terça-feira, janeiro 16, 2007

Apresentado em Coimbra livro que analisa o “desastre no ensino da matemática”

Os professores são o problema“Se queremos enfrentar o problema da matemática, temos que ter atenção ao centro. E o centro são os professores”, afirmou ontem Carlos Fiolhais na apresentação do livro «Desastre no ensino da matemática: como recuperar o tempo perdido».Apesar de tudo, par ao físico da Universidade de Coimbra esta é uma obra optimista, que “indica problemas e fala de soluções”. Até porque, assegurou Fiolhais, “o desastre existe!”, apesar de “os cérebros dos nossos jovens não terem nada de errado”. “Desastre no ensino da matemática: como recuperar o tempo perdido” resulta de um debate entre especialistas de várias áreas – psicologia, economia, neurologia, matemática, física e filosofia, entre outras – e pretende colocar a descoberto quais são as posições em confronto em Portugal sobre o ensino da matemática. Para o coordenador da obra, Nuno Crato, o essencial é compreender que há posições diferentes sobre o problema e quais são essas posições. Ao longo das cerca de 200 páginas da obra, são analisadas questões como com que deficiências chegam os estudantes portugueses à universidade ou como são formados os professores de matemática em Portugal. “Há cursos que visam formar professores de matemática e que só têm um semestre da cadeira”, revelou Nuno Crato. Esta é, aliás, a questão que mais preocupa João Queiró, um dos participantes na obra, e para quem são três os factores mais importantes. “Os professores, os manuais e os programas, por esta ordem”. Mas João Queiró considera ainda que nos últimos vinte anos tem havido “uma política de incentivos à falta de qualidade na formação de professores”.
Paula Alexandra Almeida
JN

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