quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Pais e professores temem integração do ensino especial no ensino regular

Os pais dos alunos com necessidades especiais, os professores e os psicológos mostram reservas à nova lei que pretende integrar as crianças com deficiências no ensino regular. No entanto, o Governo já fez saber que vai ouvir os pais neste processo.

08:35 / 21 de Fevereiro 08 )

Os pais dos alunos com necessidades educativas especiais, os professores do ensino especial e do ensino regular e os psicológos mostram reservas à nova lei que pretende fomentar a integração das crianças com certas deficiências no ensino regular.bPela experiência que têm, os pais temem que as crianças que progrediram no ensino especial possam vir a ser excluídas quando integradas no ensino regular. Maria Eugénia Abrantes disse à TSF temer que a sua filha, ao ser colocada no ensino público regular, sofra ainda mais, porque já está a sentir «um sofrimento muito grande» ao tomar consciência da «diferença entre ela e os outros».«Tenho muito medo porque a Ana está a tentar superar algumas das suas dificuldades e, em termos académicos, está a ter sucesso», adiantou, acrescentando que tudo fará para que a sua filha não vá para o ensino regular.Por seu lado, Helena Santos, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), mostrou «reservas» sobretudo quanto à «capacidade de resposta das escolas de ensino público» para as necessidades dos jovens com deficiência, aos níveis de «pessoal docente, não docente, estruturas físicas e transportes». «Não se perspectiva que até 2013 haja uma resposta adequada às necessidades destes alunos», adiantou, em declarações à TSF.bJá Filomena Ventura, da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) criticou o método utilizado pelo Governo para identificar as crianças com dificuldades educativas especiais, nomeadamente a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF).«Este decreto-lei deste ano trouxe uma classificação em que o ministério pomposamente diz que as crianças têm de ter dificuldades de carácter permanente», o que implica deixar de fora muitos alunos com dificuldades, alertou.Perante todas as criticas, o Governo decidiu ouvir a Plataforma de Pais pelo Ensino Especial, para que os pais colaborem neste processo «como intervenientes muito activos», disse à TSF o porta-voz do movimento.«Não temos ainda um entendimento comum em relação à matriz de avaliação dos casos, mas entendemos que é um percurso que podemos fazer em conjunto, o que muito nos anima», adiantou Fernando Magalhães.
TSF

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