sexta-feira, outubro 19, 2007

GREVE DOS PROFESSORES - Cerca de 50 por cento de adesão nos Açores

O primeiro dia de paralisação no arquipélago, terça-feira, teve igualmente uma adesão de 50 por cento, enquanto no Continente a greve dos docentes foi, segundo os sindicatos, de 85 por cento.Os sindicatos anunciaram ontem que a nível nacional o segundo dia de gre ve registou uma adesão ao protesto acima dos 80 por cento, enquanto o Ministério da Educação falou em 32 por cento.Segundo o presidente do Sindicato dos Professores da Região Açores, à semelhança do que ocorreu no primeiro dia de paralisação, a greve levou ontem ao encerramento de cerca de duas dezenas de escolas do Ensino Básico na ilha de São Miguel.O presidente do Sindicato dos Professores da Região Açores considerou, no entanto, à Agência Lusa que a adesão nas ilhas à paralisação "foi significativa", uma vez que "muitos dos professores" optaram por não fazer greve nos dois dias por questões financeiras."Dois dias eram demasiado penalizadores para o orçamento dos professores", sublinhou Armando Dutra, admitindo ter existido "alguma desmobilização" dos docentes perante "a abertura manifestada" recentemente pelo secretário regional da Educação para encontrar um estatuto de carreira "diferenciado do Continente e menos penalizador".Recentemente, num plenário de docentes, o secretário regional da Educação admitiu a aplicação nas ilhas de um sistema de avaliação dos professores sem quotas e mostrou-se disponível para negociar com os sindicatos uma solução diferente da proposta pelo ministério no Continente."Agora aguardamos que sejam apresentadas propostas concretas", advogou o dirigente sindical, alegando que a proposta do Ministério da Educação de revisão do Estatuto da Carreira Docente (ECD) "atenta contra a dignidade dos docentes e divide-os".Críticas a ÁlamoEntretanto, o líder do PSD/Açores acusou ontem o secretário regional da Educação de mentir aos professores por dar a entender que o arquipélago tem capacidade para alterar o Estatuto da Careira Docente em negociação a nível nacional."O senhor secretário regional da Educação tem mentido quer aos açoriano s, quer aos professores, ao fazer sentir que a região tem capacidade para alterar o Estatuto da Carreira Decente, quando não tem", salientou Costa Neves, depois de um encontro com a delegação açoriana da central sindical UGT.Segundo o dirigente social-democrata açoriano, o que está a ser discuti do a nível nacional entre o Ministério da Educação e os sindicatos, com "alguns aspectos muito penalizantes, é também aplicável aos Açores".O líder do PSD/Açores alertou, ainda, que não se faz alterações às condições do ensino "contra os professores".Relativamente à greve nacional dos professores, Costa Neves criticou a "diabolização sistemática" dos professores, que acaba por pôr em causa "algo essencial para a sua tarefa, que é o seu prestígio".Na última semana, o secretário da Educação açoriano admitiu a aplicação nas ilhas de um sistema de avaliação dos professores sem quotas e mostrou-se disponível para negociar com os sindicatos na região uma solução diferente da proposta pelo Ministério no Continente.O modelo de avaliação no arquipélago "não terá de ter a mesma estrutura do que no Continente", o que poderá passar por um sistema "sem quotas baseado num conjunto de provas que demonstrem a qualidade dos docentes para progressão na carreira", adiantou Álamo Meneses, na ocasião.O secretário regional da Educação falava aos jornalistas à entrada de um plenário promovido pelo Sindicato dos Professores da Região Açores (SPRA), que juntou cerca de 400 associados em Ponta Delgada."Podemos partir para um sistema de avaliação sem quotas", disse o secretário regional do sector, ao adiantar que neste momento existe, apenas, "vontade de dialogar" com as estruturas representativas dos professores.A direcção regional da Educação adiantou à agência Lusa que a adesão média dos dois dias à greve atingiu nos Açores 20 por cento.

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