sábado, abril 07, 2007

Banda desenhada com conselhos para o 1.º e 2.º ciclos


Sara R. Oliveira 2007-03-27

PSP põe as mãos à obra e distribui livros para crianças por todo o País. Valores sociais e educação para a saúde são alguns dos temas abordados por bonecos que entram em histórias reais.
Abordar situações do quotidiano com "armadilhas" e obstáculos que é necessário contornar. Aprender a lidar com questões sensíveis e delicadas que fazem parte do crescimento. Saber distinguir o bem do mal. Estar preparado para prevenir pequenos acidentes com o máximo de conhecimentos possível. Estes e outros assuntos são tratados em dois livros que estão prestes a chegar às mãos das crianças do 1.º e 2.º ciclos, através do Programa Escola Segura, desenvolvido pela Polícia de Segurança Pública (PSP). A Segurança das Crianças destina-se aos mais pequenos, Prevenir o Futuro aos mais crescidos. Cerca de 40 mil exemplares serão distribuídos pelo dispositivo nacional da PSP, para que os estabelecimentos de ensino tenham mais um instrumento pedagógico. Não são livros com linhas e linhas paralelas e páginas cheias de letras. Os conselhos e as dicas vêm à tona através de histórias de banda desenhada que têm o condão de prender a atenção dos mais pequenos. A ideia partiu do comandante da PSP de São João da Madeira, Carlos Duarte, que defende que a Polícia tem também uma palavra a dizer na formação dos futuros homens e mulheres de amanhã. Com a ajuda de dois agentes da PSP de Aveiro, Helena Graça e Paulo Santos, com um jeito especial para o desenho, as obras literárias acabaram por nascer. "A Polícia, para se intrometer de uma forma positiva com a comunidade escolar, tem de ter conteúdos para oferecer", explica Carlos Duarte. "Ter uma postura interventiva que se alia à postura securitária da Polícia, como um contributo". Um contributo que chegará às mãos das crianças do 1.º e 2.º ciclos devidamente enquadrado. Carlos Duarte adianta que antes da distribuição dos livros, é feita uma acção nas escolas conduzida pelos elementos do Programa Escola Segura, que consiste na apresentação de um CD que aborda os conceitos da banda desenhada. Na opinião do comandante, os livros surgem como complemento a essa iniciativa que pretende que os alunos tirem dúvidas, saciem a curiosidade, na presença dos agentes policiais. Além disso, foram impressos milhares de cartazes com conselhos importantes para serem "colados" em vários compartimentos das escolas. Uma actividade integrada que também ajuda a dissipar a imagem do polícia mau, "tantas vezes transmitida por famílias menos esclarecidas". "Os livros têm uma finalidade informativa e pedagógica", remata o responsável. Carlos Duarte teve a ideia, mas não hesitou em contactar diversas instituições que, de alguma forma, podiam contribuir para que os livros se adaptassem o mais possível à realidade vivida pelos mais pequenos e para que a mensagem fosse direitinha ao alvo. Além da PSP, a banda desenhada contou com colaboração dos agrupamentos escolares, de uma psicóloga, dos bombeiros voluntários, do centro de saúde, da Câmara Municipal e de um jornal local. Os apoios para a impressão chegaram de uma empresa privada. Valores sociais foi o grande tema que os agrupamentos escolares sublinharam quando contactados pelo comandante Duarte.Tornou-se então imperativo incluir o assunto em ambos os livros, com uma psicóloga a abordar a atitudes a ter bem presente. "Valores sociais são regras de bem conviver, têm a ver com o interior de cada pessoa e a relação desse interior com os outros... estes valores passam de geração em geração... fazem com que tu te sintas bem contigo e na relação com os outros em sociedade... são descobertas que fazem parte da identidade e do processo de crescimento interior de cada um de nós", alerta a psicóloga desenhada. A questão da sexualidade, tema exclusivo para o 2.º ciclo, também não passou à margem. Educação para a saúde aborda as novas sensações, a mudança do corpo, os cuidados a ter para uma vida sexual saudável, bem como prevenir a sida. "Descobre os teus valores e sê feliz" é a última mensagem dos compêndios criados pela Polícia, com a ajuda de instituições importantes, e que têm como missão ajudar os mais novos a perceberem que a vida também tem perigos à espreita. O comandante da PSP de Aveiro, Francisco Bagina, não esconde a importância dos livros no prefácio que assina. "Entre os grupos de cidadãos que integram os grupos de maior risco, temos os jovens, devido à sua imaturidade psicológica e física, mais relevada, especialmente quando se encontram desacompanhados daqueles que podem e devem cuidar deles, nomeadamente: pais e demais familiares, professores e funcionários, como responsáveis pela sua educação e segurança", escreve. O responsável não parece ter dúvidas: "... não é difícil prever esta acção como uma experiência inédita e com grande êxito, a estender a outras localidades, logo que possível".

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