domingo, janeiro 14, 2007

Educação: «vão começar as contradições»

2007/01/12 16:43 - Portugal Diário

O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, defendeu que as contradições das reformas educativas do Governo vão em breve evidenciar-se, nomeadamente no que respeita ao Estatuto de Carreira Docente (ECD), promulgado pelo Presidente da República, escreve a Lusa.
«Os grandes problemas em debate na sociedade portuguesa sobre educação vão iniciar-se. Até agora andámos apenas a assistir à propaganda de uma série de medidas que foram colocadas de forma impositiva, mas que vão começar a produzir as contradições de que estão eivadas», afirmou aos jornalistas em Viseu.
Em declarações prestadas no âmbito de uma reunião de dirigentes e delegados do Sindicato dos Professores da Região Centro, Carvalho da Silva admitiu que «o ensino em Portugal precisa de mudanças significativas», mas frisou que estas «têm de ser feitas a favor dos portugueses e não da rentabilização do Orçamento de Estado e em benefício de meia dúzia».
Lamentou a forma como os professores têm sido tratados pelo Governo, considerando que «um país que trata mal os professores de certeza que não está em caminho e rota de progresso e desenvolvimento».
Segundo o dirigente sindical, «os resultados que se exigem não é reduzir os custos no Ministério da Educação», mas saber «se diminui ou não o insucesso e o abandono escolar, se os jovens e as crianças têm melhor acesso ao ensino e se o sistema de ensino contribui para um modelo de desenvolvimento equilibrado do país».
Carvalho da Silva considera que «as contradições vão saltar», até porque não se dá conta que «as localidades estejam a ser beneficiadas, que haja mais equilíbrio», ou que «as crianças e jovens tenham melhores condições».
Por outro lado, realçou que «toda a estrutura da função do professor» está posta em causa, com o ECD já promulgado, que «assenta numa lógica que vai mostrar problemas uns atrás dos outros».
Na opinião do dirigente sindical, «o que vai ser valorizado não é a sua capacidade de ensinar, são as funções um bocado policiais sobre os seus companheiros».
A este propósito, durante a reunião com os dirigentes e delegados sindicais, o secretário-geral da Fenprof, Paulo Sucena, considerou que a avaliação dos professores «vai cair no bom», salvo casos flagrantes de profissionais que «saltem aos olhos».
«Avaliar um professor é uma coisa de uma complexidade terrível. O que os avaliadores vão fazer é defender-se», atribuindo a classificação de bom, acrescentou.

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