sexta-feira, março 02, 2007

DREN quer «punição exemplar» de agressores a professores

A directora regional de educação do Norte, Margarida Moreira, considerou hoje «inaceitáveis» as agressões a professores ocorridas esta semana em escolas primárias do Porto, reclamando uma «punição exemplar» para os autores.
«Trata-se de situações que devem ter uma punição exemplar para que as pessoas percebam que não podem ter este tipo de comportamentos», afirmou Margarida Moreira, em declarações à Lusa.
A directora regional comentava os dois casos de agressões a professores ocorridos esta semana na cidade do Porto, um registado segunda-feira na escola primária do Cerco do Porto e outro no dia seguinte na escola primária das Campinas.
«Não é aceitável que este tipo de situações aconteçam, é inqualificável o que sucedeu», frisou, acrescentando que a Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) já se assegurou de que «não existe nenhuma situação de risco acrescido nas duas escolas».
Margarida Moreira considerou que os dois casos ocorridos esta semana em escolas primárias do Porto, ambas localizadas em bairros sociais problemáticos, «não significa que as escolas da cidade sejam violentas».
«Estamos naturalmente preocupados, mas não se pode falar em dois casos em dois dias. O que aconteceu foi uma coincidência temporal que despertou a atenção da opinião pública», afirmou.
Nesse sentido, considerou que, se as escolas fossem violentas, os docentes não permaneceriam lá durante muito tempo.
«Quer nas Campinas, quer no Cerco do Porto há professores com muitos anos de serviço que, se quisessem, já poderiam ter saído dessas escolas», afirmou.
Segundo a directora regional, a agressão a professores «não é um problema frequente» nas escolas do Porto, apesar de frisar que «cada caso de agressão é sempre um caso a mais que não deveria ter ocorrido».
«Apesar destes casos, a escola continua a ser - em 99% dos casos - o sítio mais generoso que a sociedade tem para dar à criança», salientou.
Por essa razão, frisou que a DREN está «muito confiante na intervenção da polícia e dos órgãos judiciais», no sentido de esclarecer rapidamente a situação e punir exemplarmente os responsáveis.
«As pessoas não podem fazer estas coisas. Se os mais velhos desrespeitam a figura do professor não estão a dar um bom exemplo aos mais novos e não lhes podem exigir que respeitem os professores», considerou Margarida Moreira.
No ano lectivo 2005/06 registaram-se 390 agressões contra professores dentro e nos acessos dos estabelecimentos de ensino, 207 agressões contra alunos e um total de 766 relatos de injúrias contra funcionários, segundo números divulgados terça-feira no Parlamento pelo coordenador do Observatório de Segurança Escolar, João Sebastião.
Diário Digital / Lusa

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