domingo, junho 24, 2007

Ensino do português nos EUA

O Presidente da República, Cavaco Silva, admitiu que os emigrantes têm razão nas queixas sobre o ensino do português nos Estados Unidos, ao fazer um balanço da visita que termina este sábado àquele País.
"O ponto em que eu penso que têm razão é o do ensino da língua portuguesa", referiu Cavaco Silva questionado sobre as queixas que ouviu do Conselho das Comunidades Portuguesas, que recebeu na passada quinta-feira em Boston. À saída dessa reunião, os representantes do Conselho, entre várias críticas ao Governo, estranharam a "coincidência" da assinatura de um novo protocolo com o Estado de Massachusetts para a continuação do ensino da língua portuguesa nas escolas locais apenas na véspera desta visita, quando o protocolo anterior caducara há cerca de um ano. Confrontado com estas críticas, o secretário de Estado das Comunidades, António Braga, que acompanhou a vista de Cavaco Silva aos EUA, respondeu que a assinatura nesta ocasião fora coincidência e justificou os atrasos com a transferência de competências do ensino do português no estrangeiro do Ministério da Educação para o Ministério dos Negócios Estrangeiros. Ensino da língua portuguesa no estrangeiro "Ao longo do tempo as coisas não têm ido bem e em resultado de reajustamentos em matéria de competências no ensino do português no estrangeiro, ocorreram alguns atrasos, mas antes de partir para esta viagem assegurei-me que eram corrigidos, por isso foi possível assinar o acordo com o Estado de Massachusetts", explicou Cavaco Silva. "Houve contactos, como é obvio, entre o meu gabinete e dois ministérios, mas o próprio Governo estava empenhado em que este assunto fosse resolvido antes da minha viagem, talvez para evitar muitas perguntas dos senhores jornalistas", adiantou o Presidente, questionado sobre a sua intervenção neste caso. "Temos de fazer mais e melhor quanto ao ensino da língua portuguesa", insistiu. Portugal "um País de oportunidades"Sobre a visita de quatro dias aos Estados Unidos, três dos quais dedicados a contactos com a comunidade portuguesa, Cavaco Silva disse que tentou "mobilizar portugueses, luso-descendentes e amigos de Portugal para olharem o País, que é diferente do que conheceram há 20 ou 30 anos, e vê-lo como um País de oportunidades". O Presidente revelou que se reuniu quinta-feira última com um grupo que se chamará "Grupo dos Amigos de Portugal em Massachusetts", constituído por americanos que se comprometem a divulgar Portugalnos EUA. Portugal e os EUA "Tive oportunidade de falar com professores do MIT e da Escola Médica de Harvard que têm neste momento protocolos de cooperação com universidades portuguesas e ouvi os mais rasgados elogios a cientistas e professores que estão envolvidos na apresentação no próximo ano de um programa conjunto de pós-graduação com o MIT envolvendo universidades portuguesas", disse. "E o mesmo vai ser feito, penso, entre a Escola Médica de Harvard e as universidades portuguesas", adiantou. Presidente não visitou a Casa Branca Numa viagem em que passou ao lado da Casa Branca, Cavaco Silva justificou que George W. Bush, o presidente norte-americano - "que era a única pessoa com quem eu eventualmente podia encontrar-me" - não tinha o dia 20 disponível e esse era o dia em que o Chefe de Estado português tinha de estar em Washington para inaugurar a exposição "Encompassing the Globe". "Decidi que viria independentemente de quaisquer contactos ao mais alto nível com a administração norte-americana", disse. O Presidente da República almoçou este sábado com membros da comunidade portuguesa de Newark antes de partir para Lisboa.
Lusa

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