sábado, abril 21, 2007

Paulo Sucena lamenta estado actual do sistema de ensino


Lusa 2007-04-19

No seu discurso de despedida, o secretário-geral da FENPROF considerou que o sistema educativo continua a não responder às necessidades do país.
O dirigente da Federação Nacional dos Professores (FENPROF) lamentou hoje que o sistema educativo continua a não responder às necessidades do país e criticou as "medidas absurdas" do Ministério da Educação na abertura do IX congresso da estrutura sindical."Vinte e quatro anos passados sobre a constituição da FENPROF, é terrível constatar que o sistema educativo continua incapaz de responder às necessidades do país, que a escola permanece injustamente selectiva, continuando a fustigar os alunos oriundos das camadas sociais mais desfavorecidas", afirmou Paulo Sucena. O responsável falava durante a abertura do IX congresso da Federação, que se realiza entre hoje e sábado em Lisboa, e onde irá ser escolhido o novo secretário-geral da FENPROF, apresentando-se como candidatos Mário Nogueira e Manuela Mendonça.No seu discurso de despedida, Paulo Sucena considerou ainda que as condições de trabalho dos docentes "se mantêm aquém do que era qualitativamente necessário" e que a "instabilidade e insegurança profissional recrudesceram com o tempo". "O estatuto da carreira docente dos educadores e professores dos ensinos Básico e Secundário é um instrumento de ignomínia", acrescentou.As críticas do dirigente máximo da FENPROF nos últimos 13 anos viraram-se depois especificamente para a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, que acusou de não agir "para bem dos professores". "A razão soberana da ministra não age para bem dos professores e do ensino e por isso se tem caracterizado por ineptos procedimentos. Quanto à capacidade para atender a quem se propõe corrigir-lhe os erros, ela tem sido inexistente", criticou.Relativamente à acção sindical, o responsável afirmou que é "uma acção muito exigente que implica uma grande persistência" reconhecendo que o percurso da FENPROF "tem sido e continua a ser um trajecto de resistências, de proposição e de afirmação, de avanços e recuos, de transformações, umas mais bem sucedidas do que outras"."Façam a FENPROF melhor, ouviram? Não me obriguem a voltar cá!", disse emocionado, recebendo depois uma ovação de todos os presentes, que fizeram questão de se levantar.Em declarações à agência Lusa, Paulo Sucena fez um "balanço muito positivo" dos 13 anos em que esteve à frente da federação sindical, deixando um conselho para o seu sucessor: "Manter a unidade e a coesão da Federação e respeitar a diversidade de opiniões, mas sempre na procura de amplos consensos".No congresso da FENPROF, que se realiza no auditório da Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa, participam cerca de 800 congressistas, que vão eleger o conselho nacional e o conselho de jurisdição, e posteriormente o secretariado nacional.Mário Nogueira, coordenador do Sindicato dos Professores da Região Centro, e Manuela Mendonça, dirigente do Sindicato dos Professores do Norte, são os candidatos a suceder a Paulo Sucena no cargo de secretário-geral da FENPROF.

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