sábado, dezembro 02, 2006


Estudantes preferem ensino prático ao teórico
Marta Rangel 2006-11-30




Segundo um estudo realizado no Reino Unido, os alunos preferem um ensino mais prático, adequado à vida do quotidiano e rejeitam um método demasiado descritivo.
A maioria dos alunos vê a educação como um "passaporte" para realizar estudos no Ensino Superior ou para arranjar emprego, no entanto, apontam o dedo aos professores que assentam o seu método de ensino numa descrição excessiva de factos e acontecimentos. As conclusões são de um estudo realizado pela Fundação Nacional para a Pesquisa em Educação (NfER), em Inglaterra, que analisou 314 projectos de investigação na área dos programas educativos, levados a cabo desde 1989.De acordo com este estudo, divulgado pela BBC, os alunos consideram que um bom professor é aquele que explica os assuntos com clareza. Para além disso, ao contrário do que poderia esperar-se, os estudantes apreciam a existência de métodos de avaliação, como testes e composições, porque consideram que são uma forma de pôr à prova o seu desempenho escolar.Segundo o documento divulgado pela NfER, estes resultados poderão ter implicações numa das principais estratégias defendidas pelo Governo britânico: a "personalização" do ensino. De acordo com o site oficial do Governo, uma das formas de contribuir para melhorar o sistema de ensino do Reino Unido passa por "usar testemunhos e recorrer ao diálogo para identificar em que etapa da aprendizagem se encontram os alunos, do que precisam para evoluir e qual o melhor caminho a seguir". No entanto, para a NfER, será necessário algum tempo para adaptar esta medida ao sistema de ensino dos docentes e ao método de aprendizagem dos alunos. Por isso, sugere que os professores devem admitir a hipótese de encontrar um equilíbrio entre este tipo de avaliação, sugerida pelo Governo britânico, e a típica avaliação sumativa.Outra das conclusões do estudo refere que a percepção dos alunos sobre os programas curriculares muda com o passar dos anos. Segundo a NfER, o entusiasmo, a motivação e a vontade de estudar diminui à medida que os alunos vão ficando mais velhos. Em particular, no 8.º ano (referente ao ensino no Reino Unido), quando os estudantes têm, em média, 13 anos, o estudo comprovou existir uma "falta de identidade", ou seja, os alunos diziam sentir que aquele era o último ano em que podiam "dar uma gargalhada" porque "estavam a crescer". Os estudantes consideraram também que todos - sem excepção - devem ter acesso à educação, pelo menos, a um nível mais básico. No entanto, acreditam que nem todos devem ter a obrigação de seguir uma carreira. O acesso a várias opções e o poder de escolha foram outras das questões mais valorizadas pelos alunos abrangidos pelo estudo da NfER. Em jeito de conclusão, foram ao encontro do objectivo da Fundação Nacional para a Pesquisa em Educação: consideraram ser necessário existir mais mensagens visíveis que chamem a atenção para a importância de uma boa educação no futuro dos jovens.
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