terça-feira, junho 19, 2007

Provas criticadas pela sua facilidade

Associação dos Professores de Português (APP) acusa o Ministério da Educação de "ter escolhido o caminho mais fácil" nos exames nacionais da disciplina - primeira fase -, realizados ontem, onde se inscreveram cerca de 67 mil alunos. Contactado pelo DN, Paulo Feytor Pinto, presidente da APP, diz que a prova -já de si "limitada" em termos de conteúdos, por se destinar a estudantes de dois programas distintos - deixa de fora a análise dos conhecimentos gramaticais obtidos pelos alunos ."Há um grupo de perguntas que se apresenta a si próprio como sendo de apreciação do conteúdo de gramática, mas que na prática quase não incide sobre essa área", considera.Para Paulo Feytor Pinto, o objectivo dessa omissão terá sido "evitar problemas" relacionados com os novos termos gramaticais (TLEBS) - que, apesar de suspensos no ensino básico, já estão presentes nos programas de Português do secundário, pelo que poderiam surgir nas provas. "Digamos que essa estrada [incluindo questões de gramática] era mais sinuosa e parece ter-se optado pelo caminho mais fácil. Só que essa 'estrada' fazia parte do programa".Outro aspecto a contribuir para serem avaliados "muito poucos conteúdos" programáticos é o facto de este ano o Ministério da Educação ter optado por um "exame único" (prova 639) para os alunos dos programas de 1989 e 2001: "A oralidade [prevista no programa mais recente] ficou de fora e mesmo na escrita só é aplicado o que era comum aos dois programas, com limitações, nomeadamente, ao nível dos autores abordados". Contactado pelo DN, o responsável pelo gabinete de comunicação do Ministério, Rui Nunes, não quis comentar estas críticas.15% dos alunos faltaramCerca de 15% dos 67 mil alunos inscritos nas provas de Português de ontem acabaram por não comparecer. De acordo com dados recolhidos pelo Júri Nacional de Exames (JNE), foi na região Açores que a afluência às provas foi maior: 90% dos 1347 inscritos marcaram presença. Já na Madeira, a taxa de participação não ultrapassou os 82%, correspondentes a 1820 alunos. Nas três maiores regiões educativas -Norte, Centro e Lisboa e Vale do Tejo, responsáveis por mais de 60 mil inscritos nos exames de Português, o nível de presenças oscilou entre os 84% e os 85%, com o Algarve nos 83%.Ontem realizaram-se ainda provas de Filosofia (só para alunos auto-propostos, com cerca de 8 mil inscritos) e de Geologia (pouco mais de 3 mil).Ao longo das próximas semanas, cerca de 280 mil estudantes do ensino básico (9.º ano) e secundário participam nos Exames Nacionais que, no caso dos mais velhos, podem também ser utilizados como provas de ingresso no superior.Cerca de 107 mil alunos do 9.º ano fazem esta manhã as provas de Português seguindo-se, na quinta-feira, os temidos exames de Matemática. No Secundário, às 09.00, 11.30 e 15.00 de hoje têm lugar exames de Inglês, Desenho A, Biologia e Geologia, Literatura Portuguesa e História.

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