quarta-feira, abril 18, 2007

Docentes sem flexibilidade e salários altos



São 78,3% em Portugal contra 58,4%, em média, nos países da OCDE. O peso "excessivo" dos salários dos professores na despesa total com educação é a principal crítica dos responsáveis pelo estudo ontem publicado pelo Banco de Portugal, o primeiro a procurar classificar a produtividade do ensino em Portugal com base nos resultados dos exames nacionais. A acrescer a este dado, regista-se também que os salários dos docentes são "relativamente elevados" (quando medidos pela produção do país por pessoa), quando comparados com o que acontece lá fora.Para Manuel Coutinho Pereira e Sara Moreira, há vários dados que justificam essa baixa de produtividade do ensino. Um é consequência do peso das despesas, que é inibidor de um maior investimento não só nas infra-estruturas, como em material de apoio escolar (ver texto em cima).Há mais críticas, como à pouca flexibilidade na movimentação de professores com vínculo entre as escolas e o não aproveitamento da diminuição do número de alunos para se constituírem turmas mais pequenas, que trazem tendencialmente melhor aproveitamento para os alunos. Ao invés, anota-se, "a queda do número de estudantes terá levado a uma diminuição do número de turmas", contribuindo para a menor carga horária (e produtividade, diz-se) dos docentes.Neste ponto particular, o estudo é particularmente depreciativo para as escolas públicas. Garante que "as escolas privadas empregam os professores mais intensivamente", mesmo com um nível semelhante de recursos" e até face à existência de "salários médios superiores" nas escolas públicas. Entre as vinte páginas do estudo, há também referências positivas. Exemplos disso, o aumento do grau de formação dos docentes , a subida da população na faixa etária dos 25 aos 35 anos que completou o 12.º ano (40%, ainda longe porém, dos 75% da média da OCDE) e o aumento do peso das escolas privadas (17,6%, face aos 20,5% da OCDE). DD

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