quarta-feira, abril 18, 2007

O ensino que (não) temos

1- Economistas do Banco de Portugal estiveram a analisar o nosso Ensino Secundário e concluíram que as notas dos alunos deveriam ser 10% mais altas e que há um gasto com professores 20%acima da média da OCDE. Se se seguisse a lógica de que notícia é o homem morder o cão, este estudo não deveria ser notícia, pois as conclusões são as esperadas o privado é melhor do que opúblico; o público deveria incorporar algumas soluções do privado. Anteontem, na RTP, António Tribolet e Alberto Amaral, analisando o caso da Universidade Independente, afirmavam, com rigor e secundados por alguns dos seus pares, que o Estado não só tem fiscalizado mal o ensino superior privado como ele próprio, Estado, em alguns casos, tem cursos que funcionam mal. Há muito que se sabe que o ensino é uma das nossas pechas. Sucessivamente, ministros do PSD e do PS, desde o 25 de Abril, à média de quase um por ano, procuram soluções, reformas. O que está à vista é um enorme edifício com gente incompetente e métodos errados, que, obviamente, tendem a gerar gente incompetente, ou pelo menos, em média, notoriamente menos competente do que os nossos parceiros europeus. No Secundário e no Superior. No público e no privado. E eu atrever-me -ia a acrescentar no Básico - público e privado. Bom Governo será o que conseguir mudar e projectar o futuro pela via do ensino. Quanto tempo mais teremos de esperar?
2 - Sobre o trágico massacre na Universidade de Virgínia, Georges Bush comentou que "as escolas deveriam ser locais de segurança, refúgio e aprendizagem". A reacção é de um basismo confrangedor. De tempos a tempos a América é sacudida por estas matanças. Retomar-se- -á, pela enésima vez, a discussão sobre o fácil acesso a armas e relançar-se-á o debate sobre a cultura de violência que os americanos têm tão presente e que vão exportando com toda a naturalidade, seja através de filmes ou de videojogos. Uma cultura que produz esta violência só pode gerar tantos raciocínios tão básicos como o que Bush exprimiu perante uma tragédia de tão elevada dimensão.

Sem comentários: