos que motivaram vários protestos – infrutíferos – das respectivas comunidades educativas. No início do ano lectivo também foram criadas 22 novas escolas. No concelho de Benavente abriram três novos estabelecimentos de ensino (JI Benavente n.º 3, JI Porto Alto n.º 2 e JI Samora Correia n.º 2), enquanto Vila Franca de Xira (EB1/JI Póvoa de Santa Iria Norte e EB1/JI Castanheira do Ribatejo) e Montijo (JI Figueiras e JI Pegões Gare) foram dois concelhos beneficiados com novas infra-estruturas. Em nove distritos não houve qualquer escola nova criada em 2006.Sofreram alterações de tipologia – quer por criação quer por suspensão ou extinção de um ou mais níveis de ensino – 70 escolas, 16 das quais no distrito de Braga. Cabeceiras de Basto e Castelo Branco são os concelhos com mais escolas alteradas – cinco cada. Apenas nos distritos de Vila Real e Bragança não houve qualquer alteração de tipologia. O processo de reorganização da rede escolar obrigou a um investimento de 2,5 milhões de euros para as intervenções realizadas pelas autarquias para adaptar ou construir as escolas de acolhimento. As câmaras municipais receberam ainda dez milhões de euros para assegurar o transporte das crianças das aldeias para as escolas de acolhimento, a maior parte das quais nas sedes de concelho.Ter menos de dez alunos ou ter menos de 20 alunos e taxa de sucesso inferior à média nacional são os critérios aplicados pelo ME para o encerramento das escolas. Para este ano está previsto o encerramento de mais 900 escolas, número já adiantado pelo secretário de Estado da Educação, Valter Lemos. O objectivo do Governo é encerrar até 2009 as escolas com menos de 20 alunos – ficarão a faltar cerca de três mil estabelecimentos de ensino.
TERMINOLOGIA LINGUÍSTICA SUSPENSÃO
Governo vai suspender a aplicação nas escolas da nova Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário (TLEBS). “Vamos emitir uma nova portaria em Fevereiro e suspender a experiência pedagógica da TLEBS porque é necessário que seja revista do ponto de vista científico e adaptada do ponto de vista pedagógico”, afirmou o secretário de Estado Adjunto da Educação, Jorge Pedreira. Ontem foi entregue no Parlamento uma petição com mais de oito mil assinaturas a pedir a suspensão da TLEBS.
OS NÚMEROS FINAIS- 44 escolas encerraram no concelho de Vila Pouca de Aguiar. Seguem-se Valpaços (43), Chaves (41) e Mirandela (40) - 2 escolas extintas: a Secundária com 3.º ciclo Oliveira Martins (Porto) e a Secundária com 3.º ciclo D. João de Castro (Lisboa) - 22 escolas criadas: cinco no distrito de Santarém, quatro no Porto e Lisboa, três em Faro e duas em Setúbal - 506 escolas encerradas nos distritos transmontanos de Vila Real e Bragança, quase um terço do total nacional de fechos- 2 escolas do concelho de Lisboa que já não abriram portas este ano: a EB1 Santiago e a EB1 Martim Moniz- 70 escolas que sofreram alterações: só no distrito de Braga foram 16

Edgar Nascimento

Ministra rejeita realização de novo concurso de professores


A ministra da Educação rejeitou hoje a realização de um novo concurso de professores em 2007, uma exigência feita por 15 mil docentes num abaixo-assinado que denuncia irregularidades nas colocações realizadas o ano passado.
"Obviamente, não estamos dispostos [a realizar um novo concurso]", afirmou a ministra Maria de Lurdes Rodrigues, à margem da cerimónia de lançamento do Prémio Nacional dos Professores, que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian.
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) entrega hoje à tarde no Ministério da Educação (ME) um abaixo-assinado, subscrito por 15 mil docentes, que reivindica a realização de um novo concurso de colocação nas escolas em 2007.
Com as novas regras introduzidas pela tutela o ano passado, os resultados do concurso de professores são válidos por três anos e não por um, como acontecia anteriormente, o que significa que o processo de colocação só deverá realizar-se novamente em 2009.
No entanto, a Fenprof exige a realização de um novo concurso ainda este ano, alegando que o anterior "ficou marcado por um anormal e extraordinário conjunto de irregularidades e ilegalidades, resultado do desaparecimento massivo de vagas e colocações".
A federação denuncia ainda a existência de colocações feitas por telefone, "à margem do concurso", considerando que "da parte do ME nunca houve o adequado esclarecimento da situação, nem a detecção das irregularidades detectadas".
"Aspecto central desta iniciativa é a exigência da realização de novo concurso, com todas as vagas publicadas, e que corrija as injustiças geradas com as últimas colocações de docentes, as quais, a manterem-se, se tornarão ainda mais penalizadoras pelo facto de se fazerem para três anos", afirma a Fenprof.
2007-01-24 15:54:00 TvNet / Lusa

Professores contra política de regressão

Cerca de 30 mil professores desfilaram, no sábado, 20, em Paris, para denunciar «a política de regressão do governo» em matéria de educação e protestar contra a eliminação de cerca de cinco mil lugares de docente nos liceus e colégios franceses.A classe contesta ainda um projecto de lei que visa obrigar um mesmo professor a leccionar em vários estabelecimentos e dar aulas em diferentes disciplinas. Este projecto foi de resto um das razões da greve de 18 de Dezembro passado, convocada por 15 organizações sindicais.Os professores estão igualmente em luta contra a diminuição acentuada do seu poder de compra, verificada nos últimos anos.Segundo um estudo publicado este mês por três professores universitários de Economia, entre 1981 e 2004, os professores do ensino secundário perderam em média 20 por cento do seu poder compra, enquanto no ensino básico, os docentes sofrem uma quebra dos salários reais de nove por cento.O estudo, que abrange o período entre 1960 e 2004, observa que até 1981 se tinha observado uma tendência constante para o aumento do poder de compra dos salários. Contudo, a partir daquela data, por força das políticas de rigor aplicadas tanto por governo de direita como de esquerda, os vencimentos no sector registaram uma diminuição anual média de 0,88 por cento.Em França, um professor do secundário aufere 1550 euros mensais ao fim de dois anos de carreira, podendo atingir entre 2454 e 2991 euros após completar 30 anos de serviço

Professores comunistas de Lisboa preparam assembleia



Levar o Partido para as escolas

Em vésperas da VII Assembleia da Organização dos Professores de Lisboa do PCP, o Avante! falou com três dirigentes da organização – Ana Lourido, do Comité Central e responsável pelo sector, Sílvia Fialho e José Manuel Vargas, da direcção da organização. A luta dos professores e a acção do Partido foram os temas em destaque.Avante! – Quais os objectivos definidos para esta Assembleia? Ana Lourido - Pretendemos fazer um balanço do trabalho que realizámos desde a última assembleia, realizada em 2001, bem como uma análise da situação política e social, particularmente em relação à educação e às questões socio-profissionais dos professores. Vamos também traçar linhas de trabalho para o futuro, ao nível da organização e, claro, da intervenção junto dos professores. No projecto de resolução política avançam já com medidas, nomeadamente no sentido de aproximar o Partido da realidade concreta dos professores…Ana Lourido – Nós temos já vindo a conseguir, nestes últimos anos, um maior reforço de organização e temos tido uma presença mais regular junto dos professores, com o nosso boletim Pela Educação, que já vai no número 19. Com a situação que se viveu – e vive, ainda – no Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL), entendemos que era importante o Partido ter uma voz própria e levá-la até junto dos professores. Assim nasceu este boletim, que tem conseguido uma grande regularidade, com cerca de quatro números por ano.Temos o objectivo de recrutar, em 2007, cinco novos camaradas e de responsabilizar mais quadros. Também pretendemos alargar o número de militantes em organismos. José Manuel Vargas - Há uma linha de trabalho importante e que vamos prosseguir que é a acção dos professores comunistas junto dos outros professores. Temos tido um papel muito importante nas lutas dos professores, e o prestígio do Partido é cada vez maior. Ainda recentemente, isso foi visível, nas eleições para a direcção do SPGL. Foi constituída uma lista unitária, a Lista B, na qual a maioria dos elementos não eram comunistas. Esta lista teve como opositora uma outra, com elementos do PS e do BE, numa espécie de «Santa Aliança» contra o PCP. Apesar de tudo, a Lista B teve um resultado espantoso (ver caixa). O alargamento e a intervenção junto dos outros professores é uma linha que deve prosseguir. Temos regularmente reuniões unitárias com professores e este é um trabalho para continuar…No projecto de resolução política são feitas acusações sérias à actual direcção do SPGL…Sílvia Fialho – A direcção do SPGL afastou-se das escolas e do trabalho com os professores e para os professores. O que se procurou fazer nas últimas eleições foi aproximar o sindicato das escolas, foi fazer com que os dirigentes voltassem às escolas. Os dirigentes não iam às escolas, e continuam a não ir! Excepto os que foram eleitos pela Lista B…José Manuel Vargas – A intervenção da lista B permitiu travar a des-sindicalização. Permitiu que os professores voltassem a acreditar que havia uma alternativa e que havia uma linha de intervenção sindical que era mais correcta e que correspondia aos seus interesses. Apesar do processo ter corrido como correu, isto foi possível.Ana Lourido – Os resultados obtidos foram possíveis também graças ao trabalho do Partido, e, claro, ao trabalho de muita gente que fez parte da Lista B. Mas houve escolas onde esta lista quase não teve forças para ir e os resultados foram favoráveis à lista B. O que mostra que há, de facto, um grande descontentamento com a direcção do sindicato. Tínhamos esta ideia antes e confirmámo-la depois. José Manuel Vargas – Esta acção da direcção do SPGL não é tão visível perante os professores porque, de certa maneira, é disfarçada e coberta pela FENPROF, que é uma organização prestigiada e que continua a ter uma actuação que consideramos correcta em defesa dos direitos dos professores. Diria até de outra maneira: a FENPROF não vai, por vezes, mais além porque há entraves dos elementos da direcção da SPGL. Agora vai haver um Congresso da FENPROF e nós esperamos que saia dali uma direcção renovada, combativa, mais interveniente e que seja capaz de dar resposta à ofensiva contra os professores, que se agrava dia a dia… Organização tem que responderao aumento da precariedadeDe que forma isto a precariedade entre os professores condiciona a intervenção do Partido? Como pretendem contornar isto? José Manuel Vargas - O nosso princípio base é este: intervenção directa dos professores comunistas nas escolas. Isso permite uma ligação aos concelhos na actuação junto dos professores que se encontram naquela escola e naquele momento. Esse é um princípio essencial. Em algumas escolas já há núcleos de professores comunistas.Ana Lourido – A vida de todos os professores tem sido mais dura e é cada vez mais difícil encontrar as disponibilidades necessárias. Sobretudo nos trabalhadores mais jovens, que têm três ou quatro empregos em diferentes colégios. Assim, um dos nossos objectivos é regularizar os plenários da organização dos professores. Para que saibam que naquele dia, todos os meses, hão-de ter uma reunião do Partido, onde contribuem para traçar as orientações e as levam, depois, para as suas escolas. E como fazer com os que saem? Um ano estão numa escola e depois saem…Sílvia Fialho – Às vezes nem um ano. Às vezes é um mês… José Manuel Vargas – Temos que encontrar, e estamos a encontrar, as formas de organização que permitam esses contactos. Havendo uma ligação ao Partido os camaradas sabem o que o Partido pensa em cada momento e o que devem defender junto dos outros professores. Para que as posições do Partido chegue aos professores, a organização tem que se adaptar – mantendo determinados princípios – a estas circunstâncias particulares. E estamos a conseguir isso agora melhor do que há um tempo atrás…Ana Lourido – Mais uma coisa, a Organização Regional de Lisboa tem estado a fazer um esforço para reactivar os núcleos concelhios de professores. Há exemplos de concelhos em que os professores se reúnem mais regularmente…Falando de instabilidade tem que se falar do Estatuto da Carreira Docente…Sílvia Fialho – O que está estipulado no novo Estatuto da Carreira Docente é que os professores são divididos em duas carreiras – professores e professores titulares. Mas há ainda uma terceira categoria, que são os professores contratados, que não estão incluídos no estatuto e que o secretário de Estado da Educação já disse que os considera professores. E a forma como vão ser contratados vai depender de cada agrupamento e de cada escola. Pode ser contrato individual ou mesmo recibos verdes. Uma carreira marginal…Sílvia Fialho – Nem se chama carreira… E tem tendência para aumentar. Além do mais, o contrato de trabalho só vigora durante o tempo lectivo, portanto em Julho e Agosto não se ganha nada. E a nível da capacidade de reivindicação também piora. A recibo verde, é a qualquer hora… E neste momento, em que nós já interiorizarmos a ideia que qualquer um avalia os professores, é ainda mais complicado… Direcção do SPGLReformista, conciliadora e ilegítimaNo projecto de Resolução Política, os comunistas acusam a direcção do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, SPGL, de ter retirado, de modo fraudulento, a vitória nas eleições sindicais à Lista B. Esta lista obteve a maioria dos votos nas urnas, mas essa vitória foi-lhe retirada com a contagem de «votos irregularmente expressos (votos ditos por correspondência, entregues em mão)». A Lista B apresentou um recurso em tribunal que ainda decorre, mas a direcção acabou por tomar posse, apesar dos protestos. A actual direcção, acusam, tem confirmado não reunir condições para dirigir o SGPL. E está a causar graves prejuízos ao movimento sindical docente e ao movimento sindical unitário». Nomeadamente através do boicote às lutas unitárias promovidas pela Frente Comum e, de forma encapotada, as promovidas pela CGTP.Acusando a direcção do SPGL de ser incapaz de organizar a luta dos professores e a acção reivindicativa, o PCP lembra que a direcção deixa-se enredar em «ilusões negociais» com o Ministério da Educação e envolve-se em alianças com «forças sindicais inconsequentes, como a FNE e outros sindicatos paralelos». Em tudo, aponta, agem «como uma organização similar à dos sindicatos da UGT», de carácter reformista e conciliador.

Professores que se manifestaram chamados à PSP



Os professores que participaram num manifestação na Madeira durante a visita de José Sócrates ao arquipélago vão ser chamado a prestar declarações na polícia. Responsáveis dos sindicatos dos professores disseram à TSF que não se sentem intimidados.
( 22:47 / 25 de Janeiro 07 )

O protesto aconteceu no dia oito de Outubro e hoje os docentes foram notificados para prestarem declarações no Comando Regional da PSP.Jaime Freitas, dirigente do Sindicato dos Professores da Madeira, disse à TSF que se trata de uma atitude de intimidação aos que ousam criticar o Estado.«Estão a tentar usar a máquina do Estado para intimidar futuras manifestações contra a política do Governo. Se isto é um Estado democrático, então não sei o que será um Estado de ditadura», afirmou o sindicalista.Também convocada para prestar declarações na Polícia, Marília Azevedo, dirigente do Sindicato dos Professores da Madeira, garante que não se sente intimidada.«Não me intimidam, nem me assustam. Vou lá [prestar declarações] e perceber qual é o interesse na minha pessoa, já que lá estavam mais pessoas. Não sei o que é que querem mas não vou deixar de dizer o que quero sobre a vinda do engenheiro Sócrates à Madeira», garante Marília Azevedo.

Cambridge encerra curso de Português



Lusa 2007-01-25

A Universidade de Cambridge vai encerrar a licenciatura em Português em 2008, alegando falta de fundos para financiar os estudos.
Num comunicado enviado hoje à agência Lusa, assinado pela vice-reitora Melveena McKendrick, a Universidade de Cambridge indica que o curso deixará de fazer parte dos seus prospectos a partir do próximo ano.O curso está actualmente incluído no Departamento de Espanhol e Português, que por sua vez pertence à Faculdade de Línguas Medievais e Modernas.Há alguns meses os responsáveis da Faculdade decidiram criar um grupo de trabalho para analisar a viabilidade financeira do curso, juntando o responsável pelo Departamento de Espanhol e Português e o responsável do ensino de Português da Universidade."A Faculdade decidiu agora aprovar a proposta deste grupo de trabalho para suspender o Português como licenciatura, com efeito a partir de Outubro de 2008", informa McKendrick.De acordo com esta vice-reitora, responsável pelo pelouro da Educação, a Universidade continuará empenhada em manter as línguas "menos estudadas" nos seus currículos.No entanto, acrescenta, a instituição viu-se obrigada a fazer uma "melhor utilização dos recursos actualmente disponíveis para os estudos portugueses".Os moldes dessa utilização ainda não estão definidos, mas a Universidade garante que vai continuar "a oferecer a popular disciplina de Português a todos os estudantes do curso de Línguas Medievais e Modernas".De acordo com um porta-voz da Universidade, contactado pela Lusa, há neste momento 18 estudantes na licenciatura de Português e 17 outros que conjugam o Português com outra língua, o que também deixará de ser possível a partir de 2008.No mesmo comunicado, Melveena McKendrick refere-se também ao apoio que a Universidade de Cambridge tem recebido do Estado português, via Instituto Camões, manifestando esperança de que tal financiamento não desapareça como resultado desta decisão."A Faculdade é privilegiada por ter recebido fundos do Instituto Camões durante muitos anos para apoiar o ensino da língua portuguesa. Espera-se que esse apoio nos continue a ajudar a dar aos estudantes de Cambridge a instrução profissional de mais alto nível", diz a vice-reitora.Quanto à possibilidade de reverter esta decisão, a responsável diz apenas que a Faculdade "não afastou a possibilidade de vir a restabelecer o Português como uma licenciatura completa caso sejam disponibilizados mais fundos.

Universidade do Minho lança site para a inserção de licenciados


Joana Santos 2007-01-25

O novo site visa facilitar a inserção dos licenciados, bem como aumentar e dinamizar a cooperação entre todos os actores que fomentam o emprego da região.
Desenvolvido no quadro institucional do Programa Operacional Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS) e co-financiado pelo FSE e pelo Estado Português, o Projecto MeIntegra - "Mercados e Estratégias de inserção de jovens licenciados" deu origem ao site www.meintegra.ics.uminho.pt.O Projecto MeIntegra - "Mercados e estratégias de inserção de jovens licenciados" pretende analisar a inserção profissional de jovens recém-licenciados da Universidade do Minho - oriundos de várias áreas científicas como Humanidades, Ciências Sociais, Tecnologias e Engenharias - e, ao mesmo tempo, fazer um diagnóstico às empresas da Região Norte, abrangendo os sectores de actividade que têm vindo a recrutar este tipo de mão-de-obra.O Projecto MeIntegra procura não só identificar os mecanismos facilitadores de acesso ao primeiro emprego, mas também os factores de consolidação de um percurso profissional "favorável". Tudo isto com o objectivo de reformar os dispositivos de inserção profissional, nomeadamente através de medidas de prevenção e de combate ao desemprego e de desenvolvimento de recursos humanos e promoção da igualdade de oportunidades no acesso ao mercado de trabalho.O site surge com o objectivo de devolver aos grupos-alvo deste estudo os seus principais resultados - que serão divulgados em breve - e agrega informações sobre novas oportunidades de inserção, quer para os licenciados da Universidade do Minho, quer para as empresas da região que pretendam recrutar mão-de-obra qualificada.Para os licenciados da Universidade do Minho, estará disponível um leque de serviços diversificado que lhes permitirá colocar os currículos on line e consultar diversas informações sobre emprego, formação, notícias, e links temáticos.Com o novo site as empresas poderão também aceder aos currículos dos licenciados da Universidade do Minho que se candidatarem a emprego, e colocar ofertas de emprego e/ou estágio através do preenchimento de um formulário próprio.

Fenprof mantém reivindicação de novo concurso de professores

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) insiste na realização de um novo concurso de colocação de docentes, apesar de a ministra da Educação ter afastado essa hipótese, e acusa Maria de Lurdes Rodrigues de manter uma atitude de «posso, quero e mando».
«Aquilo que a ministra está a dizer é: eu dirijo pelas regras do quero, posso e mando. Não tenho nada a ver com as 15 mil assinaturas e digo já que não quero saber delas para nada», criticou o secretário-geral da Fenprof, Paulo Sucena, ressalvando que se trata de uma posição pessoal, à entrada do Ministério da Educação para entregar uma petição contra o que os sindicatos consideram ser irregularidades no último concurso de professores.
Maria de Lurdes Rodrigues garantiu hoje, em declarações à margem da apresentação do Prémio Nacional de Professores, não estar disposta a ponderar um novo concurso de colocação de professores e acrescentou não ter havido quaisquer irregularidades.
«Eu não faria isso. Teria respeito por 15 mil professores, receberia primeiro e falaria alguma coisa aos jornalistas. A senhora ministra resolve proceder com o sentido de quem tem o poder absoluto nas suas mãos e é exactamente essa concepção de política que, do nosso ponto de vista vai prejudicar grandemente o sistema educativo, a educação e as escolas em Portugal», acrescentou Paulo Sucena.
O dirigente sindical fez também questão de sublinhar que esta petição nada tem a ver com a validação dos concursos de colocação de professores para três anos, mas com as irregularidades e as ilegalidades que a Federação terá detectado no último concurso.
O abaixo-assinado entregue pela Fenprof, subscrito por 15 mil docentes, reivindica a realização de um novo concurso de colocação nas escolas em 2007.
«Como os professores e os educadores de infância vão ser colocados durante três anos e como está provado que houve irregularidades e, principalmente, 1.500 vagas que desapareceram do concurso, nós achamos que seria sensato que o Ministério da Educação, de uma maneira excepcional, abrisse um novo concurso para suprimir esses erros e essas irregularidades», explicou.
Com as novas regras introduzidas pela tutela o ano passado, os resultados do concurso de professores são válidos por três anos e não por um como acontecia anteriormente, pelo que novo processo de colocação só deverá realizar-se em 2009.
Entretanto, Mário Nogueira, também dirigente da Fenprof, acrescentou que há uma acção em Tribunal contra as colocações com «ilegalidades».


Diário Digital / Lusa
24-01-2007 18:40:36