quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Sócrates garante que sistema de avaliação dos professores vai mesmo avançar


O primeiro-ministro, José Sócrates, recusou ontem qualquer cedência em matéria de sistema de avaliação dos professores, garantindo mesmo que não terminará o seu mandato no Governo sem que esse sistema esteja instituído.
"Não passarei por este exercício governamental sem instituir um sistema de avaliação de professores", declarou José Sócrates aos jornalistas no final do debate quinzenal na Assembleia da República.Ao longo do debate, os critérios do novo sistema de avaliação dos professores foram contestados por todas as forças da Oposição, sobretudo pelo presidente do CDS, Paulo Portas. José Sócrates lamentou essas críticas da Oposição e contrapôs que "os portugueses precisam de saber que há mais de 30 anos que não há um sistema de avaliação dos professores". "Essa situação não pode continuar. A existência de um sistema de avaliação é fundamental para o país, desde logo para fazer justiça aos professores", sustentou.Na perspectiva do primeiro-ministro, a entrada em vigor de um sistema de avaliação "é a melhor garantia que se pode dar às famílias, aos alunos e aos professores, porque o mérito será premiado". "Lamento que todos os partidos da Oposição - alguns deles já estiveram no Governo e não fizeram nada - sejam agora os primeiros a contestar, ainda por cima concentrando-se em pequenos detalhes", disse, antes de se referir às medidas que ontem anunciou no Parlamento para reforçar a cobertura da rede de creches e do pré-escolar. Em particular, o primeiro-ministro procurou explicar os motivos que levaram o Governo a concentrar os investimentos em creches e em salas de pré-escolar nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, e não em outros pontos do país. Sócrates disse então que o Governo possui indicadores que provam que nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto os índices de cobertura de creches e pré-escolar são inferiores à média nacional. "Em termos de cobertura da rede de pré-escolar, a média nacional é de 77% e algumas áreas do país já atingem os 100%. Mas, nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, há áreas em que estamos ainda nos 50%", disse. De acordo com Sócrates, "as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto são precisamente as zonas do país onde a concentração de pessoas é maior e os problemas sociais são mais delicados". "Por isso, vamos investir nas áreas metropolitanas mais do que em outros locais no país. Queremos garantir às famílias, em particular às mais jovens, que terão melhores condições para compatibilizar a sua vida familiar com a vida profissional", declarou.O primeiro-ministro referiu ainda que, nos próximos dois anos, o Governo fará um esforço global de investimento na ordem dos cem milhões de euros.Tal como fizera no encerramento do debate, o primeiro-ministro falou aos jornalistas sobre uma reportagem que recentemente viu na televisão e que o terá "impressionado muito". "Impressionou-me muito uma reportagem que vi na televisão sobre pessoas que passaram a noite de fim de ano, em Odivelas, numa fila para inscreverem os seus filhos. Isso não pode acontecer", disse.

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