quarta-feira, maio 16, 2007

Cyber-bullying não conhece fronteiras


Por Edgar Macedo
As notícias de casos relacionados com cyber-bullying alargam-se por vários países, sendo que alguns governos já avançaram com medidas para travar o problema.


O caso mais grave relacionado com cyber-bullying registou-se nos Estados Unidos em 2003. O jovem Ryan Patrick Halligan, de 13 anos de idade, foi durante meses alvo de um boato posto a circular on-line sobre a sua orientação sexual. Após receber constantemente mensagens de colegas a acusarem-no de ser gay o jovem suicidou-se.
O seu pai, John Halligan, iniciou a partir daí uma cruzada para a elaboração de leis contra o cyber-bullying entre os adolescentes. Em Vermont, onde o caso aconteceu, as escolas estão obrigadas a afixarem políticas contra o fenómeno, algo que se prepara para ser seguido nos estados de Oregon, Rhode Island e Washington.
O governo britânico também já veio a público manifestar preocupação sobre o assunto, com o secretário de estado da educação, Alan Johnson, a defender que as empresas fornecedores de Internet «têm a responsabilidade e obrigação moral de agir».
Alan Johnson pediu aos responsáveis pelos sites de partilha de vídeos para darem ao cyber-bullying o mesmo tratamento que é dados aos filmes de cariz pornográfico, ou seja barrar o acesso.
No Canadá, um liceu católico suspendeu no passado mês de Fevereiro onze alunos por terem criado na rede social «Facebook» o grupo «McMahon ... Grinch of School Spirit» onde publicavam comentários insultuosos e humilhantes sobre o director.
O caso repete-se na Europa onde, de acordo com uma pesquisa divulgada pelo jornal «Guardian», 17 por cento dos professores no Reino Unido confessaram que já foram vítimas de cyber-bullying.
Em Espanha, no final de 2006, a polícia das Canárias revelou receber um número cada vez maior de queixas relacionadas com o tema, situando-se numa média de 12 por mês. Os motivos, na maioria das vezes, relacionam-se com imagens de cariz sexual enviadas pela Internet e que pouco tempo depois acabam a circular pela escola.
Conselhos para fugir ao problema
Existem algumas organizações que divulgam conselhos e dão apoio nos casos de cyber-bullying. O site «Websafe Crackers» aponta alguns passos a seguir, entre os quais constam não responder às mensagens, registar num diário o dia e a hora a que ocorreram, guardar os textos numa pasta no computador, tirar um «print screen» e depois apresentar esses dados a um pai ou professor.
Em Espanha existe um ponto de auxílio às vítimas de bullying através da «linha de ayuda contra el acoso escolar», da responsabilidade de uma organização não governamental que actua na área da segurança infantil nas tecnologias de informação, a «Protegeles».

Sem comentários: