quarta-feira, setembro 26, 2007

Portugal e Cabo Verde assinam protocolo para divulgar língua portuguesa

O secretário de Estado das comunidades portuguesas, António Braga, defendeu hoje como fundamental o reforço do ensino do português junto dos emigrantes nacionais mas também cabo-verdianos, uma responsabilidade dos dois países
No âmbito de uma visita de cinco dias a Cabo Verde, o responsável presidiu hoje à assinatura de um protocolo com o governo de Cabo Verde, mediante o qual os emigrantes do arquipélago têm acesso, a partir de agora, ao programa português de ensino à distância.O programa, ainda recente em Portugal, tem já 3.500 alunos e tem a colaboração das Universidades Aberta e Lusíada, duas instituições que certificam a aprendizagem, disse António Braga.O protocolo hoje assinado não só contempla que os cabo-verdianos espalhados pelo mundo podem ter acesso a esse programa, como Portugal se compromete a colaborar na criação, em Cabo Verde, de um portal que disponibilize, na Internet, um conjunto de informações, serviços e documentos, semelhante a um «Consulado Virtual».De acordo com António Braga, Portugal e Cabo Verde já têm uma colaboração muito próxima entre consulados, nomeadamente na Europa, mas os dois países têm também responsabilidades «em fazer chegar a possibilidade de aprender português» a esses emigrantes.Tanto Portugal como Cabo Verde, frisou, têm uma diáspora muito grande, pelo que os dois governos têm a responsabilidade de «criar as condições» para que os cidadãos ganhem raízes em relação às respectivas pátrias.Ainda que Cabo Verde tenha assinado hoje o protocolo, o país aposta, a nível interno, cada vez mais no crioulo, a língua materna, embora o português continue a ser a língua oficial.O próprio primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, já disse que gostaria de tornar o crioulo língua oficial até final do mandato.Octávio Tavares, secretário de Estado da Educação de Cabo Verde, salientou que o arquipélago é um país de expressão portuguesa e tem por isso necessidade de aprofundar o conhecimento da língua, tendo em conta nomeadamente a integração de emigrantes que estão em Portugal.No entanto, acrescentou, o crioulo é a língua materna, pelo que é necessário uma metodologia de ensino no país que privilegie o crioulo como língua mãe e o português como língua segunda.O secretário de Estado chegou mesmo a apelidar de «línguas estrangeiras» o português e o francês mas depois, questionado pelos jornalistas, emendou: «o português é língua segunda, tem o mesmo grau de importância que a língua materna, tem sido a nossa língua ao longo da história».Quinta-feira o secretário de Estado tem audiências marcadas com a ministra adjunta do primeiro-ministro, Sara Lopes, e com a ministra da Educação, Filomena Martins, partindo depois para o Mindelo, na ilha de São Vicente, onde visita o pólo da Universidade Lusófona do Mindelo.
Lusa/SOL

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