sexta-feira, junho 15, 2007

"DREN estimula bufaria"


Hermana Cruz/JN
A frase da polémica, afinal, parece ter duas versões. A primeira é a apresentada pelo denunciante de Fernando Charrua "Estamos num país de bananas, governados por um 'f. da p.' de um primeiro-ministro"; na segunda versão, escrita no despacho de acusação da DREN, lê-se assim: "Somos governados por uma cambada de vigaristas e o chefe deles todos é um 'f. da p.'".Mas a polémica não se fica pela semântica. Ontem, ficou a saber-se que o instrutor do processo disciplinar movido pela Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) ao professor de inglês do Porto, propõe a suspensão daquele docente por ter demonstrado "um grave desinteresse pelo cumprimento dos deveres gerais de lealdade e correcção".Fernando Charrua insiste, porém, que só fez uma piada sobre a licenciatura de Sócrates e acusa a directora da DREN e o Governo de "perseguição política". Foi o próprio Charrua quem revelou parte das duas páginas da acusação, numa conferência de Imprensa à porta da escola Carolina Michäelis, onde está destacado desde que foi suspenso preventivamente em finais de Abril. "É a coisa mais ridícula que se pode imaginar", sustentou.Na nota de culpa, o instrutor do processo disciplinar, José Paulo Pereira, conclui que o professor de inglês agiu "livre e conscientemente", propondo assim a sua suspensão definitiva (ver caixa). "É inacreditável! Como é que um assunto que não é do serviço dá uma pena e suspensão, que é uma pena gravíssima na função Pública?", questiona-se Charrua."Desonestidade""Fui vítima de meticulosa criação de uma situação, urdida em local alheio à DREN", alega o professor, garantindo que não insultou o primeiro-ministro, como sustenta a acusação, e que só disse uma anedota, num gabinete da DREN. "A senhora directora transportou uma conversa de um restaurante onde eu estive e passou-a para o dia anterior. Isso é da maior, para não dizer aldrabice, desonestidade que um dirigente pode ter", diz. Daí que Charrua classifique a nota de culpa de "delação" e "bufaria, que a senhora directora regional protege, agradece e estimula".O professor acusa ainda Margarida Moreira de ter interferido no processo disciplinar. "Esta intervenção ilegal e abusiva não faz mais do que reforçar a perseguição de que tenho vindo a ser alvo e a inefável percepção que tenho desde o início de que, custe o que custar, tenho de ser punido e saneado, porque sou um elemento incómodo para a senhora directora regional e, também, para o Governo", remata.

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