terça-feira, setembro 18, 2007

Frio e má qualidade de ar nas salas de aulas, diz DECO


DECO considera que em muitas das escolas portugueses há frio e má qualidade de ar. Num estudo feito em 20 escolas, foram ainda detectados problemas de construção em edifícios e falta de ventilação.
( 15:39 / 18 de Setembro 07 )
Um estudo da DECO revela que muitos alunos portugueses passam frio e respiram mal nas aulas devido às temperaturas baixas e excesso de humidade no ar em muitas das escolas do país.«Em 16 das 20 escolas estudadas, há excesso de humidade no ar e temperaturas baixas», revela o estudo realizado em Fevereiro e publicado agora nas revistas PRO TESTE e TESTE SAÚDE.Esta associação de defesa do consumidor fala no caso da escola de Vila Cova (Braga) onde as temperaturas chegam a descer ao 10ºC, mas onde não existem qualquer tipo de aquecimento.«Em 31 salas encontrámos temperaturas abaixo do ideal e em nove delas as temperaturas registadas eram inferiores a 16 graus, quando o ideal em Fevereiro seria uma temperatura interior entre os 20 eos 24 graus», explica Fátima Ramos, redatora deste estudo, ouvida pela TSF.Este estudo fala ainda de situações em que existe aquecimento, mas onde este não é suficiente para garantir o conforto térmicoFoi ainda colocada a hipótese de os maus resultados relacionados com o aquecimento também poderem estar ligados a defeitos de construção.Fátima Ramos lembrou que as paredes envidraçadas, os vidros simples e as caixilharias de alumínio simples permitem a perda de calor.Ainda segundo a DECO a escola de Gavião, em Portalegre, tem bom consumo térmico, por causa de intensivo uso do aquecimento, numa escola que está entre as piores relativamente à qualidade do ar, devido à falta de ventilação, que provoca o excesso de humidade no ar.O estudo da DECO saliente que em 80 por cento das amostras analisadas se pode comprovar a renovação insuficiente do ar, enquanto que em dois terços se detectou valores de humidade superiores ao aconselhável.«O excesso de humidade leva à formação de fungos e bactérias que podem ser prejudiciais à saúde. A qualidade do ar da maior das salas de aulas que analisámos era deficiente», acrescentou Fátima Ramos.Só quatro das escolas analisadas tinham ar com qualidade aceitável ou boa, ao passo que as restantes apresentavam problemas relacionados com dióxido de carbono, bactérias ou fungos, que podem provocar problemas alérgicos, respiratórios ou mesmo de concentração aos alunos.Foram ainda detectados neste estudo problemas de construção e conservação de edifícios, como a presença de placas de fibrocimento com amianto em sete escolas.«Tudo isto, depois de a Assembleia da República ter recomendado, em 2003, o inventário dos edifícios públicos com amianto e a substituição deste material, que pode libertar fibras cancerígenas», recordou a associação.Para a DECO, este estudo demonstra que os problemas detectados «exigem atenção urgente do Governo», pois é necessário prever sistema de ventilação adequados, inventariar edifícios com amianto e definir regras apara substituí-lo com urgência.A DECO recomendou ainda às escolas que verifiquem a iluminação das salas e arejem-nas com mais frequência para garantir o conforto visual e a renovação do ar.Os resultados deste estudo já foram entregues aos Ministérios da Educação, Obras Públicas e Saúde pela DECO, que considerou, contudo, que os problemas detectados não justificam o encerramento das escolas.

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