terça-feira, outubro 30, 2007

Novo Estatuto do Aluno


Chumbos por faltas vão deixar de existir
26.10.2007 - 10h25
Margarida Gomes, Filomena Fontes

Justificadas ou injustificadas, as faltas dos alunos do ensino básico e secundário deixam de ter consequências, a não ser a realização de uma ou várias provas de recuperação para os estudantes que excedam os limites de faltas definidos por lei. Esta é a mais polémica medida que consta da proposta do novo Estatuto do Aluno dos ensinos básico e secundário, aprovada anteontem na especialidade pela comissão parlamentar de Educação apenas com os votos favoráveis do PS e a rejeição em bloco de todos os partidos da oposição. O líder do CDS/PP, Paulo Portas, já veio pedir o veto do Presidente da República.

e paga-se para isto? Por leftbrain, Lisboa
Esta forma de tratar da educação não faz sentido. Não tem nada de Excelente nem de inclusivo. Os políticos, nomeadamente a Ministra da Educação, são coveiros do nosso futuro, seguindo a lição (esquecida) de Cavaco Silva. A única coisa que se vê como estratégia coerente no governo é o esforço concertado de destruir os serviços que o Estado deve aos cidadãos que pagam impostos. Isso sim é coerente. E objectivo. Portanto este governo, seguindo harmonicamente o discurso da tanga, pretende liquidar tudo o que funciona no Estado de modo a criar «novas oportunidades» para os «investidores» que por sua vez «criarão» os postos de trabalho flexíveis que hão-de resolver as promessas eleitorais, bacocas e irrealistas. Como sempre é o «discurso social» que prepara o terreno ao totalitarismo, coisa que também se pode observar nas medidas governamentais, na confusão das polícias, no regabofe das escutas e no ridículo da justiça e dos seus salamaleques. Educar miúdos a quem não se exige qualquer responsabilidade é criar uma gente que dentro de alguns anos há-de estar no poder da mesma forma. A «elite» portuguesa, se o fosse, teria vergonha na cara, a começar nos senhores Jardins e a acabar no senhor constâncio, com as várias variações de senhor vodafone que andam pelo meio. Talvez as estatísticas se alterem, mas à custa do agravamento da realidade que a dita «elite» nem sequer pressente. Mas há uma coisa que tenho de reconhecer: não faltarão quadros «promiçores» nas jotas dos partidos que estão «vocassionados» para o «podêr». É que, com esta educação, o único futuro possível é mesmo na política.

Sem comentários: