quarta-feira, novembro 19, 2008

Líder da Fenprof acusa Santos Silva de "asnear"

O tom das acusações entre o presidente da Fenprof e o ministro dos Assuntos Parlamentares subiu esta quarta-feira de tom, com Mário Nogueira a acusar Santos Silva de ter "asneado" ao acusar a federação sindical de abandonar uma reunião.

"Talvez o ministro Santos Silva, antes de ter produzido essas afirmações, tivesse feito bem telefonar à senhora ministra da Educação para saber se alguma organização abandonou a reunião. Se tivesse feito isso, escusava de ter asneado como asneou", afirmou Mário Nogueira, após um encontro com uma delegação do PCP, na sede dos comunistas em Lisboa.

Hoje de manhã, Augusto Santos Silva criticou a Fenprof por abandonar uma reunião no Ministério da Educação e acusou a federação de ter uma "agenda" de "posições extremistas" e que "apostam no agravamento do conflito".

Em declarações aos jornalistas no Parlamento, Santos Silva disse que a atitude da Fenprof, na reunião em que estava a ser discutida a avaliação dos professores, revela "uma falta de sentido de responsabilidade" e uma "agenda própria".

"Demonstra claramente que a agenda [da Fenprof] é uma posição extremista, aposta no agravamento do conflito e da instabilidade e não no diálogo e na concertação de posições", afirmou o ex-ministro da Educação no segundo Governo de António Guterres.

Mário Nogueira nega que a Fenprof ou qualquer outra organização sindical tenha "abandonado" a reunião com Maria de Lurdes Rodrigues, acusando Santos Silva de "criar ficções".

"O que aconteceu é que as reuniões chegaram a um ponto em que estavam terminadas pura e simplesmente porque havia uma posição, da parte do Ministério da Educação, de não aceitar qualquer tipo de solução que passasse por suspender este modelo", disse.

Ao fim da manhã, em declarações à Lusa, Mário Nogueira afirmou também que não abandonara a reunião, mas sim que "a Fenprof saiu da reunião".

Para o presidente da federação dos professores, a plataforma sindical não está "inflexível" -- "Somos realistas. Porque conhecemos as escolas".

O sindicalista deu a sua leitura dos acontecimentos quanto à suspensão do processo de avaliações, lembrando que "há uma posição da ministra e uma posição dos sindicatos, dos professores, dos conselhos pedagógicos, dos conselhos executivos".

"Está de um lado a senhora ministra da Educação e do outro lado o resto do mundo. Convenhamos: será que estamos todos enganados? Tenho ideia que não", ironizou.

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