terça-feira, janeiro 20, 2009

Primeira proposta da Fenprof sobre revisão do Estatuto é para revogar prova de ingresso na carreira

Lisboa, 20 Jan (Lusa) - A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) propôs hoje ao Governo a eliminação da prova de ingresso na profissão, prevista no Estatuto da Carreira Docente, alegando que a mesma representa uma "desconfiança" na formação ministrada pelas universidades.
Segundo a Fenprof, aquela prova constitui-se como um "mecanismo de selecção cuja legalidade é duvidosa", por não estar previsto na Lei de Bases do Sistema Educativo, além de representar uma "ainda não explicada desconfiança do trabalho feito pelas instituições, designadamente as que integram a rede pública das instituições de ensino superior, que fazem formação inicial de professores".
Ministério da Educação e sindicatos de professores iniciam dia 28 a revisão do Estatuto da Carreira Docente, sendo a prova de ingresso uma das primeiras matérias a serem discutidas.
O diploma, publicado em Diário da República a 21 de Janeiro de 2008, estabelece a realização de, pelo menos, dois exames para todos os candidatos a professores, sendo que uma classificação inferior a 14 valores (numa escala de zero a 20) é automaticamente eliminatória.
No exame comum a todos os candidatos é avaliado o domínio da língua portuguesa e a capacidade de raciocínio lógico, enquanto na segunda componente da prova, também com duas horas de duração, serão avaliados os conhecimentos científicos e tecnológicos específicos da área ou áreas disciplinares associadas à formação académica dos candidatos e que estes querem leccionar.
Além dos dois exames escritos, poderá ainda ser incluída uma oral ou uma prova prática nos domínios das línguas, ciências experimentais, tecnologias de informação e comunicação e expressões. A nota final resulta da média das duas ou três componentes da prova.
Na sua proposta de revogação, entregue hoje no Ministério da Educação, a estrutura sindical recorda que "os cursos de formação de docentes foram devidamente homologados" pelo Estado e que existem "estágios pedagógicos" configurados pela tutela, bem como um período probatório de um ano, essencial para integrar a carreira docente.
"Mesmo assim, o Ministério insiste em pôr em marcha uma prova deste tipo", critica a Fenprof, acusando a tutela de reduzir artificialmente o número de professores desempregados.
Para a federação sindical, a revogação do diploma "renova a confiança na capacidade de formação inicial do ensino superior, cujas mudanças necessárias dependem menos das próprias instituições e mais do Governo e dos diplomas reguladores do sector".
No decreto-regulamentar, o Governo justifica a introdução desta prova com o "assegurar que o exercício efectivo de funções docentes fica reservado a quem possui todos os requisitos necessários a um desempenho profissional especializado e de grande qualidade".
Na altura da sua publicação em Diário da República, a Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) considerou que a prova vai fazer uma "triagem" nos candidatos a docentes e pôr fim ao "facilitismo" no acesso à profissão.
MLS.

Avaliação: PS mobiliza deputados para chumbarem diploma

18h53m
A direcção da bancada do PS está a mobilizar os seus deputados para chumbarem sexta-feira o diploma do CDS-PP que visa suspender a avaliação dos professores, admitindo mesmo tirar "consequências políticas" se o resultado lhe for negativo.
"A direcção do Grupo Parlamentar do PS assume as suas responsabilidades e tirará todas as consequências políticas", declarou à agência Lusa um alto responsável da bancada socialista, quando confrontado com a hipótese de o projecto do CDS-PP ser viabilizado com votos de deputados da maioria.
Por sua vez, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, recusou-se a considerar que o Governo esteja a dramatizar a votação de sexta-feira, mas adiantou que o executivo considera a avaliação dos professores "uma reforma emblemática" e uma "questão crítica" para o cumprimento do programa do Governo.
"Caso o Governo não tivesse condições para prosseguir com a avaliação dos professores, também não teria condições para prosseguir com um dos eixos fundamentais da sua agenda reformista. Mas não antecipo nada para sexta-feira que não seja o Parlamento continuar a acompanhar o Governo nesta reforma que para nós é decisiva", declarou.
Sabendo que, dos 121 deputados do PS, cinco poderão votar ao lado da oposição (Manuel Alegre, Teresa Portugal, Matilde Sousa Franco, Eugénia Alho e Júlia Caré), a direcção da bancada socialista está a fazer "uma mobilização geral dos seus deputados" para estarem presentes na votação de sexta-feira.
Um dirigente do Grupo Parlamentar do PS referiu que esse apelo será reforçado quinta-feira, durante a reunião da bancada.
Um outro membro da bancada socialista disse à agência Lusa que os deputados receberam na semana passada um "e-mail" a alertar para a importância de duas votações: o expurgo da inconstitucionalidade do Código de Trabalho na quarta-feira e a votação do diploma do CDS-PP na sexta-feira.
Para os deputados socialistas serão ainda feitos telefonemas e enviados "sms" para estarem presentes na hora de votar.
Alguns deputados, com missões no estrangeiro, por exemplo, vão ficar em Lisboa para garantir a maioria necessária da bancada nas votações, acrescentou a mesma fonte.
Na votação de uma proposta de resolução do CDS, a 05 de Dezembro, que recomendava a suspensão da avaliação dos professores, seis deputados do PS votaram a favor (outro absteve-se), com os partidos da oposição.
Se os 30 deputados do PSD que nesse dia estiveram ausentes do Parlamento tivessem votado a favor do projecto do CDS, a maioria absoluta socialista teria sido derrotada pela primeira vez nesta legislatura.
No entanto, na sexta-feira, o grupo de seis deputados que votou a favor da resolução da CDS-PP deverá reduzir-se para cinco, já que João Bernardo irá acompanhar o sentido de voto da direcção da bancada na recusa do diploma.
Também a deputada socialista Odete João, que em Dezembro se absteve, deverá desta vez votar contra o projecto do CDS.
"Na penúltima e na última vez que o Parlamento se pronunciou sobre a avaliação dos professores, aprovou-a. É evidente a natureza puramente de táctica partidária que está em causa nas iniciativas da oposição", declarou Augusto Santos Silva.

Professores pressionam deputados socialistas

Por Margarida Davim
Docentes estão a enviar e-mails aos deputados socialistas, pedindo que ajudem a aprovar, na próxima sexta-feira, o projecto de lei do CDS para suspender a avaliação do desempenho dos professores
Os textos estão em blogues e sites de professores, prontos para serem copiados e enviados directamente para as caixas de correio electrónico dos deputados do PS.
O objectivo é convencer os socialistas a aprovar o projecto de lei do CDS que visa a suspensão da avaliação do desempenho dos docentes. E o alvo são, sobretudo, os deputados que são ou já foram professores.
«Podem ainda escrever aos colegas que são deputados do PS para que reflictam no que estão a fazer à Escola Pública em Portugal» , escreve-se no blogue do movimento Em Defesa da Escola Pública, que apresenta mesmo uma lista com os e-mails dos «professores deputados do PS».
O repto está dado e a mensagem é clara: «Nada de choraminguices, de insultos ou de provocações: basta dizer, de modo cordato, os problemas que a avaliação está provocar de facto nas Escolas», lê-se no mesmo site.
O blogue A Sinistra Ministra diz que «está na altura de dar resposta aos e-mails que o Ministério da Educação enviou» aos professores e sugere que se faça «copiar/colar» a uma mensagem já preparada para os membros da bancada parlamentar socialista, que vão votar a proposta do CDS na próxima sexta-feira.
«Nessa altura V. Ex.ª tem mais uma oportunidade (talvez a última) para suspender algo que nunca será posto em prática, pois não se pode avaliar quem se recusa a ser avaliado e, com este modelo de avaliação, assim será» , diz a mensagem do blogue.
«A única forma de limparem um pouco a face é mesmo através de uma ajudinha dos deputados do PS, muitos deles professores que pouco ou nada conhecem da escola, visto os bancos de S. Bento serem bem mais confortáveis» , afirma noutro blogue o líder do movimento Mobilização e Unidade dos Professores, Ilídio Trindade.
A votação do projecto do CDS pode, no entanto, abrir uma crise política no PS, já que o ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, deixou bem claro que avaliação dos professores é «uma questão crítica» e que «dessa reforma depende a agenda reformista do Governo».
Motivos mais que suficientes para que o PS exerça pressão sobre os seus deputados no sentido de inviabilizarem a proposta centrista.
Recorde-se que, no inicio deste mês, o PS chumbou os projectos do PSD, BE e PEV para suspender a avaliação dos professores, com os votos favoráveis de todos os partidos da oposição. O documento social-democrata contou com a abstenção dos socialistas Manuel Alegre, Teresa Portugal, Júlia Caré, Eugénia Alho e da independente socialista Matilde Sousa Franco.
Em Dezembro, os projectos de lei do BE e do PEV foram chumbados no Parlamento por apenas um voto, com o apoio de toda a oposição e de quatro socialistas. Na altura, Manuel Alegre, Teresa Alegre Portugal, Julia Caré e Eugénia Alho foram os quatro socialistas que votaram favoravelmente, juntando-se às bancadas da oposição.

Avaliação docente: projecto do CDS é "questão crítica" para o Governo

20.01.2009 - 08h27
Leonete Botelho

O Parlamento volta a debater sexta-feira o processo de avaliação de professores, pela mão do CDS, e o Governo não escamoteia a importância do resultado dessa votação, por enquanto uma incógnita. "Trata-se de uma questão crítica", assume o ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, sublinhando que "dessa reforma depende a agenda reformista do Governo". Uma ameaça de demissão? "Não elaboro sobre cenários, nem tenho nenhuma razão para duvidar que o Parlamento volte a chumbar [este projecto, contraditório com o rumo da maioria]."No dia em que muitas escolas encerraram e muitas outras estiveram a meio gás devido à segunda greve de professores neste ano lectivo por causa do regime de avaliação, Augusto Santos Silva insistia na ideia de que existe uma "agenda política de instabilização das escolas" por parte dos sindicatos e dos partidos da oposição. "É um tema típico de coligação negativa", disse ao PÚBLICO, considerando que só isso explica que "partidos radicalmente diferentes convirjam no voto" sobre a matéria.Neste momento, está tudo em aberto e dependerá sobretudo de deputados do PS, pois basta haver sete a quebrar a disciplina de voto para o projecto ser aprovado. Manuel Alegre e outras três deputadas votaram a favor de todos os projectos com vista a suspender, total ou parcialmente, a avaliação em curso. A única excepção foi o projecto de lei do PSD, discutido no dia 8, em que se abstiveram por considerarem ser uma "recontagem" dos votos de Dezembro, altura em que o projecto de resolução do CDS só não foi aprovado por ausência de 35 deputados sociais-democratas. Na altura, Matilde Sousa Franco e João Bernardo também deram o "sim" à proposta centrista, enquanto uma sétima socialista, Odete João, se absteve.Crise política?Agora ninguém quer abrir o jogo. As pressões, internas e externas, são muitas e a dramatização está no ar. Na última reunião da bancada do PS antes da votação dos projectos de lei do PSD, BE e PEV, o líder parlamentar, Alberto Martins, avisou que qualquer voto a favor de propostas que se opõem à política do Governo seria visto como uma "violação de contrato" dos deputados com o PS. Mais tarde, no debate, afirmou que tiraria "todas as consequências" do resultado da votação, deixando no ar a ideia de que podia demitir-se e fazer cair a direcção da bancada. Augusto Santos Silva voltou ontem a insistir que "a avaliação de professores é um eixo essencial da agenda reformista do Governo em relação ao qual o executivo avalia, em cada momento, se tem condições necessárias" para a prosseguir. Mas ao mesmo tempo afirma a sua confiança de que o projecto será recusado pelos deputados. "Confio no Parlamento, enquanto o Parlamento confia no Governo", afirmou, com um sorriso enigmático.Mas a sombra de uma crise política não parece incomodar o líder do CDS, que aproveitou o congresso do partido para defender o seu projecto como capaz de levar a paz às escolas. Há alguns dias, questionado pelo PÚBLICO sobre se tinha considerado o cenário de demissão do Governo, Paulo Portas disse que "não se pode submeter a considerações tácticas assuntos que são de substância política".

"Estudar?", e logo ecoaram gargalhadas

Alunos costumam aproveitar "feriado" destas greves para a diversão. Os pais tentam resolver a sua vida
00h30m
GINA PEREIRA, JOÃO PAULO COSTA, PEDRO, ANTUNES PEREIRA e TIAGO RORDRIGUES ALVES
As greves de professores parecem todas iguais, inclusive na guerra de números entre sindicatos e Ministério. Alguns alunos aproveitam para a diversão, há docentes que hesitam entre a adesão ou a rejeição da causa e os pais tentar resolver a sua vida.
Na manhã fria e chuvosa de ontem, a estação de metro servia de abrigo e ponto de encontro para os muitos alunos sem aulas das escolas secundárias Carolina Michaëlis e Rodrigues de Freitas. Na primeira, as estimativas matinais apontavam para uma adesão acima dos 90%, mas abaixo da greve de 3 de Dezembro. Na segunda, muitos professores também optaram por não dar aulas, mas também menos do que no ano passado. De volta à estação, um jovem dedilhava uns acordes numa viola à medida que as composições passavam e os restantes decidiam a melhor forma de aproveitar o inesperado "feriado". Comer, ver um filme, jogar consola, ir às compras ou passear no centro comercial eram as sugestões mais frequentes. Alguém disse "estudar" e logo as gargalhadas ecoaram pela estação. Ontem, queria-se era distância dos livros.
O toque de entrada para a primeira aula já soou, mas os alunos permanecem à porta da Escola Básica 2.º e 3.º ciclo Sophia de Mello Breyner Andersen, na Amadora, à espera de saber se a escola vai abrir. A confirmação do que já todos adivinhavam, chega pelas 8.30 horas, através de um cartaz colocado nos portões: "A escola encontra-se encerrada por motivos de greve de pessoal docente". Os alunos rejubilam, os poucos pais que ali se mantêem não se surpreendem. Apenas lamentam que "as crianças tenham de sofrer ao frio e à chuva" para saberem que, afinal, vão ter de voltar para casa.
Na vizinha EB1/Jardim de Infância Sacadura Cabral, é preciso esperar até às 9 horas para saber o que é que vai acontecer. Susana Melo, mãe de um aluno do 1.º ano, já está preparada para ter de levar o filho para o emprego. Amélia Marques, com um filho no 3º ano, vai poder ficar com ele em casa porque está de férias, caso contrário teria de pedir apoio à família.
À entrada para a Secundária Fernando Namora, onde os portões se mantêm abertos, uma professora de Biologia admite que ainda não decidiu se vai fazer greve. São razões "puramente económicas" que a levam a admitir não aderir desta vez ao protesto.
Ainda não eram 9.30 horas e já meia dúzia de jovens estavam à porta da "Net7", uma loja de informática com jogos, localizada junto à Sé de Aveiro, a poucas centenas de metros de três escolas secundárias. Mal os viu, o funcionário da loja, Pedro Santos, percebeu que era dia de greve dos professores.
"É sempre assim, quando os professores fazem greve, temos muito jovens do preparatório e secundário aqui, a clientela chega a triplicar, ocupando todos os computadores destinados a jogos ", conta Pedro Santos.
"Nestes dias, somos nós que tomamos conta das crianças", graceja o funcionário, habituado a ver muitos pais a irem buscar os filhos ao final da manhã ou da tarde ao "Net7". A ocupação dos tempos livres sempre sai mais barata que um ATL. Um euro dá para 30 minutos de jogo.
A greve ajuda o pequeno comércio mas fica cara aos encarregados de educação. Tiago Santos, 13 anos, aluno do 8.º ano da Escola Secundária de Esgueira, é um dos alinhados em frente ao computador da "Net7". Se tivesse tido aulas, teria almoçado na escola, e receberia dois euros, o suficiente para se alimentar até regressar a casa. Ontem, a "diária" quase triplicou. "Os meus pais deram-me cinco euros, que dá para estar aqui a jogar e almoçar no Forum", o centro comercial que funciona como principal "sala de feriado".
Nos concelhos de Vila Verde, Amares. Terras de Bouro, Povoa de Lanhoso e Barcelos nenhuma escola abriu as portas. Já em Braga e Guimarães houve alguns professores que estiveram nas escolas, mas depois decidiram não dar aulas. Os alunos invadiram os cafés junto aos recintos escolares e passarem o tempo a jogar matraquilhos, a tocar algum instrumento ou mesmo a namorar. Muitos pais tiveram também que ir às escolas para autorizarem os filhos a sair dos estabelecimentos de ensino, condição imposta por alguns conselhos executivos para os alunos abandonarem as respectivas escolas.

Professores preparam novas greves e prometem voltar aos protestos

Sindicatos dizem que docentes mantiveram adesão de 90%, ME fala em queda para 41%
00h30m
ALEXANDRA INÁCIO
Garantindo uma adesão de 91%, os sindicatos sentiram os seus poderes negociais reforçados, apesar de a tutela contrapor uma adesão de 41%. Os professores voltarão a fazer greve e a sair às ruas se nada mudar.
Se o Ministério da Educação não aceitar o fim da divisão da carreira, durante a revisão do Estatuto da Carreira Docente (ECD), "mais cedo que tarde haverá mais iniciativas de luta, provavelmente mais greves e manifestações", garantiu ontem o secretário-geral da Fenprof, antes de entrar no ME para entregar ao chefe de gabinete do secretário de Estado da Educação, um abaixo-assinado subscrito por mais de 71 mil professores, pedindo a revogação do ECD.
Hoje termina o prazo dado pela tutela aos sindicatos para entregarem as propostas sobre a prova de ingresso na carreira - o primeiro tema a ser debatido nas reuniões de 28 e 29 sobre a revisão do ECD. Nogueira garantiu que a proposta da Fenprof é muito simples: defende o fim da prova. Mas dirigentes da Federação ouvidos pelo JN consideram que o regime probatório podia ser prolongado para dois anos e substituir a prova.
Já a proposta do Fenei/ Sindep propõe que tanto prova como regime probatório possam ser substituídos pelo mestrado em Ensino. Depois de Bolonha faz sentido, considera Carlos Chagas, os futuros docentes fazerem o mestrado depois da licenciatura; essa graduação implica a defesa de uma monografia (que já por si requer um período de estágio).
"Basta o ME nomear para esses júris um representante que avalie a evolução pedagógica e científica do aluno", argumenta o presidente do Fenei/Sindep. Os sindicatos alegam que o ingresso está excessivamente fechado: além da licenciatura, os candidatos têm de cumprir um estágio, um regime probatório e ainda a prova de ingresso, composta por três exames não podendo o docente ter nota inferior a 14.
Para os sindicatos a adesão à greve rondou os níveis da paralisação de 3 de Dezembro: 91%; para o ME só 41% dos professores não deram aulas. Recorde-se que neste fim-de-semana a tutela emitiu um comunicado onde corrige os números da anterior paralisação - em vez de 61% afinal foram 66,7% dos docentes que aderiram.
"Mais uma vez os professores deram uma grande lição ao Governo", considerou Nogueira, insistindo que a "luta" da classe começou no dia 5 de Outubro de 2006 e não tem data prevista para terminar. A Plataforma lançou um apelo à mobilização de professores, pessoal não docente, pais e alunos numa Marcha pela Educação que irá realizar-se "ainda este ano lectivo" e garantiu que vai encher as galerias do Parlamento, na sexta-feira, para o debate sobre a avaliação proposto pelo CDS-PP. Nenhum membro da equipa ministerial deu ontem uma conferência de Imprensa sobre a greve, como a 3 de Dezembro. A tutela emitiu apenas um comunicado com os níveis de adesão

Professores avaliadores podem a partir de hoje recusar observação de aulas de avaliados

Os professores avaliadores que tenham a partir de hoje de observar aulas de colegas no âmbito do processo de avaliação de desempenho podem recusar-se a fazê-lo, alegando que se encontram em greve
Para esse efeito, a Plataforma Sindical de Professores entregou a 12 de Janeiro no Ministério da Educação (ME) um pré-aviso de greve relativo ao período entre hoje e 20 de Fevereiro. Segundo o regime simplificado da avaliação de desempenho, a componente científico-pedagógica, que assenta sobretudo na observação de aulas, deixa de ser obrigatória, excepto para os professores que queiram aceder às classificações de Muito Bom e Excelente.
Nestes casos, os docentes têm de requerer que pelo menos duas aulas leccionadas por si sejam observadas por um avaliador, que não pode recusar-se a fazê-lo. Mesmo que não concordem com o modelo de avaliação, os avaliadores estão obrigados a esta tarefa, excepto se, no momento da sua concretização, se encontrarem em greve, segundo os sindicatos.
«Por cautela, e porque mais vale prevenir do que remediar, pusemos o pré-aviso para que os professores com funções de avaliadoras possam fazer, se assim entenderem, greve às aulas assistidas», explicou o porta-voz da Plataforma Sindical.
No entanto, Mário Nogueira reconhece que «a esmagadora maioria das escolas, senão todas», ainda não se encontra na observação de aulas, mas sim numa fase anterior, na qual os professores deveriam estar a entregar os objectivos individuais.
«Poderá haver alguma escola que, mais apressada, já tenha marcado a observação de aulas, pelo que, assim, evitamos surpresas», acrescentou o também secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof).
Se o processo de avaliação de desempenho não for entretanto suspenso, os sindicatos vão «alargar o pré-aviso de greve para lá de 20 de Fevereiro».
Sobre esta iniciativa, o secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, afirmou que a mesma é «puro boicote» à avaliação e manifestou as suas dúvidas quanto à sua legalidade.
Na resposta, os sindicatos afirmaram que se o governante tivesse a certeza que o procedimento era ilegal era isso que tinha dito.
Lusa/SOL

Fenprof desafia Governo a «desmentir» números dos sindicatos sobre greve


A Federação Nacional dos Professores avançou à TSF que a greve desta segunda-feira contou com uma adesão bastante significativa por parte dos docentes, contrariando assim os números apresentados pelo Governo, e desafiou o Ministério da Educação a desmentir os números dos sindicatos.



Em declarações à TSF, Francisco Almeida disse que a estimativa da Fenprof aponta para uma adesão à greve de 92 por cento na Direcção Regional de Educação do Norte, de 90 por cento no Centro, em Lisboa e no Algarve e de 88 por cento na região do Alentejo.
«Sabemos que o Ministério da Educação divulgou outros números, valores abaixo destes», disse, acrescentando que a melhor forma de resolver o diferendo é «o Ministério da Educação desmentir os dados, escola a escola, que os sindicatos divulgaram».
«O Ministério da Educação não tem como desmentir esta fortíssima adesão à greve», rematou o dirigente da Fenprof.
Os primeiros dados oficiais sobre a greve desta segunda-feira apresentados pelo Ministério da Educação apontam para uma adesão de 41 por cento.

segunda-feira, janeiro 19, 2009



Testemunho de uma colega de Barcelos

"Onde estais vós, gente de pouca fé?! Hoje dói-me a alma, a desilusão apoderou-se de mim. Tenho vergonha de pertencer a uma classe de professores que tem medo; que não acredita que para se conseguir algo são necessários sacrifícios; que é agora ou nunca; que o tempo urge; que já não há que acreditar em falsas promessas. O hoje passou e o amanhã não será melhor, se nada fizermos. Onde pára essa gente de fortes convicções? Estou cansada de ouvir tantos disparates, tanta caricaturização, tanta justificação, tanta falta de informação !!! Onde estão os 120 mil ? Fizeram como a avestruz?Hoje confirmei que portugueses há muitos, mas quero aqui tecer um elogio a todos aqueles que acreditam e têm vontade de mudar este país.Tenho vergonha dos nossos representantes políticos. Politizaram uma questão tão séria como é o ensino público, pondo em risco a continuação de um ensino público credível, brincaram com a vida de 120 mil profissionais.Não sou fundamentalista, mas temo pela democracia neste país e quero que os meus filhos vivam em democracia.Nestes últimos anos senti-me ultrajada por um ministério que não me respeita.Hoje dei mais um passo em frente... não entrego, nem entregarei os objectivos individuais, faço uma greve por período indeterminado, faço tudo o que ainda estiver ao meu alcance para derrubar esta política de ensino insana. Não aceito que um ano de luta acabe por "parir" um rato. Não me venham com a treta de que devo ter outros meios de me sustentar. Não, não tenho. Tenho quatro filhos a estudar, um na Universidade, um apartamento e um carro que pago às prestações e todas as despesas inerentes a uma família numerosa. Não tenho pais ricos, aliás a minha mãe é viúva e aposentada. Ah! e já não tenho marido.Quando ouço alguns colegas que desabafam "Ai, eu tenho um filho a estudar na universidade e não posso perder parte do meu ordenado"... Pois eu também tenho um na universidade e mais três em idade escolar.Esses três mais novos acompanharam-me a Lisboa, quis dar-lhes uma lição de democracia ao vivo e a cores e quero ser um exemplo para eles. Quero que eles no futuro sigam o meu exemplo, não aceitem nada com base no medo, que lutem pelos seus ideais, que sejam gente com valores, carácter, com fortes convicções e cidadãos bem formados.Maria da Glória Costa, uma mulher de uma só cara!(Escola Secundária de Barcelos)"

Naufrágio da educação


GREVE A 19


Pais apelam a Cavaco para intervir no conflito da Educação

A Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIP) exigiu hoje a intervenção do Presidente da República para resolver o 'braço-de-ferro' entre sindicatos dos professores e Governo, considerando que os maiores prejudicados são os alunos
«Apelamos ao Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, para excercer a sua magistratura de influência no sentido de tentar resolver este conflito, que já se arrasta há mais de um ano e cada vez mais prejudica a aprendizagem dos nossos filhos», disse à agência Lusa Maria José Viseu, presidente da CNIP.
«A nossa preocupação tem a ver, sobretudo, como o facto de este conflito, que não tem fim a vista, estar a influenciar negativamente a aprendizagem dos alunos», acrescentou.
Situação que, segundo Maria José Viseu, vai se «agudizar ainda mais» se o braço-de-ferro e a «situação de conflito» continuarem por muito mais tempo.
«Os professores irão dispor de muito pouco tempo para apoiar os alunos, sobretudo os do ensino secundário e aqueles do 9º ano que irão fazer os exames nacionais», precisou.
Para a responsável da CNIP, o dia de paralisação hoje dos professores «trouxe alguma anormalidade», uma vez que a «adesão à greve foi elevada e impediu o normal funcionamento das escolas».
A greve de professores de hoje registou uma adesão de 91 por cento, segundo os sindicatos, mais 50 pontos do que a estimativa do Governo, que fala em 41 por cento.
Maria José Viseu criticou ainda que algumas escolas, «sobretudo na zona de Sintra», mesmo estando abertas, se viram obrigadas a mandar os alunos para casa, «já que as empresas contratadas não forneceram o serviço de refeição».
Os professores realizaram hoje mais uma greve em protesto contra o modelo de avaliação de desempenho e o Estatuto da Carreira Docente (ECD).
Os sindicatos exigem a suspensão e substituição do modelo de avaliação de desempenho e, relativamente ao ECD, querem eliminar a divisão da carreira em categorias hierarquizadas (professores e professores titulares).
Lusa / SOL

A culpa é dos professores



Escrito por Noel Petinga Leopoldo
19-Jan-2009


Não há família portuguesa que não tenha uma mão cheia de estórias envolvendo falhas de professores. O povo latino é, essencialmente, canalha e não tem qualquer vislumbre do valor da pedagogia. A escola é para ir pedir satisfações aos profs., ralhar com eles e, se os ventos correrem de feição, bater-lhes impunemente...esse é o verdadeiro valor da pedagogia.
Entre um qualquer português e o caminho do sucesso absoluto há sempre um obstáculo, um professor qualquer...”esse grand malandre disse qu’a minha filha era malcriada...olha a minha filha...ele devia era ver-se ó espelhe...quem é qu’ele pensa que é, óh... Ao português era merecido o céu, mas na sua história de vida há, de certeza, um professor que o traumatizou, que o ofendeu, que não lhe deu a nota certa, isto é, um diabo perverso que só tira gozo quando maltrata os alunos. Será que os culpados disto são os Pink Floyd e o seu milionaríssimo “The Wall”? (Não! A canalhada portuguesa não precisa de inspiração para falar mal dos professores...está-lhes no sangue.)
Quando os políticos gastam as suas parcas energias discutindo a terminologia, não o essencial, de quem é a culpa? É dos professores!Quando os banqueiros roubam aos milhões e se diz que houve desvio de fundos, de quem é a culpa? É dos professores!Quando um drogado rouba 5 euros e se diz que é um ladrão sacana, de quem é a culpa? É dos professores!Quando o governo não consegue (nem se atormenta com...) resolver os problemas dos mais carenciados, de quem é a culpa? É dos professores!Quando o desemprego sobe, e os ladrões de casaca ficam do lado de fora das cadeias, de quem é a culpa? É dos professores!Quando Sócrates se vê obrigado a tirar uma licenciatura em regime ‘simplex’, de quem é a culpa? É dos professores! Quando as empresas não produzem o necessário porque a administração não sabe para mais, ou, simplesmente, achou que seria melhor colocar o dinheiro na carteira, de quem é a culpa? É dos professores!Quando as empresas deslocalizam em demanda de mão-de-obra (ainda mais) escrava, de quem é a culpa? É dos professores!Quando a galinha do vizinho é melhor do que a minha, de quem é a culpa? É dos professores!Quando a vida não é aquilo que nós queríamos, de quem é a culpa? É dos professores!Quando o analfabetismo dá lugar à iliteracia (um nome muito mais bonito), de quem é a culpa? É dos professores!Quando Cavaco seniliza a olhos vistos, de quem é a culpa? É dos professores! (por acaso a mulher foi professora...)Quando os tribunais são assaltados e caem pedaços de esquadra em cima dos ocupantes, de quem é a culpa? É dos professores!Quando um burgesso novo-rico arrota na cara de um funcionário público os milhares resultantes da fuga ao fisco, de quem é a culpa? É dos professores!Quando um empresário de sucesso declara ganhar o salário mínimo...ainda bem que já aumentou 23 euros...coitadinho, podia lá governar-se com tão pouco..., de quem é a culpa? É dos professores!Quando a escola serve apenas para ‘ir pôr’ os filhos, de quem é a culpa? É dos professores!Quando a sanidade dos portugueses com dificuldades está a ser minada por políticos e amigos: banqueiros, administradores de empresas públicas e corja da mesma estirpe, de quem é a culpa? É dos professores!Quando Portugal deixa de estar na cauda da Europa, e passa a ser o ânus da mesma, de quem é a culpa? Também é dos professores?
Não, é dos saloios que nos governam!

P.S. Na segunda, mandemos às urtigas a ministra, a corja, o ECD, os sectários de estado, e os 70 euros do salário. Se não o fizermos, e a ministra acabar o ‘servicinho’, de quem é a culpa? ...nem mais!

Jornal de Peniche

'Greve dos professores não se justifica'

A greve dos professores não se justifica, porque o processo de avaliação está a decorrer com normalidade. Esta é a reacção da tutela à paralisação dos professores.
Sem comentar números, o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, diz que o problema está na intransigência dos sindicatos.
Valter Lemos falava à margem da assinatura de um protocolo entre a Microsoft e o Ministério da Educação para melhorar o acesso dos estudantes portugueses às tecnologias da informação.

Plataforma dos Professores entrega abaixo-assinado com mais de 71 mil assinaturas

São mais de 71 mil assinaturas que constam do abaixo-assinado entregue pela Plataforma dos Professores ao Ministério da Educação.
O porta-voz, Mário Nogueira, sublinha que, num mês, a plataforma conseguiu reunir mais mil asssinaturas do que no abaixo-assinado anterior.
Em dia de greve, a plataforma volta a exigir a revisão do Estatuto da Carreira Docente e a suspensão do processo de avaliação. Mário Nogueira quer ver os professores invadirem as galerias do Parlamento no dia 23.

PROFESSORES: VIVER OU MORRER!

Esta semana começa a ser decisiva para os professores. A escolha é entre viver e morrer. E esta opção é apresentada por todos os intervenientes mais directamente implicados no processo de avaliação de desempenho destes profissionais. O Ministério de Educação, depois dos recuos e da ratificação pelo Presidente da República do novo decreto de avaliação...
…esticou o dedo indicador e declarou que os docentes e conselhos executivos estão obrigados a cumprir os normativos. Os que derem cumprimento «às tábuas da lei», que, afinal já não têm «dez mandamentos» mas quiçá os 5 da «santa madre», se resumem a uma auto-avaliação, ao sabor de cada um, e que, por isso, não lhes trará este ano sequer uma gripezinha, entrarão no reino dos céus, onde encontrarão à sua disposição as delícias angélicas - pãozinho barrado com queijo Philadélphia, por exemplo, mas nunca uma virgem (eles) ou um gigolô (elas). (Bem pior era, no Antigo Egipto o «julgamento de Osíris» que confrontava o penitente com um pena como medida para julgar as suas acções). Caso os potenciais avaliados não se apresentem vestidos a rigor e prontos para confessarem as suas «boas obras» o castigo será o «fogo eterno onde só haverá choro e ranger de dentes», coisa muito próxima da que estava reservada aos antigos sumérios no pós-morte, a quem só se destinava uma «vida» de sofrimento no Além. Os sindicatos, firmes nos seus propósitos, convidam, agitando a suas bandeiras, os professores a segui-los seja na subida ao Evereste, seja na caminhada até ao âmago de um vulcão onde dada um, heroicamente, se poderá lançar no calor e destruição infernal. No primeiro caso, escorregando, poderão alegremente ouvir partir os seus ricos ossinhos nas pedras duras e afiadas; no segundo caso poderão adquirir o conhecimento científico de como se esturrica carne no magma incandescente. Em qualquer das situações os sindicatos garantem a cura total a todos. Uns têm a promessa de que farão uma óptima recuperação no Alcoitão e, no segundo caso, os todos ressuscitarão das cinzas, ao sétimo dia, inteiros, renovados, quase semi-deuses. Os movimentos independentes, como os sindicatos, garantem que não é suicídio qualquer uma das opções propostas É que chegou o tempo da verdade ou seja o momento da imolação. Desde logo, esta palavra assusta. Há os que não têm medo de caminhar para a morte. Há os que, diz-se, hesitam. Muitos destes pensam na casa, no carro, nos filhos, na crise, nas ameaças do Ministério, na demissão, e, quando o desemprego a longo prazo é um dinossauro de boca aberta e com os dentes afiados, o problema é complexo. Talvez se possa dizer que o momento é dramático. Faz-me lembrar S. Pedro quando negou Cristo. Este é pois o momento crucial. É necessário escolher entre viver e morrer. É tempo de salvar a pele. O problema e não se saber qual é o lado que amanhã nos trará a glória. Agora, escolha pertence a cada um. Habilitem-se. Habilitem-se a uma ou outra coisa.
NOTAS:
1- A avaliação de professores tem mobilizado os partidos políticos de forma diferente. Na semana passada, na votação da suspensão da avaliação dos professores, deputados houve que continuaram a dizer , em voz alta , que o importante não é o País é o interesse da sua bandeira. Nós sabemos que é assim. Foi só uma confirmação. Estando em causa um problema da Escola Portuguesa, cada partido escolheu os seus interesses. É de sublinhar que apenas um partido – o Bloco de Esquerda - tinha um projecto alternativo ao do Governo. Ou outros … já perceberam… queriam só salvar a sua pele. Triste, não?
2 - O Governo, pelo Secretário de Estado, ameaça os professores com processos e demissões e a Direcção Regional de Educação de Lisboa avança( DN de dia 10) com a informação de que “não serão abertos processos disciplinares aos avaliados que não entreguem os objectivos individuais”. “Apenas os avaliadores estão sujeitos ao dever de zelo”. Segundo o juiz-conselheiro Guilherme da Fonseca até pode haver processo disciplinar, mas “dificilmente poderá dar lugar a uma condenação do avaliado”. Uma Babel!
Notícias de Vila Real
GREVE DE 19 DE JANEIRO: ENORME PROTESTO DOS PROFESSORES NA REGIÃO CENTRO

PORQUE FIZERAM GREVE, COM ESTA DIMENSÃO, OS PROFESSORES E EDUCADORES?

Hoje, 19 de Janeiro, na região centro, mais de 90% dos docentes com serviço distribuído terão estado de novo em greve. Ou seja, a quase totalidade dos docentes recusam este status quo, esta política de pressão, esta imposição sem base científica, este passar a exigência pelo cumprimento de normativos sem sentido.

Quanto à avaliação do desempenho, cujo modelo em vigor foi transitoriamente simplificado para, apenas, este ano lectivo, mantém todo o articulado geral, procedimentos e instrumentos de avaliação, burocracia e inexequibilidade, pelo que os professores consideram que as condições objectivas para a sua aplicação, mesmo que simplificada, não se alteraram, tendo em conta os seguintes aspectos:

1. O modelo de avaliação da actividade docente de Lurdes Rodrigues não é um instrumento de valorização da escola pública e do desempenho dos/as professores/as e educadores/as;
2. a alternativa ao actual modelo de avaliação do desempenho só pode passar pelo fim da divisão artificial da carreira em professores e titulares, uma fractura que descredibiliza o próprio estatuto profissional e a função docente;
3. a simplificação agora publicada em Diário da República (Decretos-Regulamentares 1-A e 1-B/2009, de 1 de Janeiro) despreza a componente científica e pedagógica do trabalho docente, ao mesmo tempo que, não mexendo no essencial do modelo e apresentando-se, apenas, como uma solução transitória, visa ganhar tempo aproveitando-se, cinicamente, do próprio calendário eleitoral para fazer valer, no futuro, medidas por todos rejeitadas;
4. o ministério da Educação e o governo recorreram à ameaça e à chantagem para forçarem os docentes a abdicar da sua luta, acenando com processos disciplinares, inquéritos ou demissões sobre quem se recusasse a se sujeitar à iniquidade do seu modelo, o que deixou os professores tremendamente indignados.

Com esta atitude, AUTISTA E ISOLADA, o ministério da Educação tem revelado uma incapacidade confrangedora para ler, politicamente, a determinação e coragem dos docentes portugueses, num legítimo processo de desobediência cívica, que tem as suas raízes no facto de o governo e ministério da Educação terem erguido uma barricada contra a razão e a sua força. Contra a escola pública, pondo em causa o dieito dos portgueses a um ensino de qualidade.

Por nada os docentes trocarão as sua convicções, a sua organização e a sua luta. Compete ao ME, agora, responder sem preconceitos e resolver o problema que criou.

Uma coisa é certa. Este modelo tem de ser alterado. Este Estatuto da Carreira terá de sofrer transformações profundas e os docentes continuarão determinados nesta transformação.

A Direcção

TUDO SOBRE A GREVE NA REGIÃO CENTRO EM
http://www.sprc.pt/default.aspx?id_pagina=660

Sindicato de Professores da Região Centro

SINDICATO DOS PROFESSORES DA REGIÃO CENTRO DEPARTAMENTO DE INFORMAÇÃO

inform@ção SPRC
Comunicado final da Plataforma Sindical

EM TODO O PAÍS,
GREVE ATINGIU OS 91% DE ADESÃO
À INTRANSIGÊNCIA E OBSTINAÇÃO GOVERNATIVA, PROFESSORES RESPONDEM, DE NOVO, COM LUTA EXEMPLAR


Foram cerca de 91% os professores e educadores que voltaram a fazer Greve, numa extraordinária resposta de luta face à intransigência, à teimosia e à obstinação de um Ministério e de um Governo que não desistem em levar por diante uma política desastrosa que está a degradar a Escola Pública e a dificultar o exercício profissional dos docentes, com graves repercussões nas aprendizagens dos alunos.
Com a Greve de hoje, os professores, em menos de um ano, concretizam, pela sexta vez, uma fortíssima luta, a saber:
– 8 de Março de 2008: Marcha Nacional da Indignação com a participação de mais de 100.000 docentes;
– 8 de Novembro de 2008: Manifestação Nacional de Professores com a participação de 120.000 docentes;
– 3 de Dezembro de 2008: Greve Nacional com 94% de adesão;
– 22 de Dezembro de 2008: Entrega de Abaixo-Assinado com cerca de 70.000 assinaturas;
– 19 de Janeiro de 2009: Entrega de Abaixo-Assinado com mais de 70.000 assinaturas;
– 19 de Janeiro de 2009: Greve Nacional dos Professores com 91% de adesão.
É este riquíssimo património de luta, construído pelos professores e educadores portugueses e hoje reforçado com mais uma inesquecível jornada, que estes reafirmam a exigência de suspensão do actual modelo de avaliação, bem como de uma revisão do ECD que permita eliminar os seus aspectos mais negativos, designadamente a divisão da carreira em categorias e o actual modelo de avaliação, incluindo a abolição das quotas.
Está, agora, nas mãos do Governo contribuir para que este conflito possa ser solucionado. Da parte dos professores a determinação para a luta continua a ser a que hoje, mais uma vez, revelaram, na certeza de que a razão está do seu lado e tudo farão para que esta se imponha à prepotência governativa, levando a uma profunda mudança no rumo da actual política educativa.


A Plataforma Sindical dos Professores

Greve paralisa escolas em todo o país



Sara R. Oliveira 2009-01-19
Plataforma sindical fala numa adesão superior a 90% e garante que os professores não vão baixar os braços. Tutela lamenta a "posição intransigente dos sindicatos".
Escolas sem aulas, avisos de encerramento por causa da greve, portões abertos mas poucos professores dentro das salas, alunos que entraram à primeira hora da manhã e que pouco depois regressaram a casa. Era este o cenário na manhã desta segunda-feira. A greve nacional da classe docente poderá ter registado uma adesão semelhante à realizada em Dezembro, segundo números dos sindicatos. Na última paralisação, as estruturas sindicais avançaram com uma adesão na ordem dos 94%, embora o Ministério da Educação (ME) tenha adiantado um valor diferente, de 66,7%. Hoje fala-se numa adesão acima dos 90%. Um pouco por todo o país, várias escolas não tiveram uma única aula. Segundo a Federação Nacional dos Professores (FENPROF), 27 escolas da região de Lisboa não estavam a funcionar às 10 horas da manhã, como as escolas básicas do 2.º e 3.º ciclos Avelar Brotero, Conde Oeiras, da Pontinha e secundárias Gil Vicente, Alcanena e Rio Maior. A Secundária D. João V, na Amadora, teve menos de um terço dos docentes a trabalhar. Na Secundária da Cidadela, em Cascais, previa-se uma adesão de mais de 90%. Em três primárias de Carcavelos, as aulas decorreram como habitualmente. A escola básica das Amoreiras e a EB 2,3 de Aranguez, em Setúbal, fecharam no início da manhã. A Secundária Madeira Torres, de Torres Vedras, também encerrou. Várias escolas estiveram abertas, mas a funcionar a meio gás, como aconteceu na Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho, em Lisboa, na secundária do Restelo e em várias dos concelhos de Leiria, Marinha Grande e Alcobaça. E no Agrupamento Dra. Maria Alice Gouveia, em Coimbra, foi lida uma moção, aprovada por unanimidade, em que os professores se comprometem a não avançar com qualquer procedimento da avaliação de desempenho. Na Região Norte, o panorama não foi muito diferente. A EB 1 João de Deus e a Secundária Clara de Resende não tiveram aulas. "A primeira impressão colhida é a de que há uma fortíssima adesão à greve, a níveis muito próximos - mais ponto, menos ponto - dos atingidos em 3 de Dezembro", referiu Manuela Mendonça, coordenadora do Sindicato dos Professores do Norte, em declarações à agência Lusa. No Algarve, os sindicatos avançaram com uma adesão na ordem dos 90%, enquanto a Direcção Regional de Educação do Algarve avançava com 74% nas primeiras horas da manhã. Na EB 2,3 D. Afonso III, em Faro, onde só foi dada uma aula à primeira hora, colou-se um cartaz que dizia: "Professores e educadores todos juntos em luta por um estatuto profissional digno e valorizado". Na EB 2,3 do Montenegro, também em Faro, a adesão foi de 100%, enquanto na Secundária de Tomás Cabreira foi de cerca de 45%. "Puro boicote"Entretanto, cinco movimentos de professores não sindicalizados, que se associaram à greve, emitiram um comunicado para explicar à sociedade portuguesa os motivos do protesto e garantir que os alunos não serão prejudicados. As estruturas sublinham que as várias manifestações e vigílias foram feitas fora do horário escolar, "ao fim do dia ou aos sábados para não prejudicar os alunos". E lembram que os professores "querem ser avaliados por processos justos e que contribuam para o seu aperfeiçoamento profissional", que não estão a pedir aumentos salariais, mas sim a lutar por "leis que valorizem a sua função e os ajudem a combater a indisciplina e a violência que têm vindo a crescer nas escolas". A Plataforma Sindical dos Professores garantia, ao início da manhã, uma adesão de mais de 90%. Mário Nogueira, porta-voz da estrutura e secretário-geral da FENPROF, esteve na Secundária Jaime Cortesão, em Coimbra, onde não houve aulas, e aproveitou para fazer um balanço. "Os professores estão de parabéns." "Se a ministra da Educação não tiver condições para ser ela uma das protagonistas dessa mudança, o Governo vai ter de encontrar quem possa sê-lo, porque hoje os professores, de forma inequívoca, estão a deixar claro que não aceitam e vão continuar a lutar contra esta política", sublinhou. O modelo de avaliação dos professores e o Estatuto da Carreira Docente (ECD) são, uma vez mais, os principais motivos do descontentamento. Ao início da tarde desta segunda-feira, a Plataforma Sindical entregou um abaixo-assinado com 70 mil assinaturas, que reclama a revisão do ECD, no ME. O documento foi ainda entregue nos governos civis do Porto, Braga, Bragança e Viana do Castelo. A tutela reagiu à situação. "Independentemente da adesão, que me parece bastante inferior à da última greve, lamento a posição intransigente dos sindicatos nesta matéria, apesar das condições que foram criadas", salientou o secretário de Estado da Educação, Válter Lemos. "Lamentamos que os sindicatos de professores se mantenham com aquele radicalismo e aquela intransigência que têm tido sempre, mas a verdade é que o processo [de avaliação] está a decorrer com normalidade", acrescentou. O também secretário de Estado da Educação Jorge Pedreira, em afirmações à Lusa, classificou de "puro boicote" à avaliação a greve às aulas assistidas. "Vem demonstrar, no fundo, que aquilo que os sindicatos querem é que não haja nenhuma avaliação", afirmou. Mário Nogueira respondeu e repudiou "as pressões e ameaças" da tutela para levar por diante a avaliação da classe. "O ME enganou-se e vai enganar-se cada vez mais. Os professores responderão mantendo aquilo que são as suas posições. O apelo que fazemos é que não apenas suspendam o modelo, como não entreguem objectivos individuais", referiu. E acrescentou: "O que os professores sabem é que neste modelo, apesar dos procedimentos simplificados, não se altera em nada a sua essência. É um modelo burocratizado, incoerente, desadequado, que tem quotas."

Confap ameaça recorrer a tribunais para que sejam criados serviços mínimos

O presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) ameaçou hoje recorrer aos tribunais para que sejam convocados serviços mínimos em futuras greves de professores, de forma a evitar que as escolas encerrem
Em declarações à Lusa, Albino Almeida frisou não existir nenhuma razão para justificar o fecho de estabelecimentos de ensino, uma vez que o funcionamento das escolas não é apenas assegurado por docentes, mas também por funcionários e auxiliares, que não estão em greve.«A Confap tomará medidas para que serviços como o refeitório e a guarda das crianças continuem a funcionar em futuras greves de professores, nem que para isso tenha de recorrer ao Tribunal Constitucional», afirmou, considerando que é preciso definir, do ponto de vista legal, quais os serviços mínimos que devem ser assegurados no sector da Educação.Para Albino Almeida, ao provocarem o encerramento de escolas, as greves de professores tornam-se «atentatórias dos interesses dos alunos e até dos seus direitos mais elementares, como comer» no refeitório.«O direito dos professores à greve não pode colidir com o direito dos alunos e das suas famílias. Espero que as organizações sindicais tenham a lucidez de não marcar mais nenhuma greve para este ano lectivo porque a escola pública fica seriamente ameaçada se se continuar por este caminho, de realizar uma greve por mês», afirmou.Um estabelecimento de ensino pode estar encerrado e não ter 100 por cento de adesão se o conselho executivo considerar que o elevado número de professores em greve não garante condições de segurança para os alunos. No entanto, pode dar-se também a situação contrária, mantendo-se a escola aberta e a funcionar só com auxiliares, estando todos os docentes ausentes.Os professores voltaram hoje à greve, menos de dois meses depois da última paralisação nacional, a 3 de Dezembro, que contou com uma adesão que atingiu os 94 por cento, segundo os sindicatos, tendo chegado aos 66,7 por cento, de acordo com o ME.Na última paralisação, cerca de um terço dos estabelecimentos de ensino fecharam portas, um número que não foi ainda divulgado relativamente à greve de hoje.A Plataforma Sindical de Professores assegura que a adesão a esta greve repete os valores históricos registados em Dezembro, mas o Ministério da Educação (ME) acredita que este protesto será «significativamente inferior», não tendo ainda revelado dados oficiais.
Lusa/SOL

Ministério garante que adesão à greve é de 41%

Por Margarida Davim

De acordo com os dados fornecidos hoje de manhã pelos conselhos executivos, o número de docentes em greve não ultrapassou os 41%. Mas os sindicatos falam numa adesão superior a 90%

Greve de professores: Governo desvaloriza, sindicatos congratulam-se

20h01m
O Governo garante que a greve de professores desta segunda-feira foi "muito inferior" à realizada em Dezembro, mas os sindicatos asseguram que a adesão voltou a ficar acima dos 90% e prometem, desde já, novas paralisações.
De acordo com o Ministério da Educação (ME), a participação no protesto ficou-se pelos 41 por cento, menos 20 pontos percentuais do que a adesão avançada pela tutela na última greve nacional, a 3 de Dezembro.
Segundo os dados oficiais, 318 das 1.170 escolas e agrupamentos em todo o país fecharam portas devido à paralisação, o que representa 27 por cento, um valor praticamente idêntico ao registado no mês passado (30 por cento).
Já os sindicatos garantem que a adesão à greve de hoje chegou aos 91 por cento, menos três pontos percentuais do que na última paralisação, mas 50 pontos acima dos números do Governo.
Classificando esta greve como "extraordinária", o porta-voz da Plataforma que reúne todos os sindicatos do sector, Mário Nogueira, afirmou que a contestação dos professores saiu hoje "reforçada" e prometeu novas acções de luta, caso o Executivo socialista não suspenda o actual modelo de avaliação e não ceda na revisão do Estatuto da Carreira Docente.
Para já, os professores iniciam terça-feira e até 20 de Fevereiro uma greve às aulas assistidas, previstas no modelo de avaliação de desempenho, um protesto que o secretário de Estado Adjunto da Educação considerou constituir um "puro boicote" ao processo, além de ser de "legalidade duvidosa".
O Governo reforçou o tom das críticas aos sindicatos, acusando-os de intransigência e radicalismo por realizarem protestos quando estão agendadas reuniões negociais, já para o final deste mês.
Para a Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), as greves de docentes estão a tornar-se "atentatórias dos interesses dos alunos e até dos seus direitos mais elementares", não havendo qualquer justificação para o facto de serem encerradas escolas.
Em declarações à Lusa, o presidente da Confap, Albino Almeida, ameaçou recorrer aos tribunais para que sejam convocados serviços mínimos em futuras greves de professores, de forma a evitar que o fecho de estabelecimentos de ensino.
Os professores voltaram hoje à greve, menos de dois meses depois da última paralisação nacional, a 03 de Dezembro, que contou com uma adesão que atingiu os 94 por cento, segundo os sindicatos, tendo chegado aos 66,7 por cento, de acordo com o ME.

Adesão foi de 91% - sindicatos

19h03m
Lisboa, 19 Jan (Lusa) - A greve de professores de hoje registou uma adesão de 91 por cento, segundo os sindicatos, menos três pontos percentuais do que paralisação de Dezembro e menos 50 pontos do que a estimativa do Governo.
"Foram cerca de 91 por cento os professores e educadores que voltaram hoje a fazer greve, numa extraordinária resposta de luta face à intransigência, à teimosia e à obstinação de um Ministério e de um Governo que está a degradar a Escola Pública e a dificultar o exercício profissional dos docentes, com graves repercussões nas aprendizagens dos alunos", afirma a Plataforma Sindical de Professores, em comunicado.
MLS.

41% de adesão, 27% das escolas encerradas - ministério

17h56m
Lisboa, 19 Jan (Lusa) - A greve dos professores de hoje registou uma adesão de 41 por cento, o que obrigou ao encerramento de 27 por cento das escolas e agrupamentos do país, segundo dados oficiais do Ministério da Educação (ME).
MLS.
Lusa/Fim

Centenas de professores protestam em Braga, Viseu e Guarda

17h46m
Centenas de professores manifestaram-se esta segunda-feira em Braga, Viseu e na Guarda contra a avaliação e o Estatuto da Carreira do Docente, no mesmo dia em que os sindicatos do sector convocaram mais uma greve nacional.

Em Braga, algumas centenas de professores concentraram-se junto ao Governo Civil, exigindo a suspensão do actual modelo de avaliação e protestando contra "o clima de intimidação e ameaça instaurado pelo Ministério da Educação".
Um grupo de professores da Plataforma Sindical do sector foi recebido por um representante do Governo Civil, a quem entregou um Caderno Reivindicativo.
No local, vários dirigentes sindicais, entre as quais Júlia Vale, do Sindicato dos Professores do Norte, pediram "uma revisão do Estatuto que elimine a divisão da carreira em categorias, que estabeleça um modelo de avaliação pedagogicamente construído e garanta a abolição das quotas".
Em Viseu, cerca de 300 professores assinalaram o dia de greve com uma manifestação, num distrito onde, segundo fonte sindical, metade das escolas básicas, de 2º e 3º ciclo e secundárias estiveram encerradas.
Os professores concentraram-se no Rossio e, aproveitando uma pausa da chuva, deslocaram-se ao Governo Civil para entregar um abaixo-assinado onde é exigida a revogação do actual Estatuto de Carreira Docente.
Em frente do Governo Civil, Francisco Almeida, representante do Sindicato dos Professores da Região Centro em Viseu, anunciou que a adesão à greve de hoje "é superior à de Dezembro".
Na Guarda, cerca de duas centenas de professores de escolas da região participaram num "cordão humano" para apelar à "suspensão da avaliação" porque "não serve para a paz nas escolas".
Apesar das condições climatéricas adversas, os manifestantes percorreram a pé o trajecto entre a central de camionagem e o centro da cidade, terminando com uma concentração em frente do Governo Civil da Guarda.
Segundo a sindicalista Sofia Monteiro, coordenadora distrital do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC), pelos dados recolhidos, a adesão à greve a nível distrital "está acima dos 95%".
Pelas indicações do SPRC, no distrito da Guarda, a adesão à greve foi de 100% em Figueira de Castelo Rodrigo, Celorico da Beira, Trancoso, Meda, Manteigas e Sabugal e de 98% em Almeida, Pinhel e Vilar Formoso.

Professor de Évora que discorda de greves «avulso» quis dar aulas, mas alunos faltaram

O professor Hélder Fernandes, 37 anos, foi hoje um dos docentes da Escola Secundária André de Gouveia, em Évora, que não fez greve, por discordar de protestos «avulso», mas não pôde dar aulas porque os alunos faltaram
«Eu estava à espera de dar uma aula a uma turma de um curso profissional, mas, qual não é o meu espanto, chego aqui e nem um aluno», relatou à agência Lusa.Para o professor de Informática, efectivo na André de Gouveia há cerca de oito anos, a explicação é simples, mas também se revelou errada.«Na última greve, a 3 de Dezembro, não vim e os alunos pensaram que eu hoje iria aderir novamente à paralisação, mas enganaram-se», disse.Desta feita, o docente decidiu não fazer greve por não concordar com o agendamento de paralisações «avulso», sem «acção concertada», o que inviabiliza que os protestos «causem os impactos que os professores gostariam».Só com «as escolas fechadas dois ou três dias seguidos», segundo Hélder Fernandes, é que a sociedade civil poderia «sentir na pele o impacto da greve de professores».Também a professora de Português Ana Martins, de 40 anos, compareceu hoje na escola André de Gouveia, pois, apesar de estar «solidária com os colegas em greve», tinha teste com uma turma dos Cursos de Educação Formação (CEF).«Só tenho esta turma uma vez por semana e, se faltasse, o teste protelava-se. Temos uma calendarização a cumprir e responsabilidade para com os alunos», disse.Na Escola Secundária André de Gouveia, com 633 alunos, compareceram quatro dos 34 professores previstos para o primeiro tempo lectivo, às 08:15, sendo que, no segundo tempo, estiveram sete dos 37 docentes.À porta da escola, um grupo de alunas, que teve apenas uma aula durante a manhã, decidia o que fazer do resto do dia.«É pouco bom, é! Agora vamos embora, passear, ir às lojas, divertirmo-nos», contaram à Lusa.Uma delas, Cátia Barreiros, de 17 anos, acrescentou que a professora de Inglês é que deu aula, tendo justificado a não adesão ao protesto «porque o dinheiro fazia falta no final do mês».Em Beja, na Escola Secundária Diogo de Gouveia, a professora Natália Quinta Queimada, de 56 anos, foi um dos 25 docentes, de um total de 34 com aulas marcadas para hoje de manhã, que não aderiram à greve.Segundo a docente, que lecciona a disciplina de Português há 37 anos, «tudo o que tem vindo a público» relativo às negociações entre o ministério da Educação e os sindicatos sobre o modelo de avaliação dos professores «não está muito claro».«Ainda não consegui perceber de que lado está a razão», frisou à Lusa Natália Quinta Queimada, referindo que, por isso, optou por não fazer greve e dar aulas, aplicando um teste, que «já estava marcado», a duas turmas do 11.º ano.Para Carina Figueira e Ana Rita, de 16 anos e alunas do 11.º C, a greve dos professores hoje «calhou bem», porque não tiveram as aulas de Biologia e Físico-química, como é hábito à segunda-feira de manhã.«Até calhou bem. Não tivemos aulas. Mas tinha sido melhor se tivéssemos ficado na cama», disse Carina, referindo que, tal como Ana Rita, teve de se levantar cedo e ir para a escola porque «não sabia se os professores iam ou não aderir à greve».Na paralisação de 3 de Dezembro, segundo dados do Ministério da Educação, o Alentejo registou uma das adesões mais baixas do país, com 62,6 por cento dos docentes em greve.Contactada hoje pela Lusa, a Direcção Regional de Educação do Alentejo remeteu para a secretaria de Estado da Educação a divulgação de dados sobre a adesão à greve na região.
Lusa / SOL

«É uma greve sem sentido», afirma Jorge Pedreira


O porta-voz da plataforma sindical, Mário Nogueira, já disse que a paralisação desta segunda-feira mobilizou mais de 90 por cento dos professores em todo o país, mas o Ministério da Educação ainda não apontou números oficiais. Em declarações à TSF, o secretário de Estado da Educação, Jorge Pedreira, afirmou ainda tratar-se de «uma greve sem sentido».




As escolas do país estão, esta segunda-feira, a funcionar a meio gás em consequência da greve dos professores.
O Ministério da Educação ainda não revelou os dados relativos à adesão dos docentes à paralisação desta segunda-feira, mas os primeiros números apontam para uma diminuição de professores em greve comparativamente ao protesto de Dezembro.
Em declarações à TSF, o secretário de Estado da Educação, Jorge Pedreira, disse considerar que esta greve dos professores não tem sentido.
«Não é por a greve ter maior ou menor adesão que não deixaremos de achar que ela não se justifica porque havendo um processo negocial agendado e havendo a possibilidade de resolver as questões através do diálogo e da negociação, entendemos que não há nenhuma razão para prejudicar os alunos e as famílias», sublinhou Jorge Pedreira.

Secretário de Estado lamenta intransigência dos sindicatos

O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, acredita que a greve de professores de hoje vai ter uma adesão «bastante inferior» à de Dezembro e acusa os sindicatos de «intransigência» ao promoverem uma paralisação quando estão agendadas negociações
De acordo com o porta-voz da Plataforma dos Professores, Mário Nogueira, a greve de hoje está a ter uma adesão de cerca de 90 por cento, menos quatro por cento do que a última realizada a 03 de Dezembro (dados dos sindicados).«Não comento os números. O Ministério da Educação divulgará os números oficiais da greve, penso que ainda ao final da manhã», disse o secretário de estado Valter Lemos à margem de uma assinatura de memorando de entendimento entre a Microsoft e o Ministério da Educação realizado esta manhã na Centro Cultural de Belém.«Independentemente da adesão, que me parece bastante inferior à da ultima greve, lamento a posição intransigente dos sindicatos nessa matéria, apesar das condições que foram criadas», acrescentou o governante. Para Valter Lemos, «foram criadas todas as condições pelo Ministério da Educação» e por isso «não há razão para esta greve», uma vez que «sobre as matérias que os sindicatos quiseram colocar em cima da mesa estão agendadas reuniões negociais».«Lamentamos que os sindicatos de professores se mantenham com aquele radicalismo e aquela intransigência que têm tido sempre, mas a verdade é que o processo (de avaliação) está a decorrer com normalidade», lamentou.
Lusa/SOL

Demagogia feita à maneira...

12h44m
Greve às aulas assistidas é "puro boicote" à avaliação

O secretário de Estado da Educação, Jorge Pedreira, considerou que a greve às aulas assistidas, convocada pelos sindicatos dos professores a partir de terça-feira, vem demonstrar que as estruturas sindicais rejeitam qualquer tipo de avaliação.
Em declarações à agência Lusa, a propósito da greve nacional de professores, a decorrer esta segunda-feira, o secretário de Estado afirmou ter "muita dificuldade em compreender" estas acções e qualificou a greve às aulas assistidas como "puro boicote" à avaliação de desempenho.
"Vem demonstrar, no fundo, que aquilo que os sindicatos querem é que não haja nenhuma avaliação", afirmou Jorge Pedreira, que se manifestou convicto de que a paralisação de hoje terá um nível de adesão "significativamente inferior" à registada na anterior greve de professores, a 03 de Dezembro.
Na última paralisação nacional de docentes, os sindicatos apontaram uma adesão na ordem dos 94 por cento, enquanto segundo os números avançados pelo Ministério da Educação não foi além dos 66,7 %.

o Cartaz que o governo gostaria de adoptar


Professores independentes garantem que alunos não serão prejudicados

Cinco movimentos de professores não sindicalizados enviaram hoje uma «mensagem aos portugueses» para esclarecer os motivos da greve e garantir que os alunos não serão prejudicados

Num comunicado enviado aos jornalistas, a Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino (APEDE), a Comissão em Defesa da Escola Pública (CDEP), o Movimento Escola Pública (MEP), o Movimento de Mobilização e Unidade dos Professores(MUP) e o PROmova (PROFESSORES - Movimento de Valorização) dirigem uma «esclarecedora e convincente mensagem aos portugueses».Na missiva, os professores independentes explicam que a opção pela greve só surgiu «depois de terem tentado de todas as maneiras que a suas opiniões fossem tomadas em consideração».Os docentes «fizeram abaixo-assinados, vigílias e dezenas de manifestações - duas das quais com mais de 100 mil professores», tudo fora do horário de trabalho: «ao fim do dia ou aos sábados para não prejudicar os alunos», sublinham.Hoje, estes docentes juntaram-se à greve convocada pelos sindicatos, que segundo o porta-voz da plataforma sindical dos professores está a ter uma adesão de 90 por cento em todo o país. Os independentes explicam a sua adesão à greve em poucas palavras: «querem ser avaliados por processos justos e que contribuam para o seu aperfeiçoamento profissional», «querem ter uma carreira única, digna, em que o mérito seja sempre premiado e não uma carreira dividida artificialmente»; «querem ser tratados com respeito e que as suas opiniões sejam tidas em consideração na elaboração de diversas leis que o governo (...) procura impor».Os professores lembram que «não estão a reivindicar aumentos salariais», mas sim a lutar por «leis que valorizem a sua função e os ajudem a combater a indisciplina e a violência que tem vindo a crescer nas escolas».«Desejam uma escola que ministre um ensino de qualidade, onde os alunos passem de ano a dominar as matérias e não uma escola que não prepara para a vida e que permite a passagem indiferenciadamente, para ficar bem vista nas estatísticas europeias». Por isso, prometem não esquecer os alunos, garantindo que se vão empenhar para garantir a leccionação das matérias previstas.Na semana passada, estes cinco movimentos de professores juntamente com o Movimento dos Professores Desterrados convocaram uma manifestação para esta sexta-feira frente ao Palácio de Belém, em Lisboa, para sensibilizar Cavaco Silva para o «clima de perturbação» que o modelo de avaliação de desempenho «está a provocar nas escolas».Os docentes pretendem alertar o Chefe de Estado para os aspectos «mais gravosos» do modelo de avaliação do Ministério da Educação e apresentar a Cavaco Silva as suas «justas» reivindicações, durante uma audiência que irão solicitar para o mesmo dia.
Lusa/SOL

Pressão para impôr modelo de avaliação é «inaceitável»

O porta-voz da plataforma sindical dos professores, Mário Nogueira, disse hoje ser «inaceitável no plano democrático as pressões e ameaças» do Ministério da Educação para impor o seu modelo de avaliação dos docentes
«O Ministério da Educação enganou-se e vai enganar-se cada vez mais. Os professores responderão sempre mantendo aquilo que são as suas posições. O apelo que fazemos é que não apenas suspendam o modelo, como não entreguem objectivos individuais, que os sindicatos darão todo o apoio para que o façam», sublinhou. aOs professores realizam hoje mais uma greve, em protesto contra o modelo de avaliação de desempenho e o Estatuto da Carreira Docente.Na última paralisação nacional de docentes, a 3 de Dezembro, os sindicatos apontaram uma adesão na ordem dos 94 por cento, enquanto segundo os números avançados pelo Ministério da Educação não foi além dos 66,7 por cento, valor que a tutela considerou «significativo».Mário Nogueira, que hoje visitou duas escolas de Coimbra, sustentou que nos níveis de adesão à greve atingidos às primeiras horas da manhã, superiores a 90 por cento, está também presente uma reacção ao modelo de avaliação.Também a presidente do Conselho Executivo da Secundária Jaime Cortesão, uma das escolas que Mário Nogueira visitou e que estava totalmente parada, disse não a surpreender o nível de adesão à greve.«Nunca conseguimos tal adesão à greve. É a prova de que os professores têm razão», sublinhou Lucinda Henriques, ao estabelecer um paralelismo com paralisações anteriores na sua escola, que rondavam os 50 a 60 por cento de adesão.Na perspectiva da responsável, o «Ministério da Educação tem de ser responsabilizado por não se abrir a discutir uma verdadeira avaliação», porque aquela que os docentes querem, com a componente científico-pedagógica, não está contemplada na versão actual.Na outra escola visitada pelo dirigente sindical, o Agrupamento Dra. Maria Alice Gouveia, os professores leram uma moção em que revelaram ter decidido por unanimidade «não desenvolver quaisquer procedimentos de avaliação de desempenho, nomeadamente a formulação de propostas de objectivos individuais».«É inaceitável, não tem cariz formativo, não promove a melhoria das práticas pedagógicas. Apenas está centrado na seriação de professores para efeitos de gestão da carreira», sublinham, acrescentando que as alterações recentemente introduzidas «mantêm alguns dos aspectos mais contestados, e outras são meramente conjunturais».Para Mário Nogueira, «os professores sabem que o problema da avaliação este ano não é um problema socioprofissional», pois «está salvaguardado que se um professor tiver insuficiente ou regular este ano não produzirá efeitos a nível da carreira».«O que os professores sabem é que neste modelo, apesar dos procedimentos simplificados, não se altera em nada a sua essência. É um modelo burocratizado, incoerente, desadequado, que tem quotas», afirmou. Na sua perspectiva, a simplificação de procedimentos «pretende apenas atingir o objectivo de conseguir que vá para a frente. Por isso, os professores vão continuar a suspender este modelo de avaliação».
Lusa/SOL

Sindicatos afirmam que mais de 90% dos docentes aderiram à greve

Plataforma Sindical dos Professores garante que mais de 90% dos professores está em greve. A maior parte das escolas estão fechadas ou não têm aulas por falta de condições.Na última greve, realizada a 3 de Dezembro, os sindicatos revelaram que 94% dos professores aderiram à paralisação. Hoje, em Gaia por exemplo, na Escola EB2,3 Soares dos Reis, só três dos 130 professores picaram o ponto.Contactado pelo Rádio Clube, o Ministério da Educação opta, para já, pelo silêncio. Mário Nogueira, o porta-voz da plataforma sindical, esteve esta manhã na secundária Jaime Cortesão, em Coimbra, que não teve aulas, e declarou que a paralisação está a ser um sucesso.João Dias da Silva, outro dirigente da plataforma de professores, esteve esta manhã na Escola Clara de Resende no Porto, onde falou sobre a obrigatoriedade do 12ºano. O dirigente sindical afirmou que cada ano que passa é um atraso relativamente ao objectivo de alargar a escolaridade obrigatória dos portugueses.Ainda hoje, a plataforma dos professores vai entregar um abaixo-assinado ao Ministério da Educação para exigir a revisão do Estatuto da Carreira Docente e a suspensão do processo de avaliação dos professores.A Confederação das Associações de Pais (Confap) acusa os professores de estarem a prejudicarem os jovens. Albino Almeida, presidente da Confap, afirma que não faz sentido convocar uma greve durante um período de negociação.

Professores independentes garantem que alunos não serão prejudicados


Lisboa, 19 Jan (Lusa) - Cinco movimentos de professores não sindicalizados enviaram hoje uma "mensagem aos portugueses" para esclarecer os motivos da greve e garantir que os alunos não serão prejudicados.
Num comunicado enviado aos jornalistas, a Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino (APEDE), a Comissão em Defesa da Escola Pública (CDEP), o Movimento Escola Pública (MEP), o Movimento de Mobilização e Unidade dos Professores(MUP) e o PROmova (PROFESSORES - Movimento de Valorização) dirigem uma "esclarecedora e convincente mensagem aos portugueses".
Na missiva, os professores independentes explicam que a opção pela greve só surgiu "depois de terem tentado de todas as maneiras que a suas opiniões fossem tomadas em consideração".
Os docentes "fizeram abaixo-assinados, vigílias e dezenas de manifestações - duas das quais com mais de 100 mil professores", tudo fora do horário de trabalho: "ao fim do dia ou aos sábados para não prejudicar os alunos", sublinham.
Hoje, estes docentes juntaram-se à greve convocada pelos sindicatos, que segundo o porta-voz da plataforma sindical dos professores está a ter uma adesão de 90 por cento em todo o país.
Os independentes explicam a sua adesão à greve em poucas palavras: "querem ser avaliados por processos justos e que contribuam para o seu aperfeiçoamento profissional", "querem ter uma carreira única, digna, em que o mérito seja sempre premiado e não uma carreira dividida artificialmente"; "querem ser tratados com respeito e que as suas opiniões sejam tidas em consideração na elaboração de diversas leis que o governo (...) procura impor".
Os professores lembram que "não estão a reivindicar aumentos salariais", mas sim a lutar por "leis que valorizem a sua função e os ajudem a combater a indisciplina e a violência que tem vindo a crescer nas escolas".
"Desejam uma escola que ministre um ensino de qualidade, onde os alunos passem de ano a dominar as matérias e não uma escola que não prepara para a vida e que permite a passagem indiferenciadamente, para ficar bem vista nas estatísticas europeias". Por isso, prometem não esquecer os alunos, garantindo que se vão empenhar para garantir a leccionação das matérias previstas.
Na semana passada, estes cinco movimentos de professores juntamente com o Movimento dos Professores Desterrados convocaram uma manifestação para esta sexta-feira frente ao Palácio de Belém, em Lisboa, para sensibilizar Cavaco Silva para o "clima de perturbação" que o modelo de avaliação de desempenho "está a provocar nas escolas".
Os docentes pretendem alertar o Chefe de Estado para os aspectos "mais gravosos" do modelo de avaliação do Ministério da Educação e apresentar a Cavaco Silva as suas "justas" reivindicações, durante uma audiência que irão solicitar para o mesmo dia.
SIM
Lusa/Fim

Escolas sem aulas e a funcionar a meio gás em todo o País no início da manhã

11h18m
jn

Escolas de todo o país começaram o dia sem aulas ou a funcionar a meio gás por causa da greve de professores, constatou-se numa ronda por diversos estabelecimentos de ensino.

Na secundária Jaime Cortesão, em Coimbra, por exemplo, onde esteve Mário Nogueira, o porta-voz da plataforma sindical que convocou o protesto, não houve aulas no início da manhã e os poucos alunos que estavam na escola às 08:30 preparavam-se para regeressar a casa.

Também na EB 2/3 D. Afonso III, em Faro, onde estudam cerca de 600 alunos, só houve uma aula à primeira hora. Dezenas alunos estavam concentrados no exterior da escola, assegurando não ter aulas. Nas grades que cercam o recinto, está colado um cartaz onde se lê: "Professores e educadores todos juntos em luta por um estatuto profissional digno e valorizado".

Ainda em Faro, na escola básica do Carmo também só um dos seis professores que habitualmente dão aulas logo de manhã estava hoje na escola.

Em Torres Vedras, a escola Secundária Madeira Torres está encerrada. A outra secundária da cidade tem as portas abertas, mas há muitos alunos sem aulas.

Lisboa a meio gás

Em Lisboa, na secundária Maria Amália Vaz de Carvalho, o cenário encontrado pela Lusa à mesma hora era semelhante: uma parte dos alunos tiveram mesmo de ficar na escola, porque muitos professores decidiram não fazer greve. Um funcionário da escola disse à Lusa que o parque de estacionamento costuma estar cheio logo de manhã, mas hoje tem apenas metade dos carros do que é normal.

Ainda em Lisboa, a secundária do Restelo está aberta, mas a Lusa encontrou muitos alunos no recinto sem aulas.

Em Leiria, as principais escolas secundárias da cidade encontram-se de portas abertas, mas não a funcionar normalmente, devido à greve dos professores.

O mesmo sucede nos concelhos da Marinha Grande e Alcobaça. Neste último, fonte do conselho executivo da Secundária D. Pedro I informou que dos quase cem professores do estabelecimento, "50 por cento estão a fazer greve".

Já o Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) fez àquela hora um "balanço positivo". A coordenadora do Executivo Distrital de Leiria, Ana Rita Carvalhais, adiantou à agência Lusa que pelo menos um estabelecimento de ensino - a EB 2,3 com Secundário da Maceira -, no concelho de Leiria, tinha uma adesão de 100 por cento à greve, taxa registada às 08:30.

A responsável acrescentou que "as escolas do 1º ciclo de Outeiro da Ranha e Meirinhas (Pombal), Maceirinha e A-dos-Pretos (Leiria), e São Martinho do Porto (Alcobaça) estão encerradas".

Ainda em São Martinho do Porto, "a EB 2,3 com Secundário regista uma adesão de 91 por cento, enquanto na EB 2 Padre Franklin, na Marinha Grande, 70 por cento dos professores não compareceram à escola".

Em Santarém, a EB 2,3 Alexandre Herculano está encerrada devido à greve dos professores, entendendo o Conselho Executivo que não tem condições para manter os 659 alunos na escola.

A presidente do Conselho Executivo Maria João Igreja, ela própria em greve, permaneceu ao portão do estabelecimento até cerca das 08:45, contabilizando o número de professores que apareceram ao primeiro tempo de aulas para tomar uma decisão quanto à abertura ou não da escola.

"Esta é uma decisão difícil. É preciso perceber se tenho condições ou não para acolher os alunos. Mesmo que tenha 10 professores ao primeiro tempo, o que lhes faço nas horas seguintes?", disse à agência Lusa.

Apenas três professores com turma atribuída atravessaram o portão, confessando que não faziam greve, uma delas, com apenas algumas horas lectivas, desabafando que o fazia "por questões financeiras". Além destes, entraram mais dois professores sem componente lectiva.

Com muitos alunos das freguesias rurais, dependentes do transporte colectivo, o Conselho Executivo solicitou a passagem dos autocarros para os levarem de regresso a casa, não havendo praticamente alunos à porta da escola às 09:00.

Ainda em Santarém, além desta escola, também a EB 2,3 Mem Ramires decidiu encerrar as portas. Na secundária Dr. Ginestal Machado, ao primeiro tempo a adesão à greve rondava os 89 por cento, com a presença de apenas sete dos 60 professores com aulas às 08:30, mantendo a escola, frequentada por cerca de mil alunos, as portas abertas.

Na Região Norte, a greve de professores de hoje está a registar uma adesão similar à de 03 de Dezembro, segundo os primeiros indicadores recolhidos pelos sindicatos.

"A primeira impressão colhida é a de que há uma fortíssima adesão à greve, a níveis muito próximos - mais ponto, menos ponto - dos atingidos em 03 de Dezembro", disse à Lusa a coordenadora do Sindicato dos Professores do Norte, Manuela Mendonça.

Referindo-se a algumas escolas do Porto, Manuela Mendonça disse que estão sem aulas a EB 1 João de Deus e a secundária Clara de Resende.

Os professores realizam hoje mais uma greve, em protesto contra o modelo de avaliação de desempenho e o Estatuto da Carreira Docente, estimando os sindicatos uma adesão superior a 90 %, à semelhança da registada a 03 de Dezembro.

Na última paralisação nacional de docentes, os sindicatos apontaram uma adesão na ordem dos 94 por cento, enquanto segundo os números avançados pelo Ministério da Educação não foi além dos 66,7 %, valor que a tutela considerou "significativo".

jn

COPIEM LÁ O EXEMPLO DE ESPANHA

Espanha promove a imagem dos professores.
Uma forma de olhar correctamente a Educação, valorizar a imagemdos professores e, consequentemente da Escola Pública.

Veja o anúncio na TV e na Radio...


http://www.educarex.es/documentos/anuncio/anuncio.html

27 escolas encerradas na Região de Lisboa às 10h

Vinte e sete escolas da região de Lisboa encontravam-se encerradas às 9h47 de hoje devido à greve dos professores, disse à agência Lusa uma fonte da Federação Nacional dos Professores (Fenprof)
«Neste momento, na região de Lisboa, temos já escrutinadas 27 escolas básicas, secundárias e do primeiro ciclo fechadas», avançou o dirigente sindical Manuel Grilo, ressalvando que «ainda é muito cedo para avançar com percentagens».«Temos algumas escolas emblemáticas já fechadas», disse Manuel Grilo, dando como exemplos a Escola Básica (EB) do 2.º e 3.º ciclo Avelar Brotero, Bairro Padre Cruz, Conde Oeiras, da Pontinha e as escolas Secundárias Gil Vicente, Alcanena, Entroncamento e Rio Maior.Numa ronda por escolas da Grande Lisboa, a Lusa encontrou várias escolas fechadas e, na maioria dos casos, a funcionar com menos professores do que o habitual.Em Setúbal, por exemplo, pelo menos duas escolas (a escola básica das Amoreiras e a EB2/3 Aranguez) decidiram fechar logo de manhã por causa da ausência de professores. Nos restantes estabelecimentos de ensino da cidade contactados esta manhã pela Lusa havia aulas, mas não a 100 por cento. Em alguns deles havia mesmo só um ou dois professores a dar aulas.
Também no Barreiro todas as escolas por onde passou a Lusa esta manhã estavam abertas, mas a maioria dos alunos estava sem aulas. No concelho da Amadora, a Secundária D. João V, na Damaia, teve apenas dez professores em funções na primeira hora (menos de um terço dos docentes), enquanto a Escola do 2º e 3º Ciclos Miguel Torga, no Casal de São Brás, começou o dia com «provavelmente menos de metade das aulas previstas», segundo fonte do Conselho Executivo. Ainda no concelho da Amadora, também nas secundárias Mães de Água (Falagueira) e da Amadora e na EB 2/3S Azevedo Neves (Damaia) eram vários os alunos que se mantinham nos recreios entre o período das 8h30 e das 9h15, mas não foi possível confirmar a adesão de professores à greve, devido à ausência de responsáveis dos Conselhos Executivos. Em Cascais, a greve teve, à primeira hora lectiva, um «grande» impacto em pelo menos cinco das oito escolas secundárias públicas do concelho. Na Secundária Frei Gonçalo de Azevedo (São Domingos de Rana), por exemplo, a direcção estimava uma adesão de 65 por cento, taxa que ascendia a «pelo menos 90 por cento» na Secundária da Cidadela. Em Carcavelos, 22 dos 52 professores esperados não compareceram nas aulas, mas fonte do Conselho Executivo do estabelecimento, que é sede de agrupamento, explicou que nas restantes escolas do grupo - três primárias - não foram registadas quaisquer faltas.O cenário repetiu-se em Loures, Odivelas e Sintra, onde as maiores escolas dos concelhos estavam de portas abertas, mas com muitos alunos sem aulas.
Lusa / SOL

NUNCA MAIS SEREI A MESMA A PARTIR DE HOJE




PORTUGUÊS


MATEMÁTICA


será que devo retirar-me?


o QUE sÓCRATES QUER DE NÓS


Comercializar estudantes é crime

Posted by Picasa
OS NOSSOS ALUNOS NÃO SÃO NÚMEROS NEM CÓDIGOS DE BARRA

Que sofrimento!!!!


Greve de hoje é teste à unidade dos professores

PEDRO SOUSA TAVARES
PAULO SPRANGER
DN

Greve de hoje é teste à unidade dos professores
Educação. Depois do 'simplex' da avaliação, os professores voltam hoje à greve em todo o País, num protesto que servirá para perceber se a "luta" está para durar ou se a classe começa a desmobilizar. A Plataforma está optimista. O Ministério não fala. Os pais dizem "basta"
"Uma greve forte." É esta a expectativa da Plataforma sindical, que arrisca valores de adesão da ordem dos 90%, e também dos movimentos independentes de professores, que garantem continuar a "acompanhar com empenho" a luta .Exactamente um ano após a aprovação do Estatuto que originou toda a agitação no sector. E um mês e meio depois do protesto de 3 de Dezembro, que bateu recordes de adesão -66,7% segundo o Governo, 94% para os sindicatos -, a expectativa é alta.Não porque se espere novo recuo ministerial mas, sobretudo, para avaliar em que medida o "simplex" avaliativo aprovado este mês - onde desapareceram alguns dos itens mais controversos, como os resultados dos alunos - serviu para desmobilizar os contestatários. Numa altura em que o ano lectivo está praticamente a meio este será um teste da forças dos professores.O Ministério da Educação voltou ontem a recusar fazer quaisquer comentário sobre este tema. Já os sindicatos - que, no final do mês, começam a discutir na 5 de Outubro uma revisão da carreira onde esperam acabar com a divisão entre professores e titulares e com as quotas - estão optimistas.61 mil em abaixo-assinado"Não sei se repetiremos os números de Dezembro", admitiu ao DN Lucinda Manuela, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), "mas se houver um grande protesto, o Ministério da Educação terá de perceber que não pode continuar mais tempo de costas voltadas para os professores"."Vai ser um sinal muito forte dos professores", antecipou Mário Nogueira, da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), revelando que, "só até sexta-feira, já tinham sido recolhidas 61 mil assinaturas" no abaixo-assinado que a Plataforma entrega esta tarde no ministério. " Todos os indicadores que temos vão no sentido de uma greve de dimensão semelhante à anterior, que vai aproximar-se dos 90%".Uma mobilização que, segundo Mário Machaqueiro, da Associação dos Professores em Defesa do Ensino , vai contar com os independentes: "A greve não pode ser interpretada como o passo final da luta dos professores, até porque temos outros protestos agendados. Mas a expectativa é de uma adesão bastante significativa ".Atentos estarão também partidos da oposição, como o PSD que viu recentemente chumbada no Parlamento a sua proposta de suspensão da avaliação: "Espero uma grande greve", disse o deputado Emídio Guerreiro. "Do Ministério, sinceramente, não espero muito. Mas a a rejeição existe e vai continuar. Era importante que acabasse com um braço-de-ferro cujo desfecho será sempre negativo".

A primeira avaliação da guerra da avaliação

Hoje pode ser o dia D para a luta dos professores portugueses contra a avaliação. Depois dos recuos do ministério - que se recusa a falar em recuos - e da promulgação do regime simplifcado pelo Presidente da República, o movimento ficou sem grande margem de manobra. Foi, também ele, recuando para os redutos mais radicais da luta. E é essa radicalização que hoje será avaliada. É óbivo que o ambiente e a opinião pública já mudaram - se é que alguma vez estiveram do lado dos que não pretendem nenhum tipo de avaliação. Resta agora perceber que efeitos que isso teve nos próprios professores - são 140 mil ao todo, e desses muitos há que precisam da avaliação deste ano para subirem de escalão, outros haverá que estão cansados (económica e psicologicamente) desta luta tão comprida.Em todo o caso, até ao final do ano, que é como quem diz até ao final da legislatura e eleições, haverá dois números-chave para a ministra da Educação e para todo este processo. Um será a adesão da greve de hoje. Aqui, os sindicatos levam uma certa desvantagem analítica, porque este estará sempre em comparação com o estrondoso número da greve de Dezembro. O outro número é mais real: será no final deste mês quando se souber quantos professores entregaram os objectivos individuais para serem avaliados. Esta equação permitir-nos-á avaliar, com toda a certeza, quantos professores já estão contentes com o modelo simplificado, quantos querem de facto ser avaliados. E no final se perceberá quam ganhou esta guerra. Se os professores ou o ministério. Ou ainda, e mais importante, os alunos. Paulo Portas bem pode apelar ao voto do centro-direita e dos "descontentes" com o socialismo. Bem pode bramar que não quer ser "muleta de ninguém". Mas falta-lhe a frase mágica - 'em nenhuma circunstância faço acordos com o PS'. Sem ter dito essa frase, todas as dúvidas se tornam legítimas. Nas Caldas da Rainha, Portas deixou entreaberta a porta de um acordo, seja com quem for, caso a maioria que saia das
PS. Normalização de relações com sindicatos, casamentos entre homossexuais, fim dos offshores, regionalização... Tudo questões ideológicas... à esquerda. Aliás, o líder do PS não esconde que se candidata em defesa dessas bandeiras. Aparentemente, um eventual entendimento com o CDS parece inviável. Mas em política tudo é relativo tal como as maiorias. E se as sondagens estiverem certas, Paulo Portas pode bem ser a chave da estabilidade socrática.
DN- 19/01/09