quinta-feira, julho 12, 2007

Mais duas docentes obrigadas a regressar ao trabalho


Duas professoras portadoras de doenças oncológicas graves vão ser obrigadas a regressar ao ensino no próximo ano, depois de a reforma lhes ter sido recusada pela Caixa Geral de Aposentações.
( 10:03 / 12 de Julho 07 )

Estes dois novos casos surgem em plena polémica provocada por decisões de juntas médicas da Caixa Geral de Aposentações (CGA), e que levaram a que dois outros docentes tivessem morrido no activo.Na quarta-feira, a estação de televisão SIC revelava a história de uma professora do Porto, vítima de cancro da mama, cujo pedido de reforma antecipada foi recusado por duas vezes.A docente, de 60 anos, explicou que, devido à doença, não se sente capaz de voltar ao trabalho.«Sinto-me totalmente incapaz de retomar este ou qualquer outro serviço, motivado pelo cancro em si mesmo e pelos fortes tratamentos a que fui submetida», disse a docente, que não quis identificar-se.Três relatórios médicos concluíram que a professora não poderá regressar ao trabalho, mas a CGA ignorou este facto. A junta médica que analisou o caso era constituída por especialistas em reumatologia e não em oncologia. Uma circunstância que esta docente disse não compreender.«Se eu sofro de uma doença reumática não vou, com certeza, consultar um dermatologista», afirmou.Esta professora está de baixa até Abril de 2008, mas, caso não consiga a reforma antecipada, terá mesmo de voltar ao trabalho.Em situação semelhante está uma outra professora do 1º ciclo de Cabeceiras de Basto. O Jornal de Notícias adianta que, em 1998, foi-lhe diagnosticado um cancro na faringe. Em resultado dos tratamentos a que foi submetida, a professora precisa hoje em dia de beber de forma constante, tem dificuldades em ouvir e sofre de alterações permanentes na dentição.Esta docente já viu a reforma ser-lhe recusada por duas vezes. Na última junta médica a que foi sujeita, segundo conta o JN, foi-lhe sugerido que «lavasse os ouvidos, arranjasse os dentes e voltasse a trabalhar».

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