terça-feira, outubro 10, 2006

Sindicatos repudiam declarações do Secretário de Estado Adjunto e da Educação


As organizações sindicais de professores que constituem a plataforma para a revisão do ECD, reunidas hoje (6 /10), em Lisboa, rejeitam, pela falta de ética política observada, as declarações do Secretário de Estado Jorge Pedreira, proferidas na sua intervenção de ontem à noite em dois canais televisivos.

As organizações sindicais repudiam a acusação feita aos educadores e professores portugueses e aos seus dirigentes sindicais, de ignorância pelo desconhecimento das propostas do Ministério da Educação. A afirmação proferida é ofensiva e intolerável para quem tem responsabilidades políticas no Governo. Só o nervosismo, a insegurança e a fragilidade técnica e política que continua a demonstrar na sustentação da proposta de carreira dos professores, podem justificar o desnorte visível no seu comportamento.

Tal atitude tornou-se mais evidente porque só agora se apercebeu, da verdadeira determinação e unidade dos professores na luta por uma carreira respeitada e valorizada, após o primeiro e grande sinal dado ontem no protesto que mobilizou em Lisboa cerca de 25 mil professores, na maior manifestação de sempre da classe.

As organizações sindicais acusam, ainda, Jorge Pedreira de omitir propostas que desvalorizam clara e profundamente o exercício da profissão docente e de assumir uma atitude de completa manipulação da opinião pública. A forma como falou ao País sobre a proposta de carreira apresentada pelo ME, fez parecer que se referia a um novo documento diferente do que foi apresentado no dia anterior, uma vez que não teve a coragem de esclarecer, publicamente, que em causa está, não o rigor e a exigência na avaliação, que todos os professores e respectivas organizações sindicais querem e defendem, mas a impossibilidade dos bons professores poderem ser reconhecidos de forma real e justa.

A intervenção do Secretário de Estado Adjunto e da Educação, que não teve direito a contraditório, é demonstrativa do receio e incómodo que os responsáveis do Ministério da Educação têm vindo a evidenciar, ultimamente, para sustentar as propostas que envolvem o processo de avaliação de desempenho dos professores e o reconhecimento do seu mérito profissional.

Lisboa, 6 de Outubro de 2006
As Organizações Sindicais

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