segunda-feira, outubro 16, 2006

Docentes vão parar nos próximos dois dias

Sindicatos de professores esperam que adesão à greve mude atitude do ministério 16.10.2006 - 18h00 - Lusa

Os sindicatos de professores que negoceiam com o Ministério da Educação a revisão do Estatuto da Carreira Docente disseram hoje esperar que a adesão à greve de amanhã e quarta-feira leve a tutela a mudar a sua postura negocial.
"As indicações que nos chegam das escolas apontam para uma grande adesão à greve. Se os professores derem uma grande prova de força esperamos que a posição do ministério seja diferente na reunião de quinta-feira", disse Mário Nogueira, dirigente da Federação Nacional de Professores (Fenprof).A greve nacional dos próximos dois dias foi decretada a 5 de Outubro, Dia Mundial do Professor, durante a marcha nacional de protesto, que reuniu em Lisboa mais de 20 mil docentes.Esta será a segunda paralisação nacional convocada para contestar a proposta do Estatuto da Carreira Docente (ECD), depois da cumprida a 14 de Junho, que contou com uma adesão de 70 a 80 por cento, de acordo com a Fenprof, e inferior a 30 por cento, segundo o gabinete da ministra Maria de Lurdes Rodrigues.Em conferência de imprensa realizada hoje, os 14 sindicatos que discutem com a tutela a revisão do ECD e que formaram uma plataforma sindical, salientaram que na última reunião os responsáveis governamentais não mostraram "abertura negocial" suficiente para levar à suspensão da greve.O secretário-geral da Fenprof, Paulo Sucena, sublinhou que o novo estatuto levará à permanência de dezenas de milhares de docentes no sétimo escalão, uma medida que pretende impedir a progressão na carreira com "critérios economicistas". "O Governo quer poupar na despesa do Estado à custa dos professores", afirmou o sindicalista, no dia em que o Governo apresenta a proposta de Orçamento de Estado para 2007.A plataforma sindical admite ainda a realização de mais greves, após a reunião de quinta-feira, na qual o ministério deverá apresentar a versão definitiva do ECD."Depois desta greve vamos ter uma reunião com o ministério, no dia 19, para ouvir as respostas que a tutela tem para dar e na sequência da atitude do Governo equacionaremos outras iniciativas, as que forem necessárias", sustentou, por sua vez, João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação.A divisão da carreira em duas categorias (professor e professor titular), a imposição de quotas para aceder à mais elevada e o modelo de avaliação de desempenho que inclui critérios como a apreciação dos pais e as taxas de abandono e insucesso escolar dos alunos são alguns dos aspectos que dividem a tutela e as organizações sindicais.

Sem comentários: