quarta-feira, março 21, 2007

Promover a leitura


Joana Santos 2007-03-21
A aprendizagem da língua é um dos factores que mais contribui para o êxito escolar dos alunos. Na Escola Secundária D. Luísa de Gusmão concilia-se a magia dos livros com as actividades de substituição. Falta um professor e os alunos já sabem que, provavelmente, irão ter uma aula de substituição diferente. Os vários exemplares do livro que estão a ler começam a chegar à sala, juntamente com o professor responsável pela substituição. Com ele traz um dossier planificado com a sinopse da obra em causa, a respectiva ficha de leitura, sugestões de leitura e de actividades a desenvolver em sala de aula, e uma folha de registo de actividades por turma. Deste modo, a actividade fica documentada e todos os docentes que voltem a realizar actividades de substituição no âmbito do projecto Ler na Escola sabem quais as leituras já realizadas.Durante a aula lê-se individualmente ou em grupo, em silêncio ou em voz alta, identificam-se e caracterizam-se personagens, ilustram-se ou dramatizam-se as cenas preferidas. Uma vez por outra, também se contam histórias.O projecto nasceu na sequência de uma reflexão sobre as aulas de substituição na Escola Secundária D. Luísa de Gusmão. «Pareceu-nos que juntar os professores no centro de recursos [como foi feito em 2005-2006] sem tarefas previamente planeadas, à espera de substituir, eventualmente, algum docente ausente, era tão penoso para alunos como para professores», explica Isabel Cluny, responsável pelo projecto. A experiência com as aulas de substituição «muito pouco gratificante para os participantes» e as «dificuldades em manter a turma disciplinada e interessada nas tarefas» foram mais um motivo para passar da ideia à acção.Foi nesse sentido que se propôs ao Conselho Executivo, e depois ao Conselho Pedagógico, que esses tempos fossem ocupados com actividades ligadas ao Plano Nacional de Leitura. O objectivo, segundo Isabel Cluny, era que na ausência do docente «não se ocupasse os tempos escolares dos alunos com medidas de carácter administrativo, mas sim com actividades concretas, com objectivos previamente traçados e explicitados claramente a todos os envolvidos».E assim aconteceu. Uma vez aprovada, a proposta tem vindo a ser implementada com sucesso, a par de outras actividades desenvolvidas de comum acordo entre docentes e alunos, desde o início deste ano lectivo.A execução do projecto coube a um grupo coordenador, que depois de ter obtido o apoio da Comissão do Plano Nacional de Leitura, elaborou uma lista de livros de apoio às actividades. As primeiras obras foram adquiridas pela escola e, já no 2.º Período, a Fundação Calouste Gulbenkian subsidiou a compra de outros títulos para alunos do 3.º ciclo dos Ensino Básico e Secundário.Até agora o balanço provisório das actividades parece ser positivo, uma vez que, como refere Isabel Cluny, «os docentes adoptaram maioritariamente o projecto Ler na Escola como meio de ocupar os tempos escolares dos alunos».Foi no 9.º ano que o projecto colheu maior aceitação, sendo que em 16 aulas de substituição 14 foram dedicadas à leitura. A primeira obra foi o Diário Cruzado de João e Joana. A leitura foi tão rápida que obrigou à aquisição de um novo título - Uma questão de Cor - ainda durante o 1.º Período.No 7.º ano, 24 das 48 aulas de substituição foram dedicadas à leitura da obra Félix o Pé-de-Vento. A necessidade de um elevado número de aulas, devido ao atraso na colocação dos professores, também obrigou a adquirir outra obra - A Biblioteca Mágica - que passou a ser objecto de leitura também em outros anos de escolaridade.Para o 8.º ano foi escolhida a obra Diário do Nosso Grupo que foi lida em 25 das 43 aulas de substituição. Os encarregados de educação também têm apoiado a iniciativa e, neste momento, já se pondera a possibilidade de alargar o projecto Ler na Escola para que no próximo ano surja com um dinamismo diferente.

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