quarta-feira, outubro 18, 2006

Protesto


Professores parados no segundo dia de greve

Professores e educadores de infância cumprem esta quarta-feira o segundo dia de greve nacional, depois de terça-feira a adesão ter atingido os 85%, segundo os sindicatos, e os 39%, de acordo com a tutela. O primeiro-ministro garante que o Governo está disponível para negociar com os sindicatos o novo sistema de avaliação, um dos pontos de discórdia entre docentes e tutela

18 Out. 2006

A paralisação dos professores, decretada conjuntamente pelos 14 sindicatos do sector, entra esta quarta-feira no segundo e último dia. Em causa está a proposta do Ministério da Educação de alteração ao Estatuto da Carreira Docente (ECD), nomeadamente aspectos muito contestados pelos sindicatos como a divisão da carreira em duas categorias (professor e professor titular), a imposição de quotas para aceder à mais elevada e o modelo de avaliação de desempenho que inclui critérios como a apreciação dos pais e as taxas de abandono e insucesso escolar dos alunos.Sobre este último ponto, o primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou na terça-feira que o Governo está disponível para negociar. «O Governo está disposto a negociar com os sindicatos o sistema de avaliação. Mas terá de haver avaliação. O facilitismo não pode continuar», garantiu o chefe do Governo.No total, a paralisação de professores e educadores de infância levou, no primeiro dia, ao encerramento de 27% das escolas do país, um número onde não estão inseridos os estabelecimentos de ensino da região Centro que não funcionaram terça-feira, um dado não divulgado pelo Governo.Já os sindicatos avançaram um valor de adesão à greve superior a 85%, uma participação que terá deixado mais de 90% dos alunos sem a maioria das aulas.Em comunicado, os 14 sindicatos salientaram «a extraordinária resposta dos docentes portugueses às propostas, à demagogia e às provocações do Ministério da Educação», adiantando que «milhares de estabelecimentos foram encerrados» em consequência do protesto.A plataforma sindical reúne quinta-feira com o Ministério da Educação, em mais uma ronda negocial, na qual deverá ser apresentada pela tutela a quarta e última versão do documento.Esta é a segunda greve nacional convocada para contestar a proposta de revisão do ECD, depois da greve de 14 de Junho, que contou com uma adesão de 70 a 80%, de acordo com a Federação Nacional dos Professores, e inferior a30%, segundo o gabinete da ministra Maria de Lurdes Rodrigues.

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