quarta-feira, abril 18, 2007

Mais eficácia no ensino levaria a notas de exames 10% superiores


Mais eficácia no ensino levariaa notas de exames 10% superioresOs resultados dos exames nacionais do 12.º ano poderiam ser melhores. Precisamente, 10% superiores. Essa foi a conclusão a que chegaram dois economistas do Banco de Portugal depois de analisarem a eficiência das escolas secundárias. Mais o estudo refere que o Estado gasta 20% a mais nos vencimentos dos professores do que a média da OCDE e que as escolas privadas são mais eficientes do que as públicas. Pelo que sugere mais investimento nas infra-estruturas e a redução do número de docentes, que libertará recursos sem penalizar o desempenho dos alunos.Manuel Coutinho Pereira e Sara Moreira analisaram a produção das escolas secundárias portuguesas a partir da média das classificações nos exames nacionais do 12.º ano em 2004 e 2005 e compararam os resultados entre os estabelecimentos públicos e privados. Pela primeira vez um estudo pretendia avaliar a eficiência das escolas. A conclusão a que chegaram é que impera a ineficiência técnica no sistema e que, tendo em conta os recursos dispendidos, as notas dos "exames poderiam ser em média 10% superiores". No artigo publicado ontem junto com o "Boletim Económico" do Banco de Portugal, os resultados "indicam que a qualidade dos professores tem mais efeito na produção do que a quantidade". O estudo sublinha que as escolas têm perdido alunos nos últimos anos sem que o corpo docente tenha sido ajustado, pelo que a redução do número de professores "teria um impacto diminuto sobre a produção" e permitiria "libertar recursos" que poderiam ser aproveitados "em despesas com material ou infra-estruturas"."Tal flexibilidade adicional seria também uma forma de obter uma maior uniformidade na dimensão das turmas entre as escolas", argumentam os economistas. Um maior investimento nas infra-estruturas é aconselhado até porque a qualidade do parque escolar é considerada noutros países europeus como um parâmetro "não negligenciável sobre a produção", frisam nas conclusões.Privadas mais eficientes. As escolas privadas, por outro lado, são mais eficientes. Os economistas garantem isso mesmo depois de analisarem os recursos e outros parâmetros determinantes do desempenho dos estabelecimentos. O estrato social dos alunos não foi incluído nas variáveis, o que leva os economistas a salvaguardarem "algum enviesamento nos resultados". No entanto, o estudo propõe "a introdução nas escolas públicas de algumas práticas de gestão das melhores escolas do sector privado". Não são referidos exemplos. Concentração da rede escolar aprovada. A proposta não poderia corresponder mais à reforma defendida acerrimamente pela ministra da Educação o estudo defende que quanto à rede escolar a concentração dos recursos só representará "potenciais ganhos".Concelhos mais ricos têm melhores notas. O artigo refere que "existe uma influência considerável da localização geográfica nas classificações dos estudantes". Nos municípios com melhores condições económicas "e níveis educacionais mais elevados" os alunos conseguem melhores classificações. Menos turmas para uma redução de alunos. Se que as turmas mais pequenas correspondem a melhores resultados na educação, a permissa não teve seguimento nas escolas face à quebra do número de alunos. Ao invés, o número de turmas desceu. Pontos positivos também registados- Docentes com maior grau de formação, subida do grau de escolaridade até aos 35 anos, mesmo que longe da OCDE.

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