sábado, janeiro 17, 2009

Movimentos convocam manifestação para dia 24



Lusa / EDUCARE 2009-01-13
Seis movimentos de professores convocaram uma manifestação para dia 24 de Janeiro frente ao Palácio de Belém para sensibilizar Cavaco Silva para o "clima de perturbação" que o modelo de avaliação de desempenho está a provocar nas escolas.
"Estamos convictos de que o Presidente da República terá uma palavra a dizer. Temos a expectativa de que possa ajudar a resolver este conflito, já que o Governo tem-se mostrado intransigente nas questões fundamentais", afirmou hoje Octávio Gonçalves, do Movimento Promova, em declarações à agência Lusa. De acordo com o coordenador deste movimento, os docentes pretendem ainda alertar o Chefe de Estado para os aspectos "mais gravosos" do modelo de avaliação do Ministério da Educação e apresentar a Cavaco Silva as suas reivindicações, durante uma audiência que irão solicitar para o mesmo dia."O simplex da avaliação só é válido para este ano lectivo. Aceitá-lo agora significa estar de acordo com a imposição no próximo ano do modelo completo e integral. Este modelo põe em causa o bom ambiente nas escolas e é um foco de conflitualidade", acrescentou Octávio Gonçalves. O Movimento Mobilização e Unidade dos Professores, a Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino, o Movimento Escola Pública, o Movimento dos Professores Desterrados e a Comissão de Defesa da Escola Pública são os restantes cinco organizações que formaram a Comissão Provisória de Coordenação das Escolas em Luta, responsável pela organização do protesto.Os sindicatos de professores organizam hoje uma "jornada de reflexão e luta" nas escolas de todo o país, com a realização de plenários sobre a manutenção, ou não, da suspensão do modelo de avaliação de desempenho, a revisão do Estatuto da Carreira Docente, que arranca dia 28, pronunciando-se ainda sobre eventuais novas formas de luta."Esperamos que hoje os professores reafirmem a suspensão da sua participação nos procedimentos relacionados com a avaliação e que se pronunciem sobre os moldes em que deve continuar a contestação", afirmou o coordenador do Promova.Octávio Gonçalves faz uma avaliação "positiva" da postura dos sindicatos nos últimos meses, sobretudo porque continuam a apelar à suspensão efectiva do modelo nas escolas.A mesma opinião é partilhada por João Madeira, do Movimento Escola Pública, para quem o intensificar da luta dos professores deve depender do que se passar hoje nas escolas: "Faz sentido continuar a resistir porque não há uma evolução positiva por parte do Ministério. É isso que as escolas e os professores devem hoje reafirmar"."A suspensão do processo é a única forma de acalmar a resistência. A simplificação da avaliação foi apenas uma tentativa do Governo para tirar gás ao conflito", acrescentou João Madeira."A versão simplex deixou o essencial na mesma e introduziu aspectos preocupantes, nomeadamente o facto de tornar facultativa a avaliação da componente cientifico pedagógica, valorizando muito mais os aspectos burocráticos. Além disso, consagra a divisão da carreira e a existência de quotas para as classificações de Muito Bom e Excelente", sintetiza, por seu turno, Octávio Gonçalves.

Sem comentários: