terça-feira, outubro 30, 2007

Um número que diz muito sobre um país

Quanto valem as estatísticas? Muito, para quem se define pelos números, como o Ministério da Educação. Não por acaso. A avaliação externa da qualidade da educação de um país - que é também um dos dados mais importantes do desenvolvimento - mede-se com estatísticas do insucesso, do abandono e das notas. É por isso que será em grande pompa que a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, irá anunciar hoje os números do insucesso escolar: baixaram sete pontos percentuais nos últimos dois anos, descendo para a fasquia psicológica abaixo dos 30 por cento, algo até agora considerado impossível. Esses resultados têm por base as mudanças que ocorreram no sistema do ensino secundário, com a introdução de cursos profissionais. A componente prática destes cursos agrada mais aos alunos. O método de ensino facilita-lhes a vida. A olhos cínicos, isto poderia chamar-se trabalho para as estatísticas. Mas se se provar que quem sai destes cursos sai da escola mais equipado para a vida, significa um abrir de oportunidades pouco convencional que tornam Portugal um país moderno. Gostaria de ser uma Evita de punho fechado" , diz Cristina Kirchner, a primeira dama da Argentina, que, a partir de 10 de Dezembro, presidirá aos destinos do país. Ao fazê-lo, Cristina quer passar a mensagem de que está pronta para lutar pelos pobres e desfavorecidos, não de braços abertos como Evita, mas utilizando o poder que o eleitorado acabou por lhe dar.Cristina, que estimulou as comparações com Evita (para captar o povo) e com Hilary Clinton (para passar uma mensagem de modernidade), após ser eleita recusou qualquer comparação. Não sendo uma principiante na política - desde os finais dos anos 80 que conhece os corredores do poder, ainda antes do marido -, Cristina nunca desempenhou funções executivas.Mas há mais desafios a esperá-la: apesar do crescimento (8,5%) sustentado da economia, a inflação poderá ser uma surpresa desagradável; outro será a forma como irá lidar com os casos de corrupção que se vão revelando.No entanto, e segundo todos os analistas, a maior mudança que poderá ocorrer na Argentina de Cristina Kirchner - a primeira mulher eleita para a presidência no país e a primeira na história a receber o poder das mãos do marido - prende-se com a política externa. Ao contrário do marido, que preferia as relações com os EUA por questões económicas, Cristina prefere Chávez a Bush. E, lembre-se, até já disse que Hugo Chávez é tão importante para a América Latina como Vladimir Putin para a Europa.

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