quinta-feira, julho 05, 2007

Programa de Matemática em discussão pública


Sara R. Oliveira 2007-07-05
Temas matemáticos, avaliação, orientações metodológicas são alguns dos assuntos trabalhados no reajustamento do Programa de Matemática do Ensino Básico. Os pareceres podem ser enviados até 20 de Setembro.
O Programa de Matemática do Ensino Básico, elaborado por uma equipa de nove investigadores e especialistas em Matemática e Educação Matemática, já está disponível no site http://www.dgidc.min-edu.pt/. A Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular colocou o reajustamento desse programa em discussão pública. Os interessados podem enviar opiniões e sugestões para programa.matematica@dgidc.min-edu.pt até ao dia 20 de Setembro. O reajustamento do programa de Matemática, de um documento que nasce no início da década de 90, surge como necessidade de acompanhar as alterações propostas no Currículo Nacional do Ensino Básico, publicado em 2001. Decidiu-se então partir do documento anterior para actualizar assuntos e introduzir mudanças significativas. "(...) o programa reajustado assume a necessidade de se indicarem, para além dos temas matemáticos, três capacidades transversais a toda a aprendizagem da Matemática - a resolução de problemas, o raciocínio matemático e a comunicação matemática". Além disso, defende-se que a relação ensino-aprendizagem se desenvolva em torno de quatro eixos temáticos, ou seja, o trabalho com os números e operações, o pensamento algébrico, o pensamento geométrico e o trabalho com dados. Nesse sentido, a Álgebra é reintroduzida no 2.º e 3.º ciclos. No 1.º ciclo, há já uma iniciação ao pensamento algébrico.O documento abre com as finalidades do ensino da Matemática, passando para os objectivos gerais desse mesmo processo. Temas matemáticos e capacidades transversais, orientações metodológicas gerais, gestão curricular e avaliação são temas tratados. A abordagem do ensino da disciplina dos números é dividida pelos três ciclos do Ensino Básico.Para cada nível de escolaridade há uma forma de abordagem, objectivos específicos, um programa à medida das capacidades e faixas etárias, recursos que podem ser utilizados, metodologias a explorar. No capítulo da avaliação, realça-se que este processo deve constituir uma parte integrante do ensino e da aprendizagem. "(...) a avaliação é um processo contínuo, dinâmico e em muitos casos informal", lê-se. O documento reforça, por outro lado, que a avaliação deve "centrar a sua ênfase no que os alunos sabem, no que são capazes de fazer, e como o fazem, em vez de focar-se no que não sabem". Nesse sentido, esta etapa de diagnóstico é vista como um "instrumento que faz o balanço entre o estado real das aprendizagens do aluno e aquilo que era esperado, ajudando o professor a tomar decisões ao nível da gestão do programa sempre na perspectiva de uma melhoria da aprendizagem"."Ouvir a praticar são actividades importantes na aprendizagem da Matemática, mas ao seu lado surgem com importância crescente o fazer, o argumentar e o discutir." Na parte das orientações metodológicas gerais, o programa sugere que o aluno seja confrontado com situações do quotidiano, em contextos não matemáticos, tanto na fase de exploração de um conceito como na da consolidação. Promover o raciocínio e a comunicação matemáticos, trabalhar a exploração de conexões, desenvolver o cálculo mental desde o 1.º ciclo do Ensino Básico, coordenar trabalhos individuais ou em grupo, são aspectos abordados na metodologia. "Os alunos têm de compreender como os conhecimentos matemáticos se relacionam entre si, ser capazes de usar a linguagem numérica e algébrica na resolução de problemas geométricos e vice-versa, nos mais diversos contextos", sublinha-se no documento.

Sem comentários: