segunda-feira, outubro 15, 2007

Ensino Primário - o Barreiro na Alvorada do Século XX

A Escola Adães Bermudas, no Lavradio, um edifício actualmente abandonado – “devia ser utilizada para a instalação de um Museu do Ensino, no concelho do Barreiro”“O Ensino Primário na 1ª República pouco diferiu da Monarquia, apesar da legislação”, dado que, “em muitas localidades não existiam escolas” – sublinhou Manuela Rodrigues, no decorrer da conferência “O Ensino Primário no Barreiro na Alvorada do Século XX”, na Cooperativa Cultural Popular Barreirense.No concelho do Barreiro, o número de pessoas que não sabia ler era elevado, abrangendo a grande maioria da população – referiu a investigadora.Manuela Rodrigues, recordou que o 1º edifício escolar construído no Barreiro foi no ano de 1870 – a Escola Conde Ferreira – inicialmente só destinada a alunos do sexo masculino. A ala destinada ao sexo feminino seria implementada no ano 1878.
Na Cooperativa Cultural Popular Barreirense realizou-se a Conferência “O Ensino Primário o Barreiro na Alvorada do Século XX”, tendo Manuela Rodrigues apresentado aspectos diversos da investigação que realizou sobre esta temática.Quando da implantação da República o analfabetismo era elevadoManuela Rodrigues recordou que em 1910, quando da implantação da República o “analfabetismo era elevado” sublinhando que cerca de 70% da população não sabia ler, no entanto, no ano 1916 esses valores mantinham-se nos 66%, salientando a investigadora que com a “República não mudou a situação em relação à Monarquia – “o analfabetismo era uma vergonha nacional”, disse, acrescentando que – “O Ensino Primário na 1ª República pouco diferiu da Monarquia, apesar da legislação”, dado que, “em muitas localidades não existiam escolas”.Elevado o número de pessoas que não sabia lerNo concelho do Barreiro, o número de pessoas que não sabia ler era elevado, abrangendo a grande maioria da população.Na freguesia do Lavradio – Santa Margarida do Lavradio – 763 residentes não sabiam ler; enquanto na freguesia de Palhais – Nª Srª da Graça – os analfabetos rondavam os 1163, por outro lado, na freguesia do Barreiro – Stª Cruz do Barreiro – eram na ordem dos 3600 os habitantes que não sabiam ler.Dos números referenciados de sublinhar que no ano 1900, no concelho do Barreiro, existiam mais de 5 mil habitantes analfabetos, esse número foi crescendo, atingindo mais de 8n mil no ano de 1911, enquanto em 1920 os valores aproximavam-se dos 10 mil e no ano 1930, os analfabetos no concelho do Barreiro rondavam mais de 11 mil habitantes.Criação da Universidade PopularO Ensino Primário começou a ser implementado no concelho do Barreiro no ano de 1879, com a criação de Escolas Nocturnas, no Lavradio e no Barreiro, neste caso na SIRB “Os Penicheiros” e na Associação dos Corticeiros.De referir, segundo Manuela Rodrigues, que no ano 1920, em plena República, a SIRB “Os Penicheiros” prtenedeu implementar um Curso Nocturno, tendo sido rejeitado, pelos poderes da época.Entretanto, em 1927 foi criado o Instituto dos Ferroviários para apoiar as crianças com carências e abrir as portas à sua formação. No ano de 1926, era muito grave a situação de carência de salas de aula no concelho do Barreiro.Uma vertente que contribuiu para dinamizar a formação e instrução da população foi a implementação da Universidade Popular, no ano de 1921. Conde Ferreira a 1ª escola do BarreiroManuela Rodrigues, recordou que o 1º edifício escolar construído no Barreiro foi no ano de 1870 – a Escola Conde Ferreira – inicialmente só destinada a alunos do sexo masculino. A ala destinada ao sexo feminino seria implementada no ano 1878.No Lavradio a Escola começou a funcionar no ano de 1864, na casa da extinta Câmara.Na 1ª década do século XX foi construída a Escola Adães Bermudas, no Lavradio, um edifício actualmente abandonado e que Manuela Rodrigues, defendeu – “devia ser utilizada para a instalação de um Museu do Ensino no concelho do Barreiro”.Turmas atingiam os 150 alunos Referiu a investigadora que, no Barreiro, “não houve construção de edifícios escolares na 1ª República”.As turmas do Ensino Primário que funcionavam na Escola Conde Ferreira atingiam os 150 alunos, com dois professores, apesar da lei referir que cada turma não devia ter mais que 50 alunos.No ano de 1934 já funcionavam no concelho do Barreiro 26 salas de aula.A investigadora recordou alguns nomes de professores que marcaram gerações de barreirenses, nomeadamente, José Rita Seixas e Joaquim Vicente França.Manuela Rodrigues sublinhou que “o professor do Ensino Primário”, no Barreiro e em Portugal, “são figuras relevantes” que “dão corpo à história social de uma terra”.Por outro lado, referiu que o “Ensino Primário na 1ª República, no Barreiro, estava condicionado”, por diversos factores, instalações insuficientes e obstáculos de ordem social e política.
14.10.2007 - 14:36

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