terça-feira, setembro 18, 2007

Reforçar a gramática


Ana Oliveira Rodrigues
Fortalecer o ensino da Gramática e aumentar a exigência em relação à correcção linguística nas escolas portuguesas são algumas das recomendações finais da Conferência Internacional sobre o Ensino Português, ontem divulgadas - quatro meses depois da reunião de avaliação realizada em Lisboa. A permissidade dos professores para com os erros dos alunos foi, também, criticada pelos especialistas apontados pelo ministério."Importa sensibilizar e responsabilizar todos os professores, independentemente da sua área disciplinar, no sentido de cultivarem uma relação com a língua norteada pelo rigor e pela exigência da correcção linguística", aconselhou o comissário da reunião, Carlos Reis.No que respeita aos erros ortográficos, o professor e também reitor da Universidade Aberta alertou para o efeito prejudicial do excesso de tolerância perante tais falhas."É fundamental que o ensino da língua considere o erro como efectiva transgressão de um sistema linguístico que tem regras. Assim, o professor de Português (e, com ele, os professores de todas as outras disciplinas) deve encarar o erro como erro, alertando para a sua ocorrência e desincentivando a sua prática", sublinhou.Neste contexto, deve instituir-se esta cultura de rigor e exigência na própria formação dos docentes, acrescentou, ainda.Impulsionada pelo ministério da Educação, esta iniciativa conseguiu reunir, durante três dias, cerca de 500 professores e linguistas que debateram várias questões relacionadas com a educação e, em particular, com o ensino da Língua Portuguesa.As populações escolares multiculturais e multilingues, que emergiram do seio de comunidades imigrantes com diversas proveniências, foram, ainda, dois temas que mereceram destaque neste encontro internacional."Considera-se fundamental fomentar programas de integração linguística das comunidades imigrantes, sensibilizando-as para a conveniência dessa integração como factor facilitador de uma mais ampla e harmoniosa integração social", salientou o reitor da Universidade Aberta.Esta conferência contou com a participação de diversas personalidades do meio literário e político português, tais como o escritor Mário Cláudio, o ensaísta Eduardo Lourenço e o comentador político José Pacheco Pereira.

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