segunda-feira, março 05, 2007

SOSProfessor: 39% das chamadas relatam agressões físicas

Quatro em cada dez docentes que contactaram a Linha SOSProfessor, em funcionamento desde Setembro, admitiram ter sido vítimas de agressões físicas na escola ou nas suas imediações, segundo dados a que a Lusa teve acesso.
De acordo com a Associação Nacional de Professores (ANP), que promove a iniciativa, esta linha telefónica recebeu 128 contactos em cinco meses, dos quais 50 (39%) relatando situações de agressão física.
As agressões físicas, isoladas ou registadas em simultâneo com situações de insultos e indisciplina, constituem, assim, as ocorrências mais denunciadas pelos docentes.
Na maioria dos episódios relatados, a agressão partiu dos alunos (37,2% dos casos) ou dos encarregados de educação (21%), uma realidade já verificada no primeiro balanço de actividade da linha, realizado em Novembro.
O recinto escolar foi o palco principal de violência e indisciplina, em 83,7% dos casos relatados, sendo que 34,1% das situações ocorreram mesmo em plena sala de aula.
A maior parte dos casos denunciados continua a ocorrer no 1º ciclo (antiga primária), que registou 31% das ocorrências, seguindo-se o 2º e 3º ciclos (25,6%) e o ensino secundário, com 15,5% de denúncias.
Lisboa (36%), Porto (28%) e Setúbal (13%) são os distritos onde se registaram mais casos, à semelhança do que já se verificava nos primeiros meses de actividade da linha telefónica.
«Fazendo uma análise do último relatório sobre a linha SOSProfessor verificamos que o número de situações comunicadas mantém o mesmo ritmo, considerando que houve interrupção das actividades lectivas no Natal e Carnaval, com a particularidade de surgirem situações em novos distritos, como Coimbra e Leiria, e nas regiões autónomas», explicou o presidente da ANP, João Grancho.
Do outro lado da linha, professores, psicólogos, juristas e especialistas em mediação de conflitos e mediação escolar constituem a equipa de técnicos que está acessível através do número 808.96.2006, todos os dias úteis, entre as 11:00 e as 12:30 e entre as 18:30 e as 20:00.
Esta linha confidencial, promovida em parceria com a Universidade Lusófona do Porto e com a Liberty Seguros, conta com um serviço de mensagens, estando ainda disponível um endereço de e-mail (sosprofessores@anprofessores.pt) para os docentes poderem expor os seus casos.
Segundo dados do Observatório da Segurança Escolar divulgados esta semana no Parlamento, no passado ano lectivo foram contabilizadas 390 agressões a professores nas escolas e arredores, o que dá uma média diária superior a dois casos, tendo em conta que há 180 dias de aulas por ano.
Diário Digital / Lusa
02-03-2007 18:17:00

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