sábado, março 07, 2009

Educação: Secretário de Estado adjunto rejeita ideia que protestos sejam "imagem de marca" da tutela

07.03.2009 - 13h35 Lusa
O secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, rejeitou a ideia de que os protestos dos professores, que hoje regressam à rua, sejam uma "imagem de marca" do Ministério da Educação esta legislatura."Não é uma questão de imagem de marca. Naturalmente, há uma política reformista que implicava mudanças profundas na escola, na cultura profissional dos professores e essas mudanças, muitas vezes, suscitam resistências", afirmou Jorge Pedreira à margem do IV Seminário para a Educação, que decorre em Alcobaça. O governante reiterou que tais mudanças "eram absolutamente fundamentais para melhorar a escola pública". Jorge Pedreira afirmou que no processo de negociação que está em curso sobre o Estatuto da Carreira Docente (ECD) "o Governo apresentou propostas no sentido de aproximação efectiva aos professores, designadamente aceitando prescindir de uma questão que era bastante importante: as vagas para os professores titulares". Nas outras duas questões relacionadas com aquele estatuto - a existência de duas categorias e a existência de quotas para a avaliação - "os sindicatos não deram nenhum passo relativamente a nenhuma das outras questões", acusou o secretário de Estado Adjunto e da Educação. "Portanto, se alguém se mantém absolutamente inflexível são os sindicatos nesta matéria e portanto é isso que os portugueses devem perceber", declarou Jorge Pedreira, acrescentando, por outro lado, que os protestos têm de ser encarados "com naturalidade".Professores regressam à ruaOs professores regressam hoje aos protestos de rua, desta vez para a realização de um cordão humano que irá ligar em Lisboa "os responsáveis pela crise que se vive no sector da Educação", no qual são esperados cerca de 10 mil docentes. "A grande luta dos professores neste momento é a que se está a travar nas escolas e também nos tribunais. Este cordão surge porque entendemos que era altura de voltar a dar visibilidade pública à luta dos professores", afirmou o porta-voz da Plataforma Sindical de Professores, em declarações à Agência Lusa. Segundo Mário Nogueira, a ideia é "unir e apontar os responsáveis pela crise que se vive no sector da Educação", portanto o Ministério da Educação, a maioria socialista na Assembleia da República e o Governo, simbolizado pela residência oficial do primeiro-ministro. A organização estima a presença de cerca de "10 mil professores" e justifica-se ainda mais o protesto pelo facto de a tutela, durante a revisão do ECD, não estar a dar resposta às reinvindicações dos docentes: "O ministério reafirma a divisão da carreira, a avaliação de desempenho, as quotas e tudo o que é negativo no ECD". Por outro lado, Mário Nogueira sublinhou que "as grandes acções de luta de rua dos professores" deverão ficar reservadas para o final do terceiro período, coincidindo com os procedimentos finais da avaliação de desempenho.

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