quarta-feira, dezembro 20, 2006


Depois do protocolo assinado entre a Câmara e o grupo GPS
Segundo o Sindicato de Professores da Região Centro (SPRC), as escolas actuais respondem às necessidades e até estão “sub-aproveitadas”. Conclui por isso que o Colégio Internacional da Covilhã é uma ameaça ao ensino público. Um abaixo-assinado já foi anunciado

O Sindicato de Professores da Região Centro (SPRC) solicitou uma reunião urgente com a Câmara da Covilhã, para pedir esclarecimentos sobre a construção de um colégio privado na cidade, anunciado na quarta-feira da última semana, pela autarquia. Segundo o SPRC, “não é necessária” uma escola privada na Covilhã, porque “a escola pública, globalmente, dá uma resposta adequada às necessidades educativas” da cidade e pode vir a ser ameaçada com um colégio privado.“Pretendemos esclarecimentos e dar a conhecer de viva voz a nossa posição sobre todo o processo”, referiu fonte sindical. Segundo a mesma fonte, já está a circular pelas escolas públicas da Covilhã um abaixo-assinado, em que os docentes se manifestam contra a criação do estabelecimento de ensino privado. De acordo com o sindicato, o novo estabelecimento de ensino “põe em risco os postos de trabalho existentes e cria mais desemprego e instabilidade”. Em comunicado distribuído no final da semana, o SPRC realça que “as infra-estruturas físicas, recursos materiais e humanos, na maior parte dos casos, até estão subaproveitados”. O comunicado do SPRC conclui que se o Estado permite a criação de uma escola privada revela “uma lamentável incapacidade de gestão dos recursos afectos à educação”.COLÉGIO PRONTO EM 2008/09A Câmara da Covilhã celebrou na quarta-feira com uma empresa um contrato para construção de uma escola privada na cidade, que deverá acolher 800 alunos no ano lectivo 2008/2009, do pré-escolar ao 12º ano. O futuro Colégio Internacional da Covilhã representa um investimento de 10 milhões de euros e será construído em 15 mil metros quadrados de terrenos cedidos pela autarquia na zona de expansão da cidade, junto ao Complexo Desportivo. Entre as contrapartidas, o grupo investidor - GPS - deverá entregar 400 mil euros ao município até à data de assinatura da escritura.Segundo Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã, "conciliaram-se as vontades do município e deste grupo", num investimento que deverá criar cerca de 200 postos de trabalho.“Carta educativa não pede colégio”O SPRC diz que não é contra a iniciativa privada, mas só onde a rede pública não consegue dar respostas. “Do que é conhecido da carta educativa do concelho, acabada de aprovar pela Câmara, não se preconiza a necessidade de tal estrutura e até se regista a tendência para a diminuição do número de alunos”, sublinha.

Sem comentários: