quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Por um Ensino melhor


PPortugal é o país europeu com pior taxa de sucesso no Ensino Secundário e dos que têm menor número de pessoas com formação universitária. E isto acontece apesar das despesas no sector da educação serem superiores à média europeia e de o número de alunos por professor ser dos mais baixos em toda a Europa.O baixo nível médio de educação deve-se, sobretudo, à muito fraca eficiência do nosso sistema de Ensino. Nos últimos anos, tem aumentado o número de licenciados, mestres e doutores, de uma forma superior à média europeia, mas é evidente a necessidade de uma reforma no Ensino. Parece importante conquistar e responsabilizar os professores para um melhor aprendizado dos alunos, contrariando as elevadas taxas de abandono do Ensino Secundário e Universitário. Será óbvia a necessidade de avaliação criteriosa desse trabalho, que permita distinguir o mérito, quer a nível remuneratório quer a nível da progressão na carreira.Mas também será vantajoso criar condições para que os alunos possam ser envolvidos num ambiente que lhes permita sentir prazer em aprender, pela metodologia aplicada e pela consciencialização da importância da aquisição de conhecimentos para o seu desempenho futuro.Ainda será bom valorizar os métodos de aprendizagem da criatividade e da responsabilização, de forma a termos uma população mais criativa e uma sociedade mais inovadora, bem como com maiores níveis de responsabilidade. Que as nossas crianças possam ganhar o gosto de desenhar o seu caminho por si próprias, percebendo que o bem que fizerem para si o fazem e que o mal que fizerem para si o fazem também. Por outro lado, será desejável que o sistema de ensino tenha uma melhor articulação com a procura, criando-se capacidade para se adaptar à realidade socioeconómica da região. O ensino secundário profissionalizante poderia desempenhar um papel importante, permitindo conveniente especialização.Uma maior aproximação entre a escola e o meio circundante assim como uma melhor gestão dos recursos, poderiam ser conseguidos se as empresas da região fossem envolvidas, a título voluntário e na forma de assessoria, na gestão das escolas públicas. Claro que a responsabilidade da gestão seria sempre da Direcção da escola, mas o apoio construtivo de um ou dois economistas ou gestores, durante períodos de um ou dois anos, poderia ajudar à melhor rentabilização do investimento público. Talvez também um representante dos pais dos alunos pudesse dar algum apoio voluntário.Os órgãos de gestão da escola poderão incluir um gestor profissional, integrado numa equipa de pedagogos, sendo estes órgãos alvo de uma apropriada avaliação anual de desempenho. A Direcção da escola deverá poder recusar a contratação de professores incompetentes.Luís Portela escreve no JN, quinzenalmente, às quartas-feira

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