quinta-feira, julho 12, 2007

Exames: APM sem explicação para aumento das negativas

Associação de Professores de Matemática (APM) encarou esta quarta-feira «com grande preocupação» os resultados do exame nacional do 9º ano à disciplina, não conseguindo apontar causas para o aumento significativo das negativas, que atingiram os 73%.
Segundo dados divulgados pelo Ministério da Educação (ME), quase três em cada quatro alunos tiveram negativa na prova, um desempenho ainda mais negro do que o registado no ano passado.
«Encaramos estes resultados com grande preocupação. É grave que isto aconteça, mas é muito difícil apontar causas», disse à Lusa a presidente da APM, Rita Bastos.
Os professores da disciplina estavam este ano confiantes numa melhoria de notas, por considerarem que a prova foi adequada ao programa e ao tempo de resolução.
A 21 de Junho, dia da realização do exame por parte de cerca de 96 mil alunos, a APM fez até uma apreciação «globalmente positiva» da prova, à semelhança da Sociedade Portuguesa de Matemática, que considerou que a mesma estava «no geral, bem construída», com questões explícitas e sem ambiguidades.
Hoje, os resultados deixaram perplexos os docentes da disciplina, que se interrogam, sem respostas, sobre o que terá acontecido.
«Não nos parece que o exame tenha sido mais difícil do que no ano passado. Não conseguimos explicar isto, nem perceber o que aconteceu», repetiu Rita Bastos, considerando que as notas deste ano terão de originar «uma análise muito profunda dos exames».
A presidente da APM não se sente, contudo, intimidada com o aviso deixado pela ministra da Educação, que em Maio considerou que este exame constituía o «teste final» para avaliar a eficácia do Plano de Acção para a Matemática, sendo os resultados associados não apenas ao desempenho dos alunos, mas também dos professores, «para o melhor e para o pior».
«Estávamos confiantes numa ligeira melhoria de resultados porque achámos que a prova estava adequada ao programa e não por causa do plano, uma vez que já sabíamos que este nunca poderia ter reflexos este ano. Trata-se de um investimento a longo-prazo que intervém em aspectos muito complexos como a postura dos alunos em relação à própria escola», afirmou.
Diário Digital / Lusa
11-07-2007 19:58:00

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