quarta-feira, junho 20, 2007

Exames: Professores de Português criticam prova do 9º ano

A Associação de Professores de Português (APP) criticou esta terça-feira o exame nacional do 9º ano à disciplina, lamentando que a prova não tenha abordado nenhuma das obras literárias obrigatórias no final do terceiro ciclo.
Cerca de 107 mil alunos do 9º ano realizaram hoje o exame de Língua Portuguesa, uma prova que não testou os seus conhecimentos relativamente a «Os Lusíadas», de Luís Camões, e à obra de Gil Vicente, que ocuparam grande parte das suas aulas durante este ano lectivo.
«Devia ter aparecido pelo menos uma pergunta sobre uma das duas obras literárias», defendeu Paulo Feytor Pinto, presidente da APP, criticando ainda a parte da prova destinada a testar a elaboração de respostas de desenvolvimento, uma «tarefa que foi demasiado facilitada aos estudantes».
O problema, explicou, reside nas instruções dadas para a elaboração das respostas que os docentes de Português consideram «pouco correctas», adiantando que referem «exactamente o que os alunos têm de saber e aquilo que se pretendia avaliar».
Ainda assim, a APP considera que a prova do 9º ano «é melhor» do que o exame nacional do secundário, realizado segunda-feira, que mereceu críticas duras por parte dos professores, por não avaliar a maior parte dos objectivos do programa e descurar, em particular, os conhecimentos de gramática.
«No exame do 9º ano, a gramática não foi deixada de fora, nessa perspectiva, é sem dúvida melhor», disse o presidente da associação.
A par da prova de Matemática, que se realiza quinta-feira, o exame nacional de Língua Portuguesa do 9º ano é obrigatório para a conclusão do ensino básico, sendo as pautas afixadas a 11 de Julho.
Em apenas 90 minutos, os alunos testaram hoje conhecimentos relativos a toda a matéria leccionada ao longo dos três anos do terceiro ciclo.
No ano passado, 46 por cento dos estudantes teve negativa no exame de Língua Portuguesa, uma percentagem de reprovações muito superior à registada em 2005, quando houve 33 por cento de chumbos na prova.
Os dois exames valem 30 por cento da classificação final das duas disciplinas, sendo cotados numa escala de zero a 100, depois convertida em notas de um a cinco.
Diário Digital / Lusa
19-06-2007 15:51:22

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