quarta-feira, dezembro 20, 2006

TLEBS

Gramática: Petição online pede fim da nova terminologiaUm grupo de pais e encarregados de educação lançaram quinta-feira uma petição online a pedir a suspensão da nova Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário, que em menos de 24 horas já foi subscrita por 86 pessoas.
Com esta petição, dirigida ao Presidente da República, ao presidente da Assembleia da República, ao primeiro-ministro e à ministra da Educação, os pais e encarregados de educação pretendem a suspensão imediata da Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário (TLEBS).
A introdução do TLEBS pretende integrar novos conhecimentos da Gramática e da Linguística, que não existiam há quase quatro décadas, e revalorizar o ensino das regras da Língua Portuguesa, que a Associação dos Professores de Português afirma ter sido negligenciado nos últimos anos.
Com a nova terminologia, a palavra substantivo é definitivamente substituída por nome, a oração dá lugar à frase e o complemento circunstancial passa a chamar-se modificador, entre várias outras alterações.
Na petição, disponível em http://www.ipetitions.com/petition/contratlebs/tlebs.html, os pais e encarregados de educação de alunos do ensino básico e secundário pedem a «suspensão imediata da implementação da experiência pedagógica TLEBS e da legislação que lhe deu origem e a regula: Portarias nº 1488/2004, de 24 de Dezembro, e nº 114/2005, de 8 de Novembro».
Os subscritores exigem ainda «o fim das experiências pedagógicas não autorizadas em crianças e um ensino de qualidade, científica e pedagogicamente válido e validado».
A nova TLEBS, aprovada pelo Ministério da Educação no final de 2004, começou a generalizar-se a partir deste ano lectivo, tendo estado até aqui em fase experimental de implementação em 17 escolas do país.
O processo de criação de uma nova terminologia teve início há mais de 10 anos, quando cerca de 15 mil professores de Português participaram em acções de formação para identificar as «lacunas» da Nomenclatura Gramatical Portuguesa, em vigor desde 1967.
O novo sistema entrou em vigor em 2004/05, mas só este ano começou a ser aplicado de forma generalizada, para já no 3º, 5º e 7º anos de escolaridade, devendo abranger todo o sistema de ensino em 2009.
Os pais e encarregados de educação que assinam a petição consideram que a «TLEBS faz dos alunos do ensino Básico e Secundário cobaias de validação de teorias linguísticas consideradas desajustadas por muitos especialistas em Educação e em Língua e Literatura Portuguesas».
«Os pais e encarregados de educação não foram chamados a dar a sua autorização para que os seus filhos e educandos integrassem a experiência TLEBS», referem na petição, salientando que o «Estado português fez uso abusivo da autorização implícita inerente à frequência da Escolaridade Obrigatória».
De acordo com os subscritores, vários responsáveis do Ministério da Educação já afirmaram publicamente que a TLEBS não é para ser aplicada aos alunos, sendo dirigida apenas aos professores.
No entanto, os pais referem que «inúmeros testes de Português efectuados no início de ano lectivo nos anos abrangidos, continham perguntas de avaliação - qualitativa e quantitativa - sobre a TLEBS».
A Associação de Professores de Português é a entidade responsável pela formação de professores no âmbito da TLEBS.
Na petição, os pais dizem que «a formação de professores ainda está em curso» e que a «nova TLEBS está a ser ministrada aos alunos sem que tivesse sido completada a formação dos professores. Os professores estão a ensinar o que ainda não sabem».
«A Associação de Professores de Português está com dificuldades em conseguir dar formação a todos os professores, atempadamente», pode ler-se ainda no texto que acompanha a petição online.
Diário Digital / Lusa
15-12-2006 10:50:00

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