terça-feira, fevereiro 10, 2009

Avaliar professores é fácil?

A Associação Nacional de Professores (ANP) iniciou hoje em Braga o processo conducente à criação da Ordem dos Professores, com a realização da primeira reunião do conselho instituído para o efeito.
O presidente da ANP, João Granjo, disse à agência Lusa que os docentes já demonstraram, num estudo feito em 2006 e 2007, a sua «vontade clara» de criar uma Ordem dos Professores, mas a associação decidiu esperar pela fixação do quadro jurídico para a criação das ordens profissionais, o que aconteceu em 2008.
João Granjo referiu que o Conselho para a Promoção da Ordem dos Professores vai auscultar as associações profissionais e solicitar às escolas que induzam os docentes a tomar opinião sobre esta matéria.
O presidente da ANP afirmou que este processo «poderá não incluir um referendo» à classe, consulta que «não é uma obrigação legal».
O que a lei obriga é a realização de um estudo independente, a encomendar pelo conselho, que integra «docentes de todas as áreas científicas e pedagógicas».
João Granjo admitiu que, «provavelmente, não há vontade política para a criação da Ordem, porque uma ordem determinará uma auto-regulação».
«O Estado tem assumido uma função centralizadora, o que nos faz pensar que não estará motivado», afirmou, reconhecendo que, contudo, a criação da Ordem terá de passar por uma iniciativa legislativa do Governo ou da Assembleia da República.
O presidente da ANP admitiu que este processo possa demorar dois ou três anos, tal como aconteceu no Canadá, e desejou que todos os representantes da classe, incluindo os sindicatos, participem na «discussão alargada» que agora se inicia.
«Não me parece que este processo possa merecer a oposição dos sindicatos», afirmou, realçando que a Ordem «não visa a melhoria das condições salariais», mas sim a auto-regulação e a definição de um código deontológico.
Diário Digital / Lusa

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