quinta-feira, novembro 22, 2007

FRENTE AO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - Professores iniciam vigília com promessa de novos protestos

Publicado na Quinta-Feira, dia 16 de Novembro de 2006, em Nacional
Ao som de bombos e acordeão, cerca de meia centena de professores e dirigentes das 14 organizações sindicais que formam a plataforma reivindicativa iniciaram a vigília de protesto, que irá prolongar-se por 49 horas, até às 12:00 de sexta-feira."Declaro formalmente aberta esta vigília que tem como objectivo fundamental transmitir um sinal forte de que os 14 sindicatos se mantêm unidos e que os professores estão dispostos a lutar até ao fim. Os professores não baixarão os braços e não sairão derrotados", assegurou Paulo Sucena, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e porta-voz da plataforma.Contra um Estatuto da Carreira Docente (ECD), que afirmam degradar a profissão e a função social dos professores, também Arminda Bragança, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), apelou à união de todos os docentes "para que a luta não acabe"."Como no passado, as nossas lutas vão continuar. No fim deste processo de não negociação, podemos afirmar com toda a certeza que esta ministra é totalmente incompatível com a qualidade da Educação que tanto apregoa", declarou.No início de mais uma jornada de protesto, os sindicatos de professores voltaram a acusar o ME de "intransigência, arrogância e autismo", críticas que marcaram todo o processo negocial em torno da revisão do estatuto da carreira."Os professores portugueses estão fartos de ser vilipendiados e têm sido mal tratados como nunca se viu em nenhum país democrático. Nunca houve um ME e um Governo tão medíocres e arrogantes como estes", criticou igualmente Manuel Rolo, dirigente do Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades (SPLIU).A polémica negociação relativa à revisão do ECD, que teve início em Maio, terminou no final de Outubro sem ter sido alcançado qualquer acordo entre a tutela e os sindicatos, que decidiram, por isso, accionar o mecanismo de negociação suplementar, um processo que arranca hoje e que poderá prolongar-se por 15 dias.A divisão da carreira em duas categorias (professor e professor titular ) e a introdução de quotas para aceder à segunda e mais elevada são os aspectos mais contestados pelos docentes, assim como a avaliação de desempenho dependente de critérios como os resultados escolares e as taxas de abandono dos alunos.Além da vigília, as estruturas sindicais vão ainda promover na sexta-feira um Plenário Nacional de Professores e Educadores no alto do Parque Eduardo VII, no qual são esperadas cerca de três mil pessoas para avaliar o processo de negociação suplementar.Um cordão humano de professores e educadores até ao Ministério, onde será entregue um abaixo-assinado com cerca de 60 mil assinaturas, encerra mais uma jornada de contestação.O novo ECD, que a tutela quer aplicar a partir de 01 de Janeiro, já motivou duas greves nacionais e duas manifestações, a última das quais a 05 de Outubro, Dia Mundial do Professor, que reuniu em Lisboa mais de 20 mil docentes.

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