quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Número de professores portugueses nas escolas de Bissau aumento para 39

O número de professores portugueses que leccionam ao abrigo da cooperação no sector educativo entre Portugal e a Guiné-Bissau aumentou para 39 e a esperança é que essa tendência se acentue, disse hoje a responsável pelo programa.
"Ao todo já são 39 e estão espalhados pelos vários liceus da capital guineense a dar aulas de português, filosofia, biologia e matemática", afirmou Helena Costa, coordenadora do Programa de Apoio ao Sistema Educativo da Guiné-Bissau (PASEG).A instabilidade política e as dificuldades de alojamento têm atrasado o projecto, mas as autoridades guineenses têm feito um esforço para arranjar soluções, diz Helena Costa."No ano passado eram 18. Este ano foi alugado um bloco de apartamentos, feitas obras de reabilitação" e contrataram-se mais 21 professores, acrescentou Helena Costa.O PASEG começou a funcionar em 2001, depois dos projectos de cooperação portuguesa com a Guiné-Bissau terem sido interrompidos devido ao conflito de 1998/99, que derrubou o Presidente da República, João Bernardo "Nino" Vieira, agora novamente no poder depois de vencer as presidenciais de 2005.Com o fim do conflito, Portugal enviou uma missão à Guiné-Bissau para analisar as condições e reiniciar os projectos de cooperação. Nessa altura, as autoridades guineenses privilegiaram a cooperação no sector educativo, nomeadamente o apoio ao ensino secundário com especial incidência no português."O ensino secundário é o grande esquecido, o parente pobre da cooperação, porque os apoios são preferencialmente dados ao ensino básico, como também se compreende", afirmou Helena Costa.Além das aulas normais, os professores portugueses têm outras actividades, como as Oficinas em Língua Portuguesa, espaços criados nos liceus de Bissau e dar apoio aos professores guineenses."Além de professores têm de ser agentes de cooperação, representar Portugal e trabalhar para o desenvolvimento do país", sublinhou a coordenadora do projecto.Para breve está o lançamento do programa de alfabetização de mulheres e jovens. "Não é fácil alfabetizar pessoas numa língua que não é a materna", disse, referindo-se às pessoas que não sabem ler, nem escrever, e só falam crioulo. Para esta missão foi construído e editado um manual próprio feito por especialistas portugueses. "Neste manual as palavras-chaves são comuns ao crioulo e ao português", explicou."É a prova dos nove. A prova real. Vamos saber finalmente se é possível alfabetizar pessoas que não têm o português como língua materna na Guiné-Bissau".

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