quarta-feira, julho 04, 2007

Caso DREN: Charrua nega frase que lhe é imputada no acórdão que propõe a sua suspensão

3 de Julho de 2007, 21:41

Porto, 03 Jul (Lusa) - O professor Fernando Charrua negou hoje, na defesa que apresentou no âmbito do processo disciplinar de que é alvo, ter dito a frase ofensiva para com o primeiro-ministro que lhe é imputada no acórdão que propõe a sua suspensão.
O despacho de acusação que propõe a suspensão do professor Fernando Charrua das suas funções na Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), imputa-lhe a frase "Somos governados por uma cambada de vigaristas e o chefe deles todos é um f. da p.".
Na defesa que hoje apresentou na DREN, para contestar o acórdão, Fernando Charrua negou ter dito esta frase e "muito menos, ainda de o ter feito, como agora convenientemente se invoca, à porta da assessoria da Direcção".
"Tudo o que disse naquele dia", sublinhou o professor, "disse-o dentro daquele gabinete e ao Dr. Rolando Silva [seu superior hierárquico na DREN], numa conversa estritamente pessoal".
Fernando Charrua, num comunicado enviado à agência Lusa em que faz um resumo da defesa que hoje apresentou na DREN, não explica, porém, se proferiu algum comentário sobre o primeiro-ministro nas instalações da DREN.
O professor e ex-deputado do PSD, no mesmo comunicado, diz apenas que nunca escondeu, "nem teria que o fazer", as suas críticas "à licenciatura do primeiro-ministro pela Universidade Independente e, em particular, da forma pouco clara e transparente" como, no seu entender, "a mesma foi obtida".
No passado dia 14 de Junho, quando foi conhecido o acórdão que propõe a sua suspensão, Charrua já tinha negado ter dito a frase constante no documento, assumindo apenas ter proferido um comentário "menos educado" à mesa de um restaurante, no dia 20 de Abril.
No seu depoimento de defesa, Charrua chamou ainda a atenção para "a existência de várias incongruências" nos relatos das diversas testemunhas ouvidas no processo e para o facto de, segundo "fonte segura", "o delator não ter sido o participante oficial e de a própria directora da DREN, segundo as suas próprias declarações, ter recebido uma participação genérica via SMS".
Atendendo a estes aspectos, o professor requereu a inquirição da directora da DREN, Margarida Moreira, e a re-inquiriação do director de recursos humanos da DREN, António Basílio.
No comunicado enviado à Lusa, Charrua diz que "mesmo que viesse a ser provada a veracidade das afirmações" que lhe são imputadas, "o certo é que aquele comportamento não se consubstancia como violador do dever de lealdade, nem tão pouco do dever de correcção", já que o primeiro-ministro não é seu superior hierárquico.
MP/JGJ
Lusa/Fim

Sem comentários: